Entretanto, tal estratégia parecia estar funcionando, ao menos por agora. Leo estava visivelmente preocupado, tanto que estava lá ao lado, sem dar a mínima para o que acontecia com ela. Ana refletiu sobre isso, e uma onda de amargura surgiu em seu coração.Momentos depois, o policial que havia falado com ela antes entrou na sala com uma expressão séria.- Srta. Ana, nossos técnicos examinaram seu celular e, infelizmente, ele está completamente inutilizado. Os dados também estão corrompidos, não podendo confirmar nem refutar suas alegações...Ana franziu a testa. Sentia que havia algo estranho no fato de seu celular ter parado de funcionar. Ele estava em perfeitas condições antes, então por que agora estava inutilizável? Até os dados internos pareciam inacessíveis...Ana ficou em silêncio por um instante. Isso significava que ela não poderia provar que Noemia havia provocado a situação primeiro. Este cenário era muito desfavorável para ela...No entanto, Ana manteve a calma e, após um m
A resposta de Ana deixou o policial bastante frustrado.- Então, Srta. Ana, já que você não pode comprovar a veracidade de suas palavras, e todas as evidências que temos apontam para o fato de que você ligou para Noemia, levando-a a perder a vontade de viver e, consequentemente, cometer suicídio, se você não está disposta a um acordo particular, então teremos que seguir com uma acusação formal.Ana não disse nada. O policial olhou para ela e seu rosto não se mostrou muito amigável. Se Ana não fosse a esposa de Leo, ele provavelmente já teria mostrado seu desprezo; ela era realmente obstinada.Já que Ana não mostrava sinais de querer chegar a um acordo, o policial a levou para a sala de detenção. Ela não fez qualquer cerimônia e o seguiu obedientemente. A sala de detenção estava cheia de tipos diversos, inclusive muitas mulheres presas por crimes como roubo e agressão. Por isso, para evitar incidentes, Ana foi colocada numa sala separada. Mesmo assim, assim que ela foi colocada lá, pe
- Entendi.Tomás assentiu, não dizendo mais nada.Claudia sentia que algo precisava ser feito.- Vocês podem ir dormir, vou ficar aqui esperando. Fiquem tranquilos. Quando acordarem amanhã, sua mãe com certeza estará de volta.- Sério? - Perguntaram os dois pequenos em uníssono.- Por que eu mentiria? Vamos fazer um trato, então.Claudia, mantendo a calma, conseguiu finalmente acalmar os dois filhos.Pedro e Tomás decidiram voltar para seus quartos para dormir. Claudia os acompanhou até lá, e só saiu depois de ter certeza de que ambos estavam adormecidos.Ao retornar à sala de estar, ela olhou para o relógio. Já era madrugada.O telefone ainda estava fora de alcance. Depois de pensar por um momento, ela decidiu ligar para Leo.Leo estava no hospital, ao lado de Noemia, que estava em coma. Era tarde e as pessoas que estavam fazendo companhia a ela estavam sonolentas, mas ninguém ousava fechar os olhos.O toque do celular soou, assustando a todos.Leo pediu desculpas, viu o número da cha
- Você acha que tudo foi uma coincidência? Ela ligou e minha prima se confundiu, se descontrolou emocionalmente e pensou em acabar com a própria vida?- E o que mais você quer?O olhar de Leo esfriou alguns graus. Ele não podia permitir que Ana fosse pega dessa forma.- Quero que ela pague pelo que fez!Bruna olhou para o semblante frio de Leo, sentindo um lampejo de temor, mas lembrando-se de como Noemia a havia implorado por ajuda, ela reuniu coragem e não cedeu.- Pagar. - Os olhos de Leo estavam cobertos com uma camada de gelo. - Talvez você não possa suportar as consequências de fazê-la pagar...O tom do homem, sereno mas imbuído de uma pressão indefinível, fez Bruna estremecer involuntariamente.Ela percebeu de repente que poder gritar e espernear com Leo antes era possível somente porque ele escolheu não fazer questão. Se ele realmente ficasse furioso, exterminar ela e sua família seria tão fácil quanto esmagar uma formiga...Bruna empalideceu, seus lábios tremiam, e ela não con
O ambiente congelou num instante. Leo ficou com o rosto fechado e sombrio por um longo tempo, sem dizer uma palavra. Os dois homens permaneceram em silêncio, mas ainda havia um clima tenso no ar, como se uma tempestade estivesse prestes a explodir.Naquele momento carregado de tensão, Noemia, que estava na cama, mexeu os dedos. Bruna, que estava ao lado, notou e correu para ela, sem se importar com o confronto entre os dois homens.- Prima, você acordou?Noemia abriu os olhos devagar e viu a preocupação no rosto de Bruna. Ela parecia um pouco desorientada.- O que aconteceu comigo?- Você está na UTI agora. Como você está se sentindo? - Ivan também se aproximou assim que viu que ela estava acordada.Noemia estava um pouco atordoada e, após um momento, disse:- Eu acho que estou bem agora.Ao ouvir isso, Ivan suspirou aliviado e então lançou um olhar para Leo.- Sr. Leo, eu posso cuidar de Noemia. Se você está tão preocupado com a situação da Srta. Ana, então vá. Quanto ao que eu disse
O semblante de Leo era muito sério, e seu tom também muito sincero. Noemia, sob seu olhar, quase tinha a ilusão de que, nos olhos dele, parecia haver apenas ela. Se possível, ela realmente queria que Leo olhasse apenas para ela dessa forma, por toda a vida. No entanto, Noemia rapidamente se acalmou. Este era um momento crítico, e ela não poderia demonstrar qualquer afeto por Leo, para não afastá-lo.- Não tenho nenhuma exigência, enquanto Leo ainda precisar de mim, estou disposta a dar tudo de mim pelo Grupo Santos.Noemia sacudiu a cabeça, e no final, não fez qualquer pedido. Isso fez com que Leo se sentisse ainda mais culpado. Ela tinha se ferido por causa dele e sofrido tanto depois disso. Se ele não a compensasse de alguma forma, provavelmente ficaria com a consciência pesada. - Se você ainda não sabe o que quer, podemos falar sobre isso mais tarde. Minha promessa ainda é válida...Noemia olhou para o remorso nos olhos de Leo. Achando que era suficiente, ela finalmente falou ap
Depois de dizer isso, o policial expulsou Ana sem mais consideração. Ana refletia sobre as palavras que ele acabava de dizer e aquele olhar de desdém mal disfarçado que lançou contra ela, sentindo um frio cortante no coração. Provavelmente, aos olhos dos outros, ela era vista como uma mulher cruel e maliciosa, não era?Mesmo tendo sido libertada sem problemas, o humor de Ana não melhorou muito. Após caminhar alguns passos, Ana parou um táxi. Sentada no carro, ela voltou para casa. Durante o trajeto, ela olhava para a paisagem noturna através da janela, imersa em seus pensamentos. Era tarde da noite, e além de algumas luzes de rua, quase não havia pedestres ou carros. Ana sentiu um vazio inexplicável em seu coração, mas felizmente, sem incidentes, chegou em casa rapidamente.Ao chegar, Ana abriu a porta com cuidado, evitando fazer qualquer barulho, com receio de acordar os familiares que ainda estavam dormindo. No entanto, assim que abriu a porta, viu Claudia sentada à luz de uma lâmp
Quando Pedro disse isso, Claudia e Tomás também olharam na mesma direção. Ana balançou a cabeça e afagou o topo da cabeça de Pedro.- Não é nada, só dormi mal na noite passada. Pare de se preocupar à toa, ficando assustado por qualquer coisa.- Sério? Pedro arregalou os olhos, olhando fixamente para Ana, como se tentasse encontrar algum indício em seu rosto. Sentindo seu olhar, Ana ficou um pouco desconfortável. Os olhos deste garoto eram tão penetrantes quanto os de Leo, como se pudessem ler a alma das pessoas.Rapidamente, Ana se virou e foi à cozinha pegar uma bebida gelada, interrompendo a série de questionamentos de Pedro. Com o humor um pouco mais estável, Ana voltou e tomou a iniciativa.- Vamos comer, depois eu os levo para a escola e vou para o trabalho. Não quero me atrasar, então, sem perda de tempo.Vendo Ana tão séria, Pedro encolheu o pescoço e não falou mais. A família de quatro pessoas comeu o café da manhã em silêncio. Nesse momento, um som de carro estacionando veio