Entre irmãos não há segredos, é isso o que dizem, e é nisso que Evan acreditava, no primeiro ano próximo ao mês de dezembro a família Foster, tirou merecidas e longas férias, ficariam na estrada até o mês de janeiro, o cronograma era passar o natal com os outros membros da família, ano novo em um chalé no interior e durante o mês de janeiro levar as crianças para Disney.
Daniel não conseguia se comunicar muito bem, vivia constantemente amedrontado, desconfiava de tudo e todos a sua volta, não tinha nem um dia completo com a família nova.
Tudo era novidade, sua primeira vez tomando café da manhã na mesa com todos foi uma das coisas que o pequeno garoto gravou em sua memória com carinho.
A mesa estava pronta quando ele chegou na sala de jantar, uma empregada da casa colocou um prato em sua frente e um copo, em seguida encheu o recipiente com suco de laranja natural, ao lado colocou o leite e o café, não sabiam do que o pequeno gostava, então foram colocando várias opções para que ele decidisse o que iria comer em seu desjejum.
Daniel optou pelo leite e o café, optou em seguida por um pedaço de bolo de cenoura e um misto quente, ali na mesa tentava acompanhar o assunto da família, da sua família, as palavras ecoavam em sua cabeça.
— “Eu tenho uma família.”
— Meninos, amanhã iremos partir para a casa da vovó, vamos passar o natal por lá, e o papai Noel precisa receber suas cartinhas, podem fazer ela hoje a tarde, Daniel! — Alice a mãe dos meninos, chamou pelo mais novo com um grande e aberto sorriso.— Você foi o nosso presente mais esperado esse ano, então quando fizer sua cartinha peça tudo o que sempre desejou em sua vida.
Ele a olhou um pouco emocionado, para ele aquela família era seu maior presente, e não tinha necessidade de nada, como maneira de não contrariar sua nova mãe meneou a cabeça positivamente.
Evan o encarou sorrindo, e havia poucas coisas que tinham conversado, Daniel, era naturalmente silencioso.
Naquela mesma tarde Evan, pegou um bloco de papel e alguns lápis de cores e levou para o quarto.
— Vem Daniel, vem fazer sua carta. — Convidou o mais novo que estava sentado na cama olhando para os presentes que havia ganhado no dia anterior.
— Mas eu já ganhei presentes...— murmurou timidamente apontando para os brinquedos.
— Esses são de boas vindas, você pode escolher um que seja especial para você. — O sorriso de Evan, parecia estar grudado em seu rosto.
— Vocês são meu presente, eu sempre quis ter uma família, eu estou muito feliz por terem me escolhido, acho que não preciso de mais nada. — Falou sentido e quase chorando.
— Hn...— Evan torceu o lábio. — Peça qualquer coisa, qualquer coisa que sempre sonhou em ter.
— Eu tenho medo do escuro, posso pedir um abajur ou um urso para dormir abraçado a ele?. — A simplicidade de Daniel comovia Evan.
O mais velho colocou as coisas em cima da mesinha de carvalho, e foi para a cama do mais novo.
Parando a alguns centímetros dele com um sorriso meigo.
— Pode pedir o urso, o abajur, mas toda vez que sentir medo pode dormir comigo, as vezes eu também sinto medo, papai e mamãe me levaram para ver um filme era de terror, fiquei sem dormir direito por duas semanas. — Contava seu relato com seriedade, a mesma seriedade de um adulto e ainda gesticulava como seu pai.
— Eu nunca fui ao cinema, é legal? — Perguntou animado e com um sorriso, desde que chegou estava sempre com a voz embargada pela emoção e aquela era a primeira vez que Evan via o mais novo sorrir.
— É sim, quer ir hoje a tarde? A babá pode levar a gente. — Evan no mesmo momento que fez a pergunta viu os olhos do mais novo brilhar.
— Eu posso mesmo?
— Claro que pode, vou pedir pra ela, espere aqui e faça sua carta.
Evan saiu apressado, se fossem antes das quatorze horas pegariam a sessão da tarde toda e ainda chegariam a tempo do lanche das dezessete.
Daniel viu todos os lápis em cima da mesinha com as folhas, ele pegou um lápis azul e não sabia escrever direito ainda, começou a fazer um desenho do que ele queria, e escreveu em baixo da folha.
“ Denheo poa não sabo escrevir, deraito.”
As letras embaralhadas e quase sem nexo algum, na cabeça de Daniel faziam todo sentido do mundo.
Quando Evan retornou ao quarto e leu por alto o que estava escrito e viu o desenho de um urso que mais parecia uma geleia esparramada no chão ele riu discreto e ainda disse que estava perfeito.
Daniel era novo demais na escola, tinha começado a aprender algumas poucas coisas somente naquele ano, durante todo o tempo que viveu nas ruas junto a um grupo de pessoas desabrigadas ele apenas aprendeu a sobreviver.
Os dois garotos foram acompanhados pela babá até o cinema, não necessitavam de carro, pois, era muito próximo da casa deles, não mais do que quatro quarteirões e já chegavam ao local.
O filme que estava em cartaz era o Rei leão, a pipoca e o refrigerante eram constantemente abastecidos, quem pedia as coisas era Evan, já que Daniel parecia não ter boca pra absolutamente nada, e isso não era um incomodo ao mais velho, ele queria fazer tudo para agradar.
No final do filme quando todos estavam já indo embora, Daniel, deu um abraço em Evan e o agradeceu.
— Tudo o que não conhecer e quiser conhecer você me pede, o mesmo vale para comidas, do que mais gosta? — fez a indagação ainda abraçando o mais novo.
— Quando eu ver eu peço, prometo é que não sei o nome...
— Nada jamais vai lhe faltar na sua vida, vamos pra casa agora? Papai e mamãe vão sair mais cedo do trabalho, vamos começar a arrumar as malas para viagem.
O sonho de Daniel estava realizado, ele tinha tudo o que havia desejado, em contrapartida, ele era também o sonho dos Foster, Alice havia tido complicações em seu parto, não pode ter um segundo filho, a solução mais viável era adotar, ela avisou a todos de sua família que teria um membro a mais aquele ano, explicou sobre a adoção e de como estava feliz.
Uma família grande e feliz, era isso o que aquele casal sempre tinha sonhado, e pretendiam adotar mais crianças futuramente.
No final daquela tarde, ainda estavam todos envolvidos com as recentes emoções, Alice e Richard, trabalhavam muito, e aquele dia tinham saído de férias, colocaram todos os assuntos mais urgentes da empresa em dia, adiaram os contratos futuros para depois das férias, por hora iriam passar um tempo com o pequeno Daniel.
Daniel nunca pensou em fazer mais de uma refeição ao dia, mesmo no orfanato ele tomava o leite puro de manhã com alguns biscoitos, no almoço não podia repetir a comida, e só comia novamente a noite, ele estava grato de certa forma, porém ali com os Foster ele finalmente se sentia saciado de sua fome.
Ali ninguém batia nele, ninguém o obrigava a limpar nada, não que ele fosse um preguiçoso, mas limpar todos os quartos apenas por ser recém chegado era meio cruel tendo em vista que ele só tinha sete anos.
Naquela noite enquanto arrumavam as malas para viagem, Daniel ficou meio constrangido, tinha ganhado de seus pais muitas roupas e a não sabia como preparar uma mala.
Evan vendo o constrangimento pegou as peças do guarda roupa e as colocou em cima da cama, puxando para o lado uma mala já aberta
— Bom vai estar nevando, então uma mala é somente com roupas de frio. — pegou os agasalhos e retirou do cabide.— essas daqui veja.
— Eu... — Daniel nunca tinha usado roupas como aquelas e seu medo era de sujar ou estragar.— tenho mesmo que levar essas? São bonitas demais e se eu sujar?
— Irmão, se você sujar ou rasgar, não tem problema, as roupas não são eternas, uma hora teremos que nos desfazer das antigas. — Evan explicou sorrindo escolhendo os agasalhos mais bonitos para serem postos na mala.
— Obrigado... Irmão.— chamou Evan de irmão pela primeira vez, sentiu se estranho dizer aquelas palavras, porém ao ver a felicidade do mais velho, decidiu que o chamaria daquela forma mais vezes.
Evan depois de preparar a mala de roupas de frio pegou uma outra mala vazia e foi colocando as roupas mais leves, ele sabia que os pais iriam para o lago Rivers, lugar onde sempre alugavam um chalé para finais de semanas, entretanto ficariam duas semanas daquela vez, o frio já não seria tanto um problema ali e certamente teriam dias agradáveis.
Evan como irmão mais velho se sentia na obrigação de ensinar tudo o que sabia para Daniel, ele queria ter a relação de cumplicidade com o irmão, a mesma que via em filmes, ele esperava agora em sua linha infantil de raciocínio pelas férias de verão da escola, onde poderia ir a um acampamento de férias juntamente com seu irmão.
A frase ecoava em sua cabeça.
— “Eu tenho um irmão”.
Assim que terminou de ensinar a Daniel, ele foi para o banho deixando o pequeno ali no quarto olhando seus presentes, estar ali era, contudo, o principal motivo de seu sorriso infantil.
A porta se abriu vagarosamente e manhosa, era o senhor Richard Foster seu novo pai, aquele homem de olhos castanhos e cabelos pretos, visto sem o terno formal era um tanto estranho para Daniel, já que era a primeira vez que o via de pijama.
— Vejo que Evan, já te ajudou com as malas. — Olhou para os brinquedos em cima da cama organizados e em caixas. — Deveria tirar eles das caixas e espalhar eles pelo quarto em uma brincadeira qualquer, deveria criar um mundo de fantasia em sua cabeça com eles sendo seus personagens principais. — Richard pegou um urso da cama de Evan. — Não conte ao Evan, mas eu as vezes venho aqui conversar com o “Senhor Felpudo”, semana passada éramos cowboys e estávamos enfrentando os apaches, foi uma luta difícil e acabamos vencendo, somos os melhores de todo o Texas.
Daniel riu discreto da história que seu novo pai contava.
— E com Evan? Ele não faz aventuras? —perguntou no auge de sua inocência comprando o que seria uma trilogia de bang bang.
— Não, com Evan ele tem uma tarefa especial, que é cuidar dele, desde que nasceu, seu irmão não dormiu uma única noite sem o “Senhor Felpudo”, e nessas caixas tem um amigo inseparável esperando para te conhecer.
— Senhor Richards, eu não quero estragar os brinquedos... — Comentou com sua voz baixa e infantil.
— Depois que eles ficam velhos, nós mandamos arrumar e enviamos esses mesmos brinquedos para outras crianças, crianças como as do convento Santa Magdalena, brinque Daniel, você sem dúvida foi nosso maior presente nessa vida, e certamente não lhe deixaremos que te falte absolutamente nada, nem material nem afetivo, te prometo como pai, trabalhar muito para garantir um futuro para você e seu irmão, e para os outros que virão, temos planos de aumentar nossa família e logo vai ser você o irmão mais velho tendo que ensinar tudo aos mais novos. — Richard passou a mão pelo ombro do mais novo e lhe beijou o topo da cabeça. — Obrigado Daniel por vir com a gente.
Daniel nunca ouviu palavras tão bonitas, ele sempre foi chutado de um lugar a outro, sempre sendo visto como estorvo, quando nasceu sua mãe morreu no parto, era uma mexicana que tentava a vida nos E. U. A., tinha sido abandonada com um filho no ventre, a história de 70% das moças imigrantes, Daniel tinha sido encaminhado a um orfanato, mas sua criação era bem complicada, desde muito novo aprendeu a se defender de tapas e pontapés, aos cinco anos foi dado como desaparecido por uma família que o levou para um final de semana, ele aproveitou para fugir, a família não era tão gentil quanto os Fostes, foi isso que o levou para as ruas e a viver juntamente com os desabrigados da região.
— Obrigado... Papai por me tratarem bem, no convento ensinam que não devemos abusar da boa vontade dos novos pais, nem se intrometer nos assuntos da família, que somos agregados e não temos o direito. — Daniel murmurou de cabeça baixa, recebeu o abraço de seu pai.
— Aqui você é parte importante da nossa família, os assuntos da família, são os seus assuntos, tudo o quiser pode pedir, eu entendo que algumas famílias adotam com intuitos nada bons, mas aqui queríamos um filho e não um empregado, seja bem-vindo a sua família Daniel. — Falou dentro do abraço.
Enquanto explicava algumas coisas a seu filho, Alice Foster entrou no cômodo com uma camisola de seda comprida até os pés, cabelos cacheados soltos, e sem toda a maquiagem que costumava usar durante o dia, na visão de Daniel sua nova mãe era muito mais bonita sem toda aquelas pinturas.
— Ah, já estão conversando, acabei de sair do banho, desculpa por me demorar tanto Richards. — Falou com animação em sua voz, era tão melodiosa a voz daquela mulher que Daniel desejou a ver cantando uma cantiga de ninar, deveria ser tão bonito quanto ele estava imaginando.
— Querida, estamos nos dando bem aqui, achei que precisaria de reforços, mas ele é muito bonzinho, nosso príncipe Daniel e nosso príncipe Evan já fizeram as malas acredita nisso? — Richards usou um tom sério ao falar com sua esposa, mas o tom de brincadeira não saia de seu rosto.
— Bom, o que acha de tomar um banho Daniel, precisa de ajuda ou já sabe como fazer, ontem estávamos todos cansados do dia cheio de acontecimentos que você acabou dormindo antes de se preparar e hoje pela manhã já estava pronto, então nos perdoe por isso. — Mais uma vez a voz melodiosa da mulher fazia seus ouvidos sentirem a maravilhosa sensação que sua voz causava.
— Eu já tomo sozinho, lá no orfanato do convento a gente aprendia cedo demais essas coisas, para não dar nenhum trabalho para as famílias que adotassem a gente. — Sua voz infantil e seria fez Alice sorrir.
— Eu irei conferir isso Daniel, quero ter a certeza de que lavou bem atras das orelhas e embaixo das unhas, príncipes sempre estão muito bem apanhados.
Sua nova família se preocupava até mesmo com seu banho, era tudo muito novo ao garoto, e de fato aquela manhã ele lavou o corpo com um sabote usando-o até mesmo em seus cabelos.
Com certo receio e vergonha decidiu então deixar a mulher lhe ajudar na tarefa de tomar um banho, então no momento em que Evan saiu do banheiro que tinha no quarto dos meninos a senhora Alice levou seu pequeno filho para o banho, deixando no quarto seu marido e filho mais velho.
— Como tem sido pra você Evan? Está gostando de ter um irmão? — O homem inqueria a pergunta um tanto serio.
— Ele sofreu muito papai, ele precisa aprender a ser feliz, e eu vou ensinar tudo o que sei pra ele, prometo ser um bom irmão mais velho. — Evan falou de maneira tão cheia de seriedade que até parecia um adulto falando.
— Muito bem Evan, eu conto com você, ele precisa se sentir parte da família.
— Papai ele me chamou de irmão hoje e eu gostei muito disso, e ele tem medo do escuro, eu posso dormir com ele pra que ele não se sinta amedrontado?
—Claro que pode, mas só as vezes, ele precisa se adaptar a casa, e as coisas dele, incentive ele a brincar, veja usei o senhor Felpudo para isso, empreste a ele os seus brinquedos, assim ele vai se sentir mais confortável em brincar com os dele, e logo não vão saber de quem é o brinquedo.
— Pode contar comigo pai. — Evan abraçou as pernas de seu pai que estava em pé ao seu lado, guardando o ursinho de pelúcia na cama novamente.
Naquela noite, os Foster contaram uma historia para os dois garotos, uma muito cheia de fantasia, falava sobre uma fada que ajudava um menino a encontrar a fruta magica, essa daria ao garoto poderes espetaculares e ele poderia ser um super herói, que salvaria o mundo.
Ganharam cada um beijo de boa noite e uma luminária de luz fraca foi posta no quarto, assim se Daniel acordasse durante a noite não se sentiria amedrontado.
Naquela noite o garoto sonhou com a historia que havia escutado, a fada era sua mãe, e era ele com seu irmão que procuravam a fruta magica, seu pai era o mago que guardava a arvore que dava a fruta magica.
Esse sonho ele se lembra até os dias de hoje, já que foi o primeiro sonho bonito que teve, o primeiro sonho em que ele não estava sozinho pedindo ajuda nas ruas.
No dia vinte de dezembro chegaram a casa da mãe de Alice, onde passariam o natal e provavelmente o ano novo, uma senhora com feições delicadas e cabelos coloridos pelos anos, ela não tinha o rosto enrugado como a maioria das avós, tinha apenas os cabelos com mechas já brancas, essa mesma senhora vinha até a entrada receber a filha e os seus.Daniel ficou apreensivo, não queria sair de sua zona de conforto, porem seu irmão vinha com um sorrisoamávellhe esticar a mão o convidando a sair de dentro do carro.— Venha conhecer sua avó, ela prepara biscoitos
Durante os dias que ficaram na fazenda de Agnes, os garotos criaram um vínculo ainda maior entre eles, Daniel conseguia acompanhar o entusiasmo do irmão, na terceira noite ali foram dormir perto das duas da manhã, e isso era bom de certa forma.Cada dia era uma aventura diferente para aqueles dois novos irmãos e melhores amigos.Existe uma frase muito cruel, “ Nada dura para sempre” e não foi diferente para aquela família, ainda movidos pelo clima feliz e entusiasmado na manhã do dia 24 o carro da família Smith estacionou na porta de Agnes. Aquelas férias foi um verdadeiro fiasco, no mesmo dia perderam entes queridos por assim dizer e a família estava de luto, não tinham mais clima para uma viagem, deixariam para o ano seguinte, e o que ajudou nessa decisão foi o fato de que a viagem era uma surpresa para as crianças, então se eles não sabiam poderiam cancelar sem deixar os pequenos desapontados.Berenice vendeu sua casa e com o dinheiro guardado em uma poupança retornou para a fazenda de sua mãe, onde aos poucos foi voltando a ser a pessoa que era antes de conhecer seu falecido marido Simon Smith.Cinco anos haviam se passadoQuem Sou Eu?
Passou cerca de um mês desde que os irmãos tinham tido alguns mau entendidos.Alice e Richard notaram a ausência de assunto entre eles e principalmente a mudança de Evan, o garoto tentava resgatar seu verdadeiro eu.Como uma maneira de fazer os dois voltarem a serem amigos, deram a ideia de irem para um acampamento de férias, Evan odiou a ideia de primeiro momento, e Daniel deu de ombros como não se importasse, um acampamento seria legal no ponto de vista do mais novo.
O clima animado e muito comunicativo da família Foster, havia retornado, os garotos pareciam agir naturalmente, como se nada tivesse acontecido naquela casa durante o último mês.Alice Foster, uma mãe dedicada, já tinha começado a se organizar dentro da casa, mesmo antes dos dois filhos saírem para suas viagens de férias.Ela iria tirar os móveis do escritório no andar superior e usaria um cômodo no andar de baixo, ficava ao lado da sala de estar, ent&a
Seis anos se passaram desde que tinham passado pela experiência de ficar um curto período de tempo separados, nesse tempo não se separaram mais, eram unha e carne, tudo o que iam fazer faziam juntos, agora Evan com 20 anos e Daniel com 18 eram jovens que se metiam muito em confusões.Evan não quis sair de casa durante a faculdade, escolheu uma próximo a sua casa, assim poderia ir e vir sem precisar se afastar de Daniel.Ele ainda era um poço de confusão, e nessa confusão de não saber compreender seus sentimentos ele acabava deprimindo Daniel. Há semelhança entre o passado e o presente, aquela sensação de já ter vivido aqueles momentos, era assim que o sábado começava n casa dos Foster, Alice com sua saia rodada até os pés, uma cinta com fivelas bem grandes dava destaque ao conjunto de verão que usava, o senhor Richard com seu terno impecável, passava a seriedade do mestre do lar, porém era ele apenas o segundo no comando, quem ditava as regras era sempre Alice, contudo na visão de Evan o diferencial eram seus quatro irmãos mais novos, dois deles tinham acabado de chegar, um ano apenas na presença deles, ao seu lado Daniel, esse por sua vez dono de um sorriso maroto, e de uma mão bem suada que lhe segurava as suas.Eles queriam contaCafé da Manhã
A felicidade dos Foster era nítido, o sorriso deles, as conversas animadas, as crianças correndo pela casa, e claro os irmãos mais velhos jogados no sofá da sala de estar, assim foi o domingo deles, passou tão rápido, que logo começavam uma nova semana, para os pais uma semana cheia de contratos e reuniões no escritório de advocacia que comandavam, para as crianças inúmeras atividades escolares, para Evan, trabalhos da faculdade, ele sinceramente amava o assunto que estava estudando, queria ser bom naquilo que havia escolhido como carreira, Daniel no último ano escolar, tinha que se preocupar com a escola e com sua gangue de serpentes, uma vida dupla, mas ele se sentia bem defendendo outras pessoas, nenhuma injustiça lhe passava batida.