Capítulo 04

Convite Inesperado

  Começou mais um dia, Baris e Elis foram trabalhar, depois de uma noite, em que os dois ficaram a maior parte do tempo pensando um no outro. Baris decidiu que aquele seria o dia em que ele faria Elis baixar a guarda.

💭 Amiga dele, pode ser perigoso, ele pode ter outras intenções e eu vou acabar me iludindo. - Elis respirou fundo. 💭Bem, não vou mais pensar nisso, vou trabalhar, não posso ficar pensando nele, minha cabeça não pode ficar mais confusa do que já está .💭 - Elis pensou na possibilidade de ser amiga de Baris.

  Elis foi chamada para mais um atendimento no andar, ela entrou no elevador. No elevador, estavam algumas pessoas e Baris. Elis e Baris tentaram disfarçar, mas sempre seus olhos se encontravam. Quando as portas do elevador abriram, eles acabaram saindo no mesmo andar.

- Bom dia, como você está? - Baris aproveitou para iniciar uma conversa.

- Bom dia. - Elis olhou rapidamente para Baris e desviou o olhar. - Bem, e você? - Elis perguntou tentando disfarçar o nervosismo.

- Tranquilo, vamos ter um feriadão neste final de semana, o que você vai fazer? - Baris fez a pergunta com o objetivo de saber algo sobre Elis.

- Esse é meu final de semana de folga, mas não programei nada, porque talvez eu trabalhe no domingo para um colega. - Elis respondeu ainda desconfortável com aquela conversa no corredor do Hospital.

  Elis se aproximou do balcão no posto de enfermagem. Ela começou arrumar seu material para atender ao paciente. Baris permaneceu acompanhando ela, com o objetivo de continuar a conversa.

- E você, o que vai fazer? - Por curiosidade ela perguntou.

- Vou para casa de veraneio de Lucas, meu amigo e colega que trabalha aqui também, você deve conhecer ele. - O tom de voz de Baris era tranquilo.

- Eu sei quem é. - Elis voltou a organizar seus materiais. - Então seu feriadão será ótimo. - Elis exclamou cruzando os braços na defensiva.

- Não trabalhe para seu colega. - Baris ponderou por alguns segundos. - Vem comigo!? - A pergunta dele saiu mais em tom de apelo.

  Elis ficou surpresa com o convite, mas decidiu não criar expectativa com ele, então deu um ponto final na conversa.

- Não, eu já prometi para meu colega que trabalharia para ele. - Elis tentou parecer desinteressada. - Então não vai dá, te agradeço pelo convite, eu preciso ir. - Elis ignorou o convite de Baris, ela finalizou a conversa e seguiu com seu material para fazer o exame do paciente.

  Baris ficou chateado com a resposta de Elis. Ele foi ao andar para fazer suas visitas aos seus pacientes internados. Então, ele se sentou na frente de um dos computadores do posto de enfermagem para fazer as prescrições de seus pacientes. Neste momento, Lucas chegou e se sentou ao lado dele e percebeu que Baris estava chateado.

- Que cara é essa, aconteceu alguma coisa? - Lucas perguntou examinando a expressão do amigo.

- Nada. - Baris respondeu de forma ríspida.

- O que tem acontecido com você, que parece estar sempre chateado ou com raiva de alguma coisa? - Lucas perguntou colocando a mão no ombro de Baris.

- Já disse que não é nada. - Baris não tinha intenção de continuar com o assunto.

- Então tá. - Lucas deu de ombro e continuou. - E aí, está tudo certo para o final de semana, você vai, não é? - Lucas perguntou, ainda frustrado pelo comportamento do amigo.

- Vou sim. - Baris confirmou sua presença.

- Hoje você está mesmo para poucas palavras, pensei que fôssemos amigos. - Lucas comprimiu os lábios e continuou. - Você nunca me escondeu nada e nestes dias tenho a impressão que tem algo que você não quer me contar. - Lucas não se conformou de ser deixado de fora dos problemas do melhor amigo.

- Olha, Lucas, ainda não tem nada para falar, quando tiver, nós conversaremos, está certo!? - Baris não conseguia colocar para fora o que sentia.

- Ok, quando você quiser conversar, não esqueça que sempre fomos mais do que amigos. - Lucas se expressou de forma plausível.

- Certo. - Baris concordou e voltou sua atenção para o computador.

  O final de semana chegou, Baris e os amigos se organizaram para a viagem.

  "Diga Verônica". - Baris atendeu à ligação de Verônica.

  "Oi, Baris, eu vou com você no seu carro." - Verônica ligou para Baris se oferecendo para viajar com ele.

" Não, é melhor você ir no seu mesmo. "- Baris dispensou Verônica.

" Como assim!? Sempre viajamos juntos. O que houve? " - Verônica perguntou cautelosamente.

" Eu tenho algumas coisas para fazer e não sei a que horas vou pegar a estrada." - Baris deu uma desculpa para se livrar de Verônica.

"Certo, então nos encontramos lá. "- Verônica concordou frustrada.

" Ok. " - Baris se despediu e desligou o celular.

  Quinta à noite, todos chegaram à casa de veraneio de Lucas, menos Baris. Os amigos estranharam, visto que ele sempre foi um dos primeiros a chegar. Antes de pegar a estrada, Baris passou na casa dos pais. Sr Kemal, pai de Baris, estranhou, porque geralmente o filho nunca foi lá antes de viajar. Baris ligava, avisando que viajaria para os pais não se preocuparem.

- Baris, pensei que você já estava na estrada, o que houve? - Sr Kemal perguntou surpreso em ver o filho.

- Nada pai, só não estou muito afim de ir desta vez. - As palavras de Baris mostravam sua relutância.

- Filho se você não está com vontade, é melhor não ir. - Ao falar, Sra Tereza segura no braço de Baris. - Fica aqui e passa o final de semana com a gente, já faz um tempo que você não fica com seus pais. - Sra Tereza a mãe de Baris fica apreensiva e pede para o filho não ir.

- Não mãe, Lucas está à minha espera, eu já havia prometido passar o feriadão na casa dele. - Baris se justifica.

- Certo filho, mas dirija com cuidado e assim que chegar me avise. - Sra Tereza beijou o rosto de Baris e continuou. - Está bem? - Sra Tereza aconselhou o filho com o coração apertado.

- Ok mãe, já vou indo. - Baris se despediu e foi em direção a porta.

  Sr Kemal fez sinal para que a esposa continuasse onde estava e acompanhou o filho até o carro.

- Baris, me diz o que está acontecendo, filho? - Sr Kemal insistiu.

- Não é nada demais pai. - Baris tenta fugir da pergunta do pai.

- Existe algo que você não quer falar, é no Hospital? - Baris nega balançando a cabeça a pergunta do pai. - É uma garota? - Baris não respondeu, só baixou a cabeça e respirou fundo. - Entendi é uma garota, e pelo visto não é Verônica. - Sr Kemal matou a charada, pois ele conhecia bem o filho.

- Eu não sei exatamente o que sinto, mas eu tentei me aproximar, e ela fica sempre na defensiva. - Baris se desabafa.

- Então, filho, a surpreenda. - Sr Kemal sugeriu e arqueou as sobrancelhas.

- Eu vou pensar no que fazer. - Baris deu de ombro. - Já vou pai, não quero pegar a estrada muito tarde. - Baris se despediu e foi em direção ao carro.

- Ok filho. - Sr Kemal ficou observando o filho entrar no carro.

  Baris seguiu viagem e por todo o caminho, ele pensava no que o pai falou " à surpreenda".

- Como vou fazer isso? - Baris se perguntava em pensamento.

  Baris chegou e seus amigos já estavam todos em volta da piscina bebendo. Baris respirou fundo e saiu do carro, Verônica foi recepcionar ele.

- Como você demorou!! - Verônica falou animada ao vê Baris.

- Passei antes na casa de meus pais. - Baris responde desanimado.

- E como está tia Tereza e tio Kemal? - Verônica perguntou e passou os braços em volta da cintura de Baris.

- Estão bem, eu estou cansado, vou dormir. - Baris respondeu e afastou os braços de Verônica.

- Não acredito que você veio para dormir? - Verônica perguntou incrédula.

- Amanhã eu acompanho vocês, fala com o pessoal, não vou até lá porque não estou no clima hoje. - Baris respondeu indo em direção aos quartos.

- Quer companhia? - Verônica perguntou toda oferecida.

- Não, eu quero ficar só. - Baris não tem interesse nenhum em ficar com ela.

  Ele á dispensou sem dar chance de outro argumento da parte dela. Baris seguiu em direção ao quarto que costumava dormir, todas as vezes que vai à casa de Lucas. Ao entrar, Baris percebeu que a bagagem de Verônica também estava lá. Então, ele foi dormir em outro quarto que estava desocupado.

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