O rosto de Paulo ficou subitamente um pouco constrangido. Ele não sabia o que dizer por um momento. Queria perguntar a Ana por que ela estava com Leo, mas também não se atrevia nem sabia como iniciar a conversa. Tinha medo de perguntar algo que não pudesse enfrentar.Leo deu uma olhada no celular de Ana e viu que era um número desconhecido, sem nome gravado, o que o fez franzir a testa.Quando Ana percebeu, rapidamente colocou a mão sobre a parte do fone de ouvido e saiu do quarto para atender a ligação.O franzir de Leo ficou ainda mais profundo. Quem seria a pessoa que faria Ana evitar que ele atendesse uma ligação?Depois que Ana saiu, ela finalmente começou a falar e quebrou o silêncio:- Alô, Paulo, como vão as coisas por aí? A saúde de sua mãe está melhorando?Ana ignorou a presença de Leo, desviando diretamente o assunto.O coração de Paulo doeu um pouco, mas ele não demonstrou:- Ela está bem... Não há grandes problemas.Ele não queria contar a Ana sobre os pequenos problemas d
Leo percebeu que Ana não queria discutir aquele assunto com ele e não pressionou mais:- Eu posso esperar, você decide.Ana assentiu:- Então, vou dar uma olhada primeiro.Após dizer isso, ela saiu apressadamente. Leo olhou para as costas dela com um olhar sombrio e, no final, não disse mais nada.Algumas coisas, afinal, precisavam ser decididas por Ana. No passado, talvez ele a pressionasse a ficar ao seu lado, mas agora, ele não se atrevia a machucá-la dessa forma novamente.Entre eles, já houve muitos mal-entendidos e desentendimentos. A única coisa que ele poderia fazer agora era esperar por Ana e sua decisão....Algumas horas depois, o avião em que Paulo estava pousou pontualmente no Aeroporto Internacional da Cidade S.Infelizmente, ele só tinha algumas notas estrangeiras consigo e não possuía um celular. Por um momento, ele não conseguiu sair dali nem sabia onde Ana estava.Sem opção, Paulo teve que pedir emprestado o celular de alguém e ligar para João.Enquanto João estava co
- Tenho alguns assuntos para resolver, preciso dar uma saída.Leo colocou o garfo de lado com um tom descontraído, enquanto observava Ana. Quase adivinhou o que estava acontecendo e respondeu imediatamente:- Irei contigo.- Não é necessário, é algo que posso resolver sozinha. Deixe-me ir sozinha.Ana respondeu com seriedade, seus olhos fixos em Leo. Era algo que precisava ser esclarecido entre ela e Paulo. Como poderia permitir que Leo se intrometesse novamente?Leo ficou em silêncio por um momento, então concordou com relutância. Ana sorriu, levantou-se e Leo a observou enquanto ela saía.- Sabe... Lembra da promessa que fez hoje? Sobre... Retornar?Ao ouvir suas próprias palavras, Leo quase não pôde acreditar que as havia dito. Sentiu-se momentaneamente como uma jovem esposa ansiosa pelo retorno de seu marido.Até Ana ficou surpresa. Não esperava ouvir tais palavras de Leo. Não combinava com a imagem que tinha dele normalmente.- Estarei aqui até você se recuperar completamente. Pod
- A família Santos desistiu de convencer Pedro a ficar, e eles não nos perturbarão novamente. Quanto a voltar, Paulo, desculpe, eu não posso ir com você.Finalmente reunindo coragem para olhar nos olhos de Paulo e expressar seus pensamentos.Independentemente do que aconteceu em seu relacionamento com Leo, ela não poderia simplesmente abandoná-lo depois de ele se machucar por ela.- Aninha, você tem alguma coisa para resolver? Se sim, posso esperar por você. Posso cuidar do trabalho.Sentindo seu coração em pânico, ele tentou mudar de assunto, esperando que Ana só quisesse ficar temporariamente.- Não, não é isso, Paulo. É a separação desses últimos tempos que me fez pensar muito. Eu... Não posso continuar sendo tão confusa. Sinto muito, não deveria ter concordado tão facilmente em me casar com você.- Aninha, você está se arrependendo de querer se casar comigo?Os olhos de Paulo se encheram de tristeza, ele não entendia como o coração de Ana poderia mudar tanto em apenas meio mês.Ser
Após sair apressadamente, Paulo ainda estava um pouco atordoado. Pensar na decisão firme de Ana o deixou com remorso e ressentimento.Ele não pôde deixar de imaginar, se Mariana não tivesse sequestrado Pedro, talvez ele já tivesse se casado com Ana quando ela estava hesitante. Com a personalidade dela, mesmo que seus sentimentos por ele não fossem de amor, ela provavelmente daria prioridade à família, e eles seriam um casal comum e feliz.Ou talvez, se sua mãe não o tivesse enganado e ele tivesse permanecido ao lado de Ana durante todo esse tempo, tudo seria diferente.Os pensamentos de Paulo estavam confusos como um novelo de linha. Ele andava em um estado de torpor, nem mesmo percebendo o que estava ao seu redor. Um carro se aproximava em alta velocidade, mas ele não percebeu, continuando a caminhar como se estivesse em transe.Ana também estava prestes a sair, mas ao ver essa cena assustadora, seu coração quase saltou pela boca. Ela quis correr até lá, mas já era tarde demais. Por f
Paulo também sabia que esse pensamento era ridículo, mas logo após sentir que poderia ser atropelado pelo carro, sua primeira reação foi de humildade.João ficou um pouco surpreso e desconfortável.- Eu sei que você está se sentindo mal. Que tal eu te convidar para beber e relaxar? Assim, você pode temporariamente deixar de lado essas coisas desagradáveis.João não sabia como fazer Paulo se sentir melhor, a única coisa que pensou foi afogar as mágoas no álcool.Paulo sorriu amargamente e assentiu. Parecia que, neste momento, ele não tinha mais nada a fazer além disso.João dirigiu e levou Paulo a um bar. Eles reservaram uma sala privada e pediram várias bebidas.- Enquanto eu estava fora, aconteceu alguma coisa, João. Eu acredito que você saiba, me conte.Disse Paulo enquanto tomava um gole do amargo licor.João hesitou por um momento, mas ao ver a expressão de Paulo, acabou contando tudo o que aconteceu.Ao saber que Ana quase foi levada para o exterior e não conseguiu voltar, e que L
João também começou a ficar embriagado e, sem perceber, pensou em muitas coisas do passado. Sua mão inconscientemente acariciou a carteira em seu bolso, onde havia uma foto antiga que estava lá havia muitos anos, até mesmo um pouco amarelada. Ele nem precisava olhar para a foto para se lembrar do rosto retratado nela.Naquela época, se não fosse pelo acidente, se ela ainda estivesse viva, talvez ele já tivesse uma esposa amada e uma família feliz... No entanto, não importava o quanto ele pensasse agora, isso era impossível.João estendeu a mão e deu um tapinha no ombro de Paulo.- Algumas coisas são simplesmente destinadas a acontecer. Mesmo que lutemos a vida inteira, não conseguiremos um resultado satisfatório.Paulo olhou fixamente para João, vendo a tristeza e pesar em seus olhos. Paulo sentiu-se culpado por suas palavras, parecia que ele tinha despertado más lembranças em João.Paulo ergueu o copo de bebida e disse:- Esqueça, hoje não vamos mais pensar nessas coisas. Vamos embora
- Então, Srta. Juliana, vou contar com a senhora aqui.O motorista fez tudo o que pôde e, naturalmente, não queria ser uma pessoa a mais, então foi embora apressadamente.Juliana não prestou muita atenção nisso, ela só estava preocupada com o que estava acontecendo com João. Estaria ele se arrependendo de ter fingido casamento com ela?Enquanto pensava, Juliana usou uma toalha molhada para cuidadosamente limpar o rosto do homem. Sentindo o frescor da toalha, João acordou um pouco e olhou confusamente para Juliana, mas não conseguia ver o rosto dela claramente, apenas sentia o cuidado gentil dela.De repente, João estendeu a mão e a puxou para mais perto, abraçando-a.Juliana ficou assustada e encontrou-se deitada sobre o corpo de João, seus corpos colados, sem qualquer espaço entre eles. Essa situação ambígua fez seu rosto corar rapidamente.- João, solte-me...Juliana empurrou o homem abaixo dela.- Não, não vou te soltar - João murmurou. - Não vou deixar você ir embora de mim, Sofia.