..... MAIS TARDE .....Estaciono o carro na frente do condomínio, com a intenção de vir visitar o Vicente — não conversámos após o almoço no bistrô francês, creio que ele tenha ficado chateado. Mesmo não podendo dirigir por causa do pulso enfaixado, a minha vontade de conversar e explicar o ocorrido para o Vicente foi maior. "Como vou explicar ao Vicente?" — este é o meu maior questionamento. Não foi apenas um almoço profissional, pois o Henri acabou flertando comigo — e a Ágatha jura de pés juntos que ele tem interesse em mim. "Vicente vai ficar possessivo quando souber." — penso. O que eu faço? Manter a distância de Henri é o primeiro passo. Bato na porta do apartamento de Vicente. — Lana? — Vicente indaga, parecendo surpreso. Seguro o riso. Vicente não conhece mais ninguém na cidade, porquê a surpresa de me ver em sua porta? — Vicente, precisamos conversar. — digo de desdém. A resposta de Vicente é abrir a porta e me dar espaço para entrar. Sentamos no sof
..... ALGUNS DIAS DEPOIS — SEXTA-FEIRA ..... 11:55 Pego os meus pertences e saio da sala, pois irei sair para almoçar. Finalmente, é sexta-feira. A semana foi uma loucura, tão atarefada e o que mais quero é terminar este dia e poder relaxar final de semana. O elevador me leva para o térreo, quando as portas se abrem revelam o corredor que leva até a recepção. Ao me aproximar de lá, escuto murmúrios dos funcionários dali. — Quem será o admirador secreto? — quem pergunta é a Mônica, a secretária. — Será que é alguém da empresa? — a voz é de Beatriz, a estagiária. — Henri Leblanc está sempre olhando para ela... — o comentário é de Rosa, a recepcionista. — Mas Lana não parece interessada nele... — a Beatriz diz. Paro de caminhar, hesitante. "As funcionárias da recepção estão falando de mim? E por quê?!" — penso intrigada. — Aquela lá não se interessa por ninguém. — Mônica diz com indiferença. Reviro os olhos com o comentário de Mônica, esta mulher é detestável.
Sentamos à mesa, com uma vista deslumbrante da cidade. Nossos olhares se encontram. — Estou feliz por estarmos juntos. — Vicente sorri. — Eu também, Vicente. — sorrio. O garçom do restaurante chega para anotar o nosso pedido. — O que você recomenda? — Vicente pergunta-me. — O risoto de frutos do mar. — Dois, por favor. — Vicente pede ao garçom. O garçom se retira. Enquanto esperamos o pedido, decido falar sobre o inusitado pedido de namoro. — Fiquei surpresa com o pedido de namoro. — começo a falar — Não esperava por isso. — Eu estava pensando já tinha um tempo sobre dar um passo e oficializar a relação. — Vicente diz. — Você sempre admitiu os seus sentimentos. — afirmo. — Sim, mas a senhorita sempre deixou claro para irmos com calma, pois carregava um temor terrível sobre ficar comigo. — Vicente lembra, o seu tom é com humor. Vejo graça em suas palavras e rio baixo. — O que mudou, é que nos últimos dias você tem demonstrando os seus sentimentos. — Vicente
..... ALGUNS DIAS DEPOIS — QUINTA-FEIRA ..... Como de costume, nas tardes de quintas-feiras vou a casa da minha mãe, Maria Helena, para um café da tarde na companhia de Luna. O cheiro de bolo fresco torna o ambiente ainda mais aconchegante. Nos reunimos sentadas na sala de visitas, nos confortáveis sofás. — O pilates tem sido ótimo, estou me sentindo tão disposta. — a minha mãe diz. — Está mesmo, Lana, acredita que a mãe foi andar de bicicleta com as crianças no parque outro dia? — Luna me conta. — Uau! — exclamo — Faz tanto tempo que eu não ando de bicicleta, a mãe está mais jovial que a própria filha! — Com sessenta anos preciso cuidar da saúde para conseguir me divertir com os meus netos. — minha mãe fala alegre. Inclino-me para pegar o bule de chá, o qual está em cima da mesa de centro, e me sirvo. Ao me endireitar no sofá, olho para a Luna e percebo que ela está olhando-me atentamente. Sigo o seu olhar para a minha mão direita, em especial para a aliança em me
..... INÍCIO DA SEMANA ..... A copa da empresa está silenciosa, com apenas o som de água fervente. Como de costume, vim na copa/cozinha da empresa preparar um chá de camomila — meu favorito — para relaxar. A porta da cozinha é aberta e Ágatha, a tesoureira, adentra. — Bom dia, Lana. Como você está? — ela me cumprimenta. — Bom dia. — respondo — Estou bem e você? — Tudo bem também. — Chá? — ofereço. — Aceito. — ela sorri. Quando o chá está pronto, sirvo nossas xícaras. — Lana, desculpe se eu estiver sendo enxerida, mas você está namorando? — Ágatha pergunta e gesticula para a aliança em meu dedo anelar. "Esta aliança ainda irá me denunciar por muito tempo." — penso. — Sim, estou. — sorrio. — Desejo-lhe felicidades! — Ágatha exclama. — Obrigada, Ágatha. — digo em agradecimento. — Todo mundo está comentando nesta manhã. — ela conta — Os presentes que foram entregues na recepção foram um sinal. Reviro os olhos. Somos interrompidos com o Eduardo, o qual entra na cozinha e
..... ALGUNS DIAS DEPOIS — DOMINGO ..... Estaciono o carro em frente à casa da minha mãe, Maria Helena — é uma verdadeira mansão luxuosa com fachada clássica, jardins bem cuidados e uma entrada grandiosa. Ao sairmos do carro, Vicente olha atentamente a fachada da casa, impressionado. — A riqueza é de família, hein? — ele diz com humor — Sua mãe tem um gosto impecável por luxo! — Ela sempre teve um estilo próprio. — afirmo. Guio Vicente para o interior da casa, o mesmo está fascinado com tudo. — Mãe? — chamo. Ficamos esperando na sala de visitas. Logo, Maria Helena surge no corredor, avaliando Vicente de cima a baixo, com o seu jeito elegante e refinada. — Oi, mãe! — nos cumprimentamos com um abraço. — Bom dia, filha. — ela sorri para mim. Nos afastamos e gesticulo com a mão para o Vicente. — Mãe, esse é o Vicente. — apresento — Vicente, esta é a minha mãe, Maria Helena. — Olá, Vicente. Seja bem-vindo. — ela se aproxima e abraça rapidamente. — É um prazer, senhora Maria
Minha irmã Luna, vêm acompanhada de seu esposo Pedro e do nosso pai, Fernando. Todos eles se aproximam da mesa para nos cumprimentar. — Oi, Lana! — Luna se aproxima e abraça me. — Oi, Luna! — respondo e retribuo o gesto. — Lana. — Pedro me cumprimenta com um rápido abraço. — Quanto tempo, Pedro! — afirmo. — É que ultimamente você tem estado ocupada para nos visitar. — Pedro diz e sorri de lado. Sorrio envergonhada. Vejo o meu pai esperando, sem jeito, ao lado. — Bom dia, pai. — levanto-me e cumprimento o meu pai. — Bom dia, filha, como vai? E o pulso? — ele beija o meu rosto. — Já está bem, não ter que usar a faixa é um alívio. — respondo. O Vicente se coloca em pé ao meu lado e faço a apresentação: — Todos, esse é Vicente, meu namorado. — continuo — Vicente, estes são meu pai, Fernando, o meu cunhado, Pedro e a minha irmã, Luna a qual você já conheceu. — É um prazer conhecê-los. — Vicente diz sorridente e cumprimenta a cada um deles. — Seja bem-vindo a fam
Na última vez que verifiquei, o Vicente estava conversando com o meu pai, Fernando próximo a fonte. Enquanto o Pedro está correndo atrás das crianças, em uma brincadeira. A Luna está lavando os pratos e talheres usados no almoço, enquanto eu vou enxugando e guardando em seus devidos lugares. Quando a minha mãe retorna com mais louças para lavar, a mesma já indaga: — Lana, você realmente acha que isso vai dar certo? Ele é tão jovem... — o seu tom é de preocupação. — Já disse, mãe. Não quero discutir. — respondo, mostrando não estar confortável para discutir sobre o assunto. — Você está agindo sem pensar. — ela reclama. — Eu sabia que você reagiria assim. Por isso não queria falar sobre o namoro. — resmungo. — Quanta incompreensão! Você deveria rever suas escolhas, Lana. — minha mãe me olha, frustrada. — Mãe, tente focar no lado bom de Vicente. A idade não será problema. — Luna se manifesta na conversa. Fico em silêncio, tentando não dizer alguma grosseria para a minh