Desde que Hana morreu o que foi na semana passada, ela ligou o botão do "foda-se" e não veio trabalhar, não que estivesse cobrando, eu sei o quanto ela amava aquela cadela, mas ela desapareceu do mapa.
Provavelmente deveria estar procurando ela, mas as palavras de Beatrice me fizeram recuar.
— Julie não é nenhuma irresponsável, ela deve estar bem, confia em mim, nesse momento ela não quer falar com ninguém, ela só quer pensar.
— Ela precisa de um ombro amigo — argumentei.
— Não, ela não precisa, se precisasse ela estaria aqui, ela precisa de tempo, deixa ela em paz e quando ela estiver pronta pra encarar a realidade ela mesmo vir&aacut
Acho que nunca chorei em toda a minha vida, nem quando perdi o Sr. Lilás, meu urso preferido quando eu tinha nove. Acho que quando minha avó morreu, eu travei, minha reação não foi chorar, eu só queria um bom saco de pancadas, queria ser forte pelo meu avô, e agora... eu só queria um bom chá e chorar me lembrando da minha pequena.Acariciei a mão de Simon e sorri, ele era tão único, depois de ter chorado como uma menina de cinco anos no parque, ele me trouxe até a sua casa me deu banho e roupa limpa, eu até achei bom dormir na sua casa, não consigo dormir sem ninguém por perto, Hana dormia comigo.Pode soar dramático, mas é como todos dizem, cada um lida com a dor do jeito que dá. A minha perda poderia ser
Empacotei mais uma caixa e a juntei com as outras, olhei ao redor vendo que faltava pelo menos mais três caixas e suspirei cansada, hora de empacotar as coisas da Hana. Caminhei até a lavanderia e comecei a jogar todos os seus brinquedos que ficavam num grande baú para uma caixa, a tal ONG que a Beatrice participava poderia querer todos eles.Depois de guardar, dobrei os cobertores da Hana, sua coleira que tinha seu nome em prata, tudo que não era fotografia, eu iria doar, no final eu estaria ajudando outros animais... além do mais, não pretendo ter mais cães, não que eu tivesse pegado trauma, mas Hana era insubstituível e se eu trouxesse outro animal, seria como se eu tivesse a substituído.— Julie, Eu vou indo, hoje é a minha vez de fazer o Eliot dormir
Apesar de toda a dor, acho que estava descobrindo um novo recomeço, isso era bom, eu não queria viver no meio da dor pra sempre, acho que no final, eu sempre quis um final feliz, mas jogar a culpa nos outros foi mais fácil no meu tempo de adolescente.Já sendo adulta, tinha consciência de que popularidade na verdade não existia, isso era apenas um termo para pessoas se aproveitarem das outras sendo pratinhas mimadas ou atletas.Acho que no fundo eu me sentia amargurada, todos que me desafiavam levavam as consequências, eu sabia ser má quando queria, mas eu nunca imaginei que eu, Julie Gordon ou melhor Julie Evergarden estaria aqui esperando o resultado.— Julie Evergarden, sala 4 — chamou pelo
JULIEA chuva estava tão forte que fiquei com medo dos pneus derraparem na estrada, então decidi diminuir a velocidade, quando de repente um som irritante que apontava que eu havia ficado sem combustível.— Não, não, não, nãooo — praguejei irritada e encostei o meu carro na beira da estrada.Hana, minha, pastor alemão que até então estava jogada no banco de trás acordou com o barulho.— Ta tudo bem, meu amor, vou tirar a gente daqui — acariciei o seu pelo.O pior de tudo, era que eu estava no meio do nada. Reclamei internamente por ter esquecido de colocar gasolina. A estrada está deserta, ainda bem que existe o telefone nessa época, tenho que agradecer ao Martim Cooper por ter inventado o celular e mais ainda ao Steve Jobs por ter criado o meu amor lindo chamado iPhone.Beatrice vai ter que me tirar
JULIESenti um dedo frio tocar minha bochecha e levantei num pulo, assustada.— Ela acodou, mamãe — Eliot gritou à Beatrice — Madina Juu.— Oi, meu lindo — ignorei a vontade de voltar a dormir e peguei meu neném e o abracei — que saudade.— Eliot, para de incomodar sua madrinha e vem colocar os sapatos, você tem escola — gritou lá de cima e ele saiu correndo.Olhei ao redor e vi que estava na sala, acho que peguei no sono e esqueci de ir para o quarto.— Bea, onde estão as chaves do carro? — Zack gritou descendo as escadas — oi, Julie — acenei co
JULIE— Mentira, eu não acredito em você —riu da minha cara dando mais um gole da sua taça de vinho.— É verdade — gargalhei sem conseguir parar, acho que já não controlo minhas ações — eu não tive namorado nenhum durante esses seis anos, foi só aquelas noites, você sabe — tombei minha cabeça na parede tentando pensar.— Deve ter sido legal ficar longe, você parecia estar bem mais feliz lá do que aqui — dessa vez um tom mais magoado.— Ah para com isso, você nem deve ter sentido a minha falta, aposto que estava ocupada demais para sentir — coloquei o resto do vinho na minha taça.Eu olhei para a garrafa que a gente esvaziou ao longo da noite enquanto conversávamos sobre tudo. Foi como se não houvesse problemas, estava apenas eu, ela
JULIEAí meu deus, não surta, não pode, não agora. Pressionei minhas mãos contra as minhas bochechas na tentativa de tentar esconder a vermelhidão. Aposto que estão se perguntando o que aconteceu depois naquela sala. Eu fiquei em total choque, sério!— O que raio você faz aqui? — não chegou a ser um grito, mas eu também não falei no meu tom normal.— Perdão, madame, acho que não me apresentei da maneira correta — ele fez um leve reverência — Simon Evergarden a seu dispor.Simon... Evergarden... Não pode ser...
JULIEA melhor hora para correr é de noite, não importa se está escuro, eu prefiro à noite, onde o parque esta mais vazio, onde a brisa passava pelo meu rosto e era agradável senti-la.Umas das coisas pela qual eu escolhi esse apartamento, foi pelo fato de estar bem próximo de parque, e não era um parque qualquer, era um parque grande rodeado por árvores e grama verde, era perfeito para as minhas corridas noturnas.— Preparada? — olhei para minha cadela e ela posicionou as patas — vai.Começamos a correr, Hana sempre ao meu lado, ainda que ele fosse mais rápida, ela n&atild