SaidSamira balança a cabeça, desgostosa, dizendo:—Said, meu filho, você não pode ficar sozinho nesse estado!—Eu estou bem mamãe. Quero ir para a minha casa. Sou rodeado de empregados, não ficarei sozinho. Só preciso descansar. Você ouviu o que o médico disse.—Você é muito agitado Said. Te conheço, vai ficar andando pela casa, arrumando o que fazer.Eu passo os dedos pelos cabelos enquanto Raissa coloca meus sapatos. —Prometo que ficarei bem! —Digo irritado pelo esforço de falar.—Olha sua cara de dor!—Claro! A senhora não colabora.Minha meia-irmã que só escuta coloca outro sapato. Me levanto da cama quando ela finaliza.—Obrigada. —Digo para ela.Raissa sorri para mim.—Said é inteligente. Sabe que não pode ficar andando, que deve descan
Muhafa foi ao quarto de Said. Agora com o remédio, é certo ele dormir bastante, já que essa fórmula dá muito sono.Vou então, até o meu quarto. Em frente ao espelho do banheiro, desmancho meu coque e escovo meus cabelos, os deixando soltos. Não dormi essa noite, ansiosa com a volta de Said. Agora estou cansada, precisando tirar um cochilo.Quando saio do banheiro, levo um susto ao ver Said em pé. Os cabelos estão em desordem. A camiseta branca evidencia os músculos peitorais e dos braços. A calça azul marinho do pijama o deixava mais sexy. Os olhos negros penetrantes sombreados por cílios espessos e sobrancelhas grossas estão sobre mim, agressivos.— Você deveria estar deitado. — Eu digo nervosa.Observo ele andar com dificuldade quando se move em minha direção. Para à minha frente, tão próximo que eu consig
Eu observo ele sair do meu quarto, caminhando com dificuldade, se segurando nas paredes.Eu me sento na minha cama. Como um filme revivo tudo que passei, desde que cheguei à mansão. E chego a conclusão que só quem vivesse na pele o que eu vivi aqui, entenderia que eu não tive condições nenhuma de confessar nada.Ele foi um juiz implacável e eu uma ré sem defesa. Mas, mesmo assim, a dor que vi nos olhos de Said, surte efeito e me sinto culpada. Além de aumentar minhas dúvidas com relação aos sentimentos dele.Ele apenas me enxergava como uma empregada. Por que ele estaria então, tão magoado por eu não ter lhe confessado tudo?Ele está realmente gostando de mim?Ou seu ego está ferido?Talvez sim, pois afinal, ele fora enganado por uma mulher.Mas por que, quando ele descobriu tudo, não me acusou?Então ele
Eu fico de joelhos e o encaro bem nos olhos, com as pernas moles, meu coração a mil. Pegando a cabeça dele com as duas mãos, eu tomo os lábios dele e o beijo pra valer, num beijo quente e urgente. Minha língua tremulando na sua. Said geme de prazer. Então desço seu pescoço e provo sua pele com a qual eu só pude sonhar durante muito tempo. Escorregando os lábios por seus músculos que se contraem. Sua respiração é rápida e ele geme quando passo minha língua e meus lábios nos planos deliciosos de seu tórax. Provo cada centímetro de sua pele... seus mamilos, seu abdome cheiroso. Ele fecha os olhos e puxa minha cabeça até seu ombro, expirando trêmulo. Sinto-o balançar a cabeça como se tentasse tirar alguma imagem minha, tentando se acalmar. Ele beija meu cabelo, e ficamos abraçados em silêncio. Erg
SaidMaysa está demorando. Estou me sentindo extremamente irritado por estar nessa cama. Toda e qualquer posição para mim agora é desconfortável. Meu tórax doí. Doí quando eu ergo os braços, quando eu faço força para me levantar, para me deitar, e até quando eu ando.Fecho os olhos pensando em Maysa. Ela é um balsamo para meus próximos dias nessa cama.Nossa relação mudou, agora tudo está tudo preto no branco. Estávamos verdadeiramente nos conhecendo, sem máscaras. Só há um, porém nisso tudo. Ela tem raízes na Inglaterra, e moderninha demais para o meu gosto. Eu a quero por inteiro. Ela terá que abrir mão de tudo. Deixar tudo para trás. Qualquer vírgula ou ponto de interrogação que eu enxergar, colocará tudo a perder. Eu tento nã
Quando volto, Said está de olhos fechados ainda com cara de dor. Mas sua respiração é mais tranquila. Quando ele sente a minha presença, seus olhos imediatamente me procuram. Eu desvio meu olhar de sua figura e coloco meu camisolão e o meu penhoar na minha cama.Eu me viro para olhá-lo. Seu rosto está ruborizado, seu cabelo está bagunçado, mas atraente. Ele estuda meu rosto.—Mamãe virá amanhã cedo. Passará o dia aqui.Eu dou um sorriso para ele.— Claro, ela deve estar preocupada.— Ou não quer perder a oportunidade de se meter na minha vida.—Toda mãe é assim. Ela quer o seu bem.—Tranque a porta e deite-se comigo. Uma voz baixinha me alerta de que é uma má ideia. Se isso ficar mais íntimo só vai tornar as coisas mais difíceis quando eu partir. Digo à v
Seis horas da manhã, me levanto. Said dorme de barriga para cima, tranquilamente. Me troco rápido no banheiro, escovo os cabelos e faço um rabo de cavalo.Saio do quarto sem fazer barulho e me dirijo à cozinha. Sinto o cheiro de café fresquinho.Allah! Estou louca por uma xícara.Zafira está sentada à mesa com uma xícara nas mãos. Eu me sento perto dela.— E Said?— Está correndo tudo bem. Amanhã ou depois, ele já estará andando pela casa. Hoje a mãe dele virá aqui.Zafira dá um gole grande no café.—Allah! Quer deixar Said nervoso é quando ela vem e se mete na vida dele.— Ela se mete como?— Tudo tem que ser do jeito dela. Ela implica com a decoração da casa, implica com a vestimentas dos empregados, se mete na vida dele. Quando Said morava com ela, brigavam muit
Samira segue com o andar altivo para fora da sala de jantar. Eu solto o ar dos pulmões em alívio. E volto minha atenção para Said. Ele parece furioso, seus olhos fulminam as costas de Samira. Eu me levanto. Ele volta sua atenção para mim. —Vamos para o quarto. Você precisa descansar. —Digo, segurando seu braço. Ele não diz nada. Eu o enlaço pela cintura e caminhamos juntos, abraçados. Quando ele se senta na cama, eu tiro seu tênis e ajeito os travesseiros para ele se apoiar neles. Ele se deita. Quando me afasto, ele segura meu pulso com força.—Diga que minha mãe não está certa. Que você se moldará aos nossos costumes. Se adaptará. Eu baixo minha cabeça, fugindo dos olhos negros dele. Eu ainda não tenho uma resposta. O encaro e digo com sinceridade:—É cedo para conversarmos sobre es