VICENTE ..... NAQUELA NOITE ..... — Oi? — falo ao atender a ligação. Assustei ao receber a ligação de Luna, eu estava tão concentrado no jantar. — Boa noite, Vicente. Como vai? — Luna cumprimenta. — Vou bem. — continuo — Mas a sua voz denuncia que você não está. — Não estou. — ela concorda. — O que houve? Escuto Luna suspirar. — Lana. — é a resposta dela. — Imaginei que fosse. — afirmo — O que houve? — Resumidamente, a Lana está enfrentando novamente uma crise. — Luna começa a falar — A empresa propôs adiantar o afastamento dela, visando a saúde emocional. — continua — Todos sabem que a Lana não está bem desde a descoberta da gravidez. Foi compreensível a empresa visar este bem, mas a Lana não viu com bons olhos. — Não esperava o contrário. — murmuro. — O último trimestre da gestação é decisivo, Vicente. — Luna conta — É preciso ter cuidado para evitar qualquer complicação. — Tentou conversar com ela? — Sim e levei um esporro. — Luna responde — Vicente, pela primeir
..... UMA SEMANA DEPOIS .....LANA— Aqui está uma fornada de cookies para o meu sobrinho querido. — Luna coloca a assadeira sobre a mesa.— O bebê agradeceu. — dou uma piscadela.— Sei! — ela olha-me de relance.A melhor parte da gravidez, devo dizer, é poder reclamar meus desejos e ter a Luna a minha disposição para prepara-los — e é claro, a minha mãe também desempenha esta função.Estico o braço para poder pegar um cookies, pois já estou salivando, quando o meu celular começa a tocar.— Hm... — solto um gemido de frustração.Devo ter deixado o celular na sala de estar.— Eu vou buscar. — Luna se prontifica.— Obrigada! — sorrio e volto a minha atenção para as guloseimas.Saboreio um, dois, três cookies...— Estão divinos... — digo em um suspiro.Escuto os passos de Lana e logo ela adentra a cozinha, dizendo:— É um número que você não tem em seus contatos. — Pode atender. — dou de ombros.— Alô? — Luna diz ao atender a ligação — Quem gostaria? — pausa — É a irmã dela. — pausa — S
..... ANOITECEU ..... — Como você está, Lana? Está sentindo algo? — Luna pergunta pela milésima vez. — Estou como estava a cinco minutos atrás... — resmungo — Estou bem. Escuto Pedro rir baixo, enquanto Luna vira-se para me olhar do banco do carona. — Estou preocupada. — ela avisa. — Eu sei. — continuo — E eu já disse estar bem. Volto a minha atenção para o celular onde estou conversando com Cosme. Ele nos passou o endereço do hospital onde Vicente está internado. Pedro foi muito gentil em aceitar nos levar ao hospital, apesar de serem três horas de viagem de carro. 💬 O Vicente já está no quarto, graças a Deus ele não sofreu nenhum ferimento grave ou fratura. — Cosme diz na última mensagem. Felizmente estamos a poucos minutos de chegar ao hospital, apesar da mensagem de Cosme, só irei ficar despreocupada ao ver pessoalmente Vicente. ..... Ao abrir a porta do quarto hospitalar, vejo Vicente deitado na cama, adormecido. — Vicente... — sussurro. Aproximo-me do leito para po
— ... Lana...? Abro os olhos, assustada, acabei adormecendo na poltrona. "Devo estar sonhando." — é o meu pensamento. Olho ao redor e lembro-me que estou no hospital, no quarto onde Vicente está internado — que a propósito, não é um quarto particular, mas não está sendo dividido com outro paciente. Apesar do quarto escuro sendo iluminado apenas por um abajur, tenho a impressão de ver Vicente com os olhos abertos. — Vicente? — chamo, com tom de dúvida. — Você veio. — escuto Vicente dizer, sua voz é quase um sussurro. Levanto-me rapidamente e aproximo-me: — Sim, eu vim. Nossos olhares se encontram, apesar de um semblante confuso, noto uma mistura de alegria e surpresa no olhar de Vicente. Seu olhar desce para a minha enorme barriga. — Estou sonhando? — Vicente pergunta e estende uma das mãos para tocar a minha barriga. — Não, não está. — respondo, mordendo o lábio inferior. — Ultimamente eu ficava feliz quando sonhava com você, mas agora é um alívio não ser um sonho. — Vic
..... MAIS TARDE .....Ficar esperando pelo médico dar alta para o Vicente está me deixando inquieta, o hospital não é um local agradável.Recebi ligações dos meus pais e amigos próximos, como a Chef Sophia para saber o estado de Vicente."No final, foi apenas um susto." — é o meu pensamento de alívio.Como passatempo, estamos assistindo um seriado na TV disponível do quarto.— Com licença? — a porta se abre e revela ser o Cosme.— E aí, mano? — Vicente se ajeita na cama, ficando sentado.— Lana. — Cosme me cumprimenta com aceno.— Boa tarde, Cosme. — respondo ao cumprimento.— Como está se sentindo, Vicente? — Cosme pergunta-lhe.— Ainda estou dolorido... — Vicente faz uma careta.— Você deu o maior susto, hein? — Cosme afirma.— Coloque susto nisso. — concordo.— Valeu, Cosme, por me acompanhar aqui. — Vicente agradece — Por avisar a Lana do ocorrido... — ele continua — Eu nem vi mais o meu celular depois do acidente.— Seu celular já era. — Cosme avisa — E o carro deu perda total t
..... DIA SEGUINTE ..... Enquanto o café da manhã está servido a mesa, fico tentada a quebrar o silêncio com Vicente. "Não é justo eu ter mandado ele estar distante de mim e agora eu tentar uma aproximação como se nada tivesse mudado entre nós." — penso. Meus olhos vão para o Vicente, o qual está entretido em seu café. "Eu fui muito dura com o Vicente, talvez ele não sinta mais sentimento algum por mim." — outro pensamento invade a minha mente. — Drog@... — resmungo. — Oi? — Vicente olha-me. Levanto o olhar para o rapaz. — Disse algo? — Vicente pergunta-me. — Não... — nego rapidamente. — Ok. Me remexo na cadeira na tentativa de encontrar uma posição mais confortável, então decido deixar os questionamentos de lado. — Você está muito calado desde que saiu do hospital. — falo por fim. Evito enrolar na conversa para não acabar desistindo de perguntar a Vicente o que está havendo. Agora não tem mais volta. — Estou, é? — Sim, muito calado. — continuo — Você está bem? Os pr
.... NAQUELE DIA — ANOITECEU ..... Uso o meu celular como entretenimento, pois não consegui deitar para dormir devido a falta de ar. Esta não é a primeira vez que ocorre este desconforto e meu desejo é que esta fase passe logo — outro assunto que me deixa inquieta, pois para isso acontecer o bebê vai ter que nascer... Escuto uma batida na porta e logo em seguida, é aberta e Vicente entra no quarto. — Lana, você está bem? — Vicente pergunta-me, preocupado — Eu vi a luz acesa e pensei que algo estava errado. — Estou bem, Vicente. Só não consigo dormir. — explico — Quando deito-me, estou a sentir fadiga e falta de ar. — É o bebê? Ele está dando trabalho? — Vicente se aproxima da cama. — Sim, ele está se movendo muito. — falo, em seguida volto a sentir os movimentos do bebê — Ah, espera... Ele está se movendo agora. Noto um brilho de curiosidade no olhar de Vicente e então, ele pede: — Posso sentir? — Claro. — sorrio. Levanto o tecido da camisola para expor a minha barriga, Vi
..... DOIS MESES DEPOIS .....Como o tempo tem passado rápido, as últimas semanas têm sido uma correria com os preparativos para receber o Hugo. Enquanto o Vicente está em casa, temos preparado o quarto do bebê — se dependesse de mim teria contratado uma decoradora para a organização do quarto, mas o Vicente insistiu no assunto de nós ficarmos responsáveis por isso — e tenho que admitir que tem sido divertido, além de tornar a espera para conhecer o Hugo impaciente.A organização do enxoval gerou diversos momentos, como o Vicente tentando montar o berço, enquanto eu tentava ajudá-lo com as instruções: — .... Agora você precisa... hum... girar a coisa... não, não, a outra coisa! — falo atrapalhada.— Qual coisa? — Vicente olha-me confuso.— Ah, você sabe, a coisa que faz a outra coisa funcionar! — começo a rir.— Eu acho que você está me confundindo de propósito! — Vicente se ajunta a mim na risada.Ou então, quando o Vicente pegou um livro de histórias infantis e começou a ler em