Depois que Bruna terminou de falar, ela desligou o telefone imediatamente.A expressão de Leo mudou drasticamente, e ele lançou um olhar para Ana.- Você falou com ela ao telefone?- Eu... - Ana estava sem palavras, buscando como explicar. - Não disse nada que pudesse irritá-la. Pelo contrário, foi ela quem de repente disse que está apaixonada por você há muito tempo. Ela disse que...- Você está querendo dizer que foi ela quem te provocou e então tentou se matar para te incriminar?Havia um tom de suspeita na voz de Leo.Ana queria dizer que era exatamente isso, mas ao ver o desconfiança nos olhos do homem, sentiu que não fazia sentido continuar falando. De fato, Leo já havia começado a duvidar dela, não era mesmo? Talvez, desde o último incidente, Leo já não confiasse tanto nela. Agora, ele não estava nem tentando esconder isso. Ana se sentiu repentinamente muito cansada.Observando sua hesitação em falar, o olhar de Leo escureceu momentaneamente. Ele quis dizer algo, mas no final,
Ana não fez objeções, e seguiu-os sem hesitar. Sentada no carro da polícia, seu rosto permanecia impassível. No entanto, ela não pôde evitar olhar para a paisagem noturna através da janela e se perguntar: "O que Leo estará fazendo agora? Ele deve estar preocupado com Noemia, certo?" Noemia sempre foi tão autoconfiante, como se pudesse facilmente tirar Leo dela. Seria essa a sua verdadeira convicção? Mas Ana não estava completamente desesperada. Se a polícia quisesse investigar, que investigassem. Ela não tinha cometido nenhuma dessas atrocidades; o que teria a temer? Quando a verdade viesse à tona, sua inocência seria restaurada....Ao chegar ao hospital, Leo encontrou Ivan, que foi chamado por Bruna. Assim que Bruna avistou Leo, não conseguiu conter sua raiva.- Leo, eu entendo que você é uma pessoa ocupada, mas se você não quer vir cuidar da Noemia, diga isso claramente. Você sabe muito bem a situação em que ela se encontra. Ela não pode ser deixada sozinha agora. Você saiu sem diz
Depois de falar, o médico não pôde evitar um suspiro.- Eu já havia alertado vocês para ficarem atentos ao estado emocional da paciente. Como deixaram algo assim acontecer? Espero que isso não se repita. Dizendo isso, o médico se virou e saiu. Leo não teve como contestar e rapidamente levou Noemia de volta ao quarto.Ao chegarem à porta, Bruna olhou friamente para Leo.- Sr. Leo, não precisa se incomodar mais aqui. É melhor você voltar para sua mulher, já que você fala tão bem e depois se vira para ficar com ela. Vá embora agora e pare de fingir.- Eu vou ficar aqui. - Leo ignorou a provocação de Bruna. Embora suas palavras fossem duras, ele estava errado e não podia dizer nada.Além disso, Noemia ainda não havia despertado. Embora o médico tivesse dito que ela não corria perigo de vida, o estado de inconsciência dela ainda deixava Leo inquieto. Ele não se sentiria bem até vê-la acordada.Então, como se ninguém mais existisse, Leo pegou uma cadeira e se sentou ao lado da cama, observa
Entretanto, tal estratégia parecia estar funcionando, ao menos por agora. Leo estava visivelmente preocupado, tanto que estava lá ao lado, sem dar a mínima para o que acontecia com ela. Ana refletiu sobre isso, e uma onda de amargura surgiu em seu coração.Momentos depois, o policial que havia falado com ela antes entrou na sala com uma expressão séria.- Srta. Ana, nossos técnicos examinaram seu celular e, infelizmente, ele está completamente inutilizado. Os dados também estão corrompidos, não podendo confirmar nem refutar suas alegações...Ana franziu a testa. Sentia que havia algo estranho no fato de seu celular ter parado de funcionar. Ele estava em perfeitas condições antes, então por que agora estava inutilizável? Até os dados internos pareciam inacessíveis...Ana ficou em silêncio por um instante. Isso significava que ela não poderia provar que Noemia havia provocado a situação primeiro. Este cenário era muito desfavorável para ela...No entanto, Ana manteve a calma e, após um m
A resposta de Ana deixou o policial bastante frustrado.- Então, Srta. Ana, já que você não pode comprovar a veracidade de suas palavras, e todas as evidências que temos apontam para o fato de que você ligou para Noemia, levando-a a perder a vontade de viver e, consequentemente, cometer suicídio, se você não está disposta a um acordo particular, então teremos que seguir com uma acusação formal.Ana não disse nada. O policial olhou para ela e seu rosto não se mostrou muito amigável. Se Ana não fosse a esposa de Leo, ele provavelmente já teria mostrado seu desprezo; ela era realmente obstinada.Já que Ana não mostrava sinais de querer chegar a um acordo, o policial a levou para a sala de detenção. Ela não fez qualquer cerimônia e o seguiu obedientemente. A sala de detenção estava cheia de tipos diversos, inclusive muitas mulheres presas por crimes como roubo e agressão. Por isso, para evitar incidentes, Ana foi colocada numa sala separada. Mesmo assim, assim que ela foi colocada lá, pe
- Entendi.Tomás assentiu, não dizendo mais nada.Claudia sentia que algo precisava ser feito.- Vocês podem ir dormir, vou ficar aqui esperando. Fiquem tranquilos. Quando acordarem amanhã, sua mãe com certeza estará de volta.- Sério? - Perguntaram os dois pequenos em uníssono.- Por que eu mentiria? Vamos fazer um trato, então.Claudia, mantendo a calma, conseguiu finalmente acalmar os dois filhos.Pedro e Tomás decidiram voltar para seus quartos para dormir. Claudia os acompanhou até lá, e só saiu depois de ter certeza de que ambos estavam adormecidos.Ao retornar à sala de estar, ela olhou para o relógio. Já era madrugada.O telefone ainda estava fora de alcance. Depois de pensar por um momento, ela decidiu ligar para Leo.Leo estava no hospital, ao lado de Noemia, que estava em coma. Era tarde e as pessoas que estavam fazendo companhia a ela estavam sonolentas, mas ninguém ousava fechar os olhos.O toque do celular soou, assustando a todos.Leo pediu desculpas, viu o número da cha
- Você acha que tudo foi uma coincidência? Ela ligou e minha prima se confundiu, se descontrolou emocionalmente e pensou em acabar com a própria vida?- E o que mais você quer?O olhar de Leo esfriou alguns graus. Ele não podia permitir que Ana fosse pega dessa forma.- Quero que ela pague pelo que fez!Bruna olhou para o semblante frio de Leo, sentindo um lampejo de temor, mas lembrando-se de como Noemia a havia implorado por ajuda, ela reuniu coragem e não cedeu.- Pagar. - Os olhos de Leo estavam cobertos com uma camada de gelo. - Talvez você não possa suportar as consequências de fazê-la pagar...O tom do homem, sereno mas imbuído de uma pressão indefinível, fez Bruna estremecer involuntariamente.Ela percebeu de repente que poder gritar e espernear com Leo antes era possível somente porque ele escolheu não fazer questão. Se ele realmente ficasse furioso, exterminar ela e sua família seria tão fácil quanto esmagar uma formiga...Bruna empalideceu, seus lábios tremiam, e ela não con
O ambiente congelou num instante. Leo ficou com o rosto fechado e sombrio por um longo tempo, sem dizer uma palavra. Os dois homens permaneceram em silêncio, mas ainda havia um clima tenso no ar, como se uma tempestade estivesse prestes a explodir.Naquele momento carregado de tensão, Noemia, que estava na cama, mexeu os dedos. Bruna, que estava ao lado, notou e correu para ela, sem se importar com o confronto entre os dois homens.- Prima, você acordou?Noemia abriu os olhos devagar e viu a preocupação no rosto de Bruna. Ela parecia um pouco desorientada.- O que aconteceu comigo?- Você está na UTI agora. Como você está se sentindo? - Ivan também se aproximou assim que viu que ela estava acordada.Noemia estava um pouco atordoada e, após um momento, disse:- Eu acho que estou bem agora.Ao ouvir isso, Ivan suspirou aliviado e então lançou um olhar para Leo.- Sr. Leo, eu posso cuidar de Noemia. Se você está tão preocupado com a situação da Srta. Ana, então vá. Quanto ao que eu disse