Nesse momento estou em um Restaurante novo que está inaugurando hoje. Fui convidada pela minha amiga Vanessa, que também chamou a Martha e a Carol. Estou vestida com um vestido simples, vermelho com uma sandália baixa. As meninas como sempre, muito bem arrumadas. Eu não sou vaidosa como elas.
-Então Gabi, está gostando da comida boa? Pergunta Vanessa. -Sim, está uma delícia, obrigada por me convidar amiga. Elas se olham e começam a rir, não entendi muito bem. Talvez tenha sido a forma que eu falei. O restaurante estava lotado, quase não cabia mais gente. Era inauguração, e o restaurante era famoso em vários estados. A comida de fato estava maravilhosa. - Ei Gabi, será que você se importa se agente for ao banheiro retocar a maquiagem? Pergunta Carol. -Claro que não, vão lá. Elas se levantaram sorrindo uma para outra. Puxei a vanessa pelo braço e perguntei: -Amiga, posso pedir duas marmitas para levar para meu pai, e para Anna? É que não fiz janta. -Claro que pode, Fique a vontade querida. Então elas saíram ainda rindo e eu chamei o garçom e fiz o pedido. Se passaram dez minutos e nada das meninas... vinte minutos e nada... trinta minutos e nada. E aos poucos minha fixa foi caindo. Mas continuei na esperança delas voltarem. Achei que elas não fossem capazes de fazer uma armação dessas. Ainda mais comigo? Já se passaram duas horas e nada das meninas, os garçons passavam e me olhavam, tinham poucas pessoas no restaurante. Eu não tinha celular pra ligar para elas. Um tempo depois, já não tinha mais ninguém no restaurante. Eu fiquei sem chão, não tinha dinheiro suficiente pra pagar a conta. Era um restaurante de luxo. Fiquei sem saber o que fazer, então vi um garçom vindo em minha direção, e senta na cadeira a minha frente. Quando ele se sentou, comecei a chorar, estava morta de vergonha, as marmitas estavam em cima da mesa. E eu não tinha dinheiro pra pagar aquilo tudo. -Moça? está tudo bem? Perguntou ele colocando sua mão em cima da minha, que estava em cima da mesa. Continuei chorando baixinho. -Moça? Perguntou novamente Levantei a cabeça, olhei em seus olhos e falei; -Eu não sei o que fazer... Baixei a cabeça e continuei chorando. -Como assim o que aconteceu? -Eu estava com as minhas amigas aqui e elas saíram, e agora não sei a onde elas foram. É acho que elas não vão voltar. Esqueceram de mim. Falava com pausas calzadas pelos soluços -Olha... Imediatamente o interrompi antes que ele terminasse de falar. -Os pratos! Eu posso lavar os pratos, o restaurante estava lotado, deve ter um milhão de pratos sujos, eu posso lavar, e se for pouco, passo uma semana lavando pratos. E eu sou boa em... Experimente na área. Ele ficou me olhando, me encarou com aqueles lindos olhos azuis, Ele era jovem, parecia ter minha idade mais ou menos, corpo sarado Cabelos castanhos, e tinha uma boca muita linda , e deu um leve sorriso no canto da boca que o deixava ainda mais charmoso, mas voltei a realidade. -Do que você está rindo? Estou falando sério, olha eu não tenho dinheiro. Começei a tirar as coisas da minha bolsa pra ele ver que eu só tinha cinco dólares. - Olha, pega essas marmitas pra não causar mais prejuízo e vamos lá pra dentro pra eu lavar os pratos?. Ele continua com o sorriso no canto da boca e então termina de falar; -Olha moça, eu estava lá fora e vi quando suas amigas foram embora em um carro, elas estavam morrendo de rir. Baixei a cabeça e juntei as coisas da minha bolsa com cara de decepção. -Me desculpe, eu não sei nem o que falar, você vai chamar a polícia né? Perguntei enquanto ele ficava ali sorrindo. -Relaxa, você não tem culpa, Pode ir pra casa tá tudo bem. -sério, mas o seu patrão não vai te dar carão por isso, a conta é alta. Ele olha para mim pensativo e depois fala; -Ah claro, meu patrão Hum... Eu me resolvo com ele, fica em paz, tá? Tenha uma ótima noite senhorita. Ele levanta da mesa, e eu também e saio para porta, quando ouço ele me chamar; -Senhorita?... Olho pra trás achando que ele tinha desistido do bom ato dele, então ele continua; -As marmitas... Pode levar! -tá falando sério? -Claro, se você não levar, vai ser comidas pelos cachorros das ruas. -Obrigada, muito obrigada... Pego as marmitas e saio lá pra fora Então percebi que eu teria que ir a pé para casa, eu tinha vindo com o pai da Vanessa de carro, e o restaurante era longe. Mas não podia perder tempo ali parada e segui andando. Já era tarde, não tinha ninguém nas ruas. Depois de uns vinte minutos andando, notei um carro logo atrás de mim, não olhei pois estava com medo já que ele reduziu a velocidade quando se aproximou de mim, então ouço a voz de um rapaz. -Senhorita? Acho que eu conhecia aquela voz, então. Olhei para ver quem era. Era o rapaz do restaurante. Mas o que ele tava fazendo ali? -Oi alguma coisa errada? Perguntei meio nervosa. -Sim... Respondeu ele. -O que houve, seu patrão não perdoou a dívida e você veio me buscar pra lavar os pratos? Ele começou a rir. -Não, é que terminei meu expediente e estava indo pra casa e notei você aqui na estrada e resolvi parar. É perigoso, sabia ? -Ah... Eu sei, olha eu nem ia sair de casa, eu cuido da minha irmã e acabei deixando ela com a vizinha, porque a Vanessa me convidou pra esse jantar, mas se eu soubesse o que ia acontecer, já estaria dormindo. -Vem entra, eu te deixo em casa. -Não, imagina eu não quero te incomodar outra vez. Você já fez até demais por mim, Estou mais do que agradecida. -Anda, não vou deixar você aqui nessa estrada sozinha, é perigoso. Por saber que era muito perigoso, acabei entrando no carro. Ensinei todo o caminho até em casa. Ele parecia não conhecer muito bem a região. Enfim chegamos. -Ta entregue senhorita. Fala ele olhando para mim. -Nossa.... Eu não tenho nem palavras para te agradecer. Foi uma noite e tanto pra mim. -Não tem que agradecer. Foi um prazer te ajudar. -Muito obrigada mesmo. Falo abrindo a porta e saindo. além de lindo é educado. Fechei a porta do carro e caminho uns três passos em direção a minha casa, quando ele fala; -Senhorita? Viro a cabeça e olho pra ele. -sim? -Não vai nem me dizer seu nome? -Nossa que mal educada que eu sou... Caminhei para carro novamente e estendi a mão pela janela do carro. -Muito prazer, meu nome é Gabriela.. Ele segura em minha mão e pude sentir o toque dos seus lábios beijando ela. -Muito prazer Gabriela, me chamo Murilo. Fiquei envergonhada e puxei minha mão pra fora enquanto ele me olhava com seus lindos olhos que me deixava hipnotizada -Boa noite, Murilo. Mas uma vez eu te agradeço. -Boa noite. Até breve. Então ele saiu e eu entrei.... mas sinto que nosso destino não termina aqui.Fui buscar a Anna na vizinha, ela estava dormindo. Trouxe ela nos braços em seguida a coloquei na cama. Depois voltei para a sala onde estava meu pai deitado no chão com duas garrafas de bebidas ao lado. Acordei ele o ajudei a sentar no sofá e entreguei a marmita para ele comer. Ele estava tão bêbado que mal conseguia levantar a colher. Então dei a comida para ele, logo depois ele adormeceu novamente no sofá. Peguei uma coberta tirei seus sapatos e suas meias cobri ele, dei um beijo na testa dele e fui pro quarto. O cheiro do Murilo ainda estava em minha mão, fiquei lembrando do momento em que ele a beijou. Aquele olhar ficou na minha mente. Por um instante, eu até gostei do que as meninas fizeram. Assim pude conhecer ele. Será se era obra do destino?. Mas logo fui dormir, afinal quem iria se interessar por mim? Pobre, desajeitada e com um pai alcoólatra. No dia seguinte preparei a Anna para ir á escola, meu pai já tinha saído como sempre. Deixei ela na escola em seguida fui pr
Depois do lanche, o Murilo foi nos deixar em casa. Eu ia no banco de trás com a Anna, que não parava de fazer perguntas o tempo todo. Murilo não parava de me encarar pelo espelho. Até que a Anna resolveu fazer mais uma pergunta;– Murilo, você está namorando com a Gabi? Nesse momento não sabia onde enfiar minha cara, fiquei com vergonha. O Murilo por sua vez começou a rir sem parar até que respondeu.– Não, Anna , ela não me quer. Falou ele, em seguida olhou para mim, pelo o espelho. Eu fiquei calada e desviei o olhar. Ao chegar em casa, ouvi bagulhos, era o meu pai bêbado quebrando as coisas. Nesse momento fiquei sem ação, ele sempre bebia, mas nunca foi agressivo em casa. Saí do carro e corri para abrir a porta. O Murilo saiu também e entrou junto. Me deparei com meu pai com as mãos ensanguentadas, de quebrar as garrafas de cachaça, juntamente com os quadros das fotos da mamãe. A Anna coitadinha ficou assustada com a cena, começou a ter crise de falta de ar. Meu
O resto do dia se passou e a noite chegou. Já eram umas dez da noite, contei uma história para Anna dormir. Meu pai dormia desde a hora do acontecido, decidi não acorda-lo. Estava sem sono e fui ler meu livro na sala. Era quase meia noite quando escultei o barulho de um carro chegando lá fora. Olhei pela janela, era o Murilo. Mas o que ele queria numa hora dessas?. Abri a porta e fui até o carro. – Murilo? Mas o que você está fazendo aqui? – Ia passando e vi a luz acesa, fiquei preocupado, achei que vocês estavam com algum problema. – Não, a Anna já dormiu faz um tempinho, e meu pai desde aquela hora não acordou, mas obrigada pela preocupação. – Ah sim... Que bom que está tudo bem. Ele ficou no carro me olhando sem saber o que dizer... – Eu vou entrar, está frio aqui, você quer entrar um pouco? Ele não perdeu tempo e foi logo me seguindo. Sentei no sofá e ele se sentou ao meu lado. Ele estava de cabelo molhado e todo perfumado. – Que livro você está lendo? – Um h
O resto do dia se passou, e como sempre coloquei a Anna para dormir. Meu pai ainda não tinha chegado. Eu já estava ficando preocupada, porque já se passava da meia noite, e ele nunca demorou tanto assim. Então lembrei que o Murilo tinha me dado seu número do celular. Por um momento, pensei em não ligar, afinal ele estava sem falar comigo há uma semana. Mas eu estava tão preocupada, que resolvi ao menos tentar... Liguei uma vez, chamou,chamou e ninguém atendeu... Então não liguei mais. Coloquei o telefone no gancho e quando virei as costas, começou a tocar... Então resolvi não atender para não incomodar, talvez ele estava ocupado por isso não atendeu. No mínimo meu pai estaria em um bar bebendo um pouco a mais... Sentei no sofá para esperar ele chegar. Olhei pela janela e nem sinal dele... O céu estava cheio de nuvens, e cheios de relâmpagos. Depois de uns quinze minutos o Murilo buzinou lá fora. Abri a porta, ele estava em pé encostado no carro. – Boa noite, você me ligou, eu re