Foi em uma manhã fria, um temporal se aproximava, o vento cortante e afoito vinha abrindo caminho para a chuva, essa chegaria em breve, sem dar espaço para nada.
Sair com escolta da ala da enfermaria parecia ser o começo do fim, os insultos, as ameaças, Evan sentiu medo, e qualidade um na situação dele sentiria, que animal tentaria contra o próprio irmão afinal?
Foi mantido segredo de Evan que cinco minutos antes do julgamento ele conversaria com Daniel, então ele não sabia o motivo de estar indo para uma sala privada.
Tratado como um criminoso qualquer, suas mãos algemadas a mesa, um guarda o olhava com desprezo, o que ele poderia esperar a seguir, seria no mínimo mais acusações.
Sua vida toda passava como um filme em sua cabeça, todas as vezes que brigou com Daniel por coisas bobas, todas as vezes que assumiu a culpa no lugar de Daniel, e princ
Alice, estava ao lado da cama falando com uma enfermeira, o assunto parecia estranho a quem ouvia, algo como pós traumático, Richard preocupado na porta, e pela janela, podia ver os outros membros da família, estavam preocupados, mas com quem exatamente, esse questionamento partia de Evan, a única pessoa que lhe importava estava ao seu lado segurando suas mãos, os cabelos claros, compridos abaixo dos ombros, a face calma.— Que bom que acordou, estávamos preocupados com você. — A voz de Daniel lhe tirava do devaneio.— Estou livre? — Pergunta parecia ser tão tola quanto o julgamento.— Está sim, logo vamos para casa, o pesadelo acabou Evan. — Daniel falou calmo segurando as mãos de Evan.— Pesadelos... — murmurou pensativo. — revivi todos que tive desde a infantil naquele lugar.Alice escutava a conversa dos rapazes de maneira disfarçada, a movimentação no corredor também parecia que não ajudaria em nada.Era hora de se sentir grato e
O tempo foi passando, Evan, ainda seguia cheio de mágoas, tanto ele como Daniel já tinham se recuperando fisicamente, Evan trancou a faculdade, se fosse continuar, talvez fosse para outro estado, todos na faculdade sabiam do que tinha acontecido, e a maioria não acreditava nele, como também sofria muito preconceito por ser gay.Talvez em um lugar diferente ele pudesse recomeçar sua vida, sem aquela mancha em seu passado, entretanto por hora ele queria se recuperar de todos os traumas que passou dentro da prisão.E nem era falta de perdão que angustiava seu coração, ele sentia que só podia confiar em Daniel, colocando todas as suas escolhas nas costas do mais novo.No final daquele ano, a família se reuniria na fazenda, lá passariam o natal, a época mais cintilante do ano, as crianças sempre muito agitadas, correndo pela casa de Agnes, e os dois mais velhos Juntos na sala de estar, apenas Daniel interagia, Evan tinha o olhar parado e vago, não conseguia se com
Cinco anos se passaram, Evan confiava plenamente em Jefferson, seu melhor amigo ali dentro, e agora ele tinha suas memórias de volta, conseguia separar os acontecimentos, entendia seu sentimento e até tinha conseguido falar com seus pais como fazia no passado antes de todas aquelas coisas acontecerem .Era natal outra vez, a neve se prendendo ao solo, e agora do carro da família vinha um rapaz com uma beca azul e um chapéu de formatura carregando um diploma nas mãos, aquele rapaz animado cortava o jardim da clínica psiquiatra, sua corrida afoita na direção de Evan, mostrava o quão ele estava desesperado para lhe mostrar o documento.— Me formei, eu sou um advogado agora. — Falou Daniel risonho e com a voz um pouco elevada.— Parabéns amor, que grande dia para você, fico feliz que tenha conseguido. — Evan tinha um sorriso doce, e também tinha novidades. — Bom, acho que sua festa de formatura é hoje a noite, quem você vai levar ao baile?Daniel fico
Eu ainda conseguia recordar com tanta clareza o exato dia em que fomos buscá-lo, assim como na enorme animação que os meus pais se encontravam. Nunca fomos de fazer qualquer comemoração durante os dias da semana. Contudo, aquela quarta-feira seria uma exceção à regra, pois faríamos uma modesta e pequena festa para o que em breve aconteceria na nossa família.Os primeiros raios solares mal tinham despontados no horizonte, mas os meus pais acordaram mais cedo naquela manhã e, logo, a nossa residência se encontrava com inúmeros balões coloridos em diversos tamanhos e formas, refrigerantes que
Entre irmãos não há segredos, é isso o que dizem, e é nisso que Evan acreditava, no primeiro ano próximo ao mês de dezembro a família Foster, tirou merecidas e longas férias, ficariam naestrada até o mês de janeiro, o cronograma era passar o natal com os outros membros da família, ano novo em um chalé no interior e durante o mês de janeiro levar as crianças para Disney.Daniel não conseguia se comunicar muito bem, vivia constantemente amedrontado, desconfiava de tudo e todos a sua volta, não tinha nem um dia completo com a família nova.
No dia vinte de dezembro chegaram a casa da mãe de Alice, onde passariam o natal e provavelmente o ano novo, uma senhora com feições delicadas e cabelos coloridos pelos anos, ela não tinha o rosto enrugado como a maioria das avós, tinha apenas os cabelos com mechas já brancas, essa mesma senhora vinha até a entrada receber a filha e os seus.Daniel ficou apreensivo, não queria sair de sua zona de conforto, porem seu irmão vinha com um sorrisoamávellhe esticar a mão o convidando a sair de dentro do carro.— Venha conhecer sua avó, ela prepara biscoitos
Durante os dias que ficaram na fazenda de Agnes, os garotos criaram um vínculo ainda maior entre eles, Daniel conseguia acompanhar o entusiasmo do irmão, na terceira noite ali foram dormir perto das duas da manhã, e isso era bom de certa forma.Cada dia era uma aventura diferente para aqueles dois novos irmãos e melhores amigos.Existe uma frase muito cruel, “ Nada dura para sempre” e não foi diferente para aquela família, ainda movidos pelo clima feliz e entusiasmado na manhã do dia 24 o carro da família Smith estacionou na porta de Agnes. Aquelas férias foi um verdadeiro fiasco, no mesmo dia perderam entes queridos por assim dizer e a família estava de luto, não tinham mais clima para uma viagem, deixariam para o ano seguinte, e o que ajudou nessa decisão foi o fato de que a viagem era uma surpresa para as crianças, então se eles não sabiam poderiam cancelar sem deixar os pequenos desapontados.Berenice vendeu sua casa e com o dinheiro guardado em uma poupança retornou para a fazenda de sua mãe, onde aos poucos foi voltando a ser a pessoa que era antes de conhecer seu falecido marido Simon Smith.Cinco anos haviam se passadoQuem Sou Eu?