Capítulo 51CristianVoltei à minha mesa, ainda podia ver o rosto de Damon estampado em minha mente. A determinação nos olhos dele era algo que raramente via em pessoas envolvidas em investigações; Ele realmente estava disposto a tudo para encontrar a filha, e isso fazia sentido. Se eu estivesse no lugar dele, faria o mesmo.l, eu nunca abandonaria um filho.O orfanato mencionado por Ayla era o ponto de partida mais lógico, era única pista além do hospital, mas de lá eles enviam para vários orfanatos, vou seguir do ponto que ela diz ter chegado, e eu não posso perder tempo. Digitei no sistema de busca interna do FBI, tentando encontrar qualquer registro conectado ao "St. Marie". Para minha frustração, a localização exata parecia não estar nos arquivos digitais.— Que droga... — murmurei, ajustando minha postura na cadeira.Decidi ligar diretamente para um contato da Interpol, uma agente com quem já havia trabalhado antes. Era tarde na Itália, mas isso não me deteve. Depois de algumas t
Capítulo 52CristianO avião pousou em solo italiano, e meu corpo estava tenso. Durante o voo, analisei os registros que consegui extrair do sistema do FBI e as informações compartilhadas por Damon. Não podia negar que sua determinação era contagiante, mas sua impulsividade era perigosa.Como saímos com pouco tempo de diferença ele já tinha ido ao orfanato, estava indo direto ao próximo orfanato, sem pensar nas consequências.Saí do aeroporto, o carro alugado pelo FBI já me aguardava, dirigi até o endereço que Damon me enviou a contra gosto. Cheguei ao "C.A. Crianças Abandonadas" pouco antes do anoitecer. O lugar me trouxe lembranças que eu queria esquecer, apagar e apenas seguir, mas o destino com certeza é sádico...Ao entrar, vi Damon no hall principal. Ele estava de costas, falando com uma senhora que reconheci imediatamente: Dona Rosa, era como viver o último dia que a vi, e trazer a dor de não saber seguir sem ela pra mim novamente...Dona Rosa, a mesma mulher que cuidava de C
Capítulo 53CassandraO som do telefone ecoou pela sala enquanto eu arrumava Cecília. O coração já batia acelerado. Nos últimos dias, qualquer ligação poderia trazer notícias que mudariam minha vida, e isso era um peso quase insuportável.— Alô?— Minha filha... — A voz de Dona Rosa chegou suave, um misto de alívio e preocupação.Engoli em seco. Fazia meses desde nossa última conversa, e eu sabia que, se ela estava me ligando, não era por algo trivial.— Dona Rosa, o que aconteceu?— Eles estiveram aqui, filha. Cristian e um senhor chamado Damon Schiavon. — Minha respiração parou. — Procuraram informações sobre Cecília. Eles estão desesperados, e vão chegar até você...Sentei-me lentamente na cadeira mais próxima, a cabeça girando.— Eles sabem...?— Ainda não tudo. Mas, Cassandra, ouça-me bem. Cristian está cada vez mais perto, e esse senhor Schiavon está movendo céus e terra para encontrar a filha. Você precisa se preparar.Olhei para o quarto onde Cecília dormia tranquilamente. Meu
Capítulo 54 – CassandraEu sentia o peso da minha gravidez em cada movimento, mas não era apenas estar grávida de Cristian que me consumia. O medo de perder Cecília, a filha que eu adotei com tanto amor, crescia a cada dia. Eu estou prestes a perder a única família que conheço, e tudo isso era culpa minha. Eu sabia que o destino estava me cobrando, é o carma dos meus erros eu sei, no fundo eu sei, eu sei que estava prestes a enfrentar uma verdade que nunca desejei revelar, mas que, mais cedo ou mais tarde, precisaria ser dita. Damon... Damon, o verdadeiro pai dela, que tinha o direito de tê-la de volta. Eu o conhecia, sabia o quanto ele deve amar mesmo sem tê-la em sua vida. E ele merecia tê-la. Ela era dele, e eu não tinha o direito de negá-lo.Minha mente não conseguia parar. Como eu podia fazer isso? Como eu poderia entregar a filha que tanto amava, sabendo que ela poderia crescer longe de mim? E ao mesmo tempo, como eu poderia impedi-lo de ser pai, quando tudo o que ele queria e
Capítulo 55 – CassandraO silêncio estava pesado entre nós, e eu sabia que era hora de finalmente contar a Damon o que eu mais vinha escondendo. Não havia mais como adiar. A verdade precisava ser dita, e ele precisava entender o que estava em jogo pra mim. Não apenas sobre Cecília, mas sobre tudo o que havia acontecido nos últimos tempos.Damon estava de pé, me observando, aguardando que eu falasse mais. Eu podia sentir o peso da expectativa em seus olhos, e foi então que a voz saiu, foi quase como um sussurro, mas carregada de verdade toda a verdade, que eu não podia mais esconder.— Damon, tem mais coisas que você precisa saber sobre mim. É algo muito importante que eu nunca te contei, aliás não conto a ninguém. Eu... eu sou uma hacker procurada, me chamam de Ghostred.As palavras ecoaram no ar, e eu vi a surpresa tomar conta de seu rosto. Mas antes que ele pudesse reagir, continuei, sabendo que a explicação precisava ser mais profunda.— Alguns meses atrás, quando fui tirar férias,
Capítulo 56 – DamonAs palavras de Debby continuavam ecoando em minha mente. Eu era pai. Cecília era minha filha.Foi tudo tão rápido, mas encontrar ela bem e saudável foi a melhor sensação. Era um conceito tão grandioso, tão inesperado, que parecia difícil de acreditar. Caminhei pela sala, tentando encontrar sentido em tudo isso. Cada passo ecoava como o peso das minhas incertezas, e mesmo assim, um novo sentimento começava a crescer dentro de mim, eu sou pai!Eu tenho uma filha.Me lembrei de todas as vezes que vi Cecília, sem saber quem ela era. De como seus olhos brilhavam com a inocência de um bebê e de como o simples som de sua risada tinha o poder de iluminar o ambiente. Mas, mais importante, como eu poderia ser pai, será que eu vou ser um bom pai? Quanto eu já perdi nesses meses, eu não pude acompanhar a gravidez nem o parto eu fui roubado, mas mesmo sem ter tempo de aprender agora eu sou pai...Enquanto andava, memórias do passado começaram a vir à tona. Ayla, o momento em q
Capítulo 57 Damon e DebbyA porta se fechou suavemente atrás de Debby, e eu fiquei ali, no centro da sala, ainda segurando os braços já sentindo o vazio dos poucos segundos sem ela em meus braços. A paz momentânea que sentira ao vê-la adormecer começava a se dissipar, e, no lugar, surgiam as inquietações. Havia uma urgência em mim que não podia mais ignorar: Cristian.Eu sabia que ele estava investigando, e que, mais cedo ou mais tarde, ele iria descobrir a verdade. A única pergunta era: como contar a ele sem que tudo se desmoronasse?Debby se sentou no sofá, depois de ter levado Cecília para o berço, os olhos cheios de preocupação, e as palavras que ela precisava dizer pairavam no ar, não ditas, mas sentidas. Sentei-me ao seu lado, então me virei para encará-la.— Não podemos mais esconder isso, Debby. Cristian está investigando, e ele vai querer saber o que está acontecendo. Ele precisa saber que encontrei minha filha, mas precisamos encontrar uma maneira de contar a ele sem que el
Capítulo 58 – DamonOs dias se passaram como uma tempestade silenciosa, cheia de momentos tensos e decisões difíceis. Mas com notícias boas, o hospital parecia distante agora, com minha mãe já em casa, se recuperando bem e com Cecília sorrindo ao meu lado. O sentimento de alívio que eu tinha, ao ver minha mãe em boa saúde, foi lentamente substituído por uma nova ansiedade... Eu sabia que estava na hora, a verdade de Cecília precisa ser contada, mas de uma forma cuidadosamente controlada. E hoje vai ser o dia.Eu e Debby passamos os últimos dias preparando o terreno. A história estava pronta, e tudo o que restava era ser convincente. Cristian não podia saber a verdade. Não ainda. Não agora. Não até que estivéssemos prontos para enfrentar, sim juntos eu vou estar com ela e vou mover céus e terras quando ela quiser contar a verdade a ele.O dia estava cinza, como se o céu estivesse refletindo a tensão que me dominava. Eu já estava no escritório, sentado à mesa, revisando mais uma vez os