A luta continua feroz, contudo, os ferimentos que antes estavam se curando rapidamente em Miguel, não está mais acontecendo. O demônio imbuiu seu poder infernal nos ataques, e agora Miguel está exausto, o corpo coberto de ferimentos, o sangue escorre por sua pelagem negra enquanto ele encara Baalberith, o demônio que demonstra está cada vez mais divertido com o sofrimento do Genuíno Alfa.Miguel avança novamente, um rosnado profundo saindo de sua garganta. Ele tenta usar sua força bruta para derrubar a criatura, mas o demônio, com um movimento rápido, o arremessa ao chão mais uma vez, fazendo-o tremer com o impacto. Miguel grunhe de dor.⸺ Esperava mais do filho de Selene ⸺ Baalberith provoca, sua voz carregada de desprezo. ⸺ Que decepção.Miguel tenta reagir, usando as patas traseiras para se impulsionar, mas Baalberith é rápido. Ele o atinge novamente, desta vez com um golpe devastador que faz Miguel deslizar pelo chão até bater em uma árvore caída. O impacto é tão forte que ele sen
— Tira a adaga, Miguel! — O grito de Melody ecoa pela clareira, sua voz carregada de urgência. ⸺ Agora, enquanto ainda consigo segurá-lo! Sem hesitar e com um rosnado baixo, demorando um pouco mais do que o normal, Miguel volta a sua forma humana. Seus olhos fixos nos galos que envolvem Baalberith como serpentes de madeira viva. Miguel avança com determinação, pulando os troncos em seu caminho, suas pisas fundas sobre a neve. Ele aumenta ainda mais sua velocidade, ignorando as feridas abertas em seu corpo, cada movimento uma dor que ele empurra para o fundo de sua mente, seu objetivo claro: Salvar sua companheira. Com seus olhos negros fixos na adaga enterrada no peito da criatura, ele salta sobre Baalberith, que grita em fúria tentando se libertar dos galhos. Miguel segura o cabo da adaga com ambas as mãos. Sua pele formiga ao entrar em contato com a arma, uma sensação como se sua própria essência estivesse sendo drenada. Ele aperta os dentes, ignorando o desconforto. O cabo da
Mariana cai de joelhos ao lado dele, sua respiração ofegante. Ela estende as mãos trêmulas em direção a Sasha, fechando os olhos para canalizar sua magia de cura. A energia quente começa a fluir de seus dedos, mas imediatamente ela sente o bloqueio. Sua magia não responde como deveria. — Não, não, não — Mariana murmura, tentando novamente usar sua magia, suas mãos agora vacilam.Miguel observa, o terror aumentando conforme percebe que nem mesmo a magia pode ajudá-la.— Merda! — Mariana balança a cabeça, seu rosto empalidecendo ainda mais. — Usei tudo o que tinha... para curar você, Alys, Liana e Pedro... Eu não consigo mais usar a magia...Pedro cai de joelhos do outro lado, segurando a mão fria de Sasha. Ele sente as lágrimas escorrerem por seu rosto enquanto murmura:— Sasha... minha menina... Acorde, por favor...Miguel se vira para Melody, pouco se importando se a bruxa está vendo ao não as suas lágrimas, testemunhando a sua fraqueza. Ele a encara com uma expressão desesperada.—
A enfermaria está envolta em um silêncio pesado depois que os lycans deixam o local, suas pegadas ecoando pelos corredores do lado de fora. O ar está saturado com o cheiro de ervas medicinais e o cheiro de limpeza antisséptica fazendo lembrar dos hospitais humanos. As irmãs estão deitadas em suas camas, exaustas e cobertas por bandagens, cada uma imersa em seus próprios pensamentos.Melody, porém, não encontra descanso. Ela se senta na borda da maca, o olhar fixo no chão, as mãos tremendo levemente, seus olhos, inchados de lágrimas não derramadas. A culpa e o arrependimento pesam como uma âncora em seu coração. Finalmente, ela se levanta, seu corpo ainda cansado pela batalha, pelo uso da magia negra constantes, e sua mente cansada das escolhas que a trouxeram até esse momento, seus joelhos vacilam levemente sob o peso do que está prestes a fazer.Cada passo até o centro da sala parece um esforço monumental. A luz fraca das lâmpadas ilumina seu rosto abatido. Melody se ajoelha lentamen
Miguel está ao lado da cama, as mãos tremendo ansiosas enquanto seus olhos observam Luciana pressionar mais um pano com ervas contra a ferida aberta no peito de Sasha. O quarto está impregnado com o cheiro de sangue e magia negra, um aroma denso e sufocante que parece grudar na pele. A expressão de Luciana é de desespero controlado, seus olhos brilham com lágrimas não derramadas.Luciana troca os panos ensanguentados com rapidez, suas mãos experientes, mas trêmulas. Ela observa a ferida no peito de Sasha, ainda aberta e pulsante, sangrando sem parar.— Não consigo estancar o sangramento... — Luciana murmura, sua voz frágil como se cada palavra fosse uma confissão de derrota. Ela retira mais um pano pesado e encharcado de sangue e o joga em uma pilha crescente no chão. — Já fiz tudo o que podia... não importa o que eu tente, continua sangrando, ela já perdeu sangue demais... até mesmo para um lycan...Miguel olha para Sasha, deitada imóvel sobre a cama. Sua pele está tão pálida que par
— Por favor, deusa da lua, ouça minhas súplicas... sei que não ando falando muito com você, nem uivando nas luas azuis, e nem em outras luas... sei que não fui o líder digno que deveria ser... Mas, por favor, eu te imploro, traga-a de volta. Ela é a companheira perfeita que você escolheu para mim, é a luz na minha escuridão, a minha pequena lux lunaris... Não me deixe aqui sem ela, por favor... eu ainda não tive a chance de fazê-la feliz como ela merece, por favor...A voz de Miguel ecoa cheia de dor e desespero, rasgando o silencio como um lamento agonizante, seus soluços entre as frases bem audíveis.— Uau, sobrinha, o fervor dele conseguiu chegar até aqui, estou impressionando — a voz do imperador ecoa pelas paredes sombrias de seu trono no submundo.Selene se materializa no centro do salão, sua presença radiante um contraste gritante contra o ambiente opressor e flamejante do castelo. Ela está altiva, o queixo erguido, os olhos azulados fixos no imperador com determinação inabaláv
Zeus emerge, sua presença magnânima preenchendo o ambiente. Sua aura é eletrizante, literalmente, com pequenos raios cintilando ao seu redor. Com um sorriso descontraído, ele caminha despreocupadamente até Hades, como se estivesse entrando na sala de estar de um velho amigo, e sem cerimônia, passa o braço pelo ombro dele.— Ei, irmão! Quanto tempo, hein? — Zeus diz, sua voz retumbante preenchendo o salão.Hades revira os olhos, afastando-se do toque de Zeus com um movimento brusco.— O que está fazendo aqui, Zeus? — Ele rosna, a irritação evidente em sua voz. — Volte para o Olimpo. Não quero visitas, já basta sua filha aqui.Zeus dá uma risada alta, como se a reação de Hades fosse exatamente o que ele esperava.— Ah, irmão, sempre tão rabugento — Zeus se recosta casualmente em um dos pilares próximos, cruzando os braços. — Entregue a alma de Sasha e do filhote, Hades e a de todos os outros que Baalberith ceifou— ele diz com firmeza, seu tom deixando claro que ele não está ali para neg
Um leve movimento nos cílios dela o faz prender a respiração. Sasha desperta lentamente, seus olhos piscando com dificuldade contra. Miguel está ao lado dela, seus braços fortes a segurando com cuidado. Quando ele vê os olhos dela se abrirem, lágrimas imediatamente voltam a escorrer pelo rosto marcado pela exaustão e pelo desespero.— Companheira — ele fala baixinho, seu lobo uiva dentro dele, alegria o consumindo, a ligação com sua companheira voltou.Ela está fraca, mas viva. Miguel sente um nó na garganta, suas lágrimas descendo sem controle enquanto ele segura o rosto dela com cuidado.Ela tenta falar, mas sua garganta está seca e sua voz não sai. Mesmo assim, ela tenta sorrir para ele, um sorriso fraco, mas cheio de significado. Miguel apoia a cabeça dela delicadamente em seu peito, segurando-a como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.O que de fato é.Ele sente um alívio tão esmagador que mal consegue respirar. Seu coração parece descompassado, os músculos tensos finalmente