Capitulo 34
Daniel me levou à um restaurante no centro da cidade.
Numa placa enorme lia-se: Restaurante plaza's Ele desceu do carro e abriu a porta para mim, aos olhos de outras pessoas eles pareceria um cavalheiro, mas não aos meus olhos. Não sorri e nem agradeci, ao invés disso desci do carro com a minha melhor cara de brava. Tudo em que conseguia pensar era em como Lucy ficaria irritada por tê-la deixado no galpão infernal sem ao menos avisar.Sentamos numa mesa para dois e Daniel fez meu pedido, já que eu tinha me recusado a fazer.- Não era seguro Analu, me desculpe por isso... quero que saiba que não tive e não tenho a intenção de te assustar, mas você nãoNo dia seguinte fiquei meio perdida, meio distante, pensamentos variados invadiam minha cabeça e me deixavam confusa.Comecei a pensar no ultimo dia em que minha vida era total e completamente normal, e não fiquei surpresa ao perceber que tinha sido no dia que trombei Daniel na escola, no dia que olhei dentro daqueles olhos negros. Dominic permaneceu grudado nas gêmeas como um imã, e sempre dava idéias que sabia que eu iria odiar. Lucy estava caidinha por ele, e isso a fazia aceitar todos as idéias idiotas dele. Uma pitada de ciúme pairou sobre mim até o dia que elas foram embora.A despedida foi horrível, mas fiquei feliz pois graças a Dominic elas tinham se divertido, eu queria que fosse comigo é claro, mas ao menos elas queriam voltar.Era domingo, seis da tarde, eu estava ansiosa por uma visita de Daniel, eu tinha decidido, após passar o dia todo pensando, qu
Mais tarde Daniel apareceu no meu quarto novamente, procurei em seu rosto alguma coisa que indicasse que haviam brigado mas aparentemente nada tinha acontecido.Ele permaneceu de pé, encostado na parede à minha frente, os olhos fixados em mim me analisavam atentamente. Eu quase pedi desculpas, mas me dei conta do quanto seria idiota. Eu nada tinha feito, Dominic me usara como isca sem meu consentimento, se alguém me devia desculpas era ele.- você esta bem?Ele perguntou depois do que pareceu uma eternidade.- Qual é a de vocês afinal? Eu sempre soube que não se gostam... Mas isso passou dos limites.Seus olhos ainda percorriam meu corpo, completamente indecifráveis. Se existisse um premio da pessoa mais misteriosa do mundo, Daniel seria o primeiro a ganhar.- Isso é uma coisa que você não precisa saber, e não saberá.- você não te
Pulei da cama rapidamente, que vergonha! o que dizer a ele? o que dizer a um pai que acabara de pegar a filha no flagra? Papai me olhava horrorizado, a boca meio aberta e um olhar vazio, os olhos que costumavam ser verdes e amigáveis haviam desaparecido.- Senhor... - Daniel disse - Podemos explicar."podemos explicar" ele dissera, podíamos mesmo explicar? aquela situação era imperdoavelmente inexplicável, até para mim, o que eu pensei que estivesse fazendo? se papai não tivesse aparecido eu poderia ter cometido um erro, um erro gigantesco, do qual eu muito provavelmente me arrependeria.- quero você longe dela agora!- papai gritou - achei que estivesse segura aqui Analu! eu errei...Daniel o encarava, o começo de um sorriso estava brotando em seu rosto, eu sabia o que ele estava fazendo, você sorri e se convence de que não vale a pena brigar
Conversei com Daniel por um tempo antes de irmos para o local combinado, ele me assegurou diversas vezes que tudo ficaria bem, que eu ficaria bem, e que eles teriam muito orgulho da filha que tinham. Mas de quê teriam orgulho exatamente? Eu era nada menos do que uma sonsa, perdida entre seres incríveis demais para serem verdade.Não estava funcionando mas eu admirava as intenções dele, como podiam dizer que Daniel era ruim? como acreditar no que as pessoas falavam quando o único que quisera me ajudar era ele? ele havia mentido, mas as pessoas mudam, demônio ou anjo, mentiroso ou não, eu não o julgaria pelo que diziam. Entramos no Civic preto, Iris ficou chateada por ter que ir no banco traseiro e mal pode esconder a cara de irritação. Qual era a dela comigo afinal? era evidente que não havia motivo algum, ela era sem duvidas mais bonita que eu, Olhos, cabelos, corpo, tudo... Eu me
Congelei, tudo o que eu conseguia sentir era meu coração, me mostrando que eu ainda estava viva, me mostrando que aquilo era real. Mal me despedi de Mary e John, iríamos nos encontrar outra hora, eu precisava ir ver como meu pai estava.Daniel dirigiu extremamente rápido para minha felicidade.- tem que se acalmar... - ele disse.- o que ta acontecendo? - Iris perguntou pela décima vez.Ignorei os dois e fitei a rua por um momento, quando paramos em frente o hospital, tirei forças de onde nem sabia que tinha e corri para dentro. Uma enfermeira me acompanhou até a sala de espera, Megan estava chorando muito, e Dominic conversava com o médico, ambos estavam arrasados, por um momento fiquei com medo de entrar , eu não queria saber, seria mais fácil se eu não soubesse.Assim que Megan me viu, correu para me abraçar, e ela me abraçou verdadeiramente, s
Depois de um tempo me levaram para o andar de cima do cômodo, e me soltaram da cadeira, aparentemente eles iam mesmo me prender por uma semana inteira, mas e depois? o que estavam planejando afinal? Na quarto onde fiquei tinha um banheiro, e no lado oposto um colchão coberto por um lençol azul e uma coberta fina dobrada por cima. Meus pulsos estavam exatamente como imaginei, esfolados e roxos, e fiquei sem sentir as mãos por alguns minutos. Lembro-me de ter me encolhido no colchão e chorado até pegar no sono, na verdade essa era a única coisa que eu conseguia fazer desses dias pra cá, estava me tornando boa nisso. Quando acordei imaginei ser o dia seguinte já que não havia por ali alguma janela que mostrasse a luz do sol, ouvi a porta sendo destrancada, me levantei e corri para o lado oposto, ficando assim preparada para me defender caso fosse necessário.Os
Acompanhei Felipe até o estacionamento do prédio, até que paramos frente e frente com uma moto enorme, sua cor vermelha brilhava com os reflexos do sol.- Espera... quer que eu ande nisso? - perguntei.- Tem medo de motos?Fiz que sim, mas isso não era bem a verdade, eu
Depois daquilo fui praticamente obrigada a subir para o quarto de hóspedes, não importa onde que eu fosse sempre iriam me trancar num quarto. Não que eu estivesse trancada naquele grande quarto todo cor de rosa, mas eu estava proibida de sair de dentro da casa, o que era quase a mesma coisa. Felipe apareceu no quarto minutos depois.- O que você quer? - perguntei secamente.- Querem que você desça para comer com eles, - ele sorriu - Quarto legal.Analisei a decoração do quarto, dezenas de ursos de todos os tamanhos e cores, não havia nenhuma chance de ele não estar zombando de mim, mas o ignorei ainda assim.- O que você é afinal? um tipo de assistente?- Eu não sou um assistente, só ajudo seu pai...- exatamente,Ele me olhou feio, um olhar que não sustentou por muito tempo e logo em seguida seu rosto