Depois de sair da delegacia, Leo foi à casa de Ana.Nestes últimos dias, ele estava ocupado com gravações e não teve tempo de visitar os dois pequeninos, aos quais sentia muita falta.Chegando na família Lopes, ele viu que Pedro estava puxando Ana, ostentando um rostinho erguido como se estivesse esperando elogios.- Mamãe, nos dias em que você não esteve aqui, eu agi como se estivesse devastado. Na escola, todos os dias eu andava com um semblante preocupado. Professores e colegas me perguntavam constantemente se algo ruim havia acontecido.Tomás, ouvindo isso, não pôde evitar um sorriso resignado.Embora tivesse sido Claudia quem sugeriu que eles agissem como se algo estivesse errado em casa, para não dar pistas, o desempenho exagerado de Pedro, que deixou professores e alunos em alerta, ainda o deixava querendo fazer algum comentário sarcástico.Ana ficou um tanto envergonhada, surpresa com o talento de Pedro para atuar. Que outras surpresas esse menino poderia ter que ela ainda não
- Não acho que isso seja necessário. Se um pequeno erro pode esfriar o coração dela e diluir anos de sentimentos entre vocês, seria lamentável perder tanto por tão pouco.Depois de refletir, Ana decidiu que não deveria agir assim.Leo, ao ouvir, deu um sorriso sutil.- Agora você está sendo generosa. Não foi você quem me criticou várias vezes por causa dela, antes?O rosto de Ana corou um pouco. No passado, de fato, a atitude de Noemia a preocupava. Mas como ela já disse que estava em um relacionamento, Ana não deveria ser mesquinha.- O passado é o passado, o presente é o presente. Além disso, ela não está se envolvendo com um antigo colega de classe? Seria errado arruinar isso para eles, não é?Como Ana já tinha dito isso, Leo decidiu não insistir mais no assunto.- Tudo bem, tudo bem, ouvirei a dona da casa.Ana lançou a Leo um olhar irritado. Esse homem, quando não tinha nada melhor para fazer, gostava de tirar sarro dela. Sem vontade de entrar em uma disputa verbal com Leo, ela se
Noemia também não ousava demonstrar muito, com medo de despertar suspeitas. Então forçou um sorriso.- Vou contar com você daqui pra frente, por favor, me oriente.- Relaxa. Com a nossa relação, você acha que eu te prejudicaria?Ivan deu um tapinha no ombro de Noemia, indicando para ela não se preocupar tanto. Noemia saiu carregando uma pilha de documentos e, por acaso, encontrou Ana saindo do escritório de Leo. O sorriso no rosto de Ana estava especialmente radiante.Esse sorriso, aos olhos de Noemia, tornou-se ofuscante. Ela não queria encarar Ana e baixou a cabeça, segurando seus pertences e passando rapidamente como se não tivesse visto Ana.Ana originalmente queria cumprimentá-la, mas não esperava que ela passasse tão apressadamente. "Talvez tenha algum assunto urgente da empresa esperando por ela", Ana não levou para o lado pessoal.Noemia voltou ao seu escritório e jogou os papéis na mesa, desmoronando no sofá.Nesse momento, o toque de seu celular soou.Noemia estava visivelm
O rosto de Noemia mudava constantemente até que, finalmente, ela se acomodou de volta em seu lugar. A morte de Paulo tinha relação com Ana, algo que Mariana já havia compartilhado com Noemia. Ela tinha ouvido falar que Rafaela até tentou desfigurar Ana em algum momento. Infelizmente para elas, Ana não ficou completamente desfigurada; seu rosto foi reparado e agora pouco diferia de sua aparência original. Leo, pelo que parecia, não se importava nem um pouco com isso.Um homem que não se importava se sua mulher foi desfigurada, ou que ela já foi a amante de seu sobrinho e viveu com ele por cinco anos, derrubar um amor assim seria uma tarefa quase impossível.Noemia pensava nisso e sentia o peso do desespero.Percebendo essa fraqueza, Rafaela falou no momento certo:- Eu tenho uma ideia que pode fazer Leo se importar mais com você. Mas a questão é. Você se atreve?- Que ideia é essa? Conte.Noemia, movida pela curiosidade, indagou.Rafaela se aproximou de seu ouvido e sussurrou algo. No
Depois de sair do carro, Ana de repente se lembrou que precisava comprar algumas coisas na loja de conveniência e pediu a Leo para seguir em frente. No entanto, ela não esperava que ele ficasse ali esperando por ela.- Não tenho pressa. - Disse Leo com uma indiferença palpável. Somente quando Ana entrou no elevador, ele se voltou para Noemia. - Pronto, podemos ir.Noemia sentiu que seus pensamentos anteriores haviam sido simples devaneios e começou a se sentir um pouco desconfortável.Ao ver Noemia, Ana a cumprimentou:- Desculpe por atrasá-la.Noemia, tendo aprendido com experiências passadas, não demonstrou nenhum descontentamento e apenas balançou a cabeça.- Não tem problema.Leo então examinou o que Ana segurava em suas mãos.- O que você comprou?Ana sacudiu a sacola em sua mão, que continha alguns lanches, biscoitos e batatas fritas.- Alguns lanches para comer durante o descanso.- São bons?Leo deu uma olhada e percebeu que eram coisas que ele normalmente não comia. Ele achava
Noemia levou um susto, perdendo sua usual calma, e soltou um grito.- Ah!O incidente súbito também assustou Ana, que estava prestes a recuar um passo, encostando-se à beira do elevador, quando a mão de Leo subitamente a alcançou, segurando sua mão.- Ana, você está bem? Não tenha medo.Acostumado com turbulências, Leo naturalmente não se abalou. Rapidamente adaptando-se à escuridão repentina, ele logo perguntou sobre o estado de Ana.- Estou bem, não é nada.Ana sentiu o calor na palma da mão de Leo, e qualquer vestígio de medo que ela pudesse ter desapareceu instantaneamente.Com esse homem ao seu lado, ela já enfrentou situações muito mais perigosas; um pequeno problema com o elevador era insignificante.Sabendo que Ana estava bem, Leo deu um suspiro de alívio, pegou seu celular, ligou a lanterna e imediatamente caminhou para o canto do elevador. Pressionando o botão de chamada, ele contatou a equipe de manutenção.Noemia escutou a conversa entre os dois. Durante todo o tempo, Leo a
- Ah!Noemia soltou um grito agudo. No instante em que pensou que Leo a seguraria, ele retrocedeu inconscientemente. Só então, já tarde demais, estendeu a mão para ampará-la. Evidentemente, era tarde demais. Noemia caiu pesadamente no chão, torcendo o tornozelo. Uma onda de dor a inundou e seu rosto empalideceu imediatamente.Ana, do lado de fora, não conseguia ver claramente o que estava acontecendo dentro e perguntou, preocupada:- O que houve? Você se machucou?Noemia havia torcido o tornozelo e a dor era tão intensa que ela não conseguia falar. No entanto, mais do que a dor física, era a decepção em seu coração que a fazia sofrer mais.Naquele momento em que caiu, a reação instintiva de Leo tinha sido se afastar. Se fosse no passado, ele a teria segurado.- Não se preocupe, ela só caiu por acidente. - Leo tentou acalmar Ana.Justo quando Ana ia dizer algo mais, o elevador, abalado pelo impacto anterior, deslizou para baixo novamente. Isso de certa forma aliviou a situação estranha
Ana ouviu e sentiu que algo estava errado, suspeitando que as palavras de Noemia escondiam algo mais complexo. No entanto, antes que pudesse ouvir mais, Noemia se virou e viu uma silhueta na porta, interrompendo abruptamente a conversa.- Falamos disso mais tarde.Depois de desligar o telefone e apagar as mensagens, Noemia abriu a porta com um semblante aborrecido.- Estava me escutando?Ana ficou um pouco constrangida; essa realmente não era a sua intenção.- Desculpe, vim trazer seu remédio. Ouvi você falando, não foi intencional.Já que realmente ouviu a conversa de Noemia, Ana não tinha como argumentar contra a atitude dela.- Não foi intencional? Sra. Ana, você pode ser a esposa do CEO, mas nós, funcionários, também temos nossa privacidade. Não acho que devo reportar cada detalhe da minha vida pessoal para você. Leve o remédio de volta, não preciso dele.Dito isso, Noemia fechou a porta com força, sem querer dar mais atenção a Ana. Ana recuou, quase tendo seu nariz atingido pela