Maysa
Confusa, me viro para Said, sem acreditar que ele esteja tão comportado. Ele agora caminha em minha direção. Em seu rosto não há irritação, raiva, nada...Isso me faz olhar para ele, intrigada.— Precisamos conversar. Seria muito, te pedir para irmos a algum lugar calmo?Said pedindo? Não exigindo?Tenho medo de acreditar que ele esteja aqui disposto a mudar.Não sei, seria muito bom para ser verdade.— Vamos até o meu apartamento. — Eu digo, nervosa.Mal eu falei as palavras, Said pega a minha mão e me puxa para a saída. Eu sinto um arrepio de prazer quando sinto o calor de sua mão. Caminhamos juntos para fora do salão, consciente dos olhares de todos, direcionados para nós. Passamos pelo hall e seguimos juntos até o elevador. Eu aperto o botão e lanço um olhar para Said.Ele está pensatiSaidSua respiração está agitada e ela treme inteirinha. A beijo de modo bruto. A paixão além de mim. Consumindo-me, instigando-me. Eu quero estar dentro dela, penetrá-la. Percebo que ela está desejosa como eu. Suas mãos entrando sob minha camisa, as unhas raspando minha pele, ansiosa por me sentir.Afasto a boca e a olho, cheio de desejo.— Como renunciar e negar tudo isso? Minha gata selvagem! Maysa sorri para mim de leve lábios rubros, entreabertos.— Então você morará na Inglaterra?MaysaSaid fecha o semblante e solta o ar. Isso me preocupa.Eu tinha entendido errado? Que renúncia é essa?Ele me tirou do colo, e me encarou sério.—Eu jamais me mudaria para cá. Não sei como consegui me controlar quando te vi exposta nesse vestido rodeada por um bando de homens. Eu quase perdi a cabeça.
SaidEla está bela à luz do luar. Eu passo a língua por entre os seus seios, pela barriga depois pelo umbigo e de novo para cima. O cabelo dela brilha. Sua pele é tão macia, tão convidativa, que a abraço novamente. Com prazer sinto a mão dela nas minhas costas, puxando-me mais para perto.Eu continuo a beijar-lhe o corpo, sem apressar o movimento, despertando-lhe sensação erótica na sua pele. Continuo até ela não suportar mais, então subo e faço a mesma coisa em seus seios.Maysa puxou-me de volta para si, arqueando as costas enquanto eu me movo lentamente para cima dela. Quando me encaixo nela, beijei-lhe ternamente. Allah! Finalmente nos unimos como um só.Ela fecha os olhos com um suspiro. Beijando-nos, nos movimentamos, mas agora com um fervor que estivera sufocado durante os últimos dias. Invisto duro, ainda sob controle. Eu gemo e a
Oito meses depois eu estou olhando minha barriga de seis meses de gravidez no espelho. Sentindo-me nas nuvens, coloco um vestido de chiffon verde com contas. Calço minhas sandálias brancas e saio do quarto. Quando alcanço a sala, Zafira me encara séria.Desde que mudamos para o Egito, os empregados passaram a me ver com outros olhos. E Zafira não é diferente. Mudou completamente comigo. Faz tudo para me agradar, na verdade, ela passou a me temer. É natural, eu mudei o jeito de pensar de um homem árabe. Mas eu não gosto disso. Quero que ela me olhe diferente. Sem temores. Ela me vê de uma forma até mística, como se eu fosse uma espécie de feiticeira. — Vai sair? —Ela me pergunta.Digo sorridente.— Vou. Combinei de almoçar com Adara. Ela meneia a cabeça. — Said não vai gostar nada de vê-la dirigindo p
Duas culturas diferentes se encontrarão, um árabe e uma mulher com costumes diferentes. Mas o coração foge da razão e Said se apaixona por Maysa, uma mulher que anda com roupas escandalosas na concepção dele e é totalmente oposto da pessoa que um dia ele imaginou se apaixonar...Depois de saber que sua irmã gêmea está internada em um hospital a beira da morte, Maysa resolve voltar para a Arábia Saudita. O que ela não contava é com a revelação que veio quando ela colocou os pés em seu país de origem. Adara roubou uma viúva para ajudar um namorado que estava jurado de morte por dívidas de jogo. Maysa se torna mais cautelosa, pois sabe que sua irmã é procurada pela polícia. Quando ela é confundida com sua irmã pelo Sheik Said Mahara Sihan, um rico hoteleiro e amigo da viúva, Maysa resolve trocar
Riad, Arábia Saudita 1980Maysa Houssen MahirEu estou no meu antigo quarto. Deitada em minha antiga cama, ouvindo os ventos fortes lá de fora. A aproximação de um Shamal, um vento oriental seco, vindo do deserto.Depois de seis anos, morando na Inglaterra, voltei para a casa de meus falecidos pais, onde hoje é a casa de minha irmã gêmea, Adara. Mas infelizmente, minha volta não tem nada de festiva. Estou aqui porque minha irmã está doente. Vítima da corona vírus. Uma grave doença respiratória.A casa é bem simples, sem ar-condicionado. A região, desprovida de boas lojas.O calor agora está insuportável, o ar seco já irrita meus olhos. Suspirei em pensar na minha pobre irmã. Quando a visitei no hospital, quase não a reconheci. Ela está muito magra e abatida.Levanto-me e calço os chinelos, visto
Abro os olhos devagar, e vejo um teto branco com ornamentos dourados. A retrospectiva dos últimos acontecimentos passa por meus pensamentos e isso me faz me sentar assustada.— Finalmente acordou. Vou chamar Said.Escuto a voz de uma mulher, viro meu rosto e vejo uma senhora baixa de cabelos brancos, seus olhos sobre mim são bem depreciativos. Ela se vira e sai por uma grande porta arredondada do enorme quarto. Percebo que ela o trancou, pelo som da chave na fechadura da porta.—Allah! Que esse homem não me entregue para a polícia! — Clamo, quando me lembro de suas últimas palavras.Fico em pé e me sentindo tonta, sento-me novamente. Sinto então, aquele frio na barriga e isso me faz abraçar minhas pernas. É inútil tentar me acalmar. Começo a orar, pedindo a Allah misericórdia.Preciso argumentar com esse homem; nem que me humilhe. Eu farei de tudo,
Fecho os olhos, tentando ficar calma.Allah! Com certeza, ele está aqui para me intimidar— Suas roupas chegaram, foi fácil trazê-las. Elas estavam arrumadinhas em uma mala. Mostrando claramente que é uma mentirosa, você ia fugir de novo. O que te barrou foi à tempestade, não foi? — Sua voz é grossa, irada.Eu o encaro.—Por que vou explicar alguma coisa? Não importa o que eu diga, o senhor não acreditaria em mim.Ele se joga para trás na cadeira, e dá uma gargalhada diabólica.— Não mesmo!Ele se levanta.—Depois, preciso falar com o Senhor.Ele vacila e depois sorri. Quando ele ia se sentar na cadeira novamente, eu suplico:— Por favor, aqui não.—Te dou cinco minutos. Meu tempo é dinheiro.Quando ele sai, me levanto da banheira e pego uma toalha branca perfumada, que est&
Começo pela areia. O calor é insuportável, mas me encho de valentia. Nessa hora eu só penso na minha irmã, e na promessa que eu tinha feito a ela que de alguma forma eu tentaria ajudar.Conforme vou varrendo a areia, começo a sentir nas mãos o peso da vassoura e entendo que o serviço não é tão fácil como eu imaginava. Vou fazendo montinhos e montinhos de areia e colocando no lixo, e então continuava a varrer. O suor começa a escorrer pelos vãos de meus seios, pelas minhas costas, pernas e testa.Depois de uma hora, varri todo o pátio, e todo caminho que vai até a piscina. Minhas mãos ardem e ao observá-las, pude ver as bolhas que se formaram com o serviço.Desanimada me dirijo às folhas, mas percebo que não conseguirei varrê-las, caso não proteja as minhas mãos. Eu não consigo mais pegar na