Paulo também sabia que esse pensamento era ridículo, mas logo após sentir que poderia ser atropelado pelo carro, sua primeira reação foi de humildade.João ficou um pouco surpreso e desconfortável.- Eu sei que você está se sentindo mal. Que tal eu te convidar para beber e relaxar? Assim, você pode temporariamente deixar de lado essas coisas desagradáveis.João não sabia como fazer Paulo se sentir melhor, a única coisa que pensou foi afogar as mágoas no álcool.Paulo sorriu amargamente e assentiu. Parecia que, neste momento, ele não tinha mais nada a fazer além disso.João dirigiu e levou Paulo a um bar. Eles reservaram uma sala privada e pediram várias bebidas.- Enquanto eu estava fora, aconteceu alguma coisa, João. Eu acredito que você saiba, me conte.Disse Paulo enquanto tomava um gole do amargo licor.João hesitou por um momento, mas ao ver a expressão de Paulo, acabou contando tudo o que aconteceu.Ao saber que Ana quase foi levada para o exterior e não conseguiu voltar, e que L
João também começou a ficar embriagado e, sem perceber, pensou em muitas coisas do passado. Sua mão inconscientemente acariciou a carteira em seu bolso, onde havia uma foto antiga que estava lá havia muitos anos, até mesmo um pouco amarelada. Ele nem precisava olhar para a foto para se lembrar do rosto retratado nela.Naquela época, se não fosse pelo acidente, se ela ainda estivesse viva, talvez ele já tivesse uma esposa amada e uma família feliz... No entanto, não importava o quanto ele pensasse agora, isso era impossível.João estendeu a mão e deu um tapinha no ombro de Paulo.- Algumas coisas são simplesmente destinadas a acontecer. Mesmo que lutemos a vida inteira, não conseguiremos um resultado satisfatório.Paulo olhou fixamente para João, vendo a tristeza e pesar em seus olhos. Paulo sentiu-se culpado por suas palavras, parecia que ele tinha despertado más lembranças em João.Paulo ergueu o copo de bebida e disse:- Esqueça, hoje não vamos mais pensar nessas coisas. Vamos embora
- Então, Srta. Juliana, vou contar com a senhora aqui.O motorista fez tudo o que pôde e, naturalmente, não queria ser uma pessoa a mais, então foi embora apressadamente.Juliana não prestou muita atenção nisso, ela só estava preocupada com o que estava acontecendo com João. Estaria ele se arrependendo de ter fingido casamento com ela?Enquanto pensava, Juliana usou uma toalha molhada para cuidadosamente limpar o rosto do homem. Sentindo o frescor da toalha, João acordou um pouco e olhou confusamente para Juliana, mas não conseguia ver o rosto dela claramente, apenas sentia o cuidado gentil dela.De repente, João estendeu a mão e a puxou para mais perto, abraçando-a.Juliana ficou assustada e encontrou-se deitada sobre o corpo de João, seus corpos colados, sem qualquer espaço entre eles. Essa situação ambígua fez seu rosto corar rapidamente.- João, solte-me...Juliana empurrou o homem abaixo dela.- Não, não vou te soltar - João murmurou. - Não vou deixar você ir embora de mim, Sofia.
Ao ver Ana inquieta e preocupada, Leo não insistiu em dormir na mesma cama que ela e, em vez disso, pediu para trazer outra cama de acompanhamento.Ana também estava exausta e não se importou com formalidades. Depois de se lavar, deitou-se na cama e fechou os olhos para descansar. No entanto, ao pensar na expressão dolorosa de Paulo antes de partir, não pôde deixar de se sentir desconfortável, preocupada e arrependida.Se tivesse esclarecido as coisas mais cedo, talvez Paulo não estivesse tão machucado. Mas o tempo não podia ser revertido, e tudo o que podia fazer era aproveitar o momento presente.Provavelmente, Paulo sofrerá por um tempo, mas à medida que o tempo passar, esquecerá tudo e encontrará outra garota que amasse, se casará e terá filhos, e essas feridas serão curadas...Enquanto Ana divagava, finalmente adormeceu.Leo, no entanto, não estava com sono. Depois de apagar a luz, olhou para Ana deitada na cama ao lado, respirando calmamente, e ficou absorto.Depois de observá-la
Pedro rapidamente voltou para o seu quarto e atendeu o telefone.- Alô, Pedrinho, sou eu.Pedro ouviu a voz de Paulo e ficou muito feliz. Nos últimos dias, Ana o havia avisado que o papai Paulo tinha assuntos importantes para tratar fora de casa e pediu para que ele não o incomodasse para não distraí-lo.Pedro, claro, não se atreveu a ligar para ele, mas depois de tanto tempo, ele realmente estava com saudades de Paulo.- Papai Paulo, onde você esteve todo esse tempo? Nem me ligou, será que você me esqueceu?O jeitinho carinhoso do garotinho acalmou um pouco o tumultuado estado de espírito de Paulo. Ele de repente percebeu que, mesmo que o coração de Ana estivesse em dúvida, talvez, com Pedro ao seu lado, ele ainda teria uma chance.- Pedrinho, desculpe, tive alguns problemas nesse período e não pude entrar em contato com você, mas já pensei em como posso te compensar. Vamos voltar nos próximos dias, enquanto você não precisa ir para a escola, eu te levo ao parque de diversões que você
Enquanto Paulo seguia em direção ao aeroporto, recebeu aquela mensagem e um sorriso amargo se desenhou em seu rosto. A atitude de Ana era realmente desapegada, talvez ela já tenha tomado sua decisão...Ao chegar ao aeroporto, Paulo pegou o bilhete e se acomodou em seu assento, olhando fixamente para a entrada. Embora já soubesse em seu coração que Ana provavelmente não viria e não embarcaria com ele, ele ainda nutria uma última esperança.Assim, permaneceu sentado, perdido em seus pensamentos por um longo tempo, até que os anúncios de embarque começaram a tocar incessantemente, lembrando-o de que era hora de partir. Então, Paulo se levantou. No fundo, ele não conseguiu esperar que Ana viesse, ela já devia ter tomado sua decisão. Já que era assim, parecia que não havia mais nada a fazer, dessa vez ele realmente teria que deixar acontecer.De repente, Paulo sentiu um gosto amargo na boca e seus olhos ficaram um pouco doloridos, mas ele se conteve e não deixou transparecer sua tristeza, s
Ana já não se importava em evitar Leo e imediatamente começou a ligar para Paulo, mas o telefone estava sempre desligado, não importava quantas vezes tentasse. Seu coração gelou, como se tivesse caído em um poço congelante. Será que Paulo estava mesmo naquele avião?O sangue de Ana subiu para a cabeça, e no segundo seguinte, ela agiu como se estivesse enlouquecendo, correndo sem rumo. Ela precisava confirmar essa informação. A mente de Ana ficou em branco, e ela correu desenfreadamente, sem prestar atenção no caminho, acabando por colidir com uma enfermeira em uma curve. A enfermeira estava carregando medicamentos e derrubou tudo quando foi atingida, mas Ana não pareceu ter notado nada, continuando a correr desesperadamente.- Ei, moça! - A enfermeira reclamou, mas Ana ignorou completamente. A enfermeira franziu a testa: - Essa pessoa não tem educação alguma... Espere, ela não é a mulher que cuida do Sr. Leo?Ana correu para fora e parou um carro, gritando:- Eu preciso ir para o aero
Ana caminhava cambaleante no meio da multidão. O acidente havia causado caos no aeroporto, com familiares das vítimas chorando e gritando por toda parte. Tudo era tão evidente que Ana não conseguia escapar dessa realidade.Pressionando o peito, ela sentia o coração pesado, como se estivesse sendo esmagado por uma grande pedra, deixando-a exausta até para respirar. Não sabia quanto tempo tinha se passado até que finalmente se sentou bruscamente em um banco à beira da estrada, respirando com dificuldade, tentando aliviar essa sensação de opressão inexplicável.Nesse momento, ela pensou em muitas coisas. Quando Sérgio a expulsou de casa, sua mãe ficou doente. Sua vida era difícil, ela precisava trabalhar em vários lugares todos os dias para ganhar dinheiro e cuidar de si mesma, além de conseguir dinheiro para os tratamentos médicos. Portanto, Ana não tinha muitos amigos na escola, até que Paulo apareceu. Desde que se conheceram, ele sempre cuidou dela, trabalhando juntos e assumindo parte