Carmen Ester Castillo BrownSentada nas coxas musculosas do meu marido, trocamos beijos fortes, intensos, dentro do escritório prontos para avançar cada vez mais com as mãos fortes se enfiando por baixo da saia do meu vestido. Bufamos em uníssono abrindo um sorriso torto, pelas batidas na porta, logo ele responde liberando a entrada do soldado. Analisou de cima a baixo, percebendo a forma como se treme diante do poder a qual meu marido exerce. Como se não tivesse palavras, apenas ergue a mão com uma pasta marrom colocando sobre a mesa com a autorização do meu ursão, puxei a pasta curiosa abrindo para ver as informações soltando um risinho, enquanto ele tomava as fotos das minhas mãos. – Está com ciúmes e saudades querida?-- Virei de frente para ele, sem me importar com o homem atrás de nós, abrindo as pernas e sentando montada sobre meu homem. –Essa sua possessividade sempre me deixa tão excitada. – Sinto sua mão se movimentar as minhas costas para dispensar o capanga. – Ele tem u
RomanDepois de assegurar que Ibra ficaria no pé dessa bruxa dentro do hospital, enviei uma mensagem para Kyro o encontrando no mesmo local pelo qual chegamos, atraindo ainda mais atenção das pessoas estas ainda que machucadas ou provendo algum alento a um parente enfermo, são incapazes em prestar atenção na própria vida diante da minha presença.Atravessamos as portas automáticas entrando rapidamente no SUV, disparando o carro pelas ruas de Moscou em direção a sede da organização, para tentar buscar nos livros de contas e nas gravações algo que pudesse colocar em comprometimento o nome de algum filho da puta.Dentro do carro em nenhum momento conseguimos conversar, a partir do momento em que Mikhail resolveu abrir a boca colocou tudo em jogo, afinal, o traidor pode ser qualquer um e ter escutas em qualquer lugar. Fico ainda mais irritado pois o bastardo sabia que iria ser pego, sabia como me atingir como se estivesse acompanhado de perto a loucura causada por Luna. Chegamos na sede
LunaEstou sentada no chão ao lado do sofá que deveria servir para descanso, mas a minha mente precisa sentir o frio do piso, como se fosse uma autopunição por sentir que estou no fundo do poço depois desse dia infernal. Um paciente jovem demais, perdendo a perna. Roman causando o inferno nos meus sentimentos. Uma criança sem chances de sobreviver a um câncer de medula óssea pois nem mesmo o transplante aplacou a doença, algo raro de acontecer, mas que quando acontece é capaz de deixar todo corpo médico sem esperanças. É isso o que vi no olhar de cada colega pelos corredores ou aqueles que entram e saem dessa sala para um descanso, a ausência de esperança, uma criança que lutou para receber o transplante e agora está dando os últimos suspiros no colo dos pais, um casal sendo destruído pela dor da perda. Encosto a cabeça contra a parede buscando lidar com a inconformidade em uma morte tão prematura. Escuto a forma como a porta bate mas ignoro, porém ao escutar o som do trinco abro os
LunaMordo os lábios com força sem fazer questão de enxugar as lágrimas, arrastada por um mafioso para o outro lado do oceano depois dele matar meu namorado e agora fazendo papel de trouxa já que não sei porra nenhum além do tamanho do pau dele. –Luna.. – Presto atenção em sua pele negra em um tom de chocolate marcada pelas lágrimas–Se o Kyro tiver casado com aquela loira.. –Sua voz estremece e morde os lábios. –se juntar com a esposa do Roman e vierem atrás de nós?– Porra, não sei. – Balanço a cabeça. – Nós duas lemos livros demais com essa temática. Tento buscar algum consolo imaginando ser tudo coisa da minha cabeça e que nada daquilo pode acontecer na realidade.–Ele comprou o hospital, o Roman. – Digo o que estava me incomodando desde de cedo. – Se precisarmos fazer algum exame vai aparecer no sistema. Ela se escorou no balcão da pia enquanto volto para o chão ao lado do sofá, deixando o silêncio aterrorizante permear nossas cabeças da mesma forma como nossas almas estão se d
RomanOlhando para ela é como se não tivesse escutado o que acabou de falar, mas porra, escutei e as palavras repercutem pela minha mente gritando de uma forma com a qual mais uma vez não sei lidar. Não sei lidar com nada que vem dela, nem mesmo manter algum pingo de controle consigo, estava prestes a fazer uma loucura vendo as suas lágrimas caindo. Como falou o nome do ex, enquanto o belo idiota que me tornei na noite passada perdeu horas na porra de uma joalheria escolhendo uma aliança perfeita para ela, ignorando todas as palavras do Kyro sobre ser cedo demais ou no quanto isso repercute entre os capos que a anos tentam empurrar suas filhas nos meus braços em busca de acordos, principalmente agora que não sabemos quem pode estar nos traindo. E agora, mirando a escuridão dos seus olhos após o ataque de fúria, solto seus cabelos desfazendo o agarre.As memórias vivas voltam a dançar em meu purgatório, a caixa pequena com os sapatinhos brancos, o sorriso enorme deixando as sardas d
RomanEles eram um casal feliz durante a minha infância até um dia não serem mais, e encontrar o meu pai chorando contra a porta da casa encolhido sem a menor vergonha em estar soluçando com o choro incessante. Perguntar por ela era como esfaqueá-lo, aos poucos fui acostumando em esquecer para evitar causar dor naquele que permaneceu, que não me abandonou mesmo que nos seus piores momentos esquecesse da minha existência ao encher a cara e chorar contra a velha porta ao chão pedindo para que voltasse.Passei tanto tempo relembrando suas palavras imerso nas suas dores e quando resolvi ignorar, pensei ser forte o suficiente, acreditando ser capaz de ter uma família no final perdi a lucidez ao perdê-los, sendo expulso do paraíso que era o amor de Eva. O passado sempre se repete, não estou disposto a terminar como ele, por causa dessa loucura a qual Luna causa.– É o seu silêncio responde. Sua voz se infiltra dentro do mar de lembranças, fazendo a minha mente retornar aos poucos, sinto a
LunaQuantas vezes somos capazes de recompor cada um dos pedaços perdidos ao longo do caminho? Depois do jantar desastroso, vendo a forma em que os olhos permaneceram tão vazios quanto a minha alma depois daquela confusão, resolvi ficar pelo hospital. Não existe necessidade em voltar para casa quando não se tem uma casa, mesmo com todas as tentativas de Kalifa ignorei cada uma dela apenas pela possibilidade em encontrar ele. Ficando presa no ritmo constante da frustração que enlaçou a porra do meu coração, apertando com tanta força que em alguns momentos imaginei estar prestes a infartar, é esse o resultado da decpeção consigo mesmo. Sou a única causadora da minha tormenta, aquela incapaz de sair em busca do ar ou impor um limite saudável por não saber o que seria saudável de uma forma que tentar falar só causa mais danos devastando todos ao redor os fazendo pagar pelos meus erros, alimentando o egoísmo para alimentar a culpa. Num ciclo infinito de culpa, não sou perfeita , não sou
Luna–Sequestrada? – Bufou outra vez. Não fiz questão de responder ou de me virar para olhar, apenas continuei admirando a noite agitada desse país que até agora não aproveitei e nem conhecia nada, na última vez fui direto para o interior animada para trabalhar. Mais um problema que já deveria ter tentado resolver, mas continuo mantendo, uma workaholic. Pensando agora em como isso deve ter facilitado a vida desse bastardo nos últimos dias sinto uma vontade enorme em sair por aí, conhecer mais da cidade de prédios enormes. –Luna . Alguém falou comigo, acho que é um fantasma?Quase solto uma risada por ser incapaz de conter o próprio deboche, não sei em qual momento ignorar Roman se tornou tão prazeroso, só sei que deveria ter feito antes apenas para ter essa sensação. A mão enorme encontrou a minha nuca se enfiando pelos meus cabelos, mordi a língua sentindo o sangue enchendo a boca, mas reprimi de forma veemente o gemido. Encontrando os olhos azuis enlouquecidos, fazendo o próprio