capítulo 5 - A Tensão

O sol brilhava forte sobre o autódromo, enquanto as últimas voltas da corrida estavam prestes a acontecer. A tensão no ar era palpável. As equipes estavam no limite, tentando obter a melhor estratégia para garantir a vitória. As máquinas rugiam em aceleração, os pneus queimando o asfalto, e os engenheiros na garagem estavam todos atentos, esperando que seus pilotos completassem as últimas voltas com maestria.

As previsões diziam que a corrida seria uma disputa acirrada entre a Red Bull e a Hamptons Motors, mas, ao contrário do esperado, a vitória não foi para nenhuma das duas. De forma surpreendente, uma equipe que vinha se destacando pela sua estratégia inovadora conseguiu superar os favoritos e cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. A vitória foi inesperada, mas o clima de celebração no paddock era indescritível.

No pit da Hamptons Motors, Sofia observava, atônita, a equipe campeã comemorar. A derrota não a afetava tanto quanto o que havia acontecido anteriormente no motorhome com William. Ela ainda estava processando aquele momento intenso, as palavras dele, a forma como ele a fazia perder o controle. Era algo que ela nunca imaginou viver com ele, seu maior rival.

Porém, por mais que tentasse ignorá-lo, William estava sempre ali, com aquele sorriso provocante, olhando para ela com um brilho nos olhos. E agora, em meio à comemoração, ele não ia deixar de provocá-la.

Após a corrida, as equipes estavam na área de imprensa para tirar fotos oficiais. As câmeras estavam a todo vapor, e os vencedores se alinhavam para comemorar. Sofia, ao lado de sua equipe, forçou um sorriso enquanto posava para as fotos, sentindo uma mistura de emoções. Ela não sabia se estava mais feliz pela corrida ou pela presença de William a cada segundo.

Ela sabia o que ele estava fazendo.

Ele estava novamente investindo nela. E ela não sabia o que fazer com isso. A química entre eles estava inegável, mas ao mesmo tempo, ele era seu maior inimigo.

Após as fotos, a equipe campeã convidou todos para uma festa. O local escolhido era um elegante salão no centro da cidade, decorado com o tema da vitória e das cores vibrantes das equipes. A música estava alta, os copos de champanhe sendo erguidos por todos os lados, e a energia da festa era contagiante.

Sofia, no entanto, ainda sentia a tensão crescente. Ela não sabia se queria continuar evitando William ou se estava disposta a ceder novamente. O que aconteceu entre eles na noite anterior ainda queimava dentro dela, e cada vez que ele se aproximava, ela sentia o calor voltando.

Ela estava de vestido preto, elegante, mas com um toque de ousadia. Seus olhos buscavam os outros, mas sabia que, mais cedo ou mais tarde, ele viria.

E, claro, ele não demorou.

William se aproximou, com um copo de champanhe na mão, o olhar fixo nela. Seus olhos estavam mais intensos do que nunca, e ele parecia ainda mais confiante após a vitória da sua equipe, embora ela soubesse que a Red Bull não fosse a campeã daquela noite.

– Então… – William começou, sua voz suave, mas carregada de provocação. – Como foi a corrida para você?

Sofia o olhou, sem querer dar o braço a torcer, mas seu corpo estava começando a reagir ao magnetismo dele.

– Você não pode estar falando da corrida, William. – Ela sorriu de lado, tentando manter o controle, mas a cada palavra dele, ela sentia seu muro ruir.

Ele se aproximou mais, ficando muito perto dela, o cheiro do perfume dele fazendo seu coração acelerar.

– Claro que estou falando da corrida – ele disse, passando a mão suavemente sobre a lateral de seu braço, em um gesto quase casual, mas com o toque de alguém que sabia exatamente o efeito que causava. – Você não acha que pode escapar de mim, certo?

Ela engoliu em seco, sabendo que ele estava falando tanto da corrida quanto do que havia acontecido entre eles.

– Não acho que você tenha chance. – Ela riu, mas sua voz traía a insegurança que começava a surgir dentro dela.

A festa estava a todo vapor, mas, para Sofia e William, o tempo parecia se arrastar enquanto eles trocavam olhares carregados de tensão. Eles estavam rodeados de outras pessoas, mas parecia que nada mais importava.

Sofia sorriu de forma desafiadora.

– Você ainda não percebeu, William? – Ela deu um passo para trás, seus olhos fixos nos dele. – Isso entre nós é só um jogo. E, como sempre, você vai perder.

William olhou para ela, um sorriso arrogante surgindo em seus lábios. Ele não se intimidava com ela. Pelo contrário, isso só o fazia querer mais.

– Eu gosto de um bom desafio, Sofia. – Ele deu um gole em seu champanhe, sem tirar os olhos dela. – E você, a cada minuto, se torna mais interessante. Quem sabe, uma hora, você possa ceder e reconhecer que eu te levo a loucura.

Sofia sentiu a tensão entre eles explodir novamente. O que era para ser uma conversa sobre negócios, agora parecia um jogo de sedução em plena festa, no meio da celebração de um vencedor.

– Não se engane, William – Sofia disse, sua voz mais baixa, mas ainda cheia de desafio. – Isso entre nós, seja o que for, vai acabar.

Ele sorriu, um sorriso misterioso.

– Eu não tenho certeza disso, Sofia. – Ele se inclinou levemente para mais perto dela, sentindo o calor que emanava dela. – Quando você perceber o que está realmente em jogo, vai ser tarde demais para voltar atrás.

Sofia não soube o que dizer. Ela queria resistir, mas algo dentro dela já estava começando a quebrar. Eles estavam brincando com fogo, e, de alguma forma, ela já sabia que, ao final, ambos se queimariam.

William se afastou suspirando. – Quando decidir que está pronta,sabe onde me encontrar.

William se afastou e foi conversar com alguns conhecidos na festa.

Sofia observava as modelos ao redor, todas rindo e lançando olhares insinuantes para William e os outros CEOs presentes. A festa estava animada, e as mulheres claramente tentavam se aproximar de William, mas ele parecia alheio a isso, focado em algo que ela só começava a entender. Sofia, por outro lado, não queria ser mais uma na multidão, mas também não conseguia tirar os olhos dele. Seu coração batia mais rápido toda vez que ele sorria ou falava com alguém, especialmente se fosse uma mulher.

Mas, à medida que ele trocava palavras com as modelos, Sofia sentia uma onda de ciúmes que não conseguia controlar. Ela estava tentando ignorar a sensação, focando na bebida, mas era impossível não notar como William provocava uma atração irresistível de todos ao seu redor. Ele sabia o poder que tinha sobre as pessoas, e, para ela, ele sabia que não precisava fazer esforço algum para fazer isso funcionar.

Decidida a tomar controle da situação, Sofia foi até o bar. Pediu um whisky, o mais forte que encontrassem, e, com um único gole, a bebida desceu quente pela sua garganta, queimando cada centímetro de seu corpo e liberando uma sensação de alívio, mas também de inquietação. Ela limpou a gota de álcool que escorreu por sua boca com a ponta do dedo, sentindo o calor de seus próprios gestos, como se a bebida fosse uma desculpa para a tensão que aumentava em seu peito.

Com a mente turvada pela mistura de ciúmes e desejo, ela foi até o jardim, sem olhar para trás, mas sabendo que William a seguiria. O espaço era tranquilo, com uma leve brisa e as árvores ao redor criando uma atmosfera mais íntima. A lua iluminava o caminho, e Sofia se apoiou contra a cerca de madeira, esperando que ele a alcançasse.

Não demorou muito, e logo William apareceu, seus passos firmes e seu olhar tão determinado quanto sempre. Ele parou diante dela, observando-a com uma intensidade que fazia o estômago de Sofia revirar.

– O que você está fazendo aqui? – Sofia perguntou, tentando disfarçar a confusão em sua voz. Ela não queria que ele soubesse que sua presença a afetava tanto.

Ele deu um passo em sua direção, um sorriso travesso brincando em seus lábios.

– Estava te seguindo, claro. Não quero perder você de vista.– Ele parou a poucos centímetros dela, e seu olhar não saia do rosto de Sofia. – Eu sou um bom perseguidor, você sabe disso.

Sofia franziu a testa, tentando se manter firme. Ela estava fazendo o possível para esconder o turbilhão de sentimentos que se passava dentro dela.

– Eu sei o que você está fazendo, William – ela respondeu, a voz mais grave. – Está brincando comigo, com os meus sentimentos. Não é só sobre corrida, não é?

Ele riu, o som baixo e quente. Ele deu um passo mais perto, agora quase tocando a pele dela.

– Brincando com seus sentimentos? – Ele repetiu, arqueando uma sobrancelha. – Eu não sou um homem de brincadeiras, Sofia. Eu gosto de algo mais... real. E você sabe disso.

Sofia o olhou, seus olhos se estreitando. As palavras dele ecoavam em sua mente, mas ela sabia o que ele queria dela. Ele estava fazendo tudo para fazê-la se abrir, para fazer com que ela se entregasse a ele de uma maneira que ela não queria, mas ao mesmo tempo desejava.

– Eu sei o que você está fazendo, William. – Sofia respirou fundo, suas mãos agarrando a cerca atrás de si. – E, por algum motivo, não consigo resistir. Eu... eu... – Ela hesitou, sentindo a vulnerabilidade tomando conta de seu corpo, mas não podia mais esconder. – Eu sinto algo por você. E não sei o que é, mas sinto.

Ele ficou em silêncio por um momento, seu olhar nunca deixando o dela. Então, com um movimento rápido, ele a puxou para mais perto, suas mãos no quadril dela, fazendo com que ela ficasse completamente contra seu corpo. Sofia olhou para ele, sentindo o calor dele invadir seu espaço pessoal, sua respiração mais pesada.

– Isso é o que eu queria ouvir. – William murmurou, sua voz rouca. – Não queria que você fosse tão teimosa, Sofia. Você sente isso por mim e, se for ser sincera, sei que você não consegue tirar os olhos de mim. Você quer mais.

Sofia sentiu o calor subir em seu rosto, mas ao mesmo tempo o desejo a consumia. Ela sabia que estava em um campo minado, e, por mais que tentasse lutar contra isso, não conseguia mais ignorar a atração que existia entre eles. Ele estava certo. Ela sentia, e agora não sabia mais como esconder.

– Então, o que a gente faz ? – ela perguntou, a voz trêmula, mas carregada de uma tensão palpável.

Ele se inclinou para mais perto, seus lábios quase tocando os dela.

– Agora, Sofia, você vai finalmente deixar tudo isso acontecer. Não temos mais o que ceder.

E, sem mais palavras, seus lábios se encontraram, e o mundo ao redor deles desapareceu. A única coisa que importava naquele momento era a explosão de desejo e intensidade que finalmente explodiu entre eles.

 

 

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