Leo parou por um momento com os talheres em mãos, sem responder imediatamente. Após terminar sua refeição, ele elegantemente limpou o canto dos lábios e então levantou os olhos para olhar para Ana.- Paolo agora deve estar passando por tempos difíceis. Ele perdeu o emprego e, provavelmente, não conseguirá encontrar outro. - Enquanto falava, Leo não conseguia evitar de observar a expressão de Ana.Ana ficou surpresa por um segundo, pensando que Leo iria dizer algo importante, mas ele estava falando sobre Paolo? Ela até queria que Leo cuspisse a comida que tinha acabado de engolir. Seu esforço parecia ter sido em vão.O que acontecia com aquele homem não era do interesse de Ana. Na última vez, ela tentou convencê-lo a falar a verdade e limpar seu nome, mas ele se mostrou obstinado. Ana não tinha mais paciência para lidar com ele. Qualquer envolvimento adicional só tornaria as coisas mais incontroláveis.- Ah, entendi. Mas, parece que isso não tem nada a ver comigo, não é? - Disse Ana cal
Ana olhou profundamente para Leo, pensando em como nunca tinha percebido antes a natureza daquele homem. Ele parecia sempre querer transformar tudo em uma transação... Contudo, ela se viu obrigada a ceder e, respirando fundo, disse:- Tudo bem, vou tentar.Após falar, Ana pegou os dois pratos vazios da mesa e foi para a cozinha, onde lavou toda a louça e a arrumou antes de voltar para o quarto. Leo havia trocado de roupa e estava deitado de lado na cama dela, sem nenhum sinal de que pretendia ir embora.- Venhaaqui.Ele chamou Ana com um gesto. Ela se sentiu tensa."Será que o que esse homem quis dizer com 'desempenho' era que eu deveria me mostrar na cama?", ela pensou.Ana sentia uma resistência indizível a essa ideia. Por um lado, porque sabia que Leo havia acabado de visitar Noemia e agora vinha procurá-la para isso, o que era ridículo. Por outro, as recentes atitudes brutais dele a deixavam com um medo que ela mal conseguia expressar.Vendo a hesitação no rosto de Ana, Leo pareceu
Depois de um tempo, a respiração atrás dela foi se acalmando lentamente e, ao que parecia, Leo já havia adormecido. Foi então que Ana finalmente abriu os olhos devagar, sentindo o braço do homem ainda em sua cintura. Ela estava tomada por uma sensação indescritível, queria se soltar, mas temia acordar Leo, que dormia atrás dela. Assim, fechou os olhos novamente.Não se sabia quanto tempo passou, mas Ana também adormeceu, envolta em sonolência....Na manhã seguinteQuando Leo acordou, a cama já estava vazia. Ele tocou o lugar ao seu lado, que estava frio, indicando que Ana já havia se levantado havia algum tempo."Será que ela aproveitou minha distração para fugir?", pensou Leo, com um arrepio súbito.Sua expressão de repente se tornou fria e ele se levantou rapidamente da cama, decidido a procurá-la. Naquele momento, Ana estava justamente voltando, segurando uma canja recém-preparada. Leo abriu a porta abruptamente, e, como ela se abria para fora, Ana não teve tempo de desviar. Sua mã
Enquanto Ana falava, ela tentava escapar de Leo, mas foi segurada firmemente pelo homem.- Não pode ser. - Disse ele, com uma voz que não admitia réplica. - A culpa principal é minha, então eu tenho que assumir a responsabilidade até o fim.- Quem disse que você tem que assumir a responsabilidade?Ana queria muito dizer: "É só um ferimento pequeno, não faça parecer tão grave assim. Você assumir a responsabilidade é realmente engraçado."Mas, ao ver que não havia nenhum traço de brincadeira na expressão de Leo, ela sentiu que mesmo se recusasse, esse homem não a escutaria.Ana não falou mais nada, e Leo, satisfeito com a submissão dela, a puxou de volta para o quarto. Lá, ele encontrou a caixa de primeiros socorros, procurou um pouco e achou um tubo de pomada para queimaduras.Leo se sentou ao lado de Ana e a olhou.- O que está esperando? Se você não mostrar onde está machucada, como vou aplicar a pomada?A voz de Leo era muito séria, sem um tom de zombaria, e não dava para perceber ne
Enquanto passava o remédio, a situação se tornou inesperadamente íntima. Ana mordia seu lábio inferior.- Você pode ser mais rápido? - Pediu ela.Leo de repente sorriu.- Ah, então você gosta rápido? Mas rápido nem sempre é bom, certo?Ana ficou sem palavras, decidindo não dar mais atenção ao homem à sua frente.- Se você não quer passar o remédio, eu posso fazer isso sozinha.Vendo que Ana realmente estava prestes a ir embora, Leo conteve seu desejo de provocá-la.- Não, não se mexa. - Disse ele, baixando a cabeça para aplicar o remédio seriamente em Ana.Alguns minutos depois, ele finalmente terminou de aplicar o remédio, mas Leo não conseguia evitar que seu olhar descesse. Ao ver o nome dele tatuado nas profundezas da coxa de Ana, sobre a pele pálida, aquelas letras escuras tinham um sabor erótico indescritível, fazendo Leo sentir um calor seco na boca. No entanto, ele exerceu um forte autocontrole, desviando seu olhar e guardando a pomada na caixa de remédios.Ao ouvir o barulho, A
Para o detetive, este pedido era algo complicado. Já tinha sido arriscado seguir o carro de Leo, mas felizmente ele e seus seguranças não o tinham descoberto. No entanto, a mansão estava cercada por muitas pessoas vigiando, e até uma mosca teria dificuldades para entrar. Investigar o que acontecia lá dentro parecia quase impossível.Se Leo descobrisse que alguém ousava bisbilhotar sua vida privada, nem mesmo cem vidas seriam suficientes para salvar o intruso de sua ira.- Isso... Isso vai ser difícil...- É só questão de dinheiro, eu posso te pagar o dobro.No entanto, Noemia não estava interessada em desculpas. A existência daquela mulher a deixava extremamente inquieta. Era esperado que Leo ficasse na casa da família Santos na noite anterior, cuidando daqueles dois filhos temperamentais, mas ele partiu mesmo assim.Isso só podia significar uma de duas coisas: ou ele se importava muito com a mulher na mansão, ou ela tinha algum truque para conseguir chamar a atenção de Leo. De qualque
Juliana e João haviam estado em um silêncio tenso por um longo tempo. Dizer que era uma guerra fria talvez não fosse exato, já que eles raramente conversavam mesmo em tempos normais. Afinal, não havia muitos sentimentos entre eles antes, então, mesmo quando falavam, era apenas o necessário.No entanto, Juliana não conseguia evitar dizer algumas palavras de cuidado para João. Normalmente, João não se importava muito, mas quando ela se calou completamente, ele começou a sentir uma inquietante tranquilidade na casa.João respirou fundo e foi bater na porta de Juliana. Uma voz suave e feminina respondeu de dentro:- O que foi?- Ana está aqui também, você não quer sair para vê-la?Por alguma razão, João se sentiu nervoso depois de dizer essas simples palavras. Percebendo isso, ele franziu a testa. Estaria ele enfrentando algum problema? Por que se sentiria nervoso por causa dessa mulher?Mas antes que ele pudesse pensar mais a respeito, Juliana saiu correndo do quarto, abriu a porta abrupt
Passados cerca de quinze minutos, o carro parou. Juliana seguiu João até encontrarem o camarote onde Leo estava. Assim que entraram, viram Ana sentada ao lado de Leo, com uma expressão indecifrável. Juliana sentiu um aperto no coração.- Ana...Chamando o nome de Ana e segurando sua mão, Juliana tentou explicar algo, mas as palavras não saíram. Ana entendeu o que ela queria dizer e olhou para Leo.- Podemos ficar a sós por um momento, eu e a Juliana?Leo hesitou, mas acabou concordando e se afastou com João. Só então Ana pegou um lenço de papel para enxugar as lágrimas de Juliana.- Juliana, eu sei o que você quer dizer, mas não se culpe, isso não foi sua culpa.- Ana, mas eu...Juliana viu que, mesmo sendo Ana quem estava sofrendo mais, ela ainda estava tentando confortá-la, o que fez Juliana se sentir ainda pior. Ela se sentia inútil, incapaz de ajudar Ana e ainda precisando que Ana estabilizasse seu estado emocional.- Eu sei o que você está pensando, mas, quando Leo intervém, ningu