41. O amor não paga as contas
Naquela noite, Max mal conseguiu dormir. O peso da culpa repousava sobre seus ombros como uma âncora, afundando-o em pensamentos que não lhe davam trégua. O corpo quente de Cecília ao seu lado era a única âncora que o mantinha firme, mas nem mesmo o conforto do toque dela conseguia dissipar completamente a tempestade dentro dele.
Pela manhã, quando o sol mal havia surgido no horizonte, ele já estava de pé, vestindo-se com gestos rígidos. Cecília despertou ao ouvir o farfalhar das roupas, piscando sonolenta antes de se erguer na cama.
— Max? — A voz dela ainda carregava a doçura do sono, mas seu olhar logo se fixou na expressão dele, captando sua inquietação.
— Preciso sair. — Ele respondeu sem olhá-la, prendendo os botões da camisa com movimentos tensos.
Cecília franziu o cenho e puxou o lençol para cobrir o corpo antes de deslizar para fora da cama.
— Para onde?
— Arrumar um trabalho. — Max soltou um suspiro pesado, passando a mão pelo rosto. — Não posso mais adiar isso.