Depois de Tomás terminar sua higiene matinal, Ana lavou o rosto e arrumou as coisas. Pouco tempo depois, Leo veio bater à porta.- Vocês já acordaram? – Perguntou ele.Ana abriu a porta.- Já estamos prontos.- Então, vamos comer algo e partir. – Leo lançou um olhar rápido para Tomás dentro do quarto e respondeu de forma concisa.Ana acenou com a cabeça e, em seguida, levou Tomás para tomar um café da manhã simples, antes de dirigirem-se ao aeroporto.Algumas horas depois, os três chegaram ao aeroporto e rapidamente fizeram os procedimentos de embarque, pegando o voo mais próximo.Sentado no avião, Tomás olhava para baixo, observando a cidade estranha, o país do qual ele nunca havia saído desde que tinha memória, e agora estava prestes a deixar.Antes, ele nunca sentiu nada, mas agora, uma inquietação inexplicável se instalou em seu coração.Ele não sabia o que o aguardava...- Está com medo? Não se preocupe, o avião é muito seguro. Se estiver com medo, durma um pouco ou mastigue um ch
- Este é Tomás, a situação específica é uma longa história, vamos entrar e conversar sobre isso.Ana olhava para a expressão chocada de Claudia, mantendo uma atitude calma.Claudia ficou atordoada por um momento, olhando atentamente para o rosto da criança por um tempo. Esse menino, pela aparência dos olhos e sobrancelhas, certamente tinha uma relação estreita com Ana.Mas como ela só tinha uma filha, Ana, não podia ser o filho de outra pessoa. A única possibilidade era aquele filho, que se dizia ter morrido logo após o nascimento.Mas o que estava realmente acontecendo?Claudia, com a mente cheia de dúvidas, também reagiu rapidamente, apressando-se a abrir caminho para os dois entrarem.Ana acariciou a cabeça de Tomás e começou a apresentar Claudia a ele.- Esta é minha mãe, de acordo com a hierarquia, você deveria chamá-la de avó.Tomás ouviu, mas apenas olhou para Claudia, sem chamá-la, observando essa mulher desconhecida por um tempo.Claudia não insistiu, olhando para a aparência
Ana olhou para Pedro, tão sensato que não precisava ser lembrada, tomando a iniciativa de brincar com Tomás. Ana suspirou aliviada.Ana estava originalmente um pouco preocupada. A súbita presença de uma criança extra em casa, tirando a atenção dos adultos, poderia deixar Pedro um pouco chateado. Agora, olhando para ele, parecia que ela tinha se preocupado demais.- Pedro, cuide bem do Tomás, e brinque com ele. Quando o jantar estiver pronto, vou chamar vocês. - Ana disse, sorrindo, dando-lhes uma palavra de orientação.Pedro e Tomás eram da mesma idade, tinham gostos semelhantes, e isso poderia fazer com que Tomás se sentisse mais à vontade e se adaptasse mais rapidamente ao desconforto de estar em um lugar estranho.- Fique tranquila, mamãe, deixe comigo. - Pedro bateu no peito, levando Tomás para seu quarto....Vendo que os dois garotos estavam se dando bem, o rosto de Claudia se iluminou com um sorriso de satisfação. Somente quando Pedro e Tomás voltaram para o quarto, ela se virou
Tomás olhava para a expressão alegre de Pedro, sentindo uma ponta de injustiça, e seu pequeno punho se apertava com força em um lugar invisível.Depois de um momento, Tomás conseguiu acalmar aqueles pensamentos confusos em sua mente, porque, no fim das contas, havia coisas mais importantes a serem feitas.- Brinquedos e tal, podemos brincar com eles mais tarde. Estou um pouco curioso sobre como era a sua vida antes. Você tem algum álbum de fotos ou algo assim? Posso dar uma olhada? - Perguntou Tomás, olhando para Pedro, claramente curioso sobre a vida dele.Essa foi a primeira vez que Tomás tomou a iniciativa de pedir algo, e Pedro, ouvindo isso, obviamente, não perderia tempo para concordar.- Álbum de fotos? Certamente. Você quer ver? Espere um minuto, vou procurá-lo para você. - Disse Pedro, começando a procurar em todos os lugares do quarto. Durante todos esses anos, Ana registrou cuidadosamente seu processo de crescimento, mantendo muitas fotos e vídeos.Como Tomás estava interess
- Você não precisa ter medo, essa doença é chamada de leucemia e não vai te contagiar. - Pedro explicou apressadamente.Tomás assentiu.- Ah, eu entendi.Realmente, essa doença não era contagiosa, mas se a condição de Pedro recaísse, ele se tornaria um doador de sangue e medula óssea, o que era ainda mais desesperador do que ser contagioso. Até hoje, Pedro já tinha muitas, muitas coisas que nunca teve antes, mas ele ainda queria tirar o único corpo saudável que Tomás tinha...O coração de Tomás acelerou alguns batimentos, temendo que Pedro percebesse algo estranho, ele fechou o álbum.- Bem, eu entendo o que aconteceu com você, obrigado, aqui está de volta.Pedro pegou o álbum de volta e guardou. Ele olhou para a expressão de Tomás, querendo dizer algo, mas ficou sem palavras.Pedro sentia que Tomás tinha algo em mente, uma sensação que ele não gostava muito.Ele estava prestes a abrir a boca e dizer a Tomás para falar o que estava pensando, e que ele ajudaria se pudesse, quando ouviu
O olhar de Ana escureceu, o que significava que Tomás era definitivamente o filho deles, confirmado através de um teste de paternidade.Tomás, ao lado, ouviu vagamente algumas palavras, como tipo sanguíneo e grau de compatibilidade de DNA. Ele caminhou sem mostrar emoção, querendo ouvir mais, mas Ana percebeu algo.- Vou atender uma ligação lá fora.Embora um teste de paternidade não fosse algo importante, se Tomás descobrisse, ele poderia começar a pensar demais, sentir que eles não confiavam nele, ou que não queriam reconhecê-lo realmente. Portanto, Ana achou que era melhor que ele não ouvisse algumas coisas, mas sua reação fez Tomás ficar ainda mais desconfiado. "As palavras que ela disse agora têm algo a ver comigo?" Pensando nisso, Tomás largou o pano que estava segurando e correu de volta para o quarto de Pedro.- Posso usar o seu computador?Pedro, que não era mesquinho, naturalmente não recusou, passando imediatamente seu laptop.- Claro que pode, use à vontade, só não delete n
- Isso é bom, isso é bom.Ao ouvir Tomás dizer que o malfeitor que agia com crueldade havia morrido, Pedro sentiu-se aliviado.Essa era realmente a vingança que o malfeitor merecia.Depois de verificar o que queria saber, Tomás devolveu o computador a Pedro.Ao ouvir Tomás agradecendo-lhe educadamente, Pedro sentiu-se desconfortável. Queria realmente dizer a Tomás que não precisava ser tão formal, afinal, eram todos da mesma família, por que essa distância?No entanto, suspeitou que dizer isso seria inútil. Pedro sentiu um pesar no coração, sem saber quando Tomás realmente abriria o coração e se tornaria parte da família.O rapazinho, enquanto guardava o computador, preparando-se para colocá-lo no armário, teve uma ideia súbita.Era verdade, Tomás voltou sem nada, nem celular e nem computador, e os adultos não tiveram tempo de comprar para ele. Ele podia comprar e dar a Tomás, talvez isso o alegrasse, e ele não se mantivesse mais distante.Ao pensar nisso, os olhos de Pedro brilharam i
- Falar sobre isso agora, já não tem sentido algum...Ana ouviu a voz auto-repreensiva de Leo e gradualmente se acalmou.Afinal de contas, o que passou, já aconteceu e não poderia ser mudado. Assim, não importava o quanto Leo se arrependesse, não teria qualquer significado.- Então, as perguntas que acabei de fazer, não foram para te culpar de maneira alguma. Eu só queria saber se você tinha alguma pista. Mas mesmo que não haja, não importa. Eu vou mandar alguém investigar bem o paradeiro do pessoal do hospital relacionado. Não vou deixar aquilo daquele ano passar facilmente.- Sim, eu sei, obrigada pelo esforço.Ouvindo a voz firme de Leo, o coração antes perturbado de Ana se estabilizou consideravelmente.- Tomás está se adaptando em casa?Depois de acalmar Ana, Leo perguntou sobre Tomás, que havia acabado de voltar para casa.- Está bem. Pedro tem brincado com ele o tempo todo. Embora ainda não esteja muito familiarizado, ele não está resistindo muito.- Isso é bom. Mas não negligen