Ana balançou a cabeça com força, a voz de Leo soava fraca e o cheiro de sangue no ar era intenso. Ele parecia estar gravemente ferido.Dadas as circunstâncias, ele ainda estava perguntando se eles estavam feridos. Esse homem ficou louco?Antes que Ana pudesse responder, uma figura emergiu da névoa atrás deles e se aproximou lentamente. Teófilo segurava uma arma enquanto se aproximava para avaliar a situação. Vendo Leo protegendo Ana e Pedro com cuidado em seus braços, uma fúria incontrolável tomou conta dele.Esse homem já tinha o coração de Patrícia, mas parecia não valorizá-lo. Ele só sabia proteger essa mulher à sua frente, ignorando a garota que tinha ficado inválida por causa dele. Essa demonstração de afeto profundo o deixava profundamente enojado.Teófilo levantou o pé e chutou ferozmente Leo, que não estava preparado para isso. Mesmo que Leo tivesse percebido, seus ferimentos o impediam de reagir. Ele caiu no chão, parecendo uma estátua quebrada.- É inacreditável que o grande
Pedro ergueu-se devagar, fingindo estar assustado e desamparado, agarrando a perna de Ana.- Mamãe, não me deixe para trás!O coração de Ana apertou. Embora não soubesse quem era esse Teófilo, ele estava atrás dela e de Leo, mas Pedro também estava envolvido. Com apenas cinco anos, ele havia testemunhado essa crueldade. Ela se sentia uma mãe impotente.- Pedrinho, querido, por que você não vai ver como o papai está?Ana sorriu, afagando a cabeça de Pedro, querendo que ele voltasse ao lado de Leo. Se pudesse sacrificar apenas a si mesma para salvar pai e filho, Ana achava que valeria a pena.Ao observar a cena diante dele, Teófilo sentia-se irritado. Sendo órfão, ele não sabia quem eram seus pais. Embora a família Pereira o tivesse adotado, eles nunca lhe ofereceram esse tipo de carinho.Essa visão era irritante aos olhos de Teófilo, algo que ele desejava destruir.De repente, Teófilo teve uma ideia. Ele sorriu e mirou o ombro de Ana, disparando um tiro.Ana não esperava que ele atirass
Ana testemunhava tudo isso acontecer diante de seus olhos. As ações de Pedro agora mesmo foram completamente inesperadas, deixando-a perplexa. Foi somente quando viu Pedro segurando uma arma e prestes a atirar em Teófilo que ela recuperou a compostura abruptamente.- Pedrinho, não faça isso!Pedro, saindo do fervor em que estava, repentinamente voltou à realidade. Ele se virou para Ana e disse:- Mas, mamãe, eu não posso aceitar...Ao ver os olhos vermelhos do pequeno, Ana percebeu que ele estava assustado e também genuinamente irritado. No entanto, afinal de contas, ele era apenas uma criança de cinco anos. Ela não podia permitir que uma criança carregasse esse fardo.Assassinar alguém a tiros não deveria fazer parte da infância de Pedro. A morte de Teófilo era merecida, mas sua partida se tornaria o pesadelo da vida de Pedro, e isso não valia a pena.- Pedrinho, me dê a arma.Ana falou com firmeza.Pedro hesitou por um momento, mas no final cedeu e entregou cuidadosamente a arma para
- Leo!- Papai!Ao ver Leo fechar os olhos, Pedro e Ana soltaram gritos quase simultâneos.O medo que Pedro vinha contendo finalmente explodiu. Ele agarrou as roupas de Leo e chorou alto.- Papai, você não pode morrer!Normalmente, dada a personalidade peculiar de Pedro, ele nunca conseguiria dizer "papai" para Leo, mas nesse momento, ele não conseguia se importar com mais nada. Só tinha um pensamento em mente: Esperar que o Leo ficasse bem.Ana também estava sofrendo internamente, mas ao ver o colapso emocional do pequeno, ela sabia que precisava se acalmar. Caso contrário, a situação só pioraria.- Pedrinho, acalme-se. A ambulância está a caminho. Não o mova, para evitar que a ferida se abra e sangre mais. Ele vai ficar bem!A voz de Ana tremia, mas ela se manteve firme. Pedro levantou a cabeça, olhou para ela e finalmente, com lágrimas nos olhos, assentiu.- Tá certo, vamos esperar juntos. Eu acredito que ele vai ficar bem. Ele é forte demais pra simplesmente morrer assim.Mãe e fil
O médico olhou para Ana, que claramente também estava ferida e sangrando, mas parecia não sentir nada. Ela continuava perguntando sobre o estado desse homem. Mesmo após ter presenciado tantos momentos de vida e morte, ela ainda era profundamente afetada.Ele queria dizer a Ana que ele com certeza ficaria bem, pedir que ela se acalmasse e cuidasse de seus próprios ferimentos, mas como um médico responsável, ele não podia dar uma resposta incerta nesse momento.- Senhorita, de qualquer maneira, faremos o nosso melhor para tratá-lo.Ao ouvir as palavras do médico, o olhar de Ana perdeu um pouco de brilho.- Médico, por favor, vocês têm que salvá-lo...Dizendo isso, Ana sentou-se e segurou a mão de Leo.No passado, as mãos desse homem eram sempre tão quentes. Cada vez que ela tocava suas palmas, sentia o calor intenso. No entanto, agora, elas estavam frias como gelo.Ana segurou a mão de Leo com força, como se estivesse transferindo seu próprio calor para ele, como se pudesse proporcionar
Após um instante, Ivan desviou o olhar e estava prestes a questionar Ana se Teófilo tinha outros cúmplices quando notou o ferimento no ombro dela. Devido à falta de bandagem, o ferimento continuava sangrando, e seu rosto estava terrivelmente pálido, quase como papel.- Dona Ana, a senhora... Está bem?- Eu não...As palavras de Ana foram interrompidas quando ela subitamente sentiu tontura e caiu na cadeira.Felizmente, ela estava sentada em uma cadeira, então não caiu no chão.Pedro também assustou-se e correu para perto.- Mamãe, o que aconteceu? E agora, esqueci que a senhora também levou um tiro no ombro. O que devemos fazer?Ivan percebeu a situação e ficou sério. Parecia que Ana também estava ferida, e parecia ser grave. Se não fosse tratada adequadamente, poderia deixar sequelas.- Dona Ana, cuide do seu ferimento primeiro. Eu posso ficar de olho aqui.Os lábios de Ana se mexeram e ela queria dizer que, enquanto não soubesse se Leo estava seguro, ela não tinha cabeça para cuidar
- Ele temporariamente escapou do perigo de morte, mas ainda não acordou.Ivan informou Ana sobre a situação atual de Leo.A sorte no azar era que a bomba que Teófilo comprou às pressas não era muito potente, caso contrário, Leo provavelmente já teria morrido no local.No entanto, mesmo assim, o impacto enorme da explosão foi suficiente para resistir, preservar sua vida e não deixar nenhuma deficiência irreversível, isso já era uma situação muito afortunada.Ao saber que Leo estava fora de perigo, a tensão constante no coração de Ana finalmente se dissipou.- Isso significa que só podemos dizer que ele estará bem quando acordar?- O médico disse isso.Ivan assentiu com a cabeça, dando uma resposta afirmativa.- Então vou ficar aqui cuidando dele, senão eu não vou ficar tranquila.Ana não pensou duas vezes e se sentou ao lado da cama de Leo.Talvez sua presença aqui não fosse muito útil, mas ainda era melhor do que ficar em outro lugar preocupando-se sozinha.Ivan originalmente queria di
Leo sentiu como se tivesse saído de um pesadelo longuíssimo, um sonho maçante onde revivia repetidamente a cena da explosão, antes de perder os sentidos. No sonho, ele apenas observava à distância enquanto Ana e Pedro eram brutalmente assassinados por Teófilo, sem poder fazer nada para intervir. Foi só quando algo ligeiramente úmido e fresco caiu em sua mão que Leo franziu a testa, lutando para se libertar desse pesadelo absurdo e aterrorizante. A consciência gradualmente retornou ao seu corpo. Leo abriu os olhos lentamente e imediatamente uma onda intensa de dor percorreu seu corpo. Apesar de sua notável capacidade de suportar a dor, Leo quase desmaiou novamente devido à intensidade dela. Porém, ao observar o ambiente ao seu redor, Leo imediatamente compreendeu que estava em um hospital. Ou seja, ele foi salvo... Mas e Ana e Pedro? Ele ergueu o olhar e avistou Ana sentada à beira da cama, ainda sem perceber que ele havia acordado. Seu rosto estava pálido e abatido. - Aninha...