Capítulo 65: Fuga na EscuridãoO pânico tentava tomar conta de Beatriz, mas ela não podia se dar ao luxo de fraquejar. O eco dos passos dos inimigos se espalhava pela floresta, enquanto os gritos davam ordens entre si. O cheiro de pólvora ainda pairava no ar após o disparo, e ela sabia que só tinha segundos antes que fossem descobertos.Ela puxou Davi para mais perto, seu corpo pesando contra o dela. Ele abriu os olhos por um instante, a febre ainda queimando sua pele.— Aguenta firme. — Beatriz sussurrou, sentindo o coração martelar contra as costelas.Fernando não estava ali para ajudá-los, e agora era tudo ou nada.Ela precisava sair da caverna antes que fossem encurralados.Apertando a arma nas mãos trêmulas, ela respirou fundo e tentou escutar os sons ao redor. Os homens estavam se espalhando, vasculhando o terreno. Isso era sua única vantagem.Beatriz lançou um olhar rápido para a saída alternativa – uma pequena passagem nas rochas, estreita o suficiente para que pudessem rastej
O silêncio da floresta era sufocante. O vento sacudia as copas das árvores, fazendo as sombras dançarem de forma ameaçadora. Beatriz manteve-se imóvel, cada músculo de seu corpo tenso, os olhos cravados no breu que se espalhava à sua frente. As sombras se moviam lentamente, quase como se testassem sua paciência.O coração dela martelava no peito, cada batida um lembrete de que estavam vulneráveis, expostos, fracos demais para outra fuga. Davi não tinha forças para se defender e Fernando não estava ali para ajudá-los. Era apenas ela, sozinha contra o desconhecido.Um galho estalou mais perto desta vez. Beatriz segurou a respiração e ergueu a arma, apontando-a na direção do som. Seus dedos estavam firmes, mas um suor frio escorria pela nuca. Ela sabia que se hesitasse, poderia ser o fim.De repente, um vulto emergiu da escuridão.Beatriz sentiu o corpo inteiro reagir, e seu dedo se moveu sobre o gatilho, pronta para disparar. Mas então, a luz pálida da lua revelou um rosto familiar.— F
A escuridão da floresta parecia mais densa a cada passo que Beatriz dava. O ar frio cortava sua pele, misturando-se ao suor que escorria por sua testa. Seu coração martelava no peito, não pelo esforço, mas pela tensão crescente. Cada folha que se movia, cada galho que estalava, parecia um aviso de que não estavam sozinhos.Davi pesava contra ela, o calor febril de seu corpo contrastando com o frio da noite. Fernando vinha logo atrás, arfando, seu ferimento cobrando seu preço. Eles estavam fracos, mas não podiam parar.Então, o silêncio se rompeu.Um assobio longo e sinistro cortou o ar.Beatriz parou abruptamente, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. Fernando também congelou, seus olhos se movendo freneticamente ao redor. O som vinha de todas as direções, como se a floresta sussurrasse seu próprio aviso de morte.— Eles estão aqui. — Fernando murmurou, apertando a arma nas mãos trêmulas.O assobio se repetiu, dessa vez mais próximo. Era um jogo psicológico, uma caçada cruel onde
Beatriz sempre foi dedicada ao trabalho. Inteligente, eficiente e discreta, ela sabia que a posição de secretária-executiva na Bernardes Corporation não era fácil, mas nunca imaginou que sua vida viraria de cabeça para baixo com a chegada do novo CEO.Davi Bernardes era a definição de poder e frieza. Jovem, brilhante e implacável nos negócios, ele assumiu a presidência da empresa com um único objetivo: expandir os negócios da família. Sua reputação o precedia, e Beatriz logo percebeu que trabalhar para ele exigiria mais do que simples profissionalismo.Desde o primeiro encontro, uma tensão elétrica pairou entre eles. Davi era exigente, e Beatriz nunca se deixara intimidar. Mas havia algo nos olhos dele – um olhar predador, intenso, que a fazia sentir-se vulnerável.No entanto, Beatriz se recusava a ser apenas mais uma em sua lista de conquistas. Com uma postura firme, ela manteve-se profissional, mesmo quando Davi parecia testar seus limites, provocando-a com pequenas insinuações e de
O silêncio no quarto era denso. Beatriz tentava se concentrar em qualquer coisa que não fosse a presença avassaladora de Davi. Ele, por sua vez, parecia à vontade, sentado na poltrona com um copo de uísque nas mãos, observando-a.— Você está fugindo de mim, Beatriz. — Ele afirmou, sem rodeios.Ela ergueu o olhar, surpresa com a franqueza. — Estou apenas sendo profissional.Davi soltou uma risada baixa, descrente. — Profissional? E se eu disser que desejo mais do que isso? — Ele se levantou, aproximando-se lentamente.O coração de Beatriz disparou. Ela queria responder, dizer que aquilo era loucura, mas sua voz falhou. A tensão entre eles era palpável, e quando Davi parou a poucos centímetros dela, seus sentidos foram tomados pelo perfume amadeirado e pelo calor que emanava de seu corpo.— Se disser que pare, eu paro. — Sua voz era rouca, carregada de promessa.Beatriz sentiu a respiração acelerar. Sua mente gritava para fugir, mas seu corpo não obedecia. A razão dizia uma coisa, mas o
Manter o relacionamento profissional enquanto escondiam sua atração avassaladora provou ser mais difícil do que imaginavam. Pequenos toques acidentais, olhares prolongados e encontros furtivos tornaram-se parte de sua rotina diária.Uma noite, depois que a maioria dos funcionários já havia saído, Davi a chamou em sua sala para revisar um contrato. Beatriz tentou se concentrar no documento à sua frente, mas sentiu quando ele se aproximou, sua respiração roçando sua nuca.— Você faz ideia do que está fazendo comigo? — A voz dele era um sussurro carregado de desejo.Ela fechou os olhos por um segundo, lutando contra a vontade de se virar e acabar com aquela distância.— Estamos no escritório, Davi. — Tentou manter a firmeza na voz.— Eu sei. E é exatamente isso que torna tudo ainda mais intenso. — Ele deslizou os dedos pela lateral do braço dela, causando arrepios.Beatriz virou-se para encará-lo, o desejo refletido em seus olhos. A razão dizia para se afastar, mas sua vontade gritava pa
Nos dias seguintes, Beatriz decidiu investigar por conta própria. Usando sua rede de contatos, ela descobriu que o homem das fotos era Ricardo Vasconcelos, um empresário conhecido por suas transações ilícitas.Quando confrontou Davi sobre isso, ele hesitou antes de admitir: Ricardo era um antigo sócio de sua família, envolvido em um acordo sigiloso que poderia destruir sua reputação se viesse à tona.— Eu não queria te envolver nisso, Beatriz. Mas agora que sabe, preciso que confie em mim. — Davi pediu, seus olhos carregados de emoção.Beatriz respirou fundo. Estava dividida entre o medo e o desejo de protegê-lo.A tensão entre eles atingiu seu ápice. Naquela noite, após uma discussão acalorada no escritório, Davi segurou Beatriz pelos braços, seus olhos queimando com intensidade.— Você me deixa louco, Beatriz. — Sua voz era rouca.Antes que ela pudesse responder, seus lábios se encontraram em um beijo feroz, carregado de desejo reprimido. Beatriz soube naquele momento que, independe
Após o confronto, Beatriz sabia que não poderia mais apenas reagir aos acontecimentos. Ela precisava agir.Em uma noite silenciosa, decidiu buscar respostas por conta própria. Acessou arquivos antigos da empresa, analisou contratos suspeitos e, finalmente, encontrou algo que chamou sua atenção: uma transação milionária entre a Bernardes Corporation e uma empresa offshore associada a Ricardo Vasconcelos.Antes que pudesse pensar no que fazer com aquela informação, seu telefone vibrou novamente. Outra mensagem anônima."Agora você viu demais. Cuidado com quem confia."O ar ficou pesado ao seu redor. A ameaça agora era direta.No dia seguinte, Davi notou sua inquietação e a puxou para uma sala reservada.— O que foi dessa vez? — Ele perguntou, visivelmente preocupado.Beatriz hesitou, mas mostrou a tela do celular para ele.Davi fechou os olhos por um instante antes de murmurar:— Isso está indo longe demais.— Então me diga a verdade! Eu preciso saber com o que estou lidando. — Ela insi