Leo imediatamente consolou Ana, dizendo:- Ana, não tenha medo. Olhe para este quarto, é igual ao lugar onde você morava. Veja, aquele é seu urso de pelúcia favorito e aquilo é um móvel de segunda mão que escolhemos juntos. Você se lembra?A voz de Leo era suave, enquanto Ana ouvia suas palavras e observava tudo ao seu redor.Uma sensação familiar, há muito tempo ausente, envolveu-a, fazendo com que ela relaxasse.Leo suspirou aliviado e continuou acalmando as emoções de Ana. Depois de um tempo, o terapeuta assentiu e disse que estava tudo bem. Em seguida, ele mostrou um pingente de prata, balançando-o levemente diante dos olhos de Ana.- Agora, você está caminhando por um caminho muito longo. Caminhe devagar. Neste momento, você vê uma porta, a abra...Conforme o terapeuta guiava gradualmente com suas palavras, as imagens do passado surgiam diante dos olhos de Ana.Ela se viu sendo levada por aquele carro até chegar a uma praça lotada, e então Rafaela apareceu. Suas palavras provocara
Ainda imersa no final do sonho hipnótico, Ana segurou a mão de Leo suavemente e chamou-o pelo nome:- Leo...Paulo nunca imaginou que, em tão pouco tempo, a pessoa em quem Ana mais confiava em seu coração, tivesse mudado, tornando-se outro homem, seu tio Leo.Seu corpo ficou um pouco rígido, mas ele só podia apertá-la mais forte em seus braços. - Ana, não sou o Leo, sou o Paulo. Você se esqueceu de mim? Nós nos conhecemos e nos amamos por tantos anos. Você disse que eu sou a pessoa em quem você mais confia neste mundo...A voz de Paulo tremia, parecia ter um toque de súplica.Ele não conseguia aceitar, de forma alguma, que a garota amada simplesmente não o amasse mais.Eles haviam combinado de se casar imediatamente quando ele concluísse seus estudos e retornasse ao país.Ele sabia que foi errado agir por conta própria e passar meio ano no exterior, mas como ela poderia simplesmente não lhe dar uma chance de se redimir?Paulo teimosamente repetia seu próprio nome várias vezes, na esper
Ana foi jogada ao chão por Leo de forma brusca. Ela apertou os dentes, levantou-se e tentou segurar a mão do homem.Ela não tinha feito nada para magoá-lo, ela poderia explicar.Ao ver a obstinação de Ana, o coração de Paulo doía como se fosse cortado em pedaços.Ele estendeu a mão, tentando abraçá-la e fazê-la parar com essas ações inúteis.Leo conhecia bem o temperamento de seu sobrinho mais novo. Ele sabia que ele não suportava desaforos.Paulo já teve um relacionamento com Ana e agora ela estava grávida. Mesmo que ele a mantivesse ao seu lado com esforço, eles não seriam felizes.Afinal, Leo estava destinado a herdar a família Santos, ele não tinha a possibilidade de fugir das controvérsias como ele próprio tinha.No entanto, antes que a mão de Paulo pudesse tocar Ana, Leo veio diretamente e segurou sua gola, levantando-o:- O que está fazendo? Não consigo acreditar que você esteja pensando em abraça-la e beijá-la sob os meus olhos. Paulo, será que você não respeita seu tio?O tom
Ana estava na frente, e Leo, originalmente, iria desferir um soco forte no rosto de Paulo, mas seu punho ficou suspenso no ar.Essa maldita mulher não sabe da identidade dele?Em momentos como esse, ela ainda está protegendo Paulo?Ao perceber a frieza nos olhos dele, Ana explicou imediatamente:- Paulo é seu parente. Por causa de alguém como eu, vocês estão se tornando inimigos. Se o Sr. Dantes descobrir, ele ficará muito triste.Leo riu friamente.- Ainda usando o Sr. Dantes como desculpa? Seja direta, você não quer ver o homem que você ama se machucar.Leo levantou-se lentamente, sua mão cerrada tremendo levemente.Ele realmente desejava estrangular essa mulher na frente dele e perguntar se ela tem algum sentimento.Talvez ela tenha, mas seu coração já foi totalmente entregue ao homem protegido atrás dela, sem espaço algum sobrando para mais ninguém.No final, Leo saiu, decidido. Ele não queria mais olhar para o rosto dessas duas pessoas, caso contrário, ele estava preocupado que nã
Ana correu apressadamente até lá e estendeu a mão para sentir a respiração normal de Paulo. Somente quando seu coração tenso se acalmou, ela conseguiu relaxar.No entanto, não era aceitável deixar Paulo ali. Ana pegou o celular dele e ligou para o hospital, pedindo uma ambulância para levá-lo.O hospital não ficava muito longe dali, e logo uma ambulância parou embaixo do prédio. Alguns profissionais de saúde subiram e colocaram Paulo em uma maca, levando-o para a ambulância.Ana fez tudo isso e pensou em sair para evitar suspeitas, mas foi impedida por uma enfermeira. - Senhorita, você não pode ir embora. Em breve alguém virá para fazer os procedimentos.Ana hesitou por um momento, mas acabou não saindo. Embora o amor intenso por Paulo já não existisse, afinal, eles se conheciam há tanto tempo, ela não podia deixá-lo sozinho no hospital.Ana entrou na ambulância e ficou olhando para a paisagem que passava rapidamente pela janela....Depois que Leo saiu, Rafaela continuou na antiga res
Ana estava sentada à entrada da emergência, com o olhar perdido na dança das luzes, oscilando entre claro e escuro, uma sensação de desorientação emergindo dela. Enquanto seu corpo lentamente se entregava ao torpor, Bruno e Rafaela foram os primeiros a chegar. Ao ver Ana, ressentimentos antigos e recentes irromperam em Rafaela, que avançou e desferiu um tapa contra Ana. Esse golpe, impulsionado por toda a força que Rafaela conseguia reunir, fez Ana cambalear para trás. - É culpa sua, não é? Quando Paulo partiu, ele estava bem. Agora, aqui está ele, lutando pela vida, e tudo isso não é por sua causa? Responda! Ana cobriu o rosto, silenciosa. Não havia contestação a ser feita. Apesar de toda a situação, desde o início ao fim, não ser o que ela desejava, ainda assim, estava inextricavelmente ligada a ela. Se algo acontecesse a Paulo, custaria uma vida. - Se algo acontecer a Paulo, eu nunca vou perdoá-la. Juro!Rafaela observava Ana suportando tudo pacientemente, mas a raiva em se
- O que foi que aconteceu? - A voz grave do homem ressoou, carregada de contenção implícita.Ana foi abruptamente trazida de volta de seus devaneios e viu Leo, de pé ao seu lado.De alguma forma, seu coração deu um pequeno salto.Será que ele tinha interpretado algo errado de novo?- Paulo desmaiou, eu o trouxe para ser examinado, só isso... - Demorou um instante, mas Ana finalmente conseguiu falar.Depois de falar, a expressão de Ana tornou-se um pouco amargurada. Afinal, mesmo que ela explicasse, Leo provavelmente não acreditaria, né?- Eu não perguntei sobre isso. - A luz nos olhos de Leo escureceu um pouco. Ele se aproximou, segurou o queixo de Ana e estudou o inchaço em seu rosto. - Quem fez isso?O olhar assassino de Leo se dirigiu a Rafaela, que estava parada ao lado.Rafaela, imóvel, sentiu um arrepio percorrer sua espinha.No entanto, pensando em seu filho, que ainda estava sendo atendido no interior, Rafaela fez um esforço para controlar a respiração e devolveu o olhar, quest
Rafaela estava se sentindo sufocada, com as roupas grudando em seu corpo devido ao suor frio. Nesse exato momento, Dantes, que tinha se retirado para descansar por causa da pressão alta, ouviu falar que Paulo tinha saído e se apressou para se juntar a eles.Ao chegar, ele se deparou com a atmosfera tensa entre a família de seu filho mais velho e Leo. Com um suspiro, Dantes questionou:- O que vocês estão aprontando dessa vez?Rafaela, ao ver Dantes, correu até ele como se tivesse encontrado uma salvação, exclamando:- Pai, o Leo machucou o Paulo e ele até sofreu uma concussão leve. O pior é que o Leo se recusa a pedir desculpas e ainda me culpa por ter dado um tapa na Ana. Precisamos que você nos defenda!Surpreso, Dantes lançou um olhar para Leo e disse:- Venha comigo.Leo seguiu Dantes até o quarto de Paulo, sem expressar emoção no rosto. Dantes observou as várias camadas de curativos no rosto de Paulo, parecendo angustiado, e perguntou:- Foi você quem fez isso?Leo, com o rosto in