- Se você aprova, por que tem medo da concorrência, certo?As palavras de Leo deixaram Elias sem resposta. Ele só pôde concordar com a cabeça, constrangido.Ana, por outro lado, manteve-se em silêncio o tempo todo. Ela tinha a sensação de que Leo estava escondendo algo dela.Leo lançou um olhar para Ana, querendo dizer algo, mas se conteve por causa da presença de Elias.Percebendo o clima, Elias imediatamente pegou seu celular e ativou um toque.- Desculpe, preciso atender uma ligação. Ana, aproveite para discutir sua filosofia de design com o Sr. Leo.Dito isso, Elias saiu rapidamente do escritório de Leo.No amplo espaço, restavam apenas Ana e Leo.Ana respirou fundo, olhando para o homem à sua frente.- O que você está tentando fazer? Você não prometeu que não interferiria no meu trabalho? E essa suposta competição, o que é tudo isso?Envolvida em uma concorrência sem razão aparente, Ana estava cheia de perguntas que precisavam ser respondidas por Leo.- Eu te dei este projeto por
Noemia sempre pensou que a empresa seria o lugar onde ela e Leo poderiam ter momentos juntos sem a interferência de Ana. No entanto, para sua surpresa, Ana a tinha seguido, insistentemente.Enquanto ela ponderava sobre isso, Raimunda aproximou-se e seguiu a linha de visão de Noemia.- É essa a mulher com quem tenho que competir? Raimunda vasculhou sua memória e não encontrou nenhuma impressão sobre Ana; ela era, de fato, uma figura irrelevante.- Sim.Noemia desviou o olhar, seu tom carregado de uma irritação inexplicável.Raimunda a conhecia havia bastante tempo e estava acostumada com o jeito sereno de Noemia. Mas percebeu imediatamente que ela estava irritada. Observando a expressão no rosto de Noemia, Raimunda parecia entender algo.- Ela é, por acaso, a esposa do Sr. Leo...Antes que pudesse completar a frase, foi interrompida por Noemia.- É ela. Não sei o que ela e Sr. Leo conversaram, mas de alguma forma ele confiou a ela um projeto tão grande, mesmo ela não tendo experiência.
A expressão de Ana teve um instantâneo constrangimento. Noemia sentiu uma satisfação secreta, mas ainda assim cutucou o braço de Raimunda com o cotovelo. - Raimunda, a Srta. Ana está esperando por um aperto de mão...Só então Raimunda voltou seu olhar para Ana.- Ah, desculpe, só agora te vi.Embora estivesse se desculpando verbalmente, seu tom e expressão não revelavam o mínimo de remorso.Mesmo sendo ingênua, Ana entendia que Raimunda parecia ter alguma insatisfação com ela. Portanto, ela não tentou mais se aproximar ingenuamente, mas foi direta:- Raimunda, se há algo que fiz que te desagradou, por favor, me diga para que eu possa corrigir.Raimunda queria apenas perturbar Ana para deixar claro para Noemia que estava do lado dela. Ela não esperava que Ana fosse perguntar tão diretamente sobre a razão.- Srta. Ana, eu realmente preciso explicar? - Raimunda falou com desdém, seu tom carregava uma arrogância desagradável.Noemia também não queria que essa cena fosse vista por Leo, ent
- O que houve, Noemia? Ela concordou com a proposta, você não deveria estar feliz? - Raimunda perguntou, notando a expressão fechada de Noemia.- Ela parece tão confiante... Aceitou tão rapidamente.Noemia tinha a sensação de que algo não estava certo. Para ela, Ana nunca foi uma pessoa tão franca e aberta.- Talvez ela não tenha grandes expectativas dessa vez. Afinal, mesmo que ela falhe, não haverá grandes consequências. Ela é... - As palavras de Raimunda foram abruptamente interrompidas.O que Raimunda queria dizer era que, mesmo se Ana falhasse, ela ainda seria a esposa de Leo e teria outras oportunidades no futuro. Mas, lembrando dos sentimentos não ditos de Noemia por Leo, ela optou por se calar e sorriu constrangida.Noemia entendeu imediatamente o que ela quis dizer e sentiu-se inexplicavelmente irritada. Será que Ana voltaria e diria que foi pressionada a aceitar a proposta, tentando ganhar a simpatia de Leo? Isso não só a faria parecer uma pessoa aberta, como também prejudica
Ao retornar para o escritório, Noemia jogou a sacola de presentes ao lado, com raiva, convencida de que Ana iria reclamar para Leo, dizendo que tinha sido maltratada. Noemia pensava que, ao dar o presente, demonstraria a Leo sua compreensão dos assuntos mais amplos, enquanto colocaria Ana numa posição embaraçosa. Entretanto, ela havia subestimado Ana; Ana não contou nada a Leo.A mágoa tomou conta de Noemia ao pensar na proteção incondicional que Leo dava a Ana. Houve um tempo em que ela também recebia tal tratamento. Afinal, seus pais haviam sacrificado suas vidas pela família Santos. Embora ela fosse, em teoria, uma subordinada de Leo, ele sempre a tratou como uma irmã, com muito carinho.Mas agora, tudo tinha mudado, lembrando-a de que os tempos eram outros. Noemia se sentia muito arrependida; talvez ela não deveria ter ido embora por causa de sua baixa autoestima relacionada à sua origem familiar. Se não tivesse feito isso, talvez as coisas seriam diferentes agora....Não muito te
Leo realmente se sentiu injustiçado, pensando em como explicar a situação para que Ana acreditasse que ele não tinha nenhum interesse romântico em Noemia. No entanto, Ana também sabia que sua reação era mais um deslocamento de sua própria ira e rapidamente acenou com a mão para dispensar o assunto.- Deixe pra lá. Não é algo tão importante. Talvez ela mesma entenda depois de um tempo. No momento, eu realmente não tenho o luxo de me preocupar com isso.Embora Noemia demonstrasse alguma hostilidade velada, ela não tinha feito nada de errado. Ana não via motivo para afastar alguém tão competente por causa disso. Além disso, ela havia acabado de prometer uma competição justa com Raimunda. Se Noemia fosse transferida, seria como se estivesse atirando no próprio pé.Ao ver que Ana não estava brava, Leo finalmente respirou aliviado e apressadamente ergueu o polegar.- Você é realmente incrível. Poucas pessoas poderiam ser tão compreensivas.Ana olhou para Leo, que estava mostrando um lado ma
No entanto, Ana não tinha a menor ideia do que se passava na mente de Tomás. Ela apenas achava que ele era um menino mais reservado e, por isso, precisava de mais atenção da parte dela.Nesses dias, era exatamente isso que ela estava fazendo. Sem desequilibrar Pedro emocionalmente, ela dava mais atenção a Tomás, ajudando-o a se adaptar ao novo ambiente.Leo, observando a harmonia entre mãe e filho, sentiu que o cansaço de um dia inteiro de trabalho havia se dissipado consideravelmente. Após um momento, Pedro finalmente saiu dos braços de Ana e, ao ver Leo, correu para ele entusiasmado.- Papai! Você também veio, estava morrendo de saudades.Leo beliscou o nariz do pequeno.- Você estava com saudades de mim, mas eu estou aqui há tanto tempo e você nem me notou?Ouvindo isso, Pedro deu um sorriso constrangido e, em seguida, respondeu de forma justificada:- É porque você normalmente passa tão pouco tempo comigo que eu acabo sendo mais próximo da mamãe. Isso não é normal?A essa altura,
Após cerca de uma hora, a noite avançava e a empolgação dos pequenos começou a diminuir, manifestando-se em bocejos sucessivos. Vendo isso, Leo rapidamente os levou para escovar os dentes e lavar o rosto, em seguida aconchegando-os na cama.Não demorou muito para que os dois pequenos mergulhassem em sonhos profundos. Observando aqueles rostinhos semelhantes, Leo sentiu uma onda de ternura inundar seu coração. Ele se levantou, beijou cada um deles nas bochechas e saiu do quarto. Naquela sala havia apenas camas infantis, incompatíveis para ele. A única opção era dormir com Ana. Em sua própria casa, Ana não trancava a porta. Leo entrou silenciosamente e, vendo-a adormecida pacificamente, pisou de leve e se juntou a ela na cama, abraçando-a por trás.Ana parecia sentir algo, mostrando sinais de despertar.- Sou eu.Ouvindo a voz familiar e sentindo o aroma também familiar, Ana relaxou novamente. Assim, envolvidos um no outro, fecharam os olhos e adormeceram....Nos dias que se seguiram,