A caminhada pelo vilarejo abandonado era um desafio. Cada passo era doloroso, cada sombra parecia esconder um novo perigo. O vento assobiava entre as construções em ruínas, carregando consigo um presságio inquietante. Beatriz sentia o peso de Davi contra si, o calor febril do corpo dele um lembrete constante de que estavam lutando contra o tempo.Samuel os guiava através de vielas estreitas, sua postura rígida e alerta. Ele conhecia aquele lugar melhor do que qualquer um, e Beatriz confiava que, se houvesse uma saída segura, ele a encontraria.Fernando arfava ao lado dela, sua resistência diminuindo a cada minuto. O ferimento em seu abdômen exigia descanso, algo que ele não podia ter.— Falta pouco. — Samuel murmurou, parando diante de uma construção semi-intacta.Era uma antiga igreja, suas paredes de pedra desgastadas pelo tempo. As grandes portas de madeira estavam entreabertas, e o interior era escuro, mas oferecia abrigo.Beatriz e Fernando arrastaram Davi para dentro. O cheiro d
Oi, leitora!Se você chegou até aqui, quero te agradecer do fundo do meu coração por ter lido essa história. Cada palavra foi escrita com muito amor, e saber que você dedicou seu tempo para acompanhar esse livro significa o mundo para mim.Mas agora eu preciso de você! Seu feedback é muito importante para mim, então, por favor, deixe um comentário me contando o que achou da história. Qual foi sua parte favorita? Qual personagem te conquistou? Seu apoio e suas palavras me motivam a continuar escrevendo.E se você gostou do livro, me siga no I*******m (@tiellibooks) para ficar por dentro das próximas histórias, novidades e interagir comigo! Eu adoro conversar com vocês e compartilhar um pouquinho mais do meu mundo literário.Por fim, se essa história te tocou de alguma forma, compartilhe com outras pessoas. Indicar um livro para uma amiga é um dos maiores elogios que uma autora pode receber!Obrigada por estar aqui. Espero te ver na próxima história!Com carinho, Natielen Amélia
Os passos eram quase imperceptíveis, mas Beatriz sabia que estavam lá. O frio da madrugada cortava sua pele, mas o gelo em sua espinha vinha do medo crescente. A cada passo que davam, a presença invisível atrás deles ficava mais próxima.Samuel fez um sinal com a mão, indicando que todos parassem. Beatriz segurou Davi com mais força, sentindo o peso dele contra seu corpo. Fernando respirava pesadamente ao seu lado, cada movimento uma luta contra a dor.Então, o silêncio foi quebrado.Um estalo alto ressoou na escuridão, e antes que pudessem reagir, algo se moveu rapidamente entre as árvores. Um vulto indistinto disparou em sua direção, e Samuel girou a faca em um reflexo instintivo, atingindo o ar vazio.— Corram! — Ele ordenou, puxando sua arma.Beatriz não hesitou. Agar
O tempo parecia não avançar dentro da cabana. Beatriz sentava-se ao lado da cama, segurando a mão de Davi com força, como se aquele toque fosse o único elo entre ele e a vida. O som da água fervendo no fogão a lenha se misturava ao murmúrio baixo de Helena, que triturava ervas em uma tigela de barro.Fernando, ainda pálido e visivelmente esgotado, sentou-se no canto do cômodo, observando Helena com desconfiança.— Ele vai sobreviver? — Sua voz era rouca, carregada de preocupação.Helena não respondeu de imediato. Pegou um pano limpo, mergulhou-o no líquido escuro que preparara e o pressionou contra o ferimento de Davi. O cheiro forte de ervas tomou o ar, fazendo Beatriz sentir uma leve tontura.— Se a febre não baixar, não há muito que eu possa fazer. — Helena finalmente respondeu, sem desviar os olhos do rapaz desacordado. — Mas se ele lutar, talvez tenha uma chance.Beatriz engoliu em seco. Ela sabia que Davi era forte, mas até os mais resistentes tinham seus limites. O peso do medo
O silêncio dentro da cabana era quase tão pesado quanto a escuridão que pairava do lado de fora. O cheiro de pólvora e sangue impregnava o ar, misturado ao suor e ao cansaço que pesava sobre cada um deles. Beatriz ainda segurava a mão de Davi, sentindo a temperatura fria de sua pele contrastar com o calor febril que ainda o dominava.Samuel gemia baixinho, pressionando um pedaço de tecido sobre o ferimento em seu ombro. Fernando estava encostado na parede, a arma ainda firme em sua mão, mesmo que seus olhos piscassem em exaustão. Helena terminava de verificar os corpos caídos, recolhendo qualquer coisa que pudesse ser útil — munição, facas, suprimentos.— Eles vão voltar. — A voz de Helena cortou o silêncio. — E virão em maior número.Beatriz fechou os olhos por um momento, sentindo o peso das palavras. Era óbvio. Aquela batalha não havia sido uma vitória, apenas um aviso. Os inimigos agora sabiam onde estavam. Sabiam que não desistiriam sem lutar.— Precisamos sair daqui. — Samuel mu
O estampido do tiro cortou a escuridão, seguido por um grito abafado. O primeiro inimigo caía, mas o silêncio que veio depois foi ainda mais aterrorizante. Beatriz sentiu o coração acelerar, suas mãos suadas apertando a arma com força. O verdadeiro ataque ainda estava por vir.Helena se moveu rapidamente para a janela, espiando através das frestas de madeira.— Eles se espalharam. Estão tentando nos cercar. — Sua voz era tensa, mas controlada.Fernando engoliu seco, carregando sua espingarda.— Precisamos impedi-los de entrar. Se tomarem a cabana, estamos mortos. — Ele disse, sua voz carregada de cansaço e determinação.Samuel pegou um coquetel molotov improvisado, acendendo o pavio com calma mortal.— Então não vamos esperar. — Ele disse, antes de lançar a garrafa em direção à floresta.O vidro se estilhaçou ao tocar o chão, e em um instante, o fogo se espalhou entre os arbustos secos. As chamas iluminaram as sombras, revelando pelo menos cinco homens armados se movendo furtivamente.
O cheiro de fumaça e pólvora ainda impregnava o ar quando Beatriz e os outros se afastaram da cabana, a escuridão da floresta os engolindo por completo. Os galhos secos se quebravam sob seus pés, mas o som dos tiros e gritos atrás deles ofuscava qualquer outro ruído.Davi gemia contra seu ombro, a febre ainda alta. Beatriz sentia sua respiração fraca, cada passo um esforço para mantê-lo em segurança. Fernando mancava ao seu lado, e Helena os liderava, a espingarda ainda firme em suas mãos.— Não podemos continuar assim. — Samuel murmurou, ofegante. — Precisamos encontrar um abrigo.Helena assentiu, apontando para um pequeno morro mais adiante.— Há uma caverna ali. Não é ideal, mas nos dará cobertura até pensarmos no próximo passo.Beatriz olhou para Davi e assentiu. Ele precisava de descanso. Precisava de tempo.O grupo seguiu em silêncio, cada um carregando suas próprias dores e cicatrizes. Quando finalmente chegaram à caverna, Helena acendeu uma pequena tocha improvisada, revelando
O ar dentro da caverna ficou ainda mais pesado quando o líder dos caçadores deu um passo à frente, seus olhos frios analisando Beatriz com um interesse cruel. Ele segurava uma faca longa e fina em uma das mãos, girando-a lentamente entre os dedos, como se estivesse saboreando o momento.— Vocês nos deram um belo trabalho, devo admitir. — Ele disse, a voz carregada de ironia. — Mas toda fuga chega ao fim.Beatriz respirou fundo, mantendo a arma apontada para ele, embora soubesse que suas mãos tremiam levemente. Seu coração martelava no peito, mas ela se recusava a demonstrar medo.— Diga o que quer e saia daqui. — Ela rosnou, mantendo-se entre Davi e o invasor.O homem soltou uma risada baixa, quase divertida.— O que eu quero? — Ele inclinou a cabeça, fingindo considerar a pergunta. — Quero terminar o que comecei. Quero ver você implorar. Quero que ele — ele apontou a faca para Davi — morra nos seus braços, sabendo que falhou.O sangue de Beatriz gelou, mas sua expressão permaneceu fi