- Ei! - uma voz doce me assustou enquanto sentia braços quentes ao meu redor. - Não faz isso comigo... Não, não, não - Essa voz, reconheceria em qualquer lugar do mundo. Mas confesso que não gostei de ter chorado enquanto ele ainda estava no quarto, sendo que não o vi.
- Esse é o problema, eu não faço nada... - começei a chorar mais uma vez - Todos se desapontam comigo, e agora você tambem se desapontou.
- Eu? - Ele se ajoelhou em minha frente - Nunca, ouviu? Nunca me desapontaria, e acho que está bem claro o quanto eu me importo e gosto de você Isadora. Deixa de besteira, pequena.
- Mas você disse que..
- Esquece o que eu falei ta legal? É que estou meio... Nervoso com tudo isso... É tudo muito novo pra mim.
- Muito bem, Jonas - O mestre falou, me dando parabéns. Depois de eu ter entrado na cabeça dela que inclusive foi muito facil, e ter falado essas palavras que me mandaram falar, com certeza que ela ficou com medo. Ela tem a mente muito fraca.-Agora vá, e não me decepcione. - Me mandou sair do templo às pressas. Sei onde ele quer que eu vá, quer que eu deixe recado da chegada deles no colorado. Depois de ter passado o recado a menina, vou achar um humano para saciar a minha fome, mas não estou tendo muita sorte esses ultimos dias. Nenhum humando nunca mais foi a floresta, tirando a garota. Eles estão ficando mais espertos.Essa menina, Isadora, me deixou muito curioso. O seu sobrenome me deixou muito curioso mesmo. Isadora Wisley, o mesmo sobrenome de minha amada. As vezes me pego pensando nela e em tudo o que aconteceu, mas logo distraio os pensamentos com as coisas que tenho que faz
Enfim chegou o grande dia. Olhei ao lado e a luz do sol entrava pela janela direto para o meu rosto.Tive um sonho ruim com o Jack. Eu o via se afastar de mim e entrar dentro da floresta, e tive a sensação de que ele jamais voltaria. Senti uma tristeza profunda, como se fosse perde-lo. Esperei por muito tempo fora da floresta e ele voltou finalmente, so que todo ensanguentado e se arrastando pelo chão, pedindo minha ajuda. Corri ate ele, mas quando cheguei la... não deu tempo.Lavantei e joguei a lembrança do sonho pra bem longe. Tomei meu banho rapido e depois de me vestir fui para a cozinha, mas não tinha ninguém lá, deviam já estar se organizando para ir pra floresta. Acho que estou atrasada e é melhor correr. Comi alguns biscoitos que estavam em cima da mesa, bebi um suco de uva correndo e abri a porta.Fui para fora e vi Jack, Jarry e Kille conversando com uma cara não muito boa. Não vou até eles. Vou esperar aqui mesmo
Enquanto tentava saber o porque de ele ter dito o nome da minha mãe, escutei os passos pesados e firmes dos lobos passando por mim.Os lobos chegaram até ele, que estava ajoelhado no chão em minha frente, e abocanharam os seus braços e suas pernas, o puxando para trás gritando de dor, ficando longe de mim.Não consegui me mover. Fiquei imovel observando a cena.Minha expressão era de total medo e arrependimento de ter aceitado fazer parte de tal crueldade. Seus olhos não expressavam raiva, medo ou até mesmo que queria me matar, só não tirava seu olhar do meu, triste e molhado por suas lágrimas. Minhas pernas enfraqueceram pelo susto e eu me ajoelhei no chão.Começei a chorar em silencio quando vi os dois lobos segurando seus braços, se erguerem para cima, apertando mais os seus braços com os dentes, fazendo ele gritar mais ainda de dor e obriga-lo a se sentar de joelhos inclinado para frente.
- JACK PARA! - gritei o mais alto que pude gritar.Olhei no fundo dos seus olhos azuis, e quando percebeu o que estava acontecendo, se afastou o mais rápido que pode de mim. Ele fechou sua boca, abaixou a pata e seu corpo ao me ver em sua frente, com os braços erguidos.- O que voce esta fazendo Isadora?? Eu acabei de quase te matar! - A sua voz saiu de minha cabeça, sem acreditar no que via e ali eu soube que ele estava com raiva de mim. E eu estou dele tambem, entao assim ficamos quites.- Não! - falei entre lágrimas que eu nem percebi que desciam antes. - Você não pode fazer isso, não está vendo? - sem tirar o olhar de Jack, apontei para o Gorclex atrás de mim, caído. - Ele não nos fará mal, ele só... ele só... eu não sei ainda o que ele é o que quer, mas ele t-
- Bob?- Sim... quem fala?-bSou eu, Amélia - Ouvi sua respiração acelerando do outro lado da linha. - Olha, eu sei que Isadora está ai, preciso falar com ela.- Ela não está aqui - Ele suspirou - No momento. - Suspirei, pelo menos eu acertei que ela estaria com o pai dela, mas demorei a achar o numero dele.- Eu preciso falar com ela, se estiver, por favor, passe o telefone pra ela.- Você é uma egoísta - Ele alterou o seu tom de voz - Se você ainda liga para a felicidade de nossa filha, não fale com ela. Está muito bem sem você.- Olha, não fale assim comigo! Eu liguei para falar com ela, e se não falar, eu mesma vou até o colorado.- Não se atreva...- Me espere no sábado, estarei chegando pela manhã! - Desliguei.Tomei mais um gole da minha bebida pensando em como vai ser voltar para o Colorado mais uma vez e tentar não lembrar
- Filha! - Minha mãe soltou suas malas no chão e me abraçou com força.- Mãe...o que está fazendo aqui? - Me soltei dos seus braços e a encarei.- Eu disse para seu pai que viria, ele já te contou? - Ela olhou para meu pai por cima do meu ombro.-Sim, ele disse. Disse que viria semana que vem, e eu não acreditei que isso fosse verdade. Que você viria...- Estava com tanta saudade! - Ela me olhava com atenção com os olhos molhados. - Nós precisamos conversar.- Agora não é uma boa hora para isso mãe... entre. - Falei sem expressar o quanto estou surpresa. Todas as pessoas da minha vida, aparecem e desaparecem do nada. Ela nem me ligou para saber onde estava e aparece de repente, sem dar explicações.Se sentou no sofá ao lado de Jack e deu uma boa olhada para ele. Ele estava sen
- Onde estamos? - Perguntei a Jack.- Ora... -Disse beijando minha bochecha. - Iria te trazer aqui depois do jantar em sua casa... - Disse e me lembrei do acontecido. Será que eles ainda estão brigando? Do jeito que minha mãe é, já deve ter ido embora outra vez.- Não fique pensando no que aconteceu Isa, é pior - Disse caminhando comigo por uma caminho de terra até uma ponte de madeira, toda iluminada por luzes coloridas.- Eu sei, mas não consigo... Ainda mais por você ter visto aquilo. Foi muito vergonhoso.- Nao me importei com aquilo. Me importo apenas com você. - Me olhou e pegou em minha mão - Isa, eu queria te dizer uma coisa. No dia que você correu do campo de ervas, eu não consegui te achar, então conversei com o gorclex sobre o que ele tinha te dito - Falou meio hesitante. Pra falar a verdade, eu tinha esquecido dessa história.- E sobre o que, exatamente, vocês conversaram? - pergute
- Jonas? Jonas é você? - Falei olhando para aquela criatura a minha frente. Eu sei que é ele, mesmo estando dessa forma. Eu sinto. - Sou eu, Cecília! - Reparei que minha filha olhava para mim boquiaberta. Não sei se ela sabe o que está acontecendo, mas eu sei que é ele. Tenho certeza.- Por favor me responda! - Implorei."Sim... sou eu" - Ouvi sua voz em minha cabeça. "Você é Cecília?" - Sua voz agora estava mais firme.- Sim, sou eu. - Ele ficou imóvel trocando olhares entre mim e Isadora."Então não é ela? " - ele me perguntou apontando para Isadora. Como assim ela?- Ela o que? Eu não acredito que é você! Depois de tanto tempo...Senti as lagrimas comecando a deslizar por minha pele."Eu... eu... Você está diferente Cecília. "- E você ta