- Não sou não!- falei já nervosa, Peter e Ana Rita não desistiam da ideia de eu ser a tal garota, e isso estava me deixando louca.
- querida!- Peter disse - você ...- Analu. - corrigi.- o.k. - ele suspirou - você não consegue se lembrar de nada? - eu me lembraria se fosse essa tal garota.- disse impaciente com a demora de Dóris.- isso é extraordinário! - os olhos dele brilhavam - ela nem sequer se lembra Ana Rita...- é mesmo incrível! - Ana Rita continuou - é diferente de tudo... eu achava que era apenas uma lenda.Dóris entrou sem bater, mas não havia nem sinal de Mariana.- olá garotas - ela sorriu - e Peter.Ele fez um aceno rápido.- ótimo! Vamos pra casa... - falei já me levantando.- Dóris, você precisa ver uma coisa. - Peter se levantou com o livro e foi ate ela.- mas Daniel... - falei interrompendo-o pela primeira vez desde que começara a monologar - então quando me beijou, não beijou a mim, e sim a ela.- Analu... por favor! - ele disse pacientemente - sabe que não é bem assim.- eu gostaria muito de saber Daniel... gostaria mesmo - puxei minha mão e me afastei, ele segurou meu pulso.- Analu!- Daniel me olhava fixamente - quando beijei você pela primeira vez, eu admito que estava lembrando de Elaine, mas agora foi diferente, você foi a única garota em décadas que conseguiu me fazer esquecê-la, mesmo que apenas por alguns segundos.- Obrigada Daniel... estou me sentindo muito melhor - puxei meu braço com força e comecei a andar rapidamente - Obrigado por ter limpado minha
Não havia ninguém em casa quando acordei exceto Hans, que estava começando a se apegar comigo, o que o fazia me seguir por todos os cômodos.Preparei cereais com frutas como eu costumava fazer, sentei no sofá e liguei para mamãe, ela atendeu no terceiro toque.- filha!- ela disse animada.- só liguei pra saber como vão as coisas, já que você não me liga.- Desculpe meu anjo, é que estou trabalhando demais esses dias e acabo não tendo tempo pra...- pra mim.- falei interrompendo-a- é por isso que me mandou pra cá não é? Pra poder trabalhar em paz, sem eu te enchendo ou te rodeando.- Tudo o que fiz foi pra proteger você- mamãe disse forçando a voz, se bem a conheço
Fui para a escola no dia seguinte como o de costume, as aulas foram entediantes e demoradas.Eu estava no caminho de volta para casa quando meu celular tocou. Era Lucy.- Eu vou ter que ir buscar você?- Também estou com saudades,como vão as coisas?- Vão bem... só acho que você devia voltar logo.- Não depende de mim Lucy, você sabe.- Ta... mas podia ao menos me ligar.- Desculpe, desde que cheguei não tenho tido muito tempo sabe? As coisas andam meio... malucas por aqui.- Tem garotos bonitos por ai?- Lucy!- o.k. só perguntei...- Mas... que tal se.... ai meu Deus! Você passar o fim de semana aqui? A casa é enorme e tenho certeza que meu pai não vai se importar.
Já era sexta feira, o dia que Lucy e Lucinda chegariam. Novamente faltei à escola, passei a manhã toda arrumando os quartos de hospedes, não havia muito o que fazer, mas eu queria que estivesse perfeito. Perto do meio dia, Megan começou o almoço, quando papai chegou já estava tudo pronto, almoçamos lasanha, não estava tão boa quanto a de mamãe, mas ainda assim estava ótima.Depois fui ao mercado na companhia de Dominic, comprei algumas coisas diferentes para o final de semana. Eu estava dando leite para os filhotes quando Lucy me ligou.- estou chegando! -ela cantarolou- estou ansiosa!- cantarolei de volta.- Chego em dez minutos amiga,espero que tenha muita comida por ai...- Quanto a isso, não precisa se preocupar.&n
Capitulo 34Daniel me levou à um restaurante no centro da cidade. Numa placa enorme lia-se:Restaurante plaza'sEle desceu do carro e abriu a porta para mim, aos olhos de outras pessoas eles pareceria um cavalheiro, mas não aos meus olhos. Não sorri e nem agradeci, ao invés disso desci do carro com a minha melhor cara de brava. Tudo em que conseguia pensar era em como Lucy ficaria irritada por tê-la deixado no galpão infernal sem ao menos avisar.Sentamos numa mesa para dois e Daniel fez meu pedido, já que eu tinha me recusado a fazer.- Não era seguro Analu, me desculpe por isso... quero que saiba que não tive e não tenho a intenção de te assustar, mas você não
No dia seguinte fiquei meio perdida, meio distante, pensamentos variados invadiam minha cabeça e me deixavam confusa.Comecei a pensar no ultimo dia em que minha vida era total e completamente normal, e não fiquei surpresa ao perceber que tinha sido no dia que trombei Daniel na escola, no dia que olhei dentro daqueles olhos negros. Dominic permaneceu grudado nas gêmeas como um imã, e sempre dava idéias que sabia que eu iria odiar. Lucy estava caidinha por ele, e isso a fazia aceitar todos as idéias idiotas dele. Uma pitada de ciúme pairou sobre mim até o dia que elas foram embora.A despedida foi horrível, mas fiquei feliz pois graças a Dominic elas tinham se divertido, eu queria que fosse comigo é claro, mas ao menos elas queriam voltar.Era domingo, seis da tarde, eu estava ansiosa por uma visita de Daniel, eu tinha decidido, após passar o dia todo pensando, qu
Mais tarde Daniel apareceu no meu quarto novamente, procurei em seu rosto alguma coisa que indicasse que haviam brigado mas aparentemente nada tinha acontecido.Ele permaneceu de pé, encostado na parede à minha frente, os olhos fixados em mim me analisavam atentamente. Eu quase pedi desculpas, mas me dei conta do quanto seria idiota. Eu nada tinha feito, Dominic me usara como isca sem meu consentimento, se alguém me devia desculpas era ele.- você esta bem?Ele perguntou depois do que pareceu uma eternidade.- Qual é a de vocês afinal? Eu sempre soube que não se gostam... Mas isso passou dos limites.Seus olhos ainda percorriam meu corpo, completamente indecifráveis. Se existisse um premio da pessoa mais misteriosa do mundo, Daniel seria o primeiro a ganhar.- Isso é uma coisa que você não precisa saber, e não saberá.- você não te
Pulei da cama rapidamente, que vergonha! o que dizer a ele? o que dizer a um pai que acabara de pegar a filha no flagra? Papai me olhava horrorizado, a boca meio aberta e um olhar vazio, os olhos que costumavam ser verdes e amigáveis haviam desaparecido.- Senhor... - Daniel disse - Podemos explicar."podemos explicar" ele dissera, podíamos mesmo explicar? aquela situação era imperdoavelmente inexplicável, até para mim, o que eu pensei que estivesse fazendo? se papai não tivesse aparecido eu poderia ter cometido um erro, um erro gigantesco, do qual eu muito provavelmente me arrependeria.- quero você longe dela agora!- papai gritou - achei que estivesse segura aqui Analu! eu errei...Daniel o encarava, o começo de um sorriso estava brotando em seu rosto, eu sabia o que ele estava fazendo, você sorri e se convence de que não vale a pena brigar