No porão da mandão do Genuíno Alfa, o som das correntes ecoa pelas paredes de pedra enquanto Lovetta ajusta as correntes ao redor dos pulsos erguidos acima da cabeça de Lukan. O som metálico e as luzes das tochas presas nas paredes jogam sombras dançantes no lycan, intensificando a atmosfera densa.Lovetta se move com precisão calculada, para que não toque por acidente na prata e se machuque sem querer.— É melhor se mexer um pouco mais — ela diz, a voz baixa e gotejando de sarcasmo. — Se continuar quieto assim, os panos não irão sair do lugar — Lovetta termina de prender as correntes nos pulsos de Lukan.A lycan loira se levanta, então pega o coleira e fechar o colar de metal ao redor do pescoço de Lukan, o som do metal pesado parece ainda mais cruel em meio ao silêncio, sua expressão dura, sem qualquer traço de compaixão.Com um único olho quase completamente regenerado, Lukan observa enquanto Lovetta se agacha diante dele. O silêncio na sala é cortante, pesado, enquanto o corpo de
“Encontramos isso na sua bolsa quando foi pega — Mara finalmente respondeu, observando Melody folheando o livro envelhecido. — Guardamos para você. Não podíamos entregá-lo às suas irmãs, pois ela queria que a joia assumisse outra dona, sabíamos que a hora de te devolver iria chegar.”As palavras de Mara ecoam na mente de Melody enquanto seus dedos deslizam pelo couro desgastado da capa do livro envelhecido pelo tempo, traçando os símbolos antigos que estão gravados ali.Melody respira fundo, o ambiente ao seu redor imerso em uma penumbra silenciosa, as cortinas pesadas bloqueiam a maior parte da luz do lado de fora. Melody cruza as pernas, enquanto abre o livro com cuidado, sentindo o cheiro familiar das páginas que em seu passado passou dias e mais dias lendo sem parar, cada página amarelada uma lembrança de antes de tudo dar errado.Ela fecha o livro e o aperta contra o peito, o sentimento de ódio e magoa se mesclando em seu ser, o gosto amargo que ela nunca pensou sentir do desgost
Melody tentou levantar a cabeça, mas uma dor lancinante atravessou sua espinha. A intensidade era insuportável, irradiando por cada parte de seu corpo, tornando cada tentativa de movimento um tormento, como se estivesse afundando no concreto frio sob ela.A sensação de vulnerabilidade a atingiu com força, algo que ela nunca havia experimentado antes. Sua mente correu em busca de respostas, tentando desesperadamente entender o que estava acontecendo, mas tudo estava nublado, fragmentado, como um pesadelo do qual não conseguia acordar.— Onde... estou? — Ela tentou perguntar, mas suas palavras saíram como um sussurro fraco, carregado de dor. A garganta seca e o gosto amargo de sangue metálico em sua boca apenas intensificaram a sensação de impotência.O silêncio respondeu. Ninguém ao redor, ninguém para oferecer qualquer explicação. Apenas as correntes ao redor de seu corpo vibravam, enviando novas ondas de dor a cada movimento, a cada tentativa falha de se libertar. O metal frio contra
Melody sentiu o pânico aumentar, seu corpo inteiro dolorido, mas o desejo de lutar ainda permanecia. Ela se esforçou para puxar um feitiço de sua memória, algo que pudesse reverter a situação, mas a dor constante a impedia de se concentrar.— Não irei matá-la, maldita, a morte é pouco para o que você fez comigo.Melody não soube por quanto tempo a tortura continuo, apenas que a dor é insuportável e constante. Ela tentou invocar o nome da deusa, mas as palavras pareciam presas em sua garganta, como se a própria magia que ela tanto amava estivesse sendo sugada dela.Então, como um relâmpago, uma sensação de queda toma conta dela, e a memória começa a desaparecer. Melody é subitamente arrancada daquela lembrança, a visão de Melody se aclara e ela percebe que ainda está no apartamento de Mara, de frente para o livro de feitiços. Sua respiração está pesada, gotas de suor escorrendo por sua testa enquanto seus olhos se ajustam à iluminação fraca do lugar.— Melody! — Mara chama, a voz soand
— O que acha que eles estão fazendo agora? — Kesha pergunta, se debruçando sobre a janela do corredor. Seus olhos seguem a linha do horizonte, onde o céu começava a tingir-se com os tons alaranjados do entardecer, as copas das arvores cobertas de neve. O olhar dela está distante, cheio de incerteza, como se tentasse imaginar o que poderia estar acontecendo.⸺ Acha que meu pai vai conseguir reconquistá-la? — Kesha questiona, sua voz carregada de uma esperança hesitante.Luciana se posiciona ao lado de Kesha, apoiando os braços no peitoril da janela. O vento suave balança alguns dos fios de seus cabelos brancos, enquanto ela reflete sobre a pergunta com cuidado, seus pensamentos voltando ao passado turbulento que testemunhara, ela conhece bem os dois lados dessa história, o que faz sua resposta ser ainda mais difícil.— Sinceramente, espero que ele sue muito para isso — Luciana responde, a voz carregada de sinceridade.Kesha vira o rosto para encará-la, uma expressão de surpresa mistura
O silêncio entre eles é denso, carregado de tensão e o peso dos instintos lupinos de Miguel. Seu corpo inteiro se torna uma barreira entre Sasha e qualquer ameaça, não deixará nada se aproximar a qualquer custo.Ele emite mais um rosnado, um som mais baixo, porém mais agressivo e impaciente, deixando claro que ele não recuará.Prenha.As duas lycan se entreolham, tanto Luciana quanto Kesha chegam a essa conclusão, e então voltam a observar com cautela a postura de Miguel.O lobo de Miguel solta outro rosnado, mais forte dessa vez, e seu corpo se inclina ligeiramente para frente, uma clara demonstração de poder e domínio. Ele não está apenas sendo territorial; está sendo um pai protetor, um macho alfa determinado a garantir a segurança de sua fêmea e de seus filhotes.Mesmo que a parte humana de Miguel esteja consciente de que Luciana e Kesha não representam uma ameaça real, ele não consegue controlar o instinto paterno de seu lobo, que grita para levar Sasha de volta para a segurança
O sino da porta da padaria tilinta suavemente quando Mariana sai com um saco de papel na mão, ela se distrai enquanto abre o embrulho do doce que comprou junto as tortas para a viagem, o cheiro de pão fresco e doces recém-assados ainda pairando no ar, ela desce os degraus lentamente, absorta na tarefa de abrir o pacote.Mas então, quando finalmente levanta os olhos, algo — ou melhor, alguém — a faz parar imediatamente. Seu olhar se prende a uma figura conhecida do outro lado da rua, e seu corpo congela no mesmo instante no lugar.Melody.Mariana sente um choque percorrer seu corpo, suas mãos tremem involuntariamente. A sacola escorrega de seus dedos e cai no chão, espalhando as tortas pela calçada.— Me-Melody... — ela sussurra, a voz saindo quase inaudível, como se estivesse temendo quebrar o momento frágil. Seus olhos se arregalam, pega totalmente de surpresa, jamais imaginou encontrar a sua irmã ali, bem na sua frente, quase como uma miragem.A figura de Melody é inconfundível: o m
— Eu sei o que eu vi — repete, baixinho. — Era ela, sim. Não venha me dizer que estou alucinando, era a Melody. O silêncio entre eles se torna pesado. Pedro a observa por um momento, tentando escolher as palavras certas, mas antes que possa dizer algo, ele decide agir. Com passos lentos, ele se aproxima de Mariana e coloca as mãos em seus ombros, tentando oferecer algum conforto.— Não precisa ficar assim, Mari — a voz dele é suave. — Eu acredito em você — Mariana segura a vontade de revirar os olhos e dizer que ele não precisa acreditar, ela sabe o que viu e pronto. — Assim que resgatamos Sasha, eu te ajudarei a encontrar Melody, não deixaremos pedra sobre pedra, não descansarei até a encontramos, prometo.Mariana olha para ele com uma expressão cética, as palavras de Pedro não consegue amenizar a fúeria que a consome, apenas parecem alimentar.— E o que você poderia fazer para me ajudar, Pedro? — Ela retruca, tom dela é ríspido e amargo cortando o ar. — O que um mero humano pode fa