À noite havia sido longa. Após a breve comemoração, Dean arrumou algumas malas com o material e roupas necessárias e caiu no sono. Acordou pela manhã com o despertador lhe convidando para mais um dia, um dia este especial e único, o qual ficaria marcado para sempre na sua vida, corpo e alma.
Sentou na beirada da cama e sentiu o cheiro de panquecas e omelete no ar, mal tinha noção de que o costume de acordar e está tudo pronto, logo não faria parte da sua rotina matinal. Vestiu uma camisa e foi-se para o banheiro, se higienizar. Depois, voltou ao quarto e prosseguiu em direção à cozinha, deparando-se com uma mesa farta, o que não era costumeiro.
— O senhor ainda vai me deixar mal acostumado. — Dean disse puxando uma cadeira. — Bom dia, pai.
— Bom dia, filho. Como foi sua noite? Suponho ter sido maravilhosa em todos os aspectos, estou certo?
— Sim, foi uma noite boa. Mal esperava amanhecer para terminar de arrumar os poucos detalhes e, em seguida, ir para Thyssen. — ele falou pegando um pedaço de bolo, proveniente da padaria na esquina. — Falando em Thyssen, o senhor me leva até lá. Talvez não dei tempo de ir à concessionária.
William trouxe uma jarra com suco natural e depositou sobre à mesa.
— Quanto a isso, não vai ser preciso. Você irá para Thyssen, no seu próprio carro. Eu tinha umas economias no banco, e acabei comprando um para você, Dean.
— Não, tio. Por que fez isso? Esse dinheiro era para o senhor se manter esses tempos.
— É um presente meu, para você. Daqui a pouco o carro chega, e não precisa fazer tempestade em copo d'água, aliás, arrumei um emprego como repórter na rede de televisão de Lessen, ou seja, poderei me garantir rapidamente. — ele deu às boas novas.
— Sério?
— Sério. E outra, o carro nem foi tão caro assim, Dean. Vale menos do que você significa para mim, filho. — William mais uma vez, sendo gentil. — Vai que horas para Thyssen? São quase duas e meia de viagem, não tem que pegar à estrada à noite.
— Tô muito feliz pelo senhor, tio. E, não, vou às duas horas da tarde.
— Menos mal.
Dean riu pela preocupação do tio, mas via pela expressão de William, que o homem estava infeliz, talvez porque não tivesse preparado-se para a despedida. Porém, para Dean, era melhor assim.
As horas passaram-se como minutos. Os minutos deram vez ao segundos e assim sucessivamente. O carro de Dean, chegara no horário marcado. Era um automóvel preto, muito bonito, de última geração, com wifi inativo e teto solar, além de refrigerado. Espaçoso, gigante e aconchegante, tudo que Dean precisava, mas diferente do que William lhe dissera, aquele veículo não foi nem um pouco barato.
Olhando o tio pelo retrovisor, Dean perguntou:
— É um carro caro, tio.
— Dean, por favor. — William o repreendeu. — É um presente meu, apenas aceite.
Ele foi intimado a concordar.
— Vamos buscar suas coisas, está quase na hora de partir.
Mesmo se fazendo de forte, William Ferraz estava desgastando-se, ainda não sabia como lidaria com à ausência de Dean. Mas Dean, por outro lado, tinha certeza que ele e Lia, logo estariam juntos e comemoraria este feito grandemente.
Dean desceu do carro e acompanhou William de fora, para dentro da casa trazendo os pertences. Alguns pesados, outros nem tanto, e deixou-os no porta malas. Em pé, ao lado da varanda da casa, William sustentou um olhar, este vencido quando Dean avançou e o abraçou forte.
Os dois choraram.
Um porque queria seu sonho realizado. Outro porque desejava ficar mais tempo ao lado do sobrinho, ainda que sete anos tivesse sido tempo suficiente para isso. Mas, William, aprendeu a amar Dean de uma forma única, um amor de pai para filho. Um amor de proteção e, acima de tudo, um amor limpo.
Ao se afastarem, Dean fez questão de secar as lágrimas de seu tio, logo depositando um beijo no rosto de William, segurando firme as mãos dele.
— Vou sentir sua falta, pai.
— É pra me ligar todos os dias, assim que acordar. Me ouviu?
— Ouvi. — disse Dean, sorrindo. — Posso não ligar todos os dias, mas ligarei, pelo menos, uma vez na semana. Sem contar que poderei vir nos finais de semana.
William o abraçou novamente.
— Vai com cuidado, Dean. Qualquer coisa eu vou estar aqui, sempre. Pode contar comigo.
— Eu sei disso, pai. Sempre soube.
— Oh, Dean... — William continuou o abraçando, ainda mais forte —, já tô com saudade.
— Eu também. Mas agora é hora de ir, pai. Eu odeio despedidas...
— Mas esta não é uma despedida, é um até breve.
William o soltou, soltou para deixá-lo livre. Deixou livre para poder voar sozinho, sem cargas sobre as costas, como Jessica havia o pedido antes de morrer. Então assim o fez. Deixou que Dean Ferraz Salvatore, fosse embora em busca de seus sonhos.
Num último abraço e aperto de mãos, Dean sentiu que a melhor coisa que houvera acontecido consigo após a morte de seus genitores, sem dúvida era o afeto que supria por seu tio, como se ele fosse seu pai. Um pai presente, responsável e alegre. Um homem que dava tudo só para vê-lo feliz. Mas o momento era outro. E quando Dean já estava dentro do carro com o cinto lhe protegendo, aquele metal todo envolta, soube que o destino lhe preparava algo mais agradável.
Ele deu partida e acelerou rumo ao futuro, à sua nova vida. Recomposto, já pegando a avenida que o levaria para fora da cidade de Ashton, Dean percebeu que aquilo não seria tão ruim assim, já que o mundo tinha suas façanhas, mas o tempo era quem compositava alguns destinos.
As árvores verdes, as flores coloridas, o trânsito pacato, logo foi dando lugar a uma arborização diferente. Montanhas, relvas secas e um deserto não tão quente, àquela era à fronteira entre Ashton, ao Leste e Thyssen, ao Oeste.
A viagem foi longa, principalmente por está sozinho, porém, logo o rádio acabou sendo seu companheiro mais próximo. A cadeia montanhosa ficou para trás, o que separava Ashton de Thyssen, agora era uma enorme ponte construída sob o Rio Gamar, à qual levava para as primeiras moradias de uma metrópole em pleno desenvolvimento.
Cercada por indústrias, com uma população com mais de dois milhões de habitantes, Thyssen era o lugar mais bonito em todo o estado de Lassen. Até o céu era diferente, um pouco mais azulado, talvez pela poluição. Porém, diferente de Ashton, Thyssen possuía mais recursos, mais vitalidade e uma forte economia, um bom lugar para recomeçar.
Depois de haver atravessado a ponte e está finalmente em solo de Thyssen, o silêncio foi dando lugar ao barulho de buzinas, pessoas andando pelas ruas, cartazes com propagandas, e isso era somente o fim da cidade, o começo para quem vinha de Ashton. O centro de Thyssen, era mais lindo, com lojas e campos de futebol, hotéis belíssimos, erguidos em pouco tempo. Uma cidade desesperada com uma população em plena correria.
Ele seguiu viagem até o centro urbano, onde as universidades estavam localizadas, aonde Valenza, estava construída. Chegou, finalmente, ao seu destino. Viu-se, de longe, o prédio com a fechada pintada recentemente, à movimentação do lado de fora e previu que os alunos da faculdade, já chegavam para a primeira semana de aula.
Ele estacionou o carro ao lado de alguns coqueiros e saiu de dentro do automóvel, cruzando à rua de pedras portuguesas até está dentro do enorme Campus. Parecia maior do que quando estivera ali há quase um mês. Valenza, seria agora, sua nova casa. Seu colega de quarto, uma pessoa diferente, mas com quem teria de lidar como lidava com William, seu tio.
Dentro do campus, ele parou para observar o prédio. As paredes intactas, os bancos perfeitamente limpos, o piso um brilho, os alunos menos ofegantes do que a maioria das pessoas lá fora. A construção exalava um esbelto ar puro, detalhadamente e com minuciosidade gigantesca, muito próxima daquelas que só se viam em filmes.
Dean caminhou vagarosamente, cruzando o extenso pátio à procura de alguém que pudesse ajudá-lo. Não muito distante, uma senhora com informe da instituição, parecia dar as boas vindas aos novatos, os veteranos apenas davam boa tarde, ou boa noite, afinal, eram quase seis. Ele, então, dirigiu-se a ela a passos firmes, com um ar sereno.
— Posso ajudá-lo em alguma coisa, jovem? — perguntou a senhora gentilmente.
— Sim. Poderia me dizer onde fica isso? — ele mostrou o comprovante com o número do alojamento, casa, professores e salas.
A funcionária pegou o papel, colocou os óculos e analisou-o brevemente.
— Oh, sim. Está vendo aquele homem com terno sentado naquele banco?
— Sim.
— Então, é só pegar a esquerda dele, vai chegar até à um jardim e, sucessivamente, atrás da instituição, onde estão os alojamentos. O seu é o da direita, peça informações ao responsável, no caso, me parece que é o Ítalo. Veio sozinho?
— Sim, vim sozinho.
— Tem carro?
— Tenho.
— Então o ponha no estacionamento designado apenas aos alunos, assim fica mais fácil colocar suas coisas na casa.
— Obrigado pela recepção, senhora.
Ela assentiu.
Dean fez o mesmo trajeto de volta à rua. O crepúsculo já tomava conta dos céus, e diferente do que era em Ashton, Thyssen tinha um clima complicado, começando pela quantidade de chuva que caía do céu e quebrava sobre o asfalto da cidade. Ele tratou de colocar seu veículo no canto adequado no estacionamento, o qual lhe ofereceram, e retirou duas malas, as mais pesadas. Seguindo as instruções do responsável pelo estacionamento dos alunos, Dean pegou um corredor estreito e foi-se para além dele, chegando ao tal alojamento.
Ele foi no da direita, o qual haviam lhe indicado anteriormente, bateu na recepção e um garoto corpulento e com sinais de acnes, o atendeu.
— Novato?
— Sim.
— Cadê seu comprovante?
Dean estendeu o pedaço de papel ao rapaz que analisou e fitou Dean uma vez mais.
— Pode entrar. — ele avisou, entregando o comprovante de inscrição a Dean. — Seu quarto é o 110, é só seguir esse lance de escadas que vai chegar até lá. — indicou o responsável pelo alojamento.
— Obrigado. — Dean agradeceu.
Sem obter respostas, o garoto seguiu as instruções. Se soubesse que o quarto ficava tão acima, jamais teria pedido para morar no quinto andar. Foi mais por sorte, só isso.
Quando chegou ao quinto andar, ficou mais aliviado, a casa dos enumerados com 100, finalmente, estavam estampado nas portas de madeiras. Não precisou ficar conferindo, seguiu o final do corredor e viu o número 110, e bem abaixo, como um convite perene, um: "Sou psicopata". Um frio correu a espinha de Dean, o ar lhe faltou, a garganta amargou o pior.
Mas num ímpeto de força, Dean deu três batidas na porta e aguardou quem estivessem do lado de dentro, lhe recepcionar. O barulho do som, abaixou-se quase no mesmo instante, e segundos depois, viu a maçaneta girando, revelando uma figura grandiosamente incapaz de lhe fazer mal. Ou faria?
— Ei! Você deve ser o Dean, meu colega de quarto, estou certo? — perguntou o rapaz, estendendo a mão em um cumprimento.
— Sim, eu mesmo. — sorriu timidamente.
— Prazer, eu me chamo Luc. — continuou com a mão suspensa.
— O prazer é meu. — Dean apertou-a brevemente, em retribuição.
— Tá, deixa eu te ajudar com essas malas.
Luc, então, as levou para dentro do quarto e deixou-as sobre uma das camas, ainda não usadas.
— Este é seu armário. Não é tão grande, mas acho que cabe suas roupas.
— Não tem problema, se não caber eu dou um jeitinho depois.
— Entendi. Tem opção em camas, ou tanto faz? — perguntou Luc a Dean.
— Tanto faz. Não sou muito detalhista.
Luc riu.
— Bom, bem-vindo. — abriu os braços e se jogou sobre a cama.
— Obrigado. Vou buscar minhas outras malas.
— Quer ajuda? — Luc se ofereceu para ajudá-lo caso quisesse.
Dean, porém, negou.
— Não. Estas eram as maiores, dou conta das demais.
— Então tá.
Dean conteve-se. Não pensou que o destino colocaria ao seu lado um menino bonito, na verdade, magnífico, e ainda por cima, sem camisa, apenas usando um calção esportivo fino que deixava um volume marcado mais abaixo, além do corpo sarado e braços torneados, como o dele. Seu anfitrião, sem sombra de dúvida, era o pecado em pessoa. Os cabelos loiros num corte baixo, quase raspado, os olhos azuis, a pele bronzeada, muito diferente da sua: branca. Luc tinha um jeito malandro, mas o sorriso desfazia qualquer guerra quando se abria inesperadamente.
Ele buscou o restante das malas no carro e colocou elas sobre a cama, algumas embaixo dela, e preparava-se para arrumar suas roupas no armário, quando, rapidamente, Luc puxou assunto.
— Da onde você vem? Tem cara de ser da cidade de Thirro, estou certo?
Dean sorriu.
— Que te fez pensar que sou de Thirro?
— Sei lá. Os garotos de Thirro são baixos, loiros, brancos como vampiros e super descolados. — ressaltou Luc.
— Eu sou de Ashton City. — Dean revelou. — E lá as pessoas são altas, de maioria morena, poucos loiros, mas eu nasci assim. — dedurou-se.
— Entendi. Vai cursar qual área?
— Direito. E você, estuda há quantos anos aqui?
— Legal, vou dividir o quarto com um futuro advogado, lembre-me de ser amigável com você, principalmente para que, um dia, me livre de sentenças mortais. Sobre à segunda pergunta, esse é meu terceiro ano, estou estudando economia e administração.
Dean riu, mas Luc parecia está falando à verdade.
Fez-se um breve silêncio, mas a inquietude logo foi rompida.
— Seu cabelo é legal. — elogiou Luc, pegando um livro e folheando.
— Está dando encima de mim, Luc?
O garoto sorriu, desdenhoso.
— Não sou veado, Dean. Elogiar não significa querer pegar alguém.
Dean o encarou sorrindo.
— Todos os caras que já me elogiaram, quiseram passar uma noite comigo.
Luc ergueu uma sobrancelha, incrédulo.
— Você é veado, Dean?
— Sou. — falou Dean, sem mostrar receio. — Tem alguma coisa contra?
— Não, nenhuma. Só não tenta me usar durante às noites que eu chego bêbado, lúcido e indefeso.
— Fica tranquilo, cara. Primeiro, você não faz meu tipo. Segundo, você é idiota demais, mente pequena e...
— Quer morrer, Dean? Eu mal te conheço. Fecha a matraca e termina de arrumar as tua tralhas e dorme, bem caladinho. — Luc deixou o livro de lado e apagou o abajur. — Boa noite!
— Boa.
Ao concluir sua arrumação, Dean fitou o corpo estendido sobre a cama, balançando a cabeça negativamente. Ele sabia que não devia esperar nada de ninguém, ainda mais de pessoas como Lucas, as quais se achavam à última bolacha de um pacote caro e chique.Ainda assim, adormeceu.Acordou pela manhã, espreguiçou o corpo modestamente, e foi-se para o banheiro, aonde tratou de fazer sua hegiene diária, tomou banho e relaxou-se moderadamente. Vestiu uma sunga e saiu do box pequeno, indo rumo ao armário de onde tirou o uniforme da universidade, que consistia em uma calça social azul marinho, uma camisa e um blazer da mesma cor, além dos sapatos sociais preto. Teria de lembrar que deveria pagar aquelas roupas mais tarde, após à aula. Arrumado, Dean passou perfume e arrumou seus cabelos loiros, resolveu não ir de óculos, desejava-se ver mais natural.Apanhou sua mochila e pôs-a sobre as costas, mas antes de dá um passo, ouviu o remexer s
— Qual foi, cara? Cê não tem senso de humor, não? — questionou Luc, aborrecido.— Tenho. Mas demonstro apenas com pessoas do meu vínculo íntimo, e nesse caso, você está bem distante de estar incluso nele. — pigarreou Dean, exausto e estúpido. — Tive um péssimo dia hoje, favor, não me aborreça.Luc ergueu uma mão em rendição, afinal o garoto parecia mesmo querer ficar sossegado. Descontente consigo mesmo, ele ligou a televisão velha à qual nem Dean viu-a ali, e colocou no jornal local.Apanhou o livro de cima do criado mudo e tratou de ler, sempre prestando atenção nas notícias. Irritado e já suando porque não tinha como colocar o ventilador para girar, Dean afrouxou a gravata e a retirou, colocando-a sobre a cama.Ergueu-se do móvel e retirou o blazer, a camisa e deixou às costas em direção a Victor, que prestou bastante atenção na moldura copular do rapaz. Era atraente, mas não a ponto de trocar vagina por ou
Duas semanas. Dean Salvatore conseguiu viver duas semanas sem demonstrar afeto ou repudiação por Luc. Era sábado, mais um fim de semana daqueles o qual passaria o dia inteiro trancado no quarto lendo um livro de leis e mais leis, aonde encontraria brechas e, até mesmo, duvidaria da capacidade humana de fazê-las cumprir.Luc, àquela altura da manhã, estava deitado na cama próximo à janela e assistia um programa aleatório na televisão. Os dois não eram tão próximos, mal trocavam meia dúzia de palavras durante um dia, isso quando não discutiam e alguns verbos inapropriados saíam como flechas num único alvo.Luc baixou o volume da televisão e abandonou o livro que estava lendo.— Posso te fazer algumas perguntas, Dean?— Desde que não sejam mis
— Então, Dean, por que resolveu vim para a cidade de Thyssen? — Brandon perguntou a Dean, minutos mais tarde.Ele poderia enumerar alguns fatores, mas não sabia por quais problemas começar, por isso foi bem razoável na resposta.— Simples! Meu sonho sempre foi cursar Direito, e na Universidade de Valenza. — respondeu.Brandon arqueou a sobrancelha, enquanto Luc acompanhava o assunto à distância, assim como Cole e Lee, que bebiam.— E seus pais? Eles devem terem ficado irritados com você, já que não contou a eles que tinha se inscrito para concorrer à uma vaga. Estou certo? — Brandon, parecia mesmo querer se aproximar de Dean.Dean pensou em responder que não, mas logo saberiam da morte de seus pais.— Meus tutores foram assassinados quando eu tinha quinze anos. — silêncio, tudo que Dean mais queria naquele instante. — Fui criado pelo meu tio, e sim, ele ficou bastante furioso
Dois meses. Se o que Dean viu há sessenta e um dias fosse improvável agora, ele realmente estava ficando louco. Luc estava sentado ao seu lado, no refeitório, conversando sobre assuntos aleatórios.— Meu sonho é viajar pra lua.— Mas você cursa economia e administração.— Que custa sonhar?— Nada, mas...— Então não interrompa meu sonho.Dean deu de ombros e voltou a tomar seu café.— Você é meio louco, né?— Sou. Isso importa?— Não. Nem um pouco. Contanto que não me mate à noite, tudo certo. — Dean disse, sorrindo. — Viu o Lee esses dias?Luc travou o maxilar. Depositou o copo sobre à mesa e respondeu:— Sim. Ele tem uma semana sem aula, porque fez algumas extras no mês passado. Com isso, resolveu se permitir às férias. Porém, passará aqui pro almoço com Brandon e companhia.<
Frio. Era o que Dean sentia naquele momento. Tensão. Ela estava misturada com o nervosismo e o suor de seu corpo. Vontade. Continuava aliada ao prazer de descobrir pequenas partículas de orgasmo, e tinha que ser com Lee, agora, urgente, e quando conseguisse esse feito, teria de ser calmo, sem pressa.Ele viu o homem com músculos tensos se aproximar. Sentiu o membro ganhar força, vitalidade, arder contra a sunga. Respirou. Não deixaria escapar nada, nem mesmo uma faísca de seu encanto. Merda! Falhou. Falhou como nunca e Lee soube aproveitar o instante como nunca.Destrancou o portão sem pressa, calmo. Olhou para Dean dos cabelos aos pés, fazendo um gesto ao rapaz, um simbolismo pequeno, quase sem chances de remediação. Que bom! Dean o seguiu de perto, analisando a fissura das costas largas, as panturrilhas extasiante, o molde perfeito de um bumbum durinho, e o perfume. Ah, nossa, como era cheiroso.Ao abrir à porta da mansão, encanto
A sexta-feira foi complicada. Aula cedo, trabalhos em grupos, exposições milimetricamente exaustivas e, por fim, o almoço. Não avistar Lee durante àquela semana pelo Campus, tornou-se um castigo. Foi obrigado a sentar sozinho no refeitório com um Luc anormal. Poucas palavras trocadas, olhares vazios, tensão palpável.— Você está bem, Luc?— Tô.Era à quinta vez que questionava o amigo, porém ouviu a mesma resposta. Ele garfou um pedaço do frango, misturou ao molho e levou até a boca. Mastigou e voltou a analisar Luc, que mal tocara na refeição. Estranho. Logo Luc, um faminto e devorador voraz, e o qual amava repetir o cardápio, principalmente galinha.— Estava pensando em ir esta tarde para Ashton. Tô sem trabalhos para ser entregue próxima semana. — ele pausou a voz, tentando conectar o amigo nos seus assuntos. — Cê quer ir comigo?— Não.— Não? Por que não?
Luc se ajeitou rapidamente apanhando um travesseiro e escondendo seu membro duro, perceptível a qualquer olhar.— Me desculpa, é que eu...— Eu oque, Luc? Tava querendo se aproveitar de mim? Poxa, cara, pensei que fôssemos amigos...— E somos Dean. — ele assegurou passando os dedos pelo cabelo já crescido. — Vai, me perdoa.Dean desceu da cama e foi até à janela, vislumbrando a lua já alta. Fechou os olhos e sem falar nenhuma palavra ao amigo, apanhou a chave de seu carro e desceu para o estacionamento da Valenza Universit. Ainda que quisesse explorar do que Luc era capaz de realizar, sua razão lhe contrariava.Já no estacionamento estudantil, ele entrou no automóvel e repousou a cabeça sobre o volante. O que faria? Por que aquilo agora? Gostava de Luc profundamente, amava, ou até mesmo sentia uma leve e inaudível atração sexual pelo amigo. Mas nunca compreendeu, desde que chegara ao Cam