- Você não precisa ter medo, essa doença é chamada de leucemia e não vai te contagiar. - Pedro explicou apressadamente.Tomás assentiu.- Ah, eu entendi.Realmente, essa doença não era contagiosa, mas se a condição de Pedro recaísse, ele se tornaria um doador de sangue e medula óssea, o que era ainda mais desesperador do que ser contagioso. Até hoje, Pedro já tinha muitas, muitas coisas que nunca teve antes, mas ele ainda queria tirar o único corpo saudável que Tomás tinha...O coração de Tomás acelerou alguns batimentos, temendo que Pedro percebesse algo estranho, ele fechou o álbum.- Bem, eu entendo o que aconteceu com você, obrigado, aqui está de volta.Pedro pegou o álbum de volta e guardou. Ele olhou para a expressão de Tomás, querendo dizer algo, mas ficou sem palavras.Pedro sentia que Tomás tinha algo em mente, uma sensação que ele não gostava muito.Ele estava prestes a abrir a boca e dizer a Tomás para falar o que estava pensando, e que ele ajudaria se pudesse, quando ouviu
O olhar de Ana escureceu, o que significava que Tomás era definitivamente o filho deles, confirmado através de um teste de paternidade.Tomás, ao lado, ouviu vagamente algumas palavras, como tipo sanguíneo e grau de compatibilidade de DNA. Ele caminhou sem mostrar emoção, querendo ouvir mais, mas Ana percebeu algo.- Vou atender uma ligação lá fora.Embora um teste de paternidade não fosse algo importante, se Tomás descobrisse, ele poderia começar a pensar demais, sentir que eles não confiavam nele, ou que não queriam reconhecê-lo realmente. Portanto, Ana achou que era melhor que ele não ouvisse algumas coisas, mas sua reação fez Tomás ficar ainda mais desconfiado. "As palavras que ela disse agora têm algo a ver comigo?" Pensando nisso, Tomás largou o pano que estava segurando e correu de volta para o quarto de Pedro.- Posso usar o seu computador?Pedro, que não era mesquinho, naturalmente não recusou, passando imediatamente seu laptop.- Claro que pode, use à vontade, só não delete n
- Isso é bom, isso é bom.Ao ouvir Tomás dizer que o malfeitor que agia com crueldade havia morrido, Pedro sentiu-se aliviado.Essa era realmente a vingança que o malfeitor merecia.Depois de verificar o que queria saber, Tomás devolveu o computador a Pedro.Ao ouvir Tomás agradecendo-lhe educadamente, Pedro sentiu-se desconfortável. Queria realmente dizer a Tomás que não precisava ser tão formal, afinal, eram todos da mesma família, por que essa distância?No entanto, suspeitou que dizer isso seria inútil. Pedro sentiu um pesar no coração, sem saber quando Tomás realmente abriria o coração e se tornaria parte da família.O rapazinho, enquanto guardava o computador, preparando-se para colocá-lo no armário, teve uma ideia súbita.Era verdade, Tomás voltou sem nada, nem celular e nem computador, e os adultos não tiveram tempo de comprar para ele. Ele podia comprar e dar a Tomás, talvez isso o alegrasse, e ele não se mantivesse mais distante.Ao pensar nisso, os olhos de Pedro brilharam i
- Falar sobre isso agora, já não tem sentido algum...Ana ouviu a voz auto-repreensiva de Leo e gradualmente se acalmou.Afinal de contas, o que passou, já aconteceu e não poderia ser mudado. Assim, não importava o quanto Leo se arrependesse, não teria qualquer significado.- Então, as perguntas que acabei de fazer, não foram para te culpar de maneira alguma. Eu só queria saber se você tinha alguma pista. Mas mesmo que não haja, não importa. Eu vou mandar alguém investigar bem o paradeiro do pessoal do hospital relacionado. Não vou deixar aquilo daquele ano passar facilmente.- Sim, eu sei, obrigada pelo esforço.Ouvindo a voz firme de Leo, o coração antes perturbado de Ana se estabilizou consideravelmente.- Tomás está se adaptando em casa?Depois de acalmar Ana, Leo perguntou sobre Tomás, que havia acabado de voltar para casa.- Está bem. Pedro tem brincado com ele o tempo todo. Embora ainda não esteja muito familiarizado, ele não está resistindo muito.- Isso é bom. Mas não negligen
Pedro, por outro lado, não tinha ideia do que Tomás estava pensando, e em vez disso, refletiu com responsabilidade por um momento, chamando Tomás para escovar os dentes e ir para a cama.No quarto de Pedro, apesar de ele ser o único filho, a cama era bastante grande, então não havia problema algum em dormirem duas pessoas.Depois de se lavar, as duas crianças deitaram-se cada uma em seu canto e rapidamente adormeceram....No dia seguinteApós o café da manhã, Claudia levou Pedro à escola, enquanto Ana estava em casa, recolhendo os utensílios de mesa e olhando para Tomás ao seu lado.- Tomás, vamos ao hospital daqui a pouco, tudo bem?- Hospital? Por que vamos ao hospital?Tomás imediatamente ficou em alerta. Será que eles iam começar a tirar o sangue dele tão cedo? Isso não era um pouco precipitado?- Não tenha medo, não é para levar você para tomar injeção ou medicamentos, é porque você está muito magro, e eu temo que seu corpo possa ter tido algum problema devido à má nutrição no pa
Depois de tomar sua decisão, Tomás segurou firmemente sua "arma" na mão e abriu a porta.Ana nunca tinha ido embora, ela estava ouvindo os sons de dentro o tempo todo. Agora, ao ver Tomás saindo, ela se agachou rapidamente.- Me desculpe, Tomás, fui eu quem falou mal. Não quero rejeitar você. Se não quiser fazer exames médicos, não faça. Eu apenas...Ana tentava explicar arduamente, pela primeira vez sentindo o quão inadequadas e impotentes as palavras podiam ser, como se não importasse o que dissesse, ela não pudesse transmitir seus verdadeiros sentimentos, nem fazer a criança à sua frente acreditar nela.- Tudo bem, eu também errei, talvez tenha pensado demais. Desculpe, não quis te culpar.Tomás falou, estendendo a mão e abraçando o pescoço de Ana.Ana sentiu-se surpreendentemente honrada, e imediatamente abraçou com força o pequeno corpo em seus braços. Antes que pudesse falar, sentiu algo como uma picada de agulha em uma parte do corpo, causando uma breve dor.Ana franziu a testa,
Tomás balançou a cabeça.- Não, está tudo bem.Leo sorriu.- Que bom.Tomás, por sua vez, observava Leo, lamentando que não pudesse usar a mesma postura envenenada que usou em Ana, já que, se tentasse usá-la em Leo, certamente seria descoberto. Assim, Tomás teve que abandonar essa ideia.- Ana, vamos levar Tomás para comprar algumas coisas, como roupas e sapatos, precisamos adquirir coisas novas. Não podemos continuar deixando ele vestir as coisas de Pedro.Ana estava observando a interação entre pai e filho, um quadro realmente agradável aos olhos, mesmo eles nunca tendo vivido juntos antes. Deveria ser ainda melhor quando Tomás se aproximasse mais deles...Ao ouvir Leo perguntar de repente, Ana finalmente se tocou.- Você está certo, se você não tivesse mencionado, eu teria esquecido completamente. Eu tenho sido muito descuidada.Ana balançou a cabeça, sentindo que desde que encontrou Tomás, não havia demonstrado a ternura e o cuidado de uma mãe, apenas a agitação causada por vários
A vendedora, enquanto falava, avaliava Ana dos pés à cabeça. Ela trabalhava havia muito tempo nesta loja de alto padrão e tinha visto muitos clientes, o que a dotou de um olhar aguçado.Conseguia discernir o valor da roupa do cliente, e se ele tinha ou não poder econômico para consumir os produtos de sua loja, praticamente com apenas um olhar. Ana, vestida em jeans e uma camiseta branca, não exibia qualquer bom gosto, e o anel em sua mão, que qualquer pessoa poderia identificar como um objeto barato, junto com todo o resto de sua aparência, provavelmente não seria suficiente nem para comprar um pequeno acessório na loja.Além disso, Ana estava acompanhada de uma criança magra e pálida, que carregava consigo um monte de petiscos baratos. Parecia claramente o caso de uma pessoa pobre visitando a cidade.- A atitude de atendimento nesta loja é sempre assim? Ana tinha a intenção original de comprar algumas roupas para Tomás, para vestir o pequeno garoto adequadamente e mostrar que ele não