Pedro ergueu-se devagar, fingindo estar assustado e desamparado, agarrando a perna de Ana.- Mamãe, não me deixe para trás!O coração de Ana apertou. Embora não soubesse quem era esse Teófilo, ele estava atrás dela e de Leo, mas Pedro também estava envolvido. Com apenas cinco anos, ele havia testemunhado essa crueldade. Ela se sentia uma mãe impotente.- Pedrinho, querido, por que você não vai ver como o papai está?Ana sorriu, afagando a cabeça de Pedro, querendo que ele voltasse ao lado de Leo. Se pudesse sacrificar apenas a si mesma para salvar pai e filho, Ana achava que valeria a pena.Ao observar a cena diante dele, Teófilo sentia-se irritado. Sendo órfão, ele não sabia quem eram seus pais. Embora a família Pereira o tivesse adotado, eles nunca lhe ofereceram esse tipo de carinho.Essa visão era irritante aos olhos de Teófilo, algo que ele desejava destruir.De repente, Teófilo teve uma ideia. Ele sorriu e mirou o ombro de Ana, disparando um tiro.Ana não esperava que ele atirass
Ana testemunhava tudo isso acontecer diante de seus olhos. As ações de Pedro agora mesmo foram completamente inesperadas, deixando-a perplexa. Foi somente quando viu Pedro segurando uma arma e prestes a atirar em Teófilo que ela recuperou a compostura abruptamente.- Pedrinho, não faça isso!Pedro, saindo do fervor em que estava, repentinamente voltou à realidade. Ele se virou para Ana e disse:- Mas, mamãe, eu não posso aceitar...Ao ver os olhos vermelhos do pequeno, Ana percebeu que ele estava assustado e também genuinamente irritado. No entanto, afinal de contas, ele era apenas uma criança de cinco anos. Ela não podia permitir que uma criança carregasse esse fardo.Assassinar alguém a tiros não deveria fazer parte da infância de Pedro. A morte de Teófilo era merecida, mas sua partida se tornaria o pesadelo da vida de Pedro, e isso não valia a pena.- Pedrinho, me dê a arma.Ana falou com firmeza.Pedro hesitou por um momento, mas no final cedeu e entregou cuidadosamente a arma para
- Leo!- Papai!Ao ver Leo fechar os olhos, Pedro e Ana soltaram gritos quase simultâneos.O medo que Pedro vinha contendo finalmente explodiu. Ele agarrou as roupas de Leo e chorou alto.- Papai, você não pode morrer!Normalmente, dada a personalidade peculiar de Pedro, ele nunca conseguiria dizer "papai" para Leo, mas nesse momento, ele não conseguia se importar com mais nada. Só tinha um pensamento em mente: Esperar que o Leo ficasse bem.Ana também estava sofrendo internamente, mas ao ver o colapso emocional do pequeno, ela sabia que precisava se acalmar. Caso contrário, a situação só pioraria.- Pedrinho, acalme-se. A ambulância está a caminho. Não o mova, para evitar que a ferida se abra e sangre mais. Ele vai ficar bem!A voz de Ana tremia, mas ela se manteve firme. Pedro levantou a cabeça, olhou para ela e finalmente, com lágrimas nos olhos, assentiu.- Tá certo, vamos esperar juntos. Eu acredito que ele vai ficar bem. Ele é forte demais pra simplesmente morrer assim.Mãe e fil
O médico olhou para Ana, que claramente também estava ferida e sangrando, mas parecia não sentir nada. Ela continuava perguntando sobre o estado desse homem. Mesmo após ter presenciado tantos momentos de vida e morte, ela ainda era profundamente afetada.Ele queria dizer a Ana que ele com certeza ficaria bem, pedir que ela se acalmasse e cuidasse de seus próprios ferimentos, mas como um médico responsável, ele não podia dar uma resposta incerta nesse momento.- Senhorita, de qualquer maneira, faremos o nosso melhor para tratá-lo.Ao ouvir as palavras do médico, o olhar de Ana perdeu um pouco de brilho.- Médico, por favor, vocês têm que salvá-lo...Dizendo isso, Ana sentou-se e segurou a mão de Leo.No passado, as mãos desse homem eram sempre tão quentes. Cada vez que ela tocava suas palmas, sentia o calor intenso. No entanto, agora, elas estavam frias como gelo.Ana segurou a mão de Leo com força, como se estivesse transferindo seu próprio calor para ele, como se pudesse proporcionar
Após um instante, Ivan desviou o olhar e estava prestes a questionar Ana se Teófilo tinha outros cúmplices quando notou o ferimento no ombro dela. Devido à falta de bandagem, o ferimento continuava sangrando, e seu rosto estava terrivelmente pálido, quase como papel.- Dona Ana, a senhora... Está bem?- Eu não...As palavras de Ana foram interrompidas quando ela subitamente sentiu tontura e caiu na cadeira.Felizmente, ela estava sentada em uma cadeira, então não caiu no chão.Pedro também assustou-se e correu para perto.- Mamãe, o que aconteceu? E agora, esqueci que a senhora também levou um tiro no ombro. O que devemos fazer?Ivan percebeu a situação e ficou sério. Parecia que Ana também estava ferida, e parecia ser grave. Se não fosse tratada adequadamente, poderia deixar sequelas.- Dona Ana, cuide do seu ferimento primeiro. Eu posso ficar de olho aqui.Os lábios de Ana se mexeram e ela queria dizer que, enquanto não soubesse se Leo estava seguro, ela não tinha cabeça para cuidar
- Ele temporariamente escapou do perigo de morte, mas ainda não acordou.Ivan informou Ana sobre a situação atual de Leo.A sorte no azar era que a bomba que Teófilo comprou às pressas não era muito potente, caso contrário, Leo provavelmente já teria morrido no local.No entanto, mesmo assim, o impacto enorme da explosão foi suficiente para resistir, preservar sua vida e não deixar nenhuma deficiência irreversível, isso já era uma situação muito afortunada.Ao saber que Leo estava fora de perigo, a tensão constante no coração de Ana finalmente se dissipou.- Isso significa que só podemos dizer que ele estará bem quando acordar?- O médico disse isso.Ivan assentiu com a cabeça, dando uma resposta afirmativa.- Então vou ficar aqui cuidando dele, senão eu não vou ficar tranquila.Ana não pensou duas vezes e se sentou ao lado da cama de Leo.Talvez sua presença aqui não fosse muito útil, mas ainda era melhor do que ficar em outro lugar preocupando-se sozinha.Ivan originalmente queria di
Leo sentiu como se tivesse saído de um pesadelo longuíssimo, um sonho maçante onde revivia repetidamente a cena da explosão, antes de perder os sentidos. No sonho, ele apenas observava à distância enquanto Ana e Pedro eram brutalmente assassinados por Teófilo, sem poder fazer nada para intervir. Foi só quando algo ligeiramente úmido e fresco caiu em sua mão que Leo franziu a testa, lutando para se libertar desse pesadelo absurdo e aterrorizante. A consciência gradualmente retornou ao seu corpo. Leo abriu os olhos lentamente e imediatamente uma onda intensa de dor percorreu seu corpo. Apesar de sua notável capacidade de suportar a dor, Leo quase desmaiou novamente devido à intensidade dela. Porém, ao observar o ambiente ao seu redor, Leo imediatamente compreendeu que estava em um hospital. Ou seja, ele foi salvo... Mas e Ana e Pedro? Ele ergueu o olhar e avistou Ana sentada à beira da cama, ainda sem perceber que ele havia acordado. Seu rosto estava pálido e abatido. - Aninha...
O olhar de Leo suavizou, Ana raramente revelava esse lado frágil para outras pessoas, mas agora, ali com ele, estava finalmente disposta a expressar suas preocupações e medos internos. Isso também amoleceu um pouco o coração de Leo.Não importava o quanto ela tentasse parecer forte, a mulher diante dele ainda era a mesma Ana que ele conheceu no passado.- Aninha, eu não vou morrer. Você e Pedro estão aqui. Mesmo que eu realmente faleça, vou lutar para voltar do inferno. Portanto, não precisa ter medo. Não chore mais. Agora, nem consigo enxugar suas lágrimas. Sinto-me impotente.Ana olhou profundamente nos olhos de Leo. A expressão fria e sombria do homem abrigava apenas sua figura e um afeto abundante. Sem perceber, ela estava começando a se perder neles.- Aninha, você chorou por minha causa. Eu... Fico feliz. Pelo menos isso mostra que ainda tenho algum valor em seu coração.Ana ficou momentaneamente perdida, as palavras de Leo a trouxeram de volta à realidade. Ela rapidamente desvio