Capítulo 03

Olívia

Há semana passou como um vendaval, agora estou olhando da janela do meu quarto a chuva lá fora que faz um bom tempo que caí. Penny foi em umas de suas festas loucas, até parece que essa garota só vive disso e claro ela insistiu pra mim ir mas dessa vez não fui, porque eu não gosto muito de festas e toda vez que vou, me encontro com Adrian e sua turma.

Sei muito bem que esse garoto não vai com a minha cara e mesmo pedindo desculpas ele ainda continua sem trocar uma palavra comigo a não ser para humilhações, então por isso eu prefiro ficar no quarto lendo um livro. Sem perceber as horas se passaram rápido, sinto meu estômago roncar de fome, vou até meu armário pegar minha carteira e resolvo ir até a lanchonete que fica próximo do alojamento, mas mesmo assim é um pouco longe.

Pelo menos não tenho mais tanta dificuldade de andar no campus como era antes. Chego na lanchonete e a garçonete vem me atender pra fazer meu pedido, depois que lhe digo o que vou querer ela saí rebolando para os garotos que estão ao lado da minha mesa. Cada um tem sua preferência já eu não gosto de olhares sobre mim, porque me sinto envergonhada e sem jeito quando algo desse tipo acontece.

Espero alguns minutos e meu pedido chega, estava terminando de pagar quando a chuva resolveu aparecer novamente, mas não posso esperar passar porque está muito tarde não quero ficar andando pelo o campus sozinha uma hora dessa. Vou andando enquanto gotas de água me molham fazendo-me arrepiar com frio que estou sentindo nesse momento e quanto mas apresso meus passos a chuva começa a engrossar.

De repente meu corpo se ilumina com os faróis de um carro atrás de mim, me afasto um pouco para o canteiro para não me sujar de lama, o carro para e fica do meu lado acompanho para ver quem é. Meu coração começa se agitar no meu peito, quando vejo a pessoa que está no volante.

— Entra no carro! — Adrian diz com seu tom autoritário, mas não dei ouvidos e continuei andando. — Além de imbecil, você é surda garota? Vamos entre logo se não vai pegar uma pneumonia!

Se ao menos pedisse com educação eu até entraria no seu carro, mas não vou entrar no carro de quem me trata mal e que não tem um pingo de gentileza. De repente o cretino freia o carro bem na minha frente proibindo minha passagem, ele sai do carro fechando a porta com uma certa força.

— Que parte eu disse pra você entrar na droga do carro, não entendeu?! — Diz pegando no meu braço

— Eu não vou entrar no seu carro e se não ouviu uma resposta foi porque eu rejeitei sua carona! — Digo me arrependendo de ver sua mandíbula contraída.

— Não quero saber se rejeitou. Se não entrar agora, eu mesmo arrasto você para dentro dele. — Disse com raiva. Mas quem ele pensa que é?

— Você não teria coragem! — Ele não move nenhum músculo. Tiro o meu braço do seu agarre e saio de perto dele, pensando que ele me deixaria seguir em frente, mas pelo visto me enganei, Adrian novamente agarra meu braço me arrastando em direção a seu carro. — Está bem eu vou entrar, não precisa disso tudo!

Adrian me solta e entra novamente no carro, sem mas chances faço o mesmo. Sinto um aroma tão gostoso dentro do carro de perfume masculino. Vejo ele mexendo no banco de trás, quando volta a olhar pra frente ele me entrega uma jaqueta de couro preta.

— Tome vista. — Fico olhando para a peça em sua mão — Se não quiser ficar doente pegue logo a jaqueta. Vamos pegue!

— Você está querendo que eu tire minha blusa, para vestir sua jaqueta?

— Tem algum problema nisso? — Pergunta sem paciência.

— Sim, eu não vou me trocar aqui com você dentro do carro. — Sei que minhas bochechas estão vermelhas com a vergonha que estou sentindo agora.

— E quem disse que vou olhar você se trocando? Não perderia meu tempo com pouca coisa.

Como uma pessoa consegue ser tão arrogante dessa maneira? Sem pensar duas vezes saio do carro caminhando na chuva novamente, sinceramente não tenho que ficar ouvindo palavras que machucam sem ser merecidas. Escuto a porta do carro sendo aberta e logo depois sendo fechada, caminho, mas rápido escutando seus passos atrás de mim até ele me encosta em na parede molhada de um beco.

— Porque saiu do carro? — Esse cretino só pode está brincando comigo e ainda é cínico me fazendo essa pergunta.

— Olha eu entendo que você ficou chateado comigo do que aconteceu, mas eu já te pedi desculpas. Você não tem o direito de ficar me ofendendo cada vez que nos encontramos. Não precisa ficar me humilhando na frente das pessoas.

Ele não diz nada e fica me encarando enquanto a chuva cai sobre nós. Põe um de seus braços do lado da minha cabeça enquanto com sua outra mão, ele desliza seus dedos sobre os meus lábios.

— O que pensa que está fazendo? — Pergunto meio ofegante com seu toque na minha boca.

— Nada. — Diz afastando sua mão de mim, mesmo não querendo sinto falta. — Desculpe… não foi minha intenção lhe ofender, por favor entra no carro eu te prometo que não vou falar, mas nada.

Confirmo com a cabeça, passando por ele entrando no carro, mas uma vez. Pego sua jaqueta dessa vez fazendo como ele tinha me pedido e como prometido Adrian passa o caminho todo em silêncio. Fico olhando as gotas da chuva sobre a janela do carro. Saio dos meus pensamentos quando paramos em frente ao meu prédio.

— Chegamos! — Fala sem tirar os olhos do volante.

— Hum... obrigada pela a carona, foi muito gentil da sua parte. — Ele dá um sorriso de lado.

— Não foi nada!

— Bom... mesmo assim obrigada, tenha uma ótima noite!

Saio de dentro do carro sem esperar sua resposta, vou a caminho em direção da porta principal escutando o ruído de seu carro saindo. Quando chego no quarto noto que Penny ainda não chegou, troco de roupas percebendo que esqueci de devolver a jaqueta de Adrian.

Pego a jaqueta respirando seu perfume inebriante me deixando totalmente boba, vou para o banheiro pego o sabão lavando minhas roupas e a sua jaqueta, depois estendo no varal que tem na varanda do quarto. Depois que término tudo, visto meu baby doll me deitando na cama e capotando.

Acordo com os raios de sol iluminando o quarto, abro um sorriso com a bela visão de dois pássaros na minha janela, hoje o céu está tão bonito que vou ficar um pouco na grama do campus embaixo de uma árvore e ler um pouco uns dos meus romances preferidos.

Olho para o lado e vejo a Penny dormindo, me levantei sem fazer barulho para não acordar a dorminhoca. Vou para o banheiro fazer minhas higienes, depois de pronta vou na varanda pegando a jaqueta do Adrian. Em seguida saio do quarto e vou para a lanchonete tomar meu café da manhã, depois que faço meu pedido fico olhando pela a janela meus olhos param em um determinado lugar, Adrian, está com alguns de seus amigos, ele me olha, mas não demonstra nenhuma expressão então nem me esforço a sorrir pra ele.

Volto minha atenção para a moça que chega com o meu pedido. Trato logo de me servir pois hoje acordei com uma baita fome, assim que termino saiu do estabelecimento criando coragem pra entregar a jaqueta do Adrian. Caminho em sua direção com sua jaqueta em mãos, todos param de conversar quando chego.

— Oi, vim entregar sua jaqueta e, mais uma vez obrigada! — Esticou sua jaqueta para que Adrian possa pegá-la, mais ele não move nem um músculo.

— Eu não... quero, mas essa jaqueta pode ficar com ela. — Diz dando de ombros, fico sem saber o que dizer.

— Bom... se você pensar que está suja, fique sabendo que já lavei e está muito bem limpar! — Todos começam a rir, mas não sei o motivo da risada.

— Será que não entendeu? Eu não quero, mas essa jaqueta. — Diz, com uma cara séria.

— Se você não quer... muito menos eu vou querê-la.

Digo jogando a jaqueta nos seus pés, saio antes que possa dizer qualquer coisa para me humilhar, pois sei que não sairá nada de bom da sua boca, ainda mais depois que fiz na frente dos seus amigos. Óbvio que não ficaria com algo que não seja meu.

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