Ana estava sentada à entrada da emergência, com o olhar perdido na dança das luzes, oscilando entre claro e escuro, uma sensação de desorientação emergindo dela. Enquanto seu corpo lentamente se entregava ao torpor, Bruno e Rafaela foram os primeiros a chegar. Ao ver Ana, ressentimentos antigos e recentes irromperam em Rafaela, que avançou e desferiu um tapa contra Ana. Esse golpe, impulsionado por toda a força que Rafaela conseguia reunir, fez Ana cambalear para trás. - É culpa sua, não é? Quando Paulo partiu, ele estava bem. Agora, aqui está ele, lutando pela vida, e tudo isso não é por sua causa? Responda! Ana cobriu o rosto, silenciosa. Não havia contestação a ser feita. Apesar de toda a situação, desde o início ao fim, não ser o que ela desejava, ainda assim, estava inextricavelmente ligada a ela. Se algo acontecesse a Paulo, custaria uma vida. - Se algo acontecer a Paulo, eu nunca vou perdoá-la. Juro!Rafaela observava Ana suportando tudo pacientemente, mas a raiva em se
- O que foi que aconteceu? - A voz grave do homem ressoou, carregada de contenção implícita.Ana foi abruptamente trazida de volta de seus devaneios e viu Leo, de pé ao seu lado.De alguma forma, seu coração deu um pequeno salto.Será que ele tinha interpretado algo errado de novo?- Paulo desmaiou, eu o trouxe para ser examinado, só isso... - Demorou um instante, mas Ana finalmente conseguiu falar.Depois de falar, a expressão de Ana tornou-se um pouco amargurada. Afinal, mesmo que ela explicasse, Leo provavelmente não acreditaria, né?- Eu não perguntei sobre isso. - A luz nos olhos de Leo escureceu um pouco. Ele se aproximou, segurou o queixo de Ana e estudou o inchaço em seu rosto. - Quem fez isso?O olhar assassino de Leo se dirigiu a Rafaela, que estava parada ao lado.Rafaela, imóvel, sentiu um arrepio percorrer sua espinha.No entanto, pensando em seu filho, que ainda estava sendo atendido no interior, Rafaela fez um esforço para controlar a respiração e devolveu o olhar, quest
Rafaela estava se sentindo sufocada, com as roupas grudando em seu corpo devido ao suor frio. Nesse exato momento, Dantes, que tinha se retirado para descansar por causa da pressão alta, ouviu falar que Paulo tinha saído e se apressou para se juntar a eles.Ao chegar, ele se deparou com a atmosfera tensa entre a família de seu filho mais velho e Leo. Com um suspiro, Dantes questionou:- O que vocês estão aprontando dessa vez?Rafaela, ao ver Dantes, correu até ele como se tivesse encontrado uma salvação, exclamando:- Pai, o Leo machucou o Paulo e ele até sofreu uma concussão leve. O pior é que o Leo se recusa a pedir desculpas e ainda me culpa por ter dado um tapa na Ana. Precisamos que você nos defenda!Surpreso, Dantes lançou um olhar para Leo e disse:- Venha comigo.Leo seguiu Dantes até o quarto de Paulo, sem expressar emoção no rosto. Dantes observou as várias camadas de curativos no rosto de Paulo, parecendo angustiado, e perguntou:- Foi você quem fez isso?Leo, com o rosto in
Ana ficou com os olhos vermelhos e ardendo pela fumaça. De repente, um gosto amargo e uma dor pungente a surpreenderam.Ela lançou um olhar penetrante para Leo, cujo comentário descompromissado atiçava uma dor penetrante e pulsante em seu coração.Ele, de fato, continuava obstinado em não crer nas suas palavras.Mas por qual motivo?Ela deixou bem claro que, fosse para um teste de paternidade ou qualquer outro propósito, ela estaria pronta a colaborar, comprovando que ele era o pai da criança.Será que isso não seria suficiente para fazê-lo confiar nela, ao menos uma vez?- Já lhe disse, o pai verdadeiro do meu filho, é você.Ana pronunciava cada palavra com cuidado, meticulosamente. Ela poderia retroceder em vários aspectos, exceto neste assunto primordial.Se Leo não confiasse em suas palavras, conhecendo a sua personalidade, ele, sem a menor dúvida, procuraria uma oportunidade para coagi-la a interromper a gravidez.- Ana, visitei o hospital onde sua mãe está internada. Consegue ima
Diante do olhar resoluto de Leo, Ana cerrou os dedos com determinação. - Então, vamos esclarecer algo. Não estou buscando o título de Sra. Santos, nem algo do tipo, mas de forma alguma eu irei interromper essa gravidez.Ela tinha passado de hesitante para imensamente apegada ao pequeno ser em seu ventre.Além disso, enquanto seu filho estivesse vivo, ela teria a chance de fazer um teste de paternidade para provar sua inocência.Portanto, de maneira nenhuma permitiria que alguém prejudicasse seu precioso bebê.- Ana, não seja teimosa. Desde o momento em que se casou comigo, esse não é um papel que você pode simplesmente decidir abandonar, quando bem entender!O rosto de Ana empalideceu, e ela agarrou a manga de Leo.- Sr. Leo, só peço que espere até o nascimento. Você pode fazer um teste de paternidade...Leo olhou para Ana com indiferença. - Você realmente acredita que vou permitir que continue ganhando tempo, esperando que o episódio de hoje se repita?Lentamente, a mão de Ana escor
No entanto, Ana não ofereceu nenhum sinal de resistência. Ela tinha plena consciência de que qualquer palavra proferida, neste momento, apenas despertaria a ira do homem a sua frente.- Vou me refrescar com um banho.Ela inalou profundamente o perfume persistente impregnado em suas roupas. No carro, ela foi subjugada por uma fragrância opressiva de cigarro, que se tornou insuportavelmente asfixiante para seus sentidos refinados.Leo permaneceu envolto em um silêncio gélido, e Ana interpretou isso como uma aprovação silenciosa, um consentimento não verbalizado. Ela se encaminhou ao banheiro aconchegante, abriu a torneira e permitiu que a água morna acariciasse gentilmente cada centímetro de sua pele.Foi neste momento que Ana não conseguiu mais se conter, encolheu-se, abraçando os joelhos e permitiu que as lágrimas silenciosas inundassem seu rosto.Depois de um bom tempo, Ana finalmente sentiu um alívio, saindo do banheiro com uma expressão tranquila.Leo estava sentado no sofá, com a c
Leo direcionou-se prontamente para um clube de boxe renomado. Assim que chegou, sua atenção foi capturada pela presença de João, no local. Sem soltar sequer um murmúrio, adentrou o ambiente, rapidamente trocou de roupas e calçou suas luvas com habilidade. João seguiu seus passos e, ao subirem ambos no ringue, ele então percebeu as cicatrizes que marcavam a testa de Leo.João ergueu uma sobrancelha, perplexo.- Que história é essa? Está lutando mesmo ferido? Espero que não tente me culpar por essas marcas...- Por acaso, só você? - Leo respondeu com um sorriso gélido, totalmente imune à provocação, e desferiu um golpe ágil e certeiro.- Ah, até golpes surpresa, hein? Isso é golpe baixo.João, agindo com rapidez, por pouco conseguiu se esquivar. Ao ver a expressão de Leo, percebeu que ele estava falando sério e tratou de lidar com a situação de maneira mais cautelosa.Consumido por irritação, Leo não hesitou em colocar toda sua força nos golpes. Mesmo machucado, tal adversidade não inter
A mulher havia estendido a mão, que Leo rapidamente desviou com um estalido.- Senhorita, por favor, contenha-se.Leo, de maneira abrupta e desprovida de cortesia, afastou a mulher, enquanto seu íntimo era invadido por uma fragrância delicada e cativante que dela emanava, causando-lhe uma expressão de perplexidade. Esta mulher, detentora de uma beleza radiante e um porte físico de tirar o fôlego, jamais foi submetida a tal tratamento desrespeitoso por homem algum. Embora indignada, uma centelha de resiliência brilhava em seu íntimo, mas foi prontamente apagada pelo olhar gélido e intimidador de Leo.Sua expressão parecia advertir que, caso ela ousasse se aproximar outra vez, ele não hesitaria em repeli-la.Amedrontada, a mulher deu as costas e se afastou, amaldiçoando em silêncio por ter cruzado caminho com um homem tão insensível. João presenciou tudo, com uma careta no rosto.- Parece que está se divertindo com tudo isso, não é? - Leo questionou friamente.João esfregou o nariz.- Só