Lovetta se aproxima da cela onde Sasha está presa, o cheiro pungente de pele queimada preenche o ar, fazendo seu estômago se revirar. O som dos gritos de dor de Sasha corta o silêncio opressivo, e um calafrio gélido sobe pela espinha de Lovetta fazendo seus pelos eriçarem. Ele está realmente queimando uma humana? O pensamento a atinge com força, e o horror cresce em seu peito. Embora nunca tenha confiado plenamente em Lukan, ela não imaginava que ele seria capaz de ir tão longe em um ato tão cruel. A apenas alguns passos da cela, Lovetta para. Respira fundo, mas a decisão de fazê-lo prova-se um erro, pois o cheiro da carne queimada invade suas narinas, causando lhe causando náusea. — O que está fazendo aqui? — A voz de Lukan ecoa de dentro da cela, áspera e irritada. Lovetta rapidamente coloca sua máscara de indiferença, caminhando com passos firmes até a entrada da cela. Ela evita olhar diretamente para Sasha, não querendo que qualquer traço de preocupação ou compaixão em seu ro
Ajoelhado no chão frio da cela, Pedro se concentra com toda sua força na fechadura à sua frente. Seus dedos trêmulos trabalham rapidamente, tentando manipular o arame que ele havia conseguido improvisar a partir dos cadernos que vieram junto com os livros. Cada tentativa falha apenas aumenta sua frustração, mas ele não tem outra escolha. O tempo é limitado, e ele sabe que precisa agir antes que seja tarde demais. — Nos filmes essa merda parece mais fácil... — murmura baixinho para si mesmo, um suspiro cansado escapando de seus lábios. Ele respira fundo, tentando ignorar a sensação crescente de desespero. A cada batida do relógio de parede, o peso da urgência aumenta, como se a própria cela estivesse se fechando ainda mais ao seu redor. O suor escorre por sua testa, e suas mãos suadas tornam difícil segurar o arame. Tente de novo. Ela precisa de você. Você prometeu que a protegeria, seu lixo! Incentivado por seus pensamentos, Pedro se obriga a pegar o arame mais uma vez, e tenta m
— Precisamos tirar isso dela, não posso deixar que minha filha morra.Mariana hesita, sua mente procurando uma solução diferente. Ela sabia o que Pedro estava sugerindo, mas havia algo que a incomodava.— E se Sasha for a companheira destinada de Miguel? — Ela tenta sugerir uma saída alternativa. — Ela passaria pelo ritual e então...— Sasha é uma Luna Cimex — a interrompe. — Não tem como ela ser a companheira destinada de um Genuíno Alfa! — Pedro retruca, a voz carregada de desesperança.— Vamos sair daqui, antes que esses lycans acordem — Mariana pega a mão de Pedro e começam a andar para fora.Enquanto andam pelos corredores escuros, Pedro sente um peso ainda maior em seus ombros. Ele sabia que estava arrastando Mariana para algo ainda mais perigoso, e isso o atormentava.— Sinto muito por envolvê-la nisso mais uma vez, Mariana — ele diz, a culpa evidente em sua voz. — Você pode ser vista como uma traidora pelas bruxas por ter me ajudado a sair daqui, e se descobrirem o que fez por
— Sem ela para atrapalhar, você finalmente poderá se tornar a Genuína Lunam! — Lukan rosna, seu olhar frio e calculista, enquanto observa Sasha se contorcer no chão. Sasha solta um rosnado profundo, sua voz entrecortada pela dor excruciante. Suas costas se arqueiam de forma involuntária, enquanto a prata continua a queimar sua pele, o cheiro de carne queimada tornando o ar pesado e sufocante. Ela mal consegue respirar, sua visão turva de dor, o corpo frágil lutando para suportar o tormento. Lovetta, observando a cena, sente a fúria se acender em seu peito. A ideia de se livrar de Sasha para finalmente ocupar a posição de Genuína Lunam deveria ser tentadora, já que ela mesma planejou e desejou tanto que Sasha saísse de seu caminho. Mas agora, seu pensamento é outro. Depois de ter visto as marcas da rejeição no pescoço dela, ter visto a maneira como ela se comporta, de como se importa, de mesmo xingando e batendo boca com quem tinha mais força e poder que ela, ela é única a estender
Lukan não consegue terminar a frase. Num piscar de olhos, sua cabeça é agarrada com uma força brutal, garras afiadas no lugar de unhas cravam-se em sua cabeça, e ele é violentamente empurrado contra a parede de pedra.O som oco do impacto reverbera pelo porão, misturado ao estalo inconfundível de osso se partindo. A testa de Lukan racha com o choque, e uma linha espessa de sangue escorre pela ferida aberta, manchando sua pele pálida enquanto seus olhos se arregalam de dor e surpresa.O momento parece se arrastar no ar, a tensão palpável enquanto o corpo de Lukan desaba lentamente no chão, suas pernas falhando em sustentá-lo. O sangue pinga no piso de pedra, formando uma pequena poça vermelha ao redor de sua cabeça. Seus olhos encontram os de Miguel, e por um instante, o tempo parece congelar.Em câmera lenta, Lukan vê o punho de Miguel indo em sua direção. Ele tenta mover-se, mas a pressão da dominância de Miguel o paralisa. Cada célula do seu corpo grita por reação, mas é inútil. O l
Miguel não teve tempo de processar a informação de que a cúmplice de que Lukan se referia era sua escrava, sua mente e corpo haviam sido dominados pela dor compartilhada com Sasha. Tudo o que ele conseguiu focar foi em chegar o mais rápido possível e vingar a sua fêmea.Mas agora, outra verdade se impunha diante dele, uma ainda mais avassaladora.Sua escrava humana, não é humana, não completamente.Ele sente seu peito aperta, a compressão de tudo parece ser demais até para ele.Miguel relembra do cheiro que sentiu na noite passada, o feitiço, que agora ele compreende, começou a se desmanchar após ter recebido seu nó, após a vida do filhote ter sido concebida...Aquele feitiço, com certeza foi um feitiço duplo, ele prendeu a parte lycan de Sasha e mascarou o cheiro do feitiço com outro. Somente uma das princesas bruxas poderia fazer algo assim.Miguel rosna.Pedro mentiu.Pedro sabia da existência dos lycans, do acordo entre os deuses, mas sempre se recusou a responder as perguntas, mes
Miguel afasta a cabeça da de Sasha gentilmente, seus dedos tremem levemente, já antecipando a dor que está por vim. Ele se inclina e deposita um beijo na testa peluda de Sasha, um gesto quase instintivo de carinho e arrependimento. Sasha lambe o próprio focinho, suas orelhas em pé, encarando-o.— Eu estou com você, minha pequena lux lunaris — Miguel diz, e então transforma seu dedo indicador em garra.Ele afunda sua garra na testa de Sasha, a sangue instantaneamente começa a emergir da ferida, Sasha solta um grunhindo, seu corpo lupino tensiona e ela tenta afastar sua cabeça do toque que lhe causa dor.— Não se mexa, querida — Miguel pede, sua voz um sussurro doloroso. — Farei isso rápido — ele promete e começa a desenhar o circulo na testa dela, uma representação da lua cheia. Sasha se tenta se afastar com mais força, Miguel a prende com as pernas e a outra mão ele força a cabeça dela a ficar no lugar.Cada linha traçada pela garra é uma dor que ele sente junto dela, ecoando pela lig
A realidade de ver sua companheira morta, mesmo que temporariamente, é um fardo maior do que Miguel poderia imaginar.O vínculo que os unia ainda pulsa dentro dele, como uma corda invisível amarrada ao coração de Miguel, fazendo-o sentir a ausência de vida no corpo de Sasha de forma quase física. Ele precisa acreditar que ela retornará. A deusa da lua lhe prometeu isso ao fazê-lo destinado a ela, então ela irá voltar. E, no entanto, o medo se infiltra, insinuando-se em cada recanto da sua mente.— Sasha... — ele chama por ela, sua voz treme com a rouquidão de seu tom, apertando-a com mais força em seu abraço, sentindo o corpo dela, agora gelado, pressionado contra o seu. Um calafrio corre pela espinha de Miguel, o peso da incerteza e da dor quase o paralisando.Ele morde o lábio, sua mandíbula tensa, e seus olhos permanecem fechados com força, como se a dor de abri-los fosse insuportável. Dentro dele, seu lobo se agita, tão angustiado quanto ele. Ambos estão à beira do desespero, mas