Fui buscar a Anna na vizinha, ela estava dormindo. Trouxe ela nos braços em seguida a coloquei na cama. Depois voltei para a sala onde estava meu pai deitado no chão com duas garrafas de bebidas ao lado. Acordei ele o ajudei a sentar no sofá e entreguei a marmita para ele comer. Ele estava tão bêbado que mal conseguia levantar a colher. Então dei a comida para ele, logo depois ele adormeceu novamente no sofá. Peguei uma coberta tirei seus sapatos e suas meias cobri ele, dei um beijo na testa dele e fui pro quarto.
O cheiro do Murilo ainda estava em minha mão, fiquei lembrando do momento em que ele a beijou. Aquele olhar ficou na minha mente. Por um instante, eu até gostei do que as meninas fizeram. Assim pude conhecer ele. Será se era obra do destino?. Mas logo fui dormir, afinal quem iria se interessar por mim? Pobre, desajeitada e com um pai alcoólatra. No dia seguinte preparei a Anna para ir á escola, meu pai já tinha saído como sempre. Deixei ela na escola em seguida fui pra minha também. Chegando lá vi as três donzelas vindo em minha direção. – Gabi, me desculpa. Falava Vanessa. Não dei bola para elas e continuei indo pra classe. Elas insistiram vindo em minha direção. – Gabi, você tem que nos escultar, você é nossa amiga. Falou Martha – Ah então eu tenho que escultar vocês né? Agora sou sua amiga, mas ontem na hora de me abandonar sentada naquele restaurante passando vergonha, vocês não pareciam ser minhas amigas. Falei com tom um pouco alto. – Aí Gabi amiga, sei o quanto erramos com você, mas olha foi caso de urgência, meu pai me ligou dizendo que minha mãe estava passando mau, e eu nem lembrei de você eu juro. Disse Vanessa. – Ah conta outra vai. A Vanessa olhou pra mim com cara de choro; – Aí amiga, s se põe em meu lugar, imagina se fosse sua mãe, você ficaria sem ação numa situação dessas? Disse ela. Vendo que ela estava querendo chorar acabei acreditando. – Tá bom... Dessa vez vou perdoar, mas pela sua mãe. Então elas pularam me abraçando. – Amiga, você sabe que jamais eu iria fazer algo assim de propósito com você , jamais! Disse Vanessa. Em seguida ela nota um carro chegando no estacionamento da escola. – Aí meu Deus o que é aquilo?. – Nossa que carrão em, quem será? Disse a Carol. Em seguida o Rafael chegou vindo em nossa direção. – Rafael de quem é esse carro? Perguntou Martha. – Ah deve ser o cara novato, Chegou agora na cidade. Respondeu Rafael – Meninas rápido,olha meus cabelos se esta bem? minha maquiagem tá certinha? perguntou a Vanessa. – Claro Vanessa você sempre arrasa. Respondeu as duas juntas. – Toma Gabi, leva nossas bolsas que vamos ali receber esse Deus grego. Falou ela jogando a bolsa prós meus braços. Elas saíram em direção ao carro, O rapaz nem tinha descido ainda. Mas elas eram sempre assim com os garotos novatos, principalmente se for bonito e que tenham dinheiro. Eu como não gosto de me envolver nisso fui pra classe, E não vi mais nada. Fiquei na minha carteira lendo um livro, logo depois o sino tocou pros alunos entrarem. E escutei a voz da Vanessa, mostrando a escola pro rapaz. – Aqui é a biblioteca, ali a sala de jogos.. eu estava escutando ela falar de longe nos corredores. A professora entrou na classe e o sino tocou novamente. Em seguida, a Vanessa entrou, depois veio a Martha e a Carol. Logo depois apareceu na porta o Murilo, o rapaz que eu tinha acabado de conhecer na noite passada. Fiquei em choque, tentei esconder meu rosto com o livro, mas ele já tinha me visto, e já estava com aquele lindo sorriso no rosto. – Pessoal, esse é o Murilo. Nosso novo colega de classe. Vamos dar as boas vindas a ele?. Em seguida, todos disseram "Bem vindo, Murilo " e ele foi para o fundo, onde tinham as carteiras vagas. Eu não olhei para trás, mas notei quando a Vanessa saiu da carteira dela, e foi sentar ao lado dele. – Hoje preciso que vocês façam duplas, para uma tarefa que vai ser feita na casa de vocês. Disse a professora. Nesse momento todos formaram as duplas, e a Vanessa, claro, foi para o lado do Murilo. Depois o sino tocou pro intervalo, e todos saíram, e eu como sempre fiquei na sala lendo meu livro. A Vanessa pegou na mão do Murilo o puxando pra fora da sala, mas notei quando ele olhou pra trás vendo que eu não iria sair. Cinco minutos depois eu estava concentrada na minha leitura, quando uma mão baixou o livro, olhei, ele estava ali na minha frente. – Então a senhorita estuda aqui? E nem falou comigo? Disse Murilo olhando pra mim. – É que você já estava bem acompanhado. Não quis incomodá-lo. – Aquela garota já me mostrou tudo por aqui. Mas queria que você lanchasse comigo, você aceita ? – Então é que gosto de ficar aqui lendo no intervalo, Nem trago lanches. – Vem, eu estou convidando. Você vai recusar? O sino tocou terminando o intervalo. – É... Parece que vou ficar sem lanchar mesmo. Falou Murilo indo pra carteira dele. Depois a Vanessa entrou. – Murilo, você sumiu... Te procurei pra lanchar e não te achei. – Resolvi vim antes de acabar o intervalo. Respondeu ele. A professora ainda não tinha entrado e ela continuou a conversa. – Então Murilo, eu nunca te vi por aqui. É novo na cidade? – Sério? Eu te vi ontem a noite no restaurante. Respondeu ele. – No restaurante? Mas como que eu não te vi? – Bom é que eu estava de Garçom talvez você não se lembre por isso. – Garçom?... Talvez tenha sido por isso. Olha Murilo, eu vou sentar ali com as meninas agora, Depois agente conversa, tá ? – Sem problema. Disse ele sorrindo. Em seguida ela voltou para frente com cara de raiva. E as meninas rindo dela. No final da aula todos saíram da classe. Eu tentei sair o mais rápido possível. Sabia que ele viria até mim. Mas não teve como escapar... Senti sua mão em meu ombro e parei . – Gabriela, aceita comer um lanche comigo? – Ah Murilo seria uma honra, mas estou indo buscar minha irmã em outra escola agora. – Não tem problema, eu pego ela com você e vamos os três, o que acha? – Tá bom. Já que você insiste, vamos lá . Entramos no carro, as meninas ainda estavam lá dentro e nem viram quando eu saí com Murilo. Chegando na escola da Anna, entrei para pegá-la e ele ficou esperando no carro. Peguei a minha irmã e voltei. Ela foi correndo até o carro. – Olá, meu nome é Anna, eu tenho sete anos, sabia? Disse a Anna com a cabeça na janela do carro. – Oi Anna , você é linda , o meu é Murilo. Vamos passear? – Obaaa, vamos passear.. Gritava ela pulando de alegria. – Vem, Anna entra. Eu disse enquanto abria a porta para ela entrar. Em seguida entrei também. Enquanto ele dirigia, conversava com a Anna . – Então Anna , o que você gosta de fazer? – Eu gosto de brincar na pracinha, gosto de encher balões, gosto de pintar. – Ela agora vai falar o dia todo porque ela gosta de fazer tudo. (Risos) Ele sorriu, um momento, depois chegamos ao mesmo restaurante da noite passada. – Achei que era só um lanche? Disse pra ele. – E será. Respondeu ele. – Tem batata frita? Perguntou a Anna. – Anna! Deixa de ser mal educada será apenas um lanche. – Mas eu queria batata frita. Disse ela baixando a cabeça. – Pode deixar Anna, vamos pedir uma porção enorme de batata frita, o que acha? – Ebaaa....falava ela, pulando. Quando entramos, sentei em uma mesa com a Anna, e ele foi lá dentro. Depois voltou e sentou. – Anna, as batatas já estão fritando. E você, senhorita, o que vai querer? – Um sanduíche com suco de laranja. – Um sanduíche com suco de laranja, por favor! grita para os funcionários. Em seguida veio um garçom, com os pedidos. – Aqui está chefe. Disse o garçom. – chefe? Achei que você fosse garçom. – Ontem era inauguração, e sempre fica lotado, então tive que ajudar, eu sou o dono daqui, e de toda a rede de restaurantes que era do meu pai em quase todos os estados. Fiquei abismada com o tanto que ele era rico. Mas não falei nada, até porque não me importava. Mas o que não saiu da minha cabeça, era saber o que ele estaria fazendo naquela escola, sendo que tinha várias outras melhores .Depois do lanche, o Murilo foi nos deixar em casa. Eu ia no banco de trás com a Anna, que não parava de fazer perguntas o tempo todo. Murilo não parava de me encarar pelo espelho. Até que a Anna resolveu fazer mais uma pergunta;– Murilo, você está namorando com a Gabi? Nesse momento não sabia onde enfiar minha cara, fiquei com vergonha. O Murilo por sua vez começou a rir sem parar até que respondeu.– Não, Anna , ela não me quer. Falou ele, em seguida olhou para mim, pelo o espelho. Eu fiquei calada e desviei o olhar. Ao chegar em casa, ouvi bagulhos, era o meu pai bêbado quebrando as coisas. Nesse momento fiquei sem ação, ele sempre bebia, mas nunca foi agressivo em casa. Saí do carro e corri para abrir a porta. O Murilo saiu também e entrou junto. Me deparei com meu pai com as mãos ensanguentadas, de quebrar as garrafas de cachaça, juntamente com os quadros das fotos da mamãe. A Anna coitadinha ficou assustada com a cena, começou a ter crise de falta de ar. Meu
O resto do dia se passou e a noite chegou. Já eram umas dez da noite, contei uma história para Anna dormir. Meu pai dormia desde a hora do acontecido, decidi não acorda-lo. Estava sem sono e fui ler meu livro na sala. Era quase meia noite quando escultei o barulho de um carro chegando lá fora. Olhei pela janela, era o Murilo. Mas o que ele queria numa hora dessas?. Abri a porta e fui até o carro. – Murilo? Mas o que você está fazendo aqui? – Ia passando e vi a luz acesa, fiquei preocupado, achei que vocês estavam com algum problema. – Não, a Anna já dormiu faz um tempinho, e meu pai desde aquela hora não acordou, mas obrigada pela preocupação. – Ah sim... Que bom que está tudo bem. Ele ficou no carro me olhando sem saber o que dizer... – Eu vou entrar, está frio aqui, você quer entrar um pouco? Ele não perdeu tempo e foi logo me seguindo. Sentei no sofá e ele se sentou ao meu lado. Ele estava de cabelo molhado e todo perfumado. – Que livro você está lendo? – Um h
O resto do dia se passou, e como sempre coloquei a Anna para dormir. Meu pai ainda não tinha chegado. Eu já estava ficando preocupada, porque já se passava da meia noite, e ele nunca demorou tanto assim. Então lembrei que o Murilo tinha me dado seu número do celular. Por um momento, pensei em não ligar, afinal ele estava sem falar comigo há uma semana. Mas eu estava tão preocupada, que resolvi ao menos tentar... Liguei uma vez, chamou,chamou e ninguém atendeu... Então não liguei mais. Coloquei o telefone no gancho e quando virei as costas, começou a tocar... Então resolvi não atender para não incomodar, talvez ele estava ocupado por isso não atendeu. No mínimo meu pai estaria em um bar bebendo um pouco a mais... Sentei no sofá para esperar ele chegar. Olhei pela janela e nem sinal dele... O céu estava cheio de nuvens, e cheios de relâmpagos. Depois de uns quinze minutos o Murilo buzinou lá fora. Abri a porta, ele estava em pé encostado no carro. – Boa noite, você me ligou, eu re
Nesse momento estou em um Restaurante novo que está inaugurando hoje. Fui convidada pela minha amiga Vanessa, que também chamou a Martha e a Carol. Estou vestida com um vestido simples, vermelho com uma sandália baixa. As meninas como sempre, muito bem arrumadas. Eu não sou vaidosa como elas. -Então Gabi, está gostando da comida boa? Pergunta Vanessa. -Sim, está uma delícia, obrigada por me convidar amiga. Elas se olham e começam a rir, não entendi muito bem. Talvez tenha sido a forma que eu falei. O restaurante estava lotado, quase não cabia mais gente. Era inauguração, e o restaurante era famoso em vários estados. A comida de fato estava maravilhosa. - Ei Gabi, será que você se importa se agente for ao banheiro retocar a maquiagem? Pergunta Carol. -Claro que não, vão lá. Elas se levantaram sorrindo uma para outra. Puxei a vanessa pelo braço e perguntei: -Amiga, posso pedir duas marmitas para levar para meu pai, e para Anna? É que não fiz janta. -Claro que pode, F