Eu observo ele sair do meu quarto, caminhando com dificuldade, se segurando nas paredes.
Eu me sento na minha cama. Como um filme revivo tudo que passei, desde que cheguei à mansão. E chego a conclusão que só quem vivesse na pele o que eu vivi aqui, entenderia que eu não tive condições nenhuma de confessar nada.Ele foi um juiz implacável e eu uma ré sem defesa. Mas, mesmo assim, a dor que vi nos olhos de Said, surte efeito e me sinto culpada. Além de aumentar minhas dúvidas com relação aos sentimentos dele.Ele apenas me enxergava como uma empregada. Por que ele estaria então, tão magoado por eu não ter lhe confessado tudo?Ele está realmente gostando de mim?Ou seu ego está ferido?Talvez sim, pois afinal, ele fora enganado por uma mulher.Mas por que, quando ele descobriu tudo, não me acusou?Então eleEu fico de joelhos e o encaro bem nos olhos, com as pernas moles, meu coração a mil. Pegando a cabeça dele com as duas mãos, eu tomo os lábios dele e o beijo pra valer, num beijo quente e urgente. Minha língua tremulando na sua. Said geme de prazer. Então desço seu pescoço e provo sua pele com a qual eu só pude sonhar durante muito tempo. Escorregando os lábios por seus músculos que se contraem. Sua respiração é rápida e ele geme quando passo minha língua e meus lábios nos planos deliciosos de seu tórax. Provo cada centímetro de sua pele... seus mamilos, seu abdome cheiroso. Ele fecha os olhos e puxa minha cabeça até seu ombro, expirando trêmulo. Sinto-o balançar a cabeça como se tentasse tirar alguma imagem minha, tentando se acalmar. Ele beija meu cabelo, e ficamos abraçados em silêncio. Erg
SaidMaysa está demorando. Estou me sentindo extremamente irritado por estar nessa cama. Toda e qualquer posição para mim agora é desconfortável. Meu tórax doí. Doí quando eu ergo os braços, quando eu faço força para me levantar, para me deitar, e até quando eu ando.Fecho os olhos pensando em Maysa. Ela é um balsamo para meus próximos dias nessa cama.Nossa relação mudou, agora tudo está tudo preto no branco. Estávamos verdadeiramente nos conhecendo, sem máscaras. Só há um, porém nisso tudo. Ela tem raízes na Inglaterra, e moderninha demais para o meu gosto. Eu a quero por inteiro. Ela terá que abrir mão de tudo. Deixar tudo para trás. Qualquer vírgula ou ponto de interrogação que eu enxergar, colocará tudo a perder. Eu tento nã
Quando volto, Said está de olhos fechados ainda com cara de dor. Mas sua respiração é mais tranquila. Quando ele sente a minha presença, seus olhos imediatamente me procuram. Eu desvio meu olhar de sua figura e coloco meu camisolão e o meu penhoar na minha cama.Eu me viro para olhá-lo. Seu rosto está ruborizado, seu cabelo está bagunçado, mas atraente. Ele estuda meu rosto.—Mamãe virá amanhã cedo. Passará o dia aqui.Eu dou um sorriso para ele.— Claro, ela deve estar preocupada.— Ou não quer perder a oportunidade de se meter na minha vida.—Toda mãe é assim. Ela quer o seu bem.—Tranque a porta e deite-se comigo. Uma voz baixinha me alerta de que é uma má ideia. Se isso ficar mais íntimo só vai tornar as coisas mais difíceis quando eu partir. Digo à v
Seis horas da manhã, me levanto. Said dorme de barriga para cima, tranquilamente. Me troco rápido no banheiro, escovo os cabelos e faço um rabo de cavalo.Saio do quarto sem fazer barulho e me dirijo à cozinha. Sinto o cheiro de café fresquinho.Allah! Estou louca por uma xícara.Zafira está sentada à mesa com uma xícara nas mãos. Eu me sento perto dela.— E Said?— Está correndo tudo bem. Amanhã ou depois, ele já estará andando pela casa. Hoje a mãe dele virá aqui.Zafira dá um gole grande no café.—Allah! Quer deixar Said nervoso é quando ela vem e se mete na vida dele.— Ela se mete como?— Tudo tem que ser do jeito dela. Ela implica com a decoração da casa, implica com a vestimentas dos empregados, se mete na vida dele. Quando Said morava com ela, brigavam muit
Samira segue com o andar altivo para fora da sala de jantar. Eu solto o ar dos pulmões em alívio. E volto minha atenção para Said. Ele parece furioso, seus olhos fulminam as costas de Samira. Eu me levanto. Ele volta sua atenção para mim. —Vamos para o quarto. Você precisa descansar. —Digo, segurando seu braço. Ele não diz nada. Eu o enlaço pela cintura e caminhamos juntos, abraçados. Quando ele se senta na cama, eu tiro seu tênis e ajeito os travesseiros para ele se apoiar neles. Ele se deita. Quando me afasto, ele segura meu pulso com força.—Diga que minha mãe não está certa. Que você se moldará aos nossos costumes. Se adaptará. Eu baixo minha cabeça, fugindo dos olhos negros dele. Eu ainda não tenho uma resposta. O encaro e digo com sinceridade:—É cedo para conversarmos sobre es
SaidA dor física passou, mas eu estou inquieto. A ausência de Maysa no quarto agora me causa outro tipo de dor. Allah! Insanamente eu a amo. Aperta o meu coração com o medo de perdê-la. Quando ela começou a andar na sala sem o lenço, expondo sua figura, perdi a cabeça. Explodiu dentro de mim o desejo de escondê-la dos olhares curiosos. Allah! Ela já morou aqui! Será que ela não sabe que aqui não era encarado com naturalidade os cabelos das mulheres descobertos? Ela não é neófita, ela conhece a nossa cultura.Deito na cama, perturbado, tentando tirar Maysa dos pensamentos. Faço de tudo para conseguir dormir, mas todos os acontecimentos giram sem cessar em minha cabeça. Quando fecho os olhos, a imagem de Maysa sendo admirada por todos aqueles homens, me surge sem controle. Como tudo estivesse gravado em minha mente. E nem
Me afasto de Said e pegando minhas sacolas e vou para o meu quarto. Depois de arrumar minhas novas roupas nos cabides, lavo as mãos e tiro o lenço. Solto meus cabelos e os penteio, depois os prendo em um rabo de cavalo. Sigo para a sala.Quando entro, vejo Said conversando com Adara, rindo de algo que ela falou. Com ela, ele é leve, calmo, seguro...Ela ainda mantém o lenço cobrindo os cabelos.Santa Adara!Ele sente a minha presença. Seus olhos imediatamente voam para os meus cabelos à mostra. —Vamos almoçar? —Said diz observando nós duas.Eu dou um sorriso.— Claro! Estou morrendo de fome.Adara abre um sorriso para mim.— Estávamos rindo do carneiro que fez.Eu meneio a cabeça.— Sou uma negação na cozinha.Adara sorrindo, fita Said.— Vou te passar uma listinha dos ingredientes que p
Zafira não sabe, mas é exatamente o que eu quero. Provocar um confronto. Eu jamais serei como minha irmã e se ele quiser uma Adara para sua vida, ele que fique com ela! Claro que eu tenho medo de sair perdendo nessa história e assistir Said começar a se interessar pela minha irmã. Eu encaro Zafira séria.—Se isso acontecer. Said não era para ser meu. Ele que fique com Adara. Vou levar essa bandeja para ela. Ah! Já ia me esquecendo, peça para Muhafa ir até o quarto de Said. Saio de lá triste. Com as mãos trêmulas, bato na porta dela. Dou um longo suspiro. Quando ela abre, forço um sorriso. Adara tinha tirado o lenço e soltado os cabelos.— Que bom! Meu jantar. Estou morrendo de fome.Eu vou até uma mesinha em frente à janela e coloco a bandeja.— Por que você só trouxe para mim? Não irá