Depois que meu irmão morreu, eu sumi. Ele só veio a me encontrar no dia que ele me viu com Rashid. Sei que ele deve estar chateado comigo. Afinal, ele acreditava que tinha ficado um laço de amizade entre nós e ficou, mas eu que não estava em condições na época de continuar a amizade com ele.Como lhe dizer que eu devia o tratamento do meu irmão no hospital?Como lhe contar que eu tinha me mudado para um albergue feminino?—Depois que meu irmão morreu, eu me afastei de tudo e todos. Sei que deve estar chateado comigo.Ele cruza os braços e me encara.—Sim. Eu não esperava que você fosse sumir do mapa. Uma lágrima escorre no meu rosto.—Eu tive meus motivos para isso.Roger empurra sua cadeira até ela ficar próxima da minha.—Khadija. Seja o que for que você tenha para falar, se abra comigo. Não vou julgá-la, prometo.Eu assinto. A vergonha me engole e baixo os olhos. Sua voz é paciente quando ele diz:— Não precisa ficar assim. Eu te conheço. Sei a mulher que você é. O que aconteceu?
Rashid Descalço, em pé na varanda da casa, fico a olhar Khadija partir. Agitado, e incomodado que ela tenha saído sem tomar café comigo. Sei que ontem, de certa forma, foi uma despedida. Reprimo a vontade de correr até ela como um idiota. Mesmo agora, no dia seguinte, mesmo pensando com a cabeça certa, e mais centrado, criou-se em mim o desejo de ficar com Khadija. Eu não só quero ela na minha cama, mas eu a quero na minha vida também. Só que eu não contava que ela fosse embora tão cedo. Achei que conversaríamos um pouco. Pensei que ela fosse me participar de seus planos, o que faria daqui por diante e então eu a surpreenderia pedindo para ela ficar. Vou até meu quarto me sentindo ansioso para ligar para o hotel e saber se ela chegou bem. Pego o primeiro terno que encontro e da mesma forma a camisa a gravata. Tomo um banho e me apronto para ir ao trabalho. Na sala eu lanço um olhar para o lugar vago na mesa. A ausência de Khadija aperta meu coração... Pego o telefone entendendo
Khadija Dois dias depois de sair da casa de Rashid... Sim estou grávida. Penso, sentada na privada observando o teste de plástico mostrar, lentamente, uma linha cor de rosa e depois outra. Allah! Fiquei como em transe olhando o teste. À noite Roger vai me visitar na minha casa provisória e eu mostro o resultado para ele. Então eu choro. Ele me consola e depois me explica a necessidade do exame pré-natal e as vitaminas que eu tenho que tomar. Eu me preveni com anticoncepcional, mas acho que devo ter esquecido de tomar algum dia. Ou foi o remédio de dor de garganta que cortou o efeito do remédio? Bem, agora não adiantava me lamentar. Quando Roger sai, entro no chuveiro e, em seguida, coloco um pijama e rastejo para a cama. Não gostaria de colocar uma criança no mundo sem um pai. Eu não tive um, e sei o quanto sofri por isso. Choro um bom tempo, até exaurida, dormir. Rashid Uma semana sem Khadija, Allah! Estou enlouquecendo... Faz uma semana que que não tenho notícias de Khadija
Numa retrospectiva eu me lembro então do momento que eu a conheci.:Depois que a livro da arremetida daqueles caras, eu pude reparar melhor na garota.Ela é linda, embora seus olhos estejam muito maquiados para o meu gosto. Aquele idiota corre de mim e ela levanta seus olhos. Seu olhar é tímido e não combina em nada com sua aparência, nem com sua beleza exótica.Ela treme muito. Sua fragilidade me toca e algo quente vibra dentro de mim, bem lá no fundo, nos lugares onde as coisas sempre ficam frias e controladas. Um lugar onde nada pode me tocar. Imediatamente sento uma faísca de desconforto por isso.— Você está bem? — Eu pergunto e dou um passo à frente atraído como mariposa pela luz.— Sim, eu estou bem. —Suas palavras saem um pouco roucas e tão suaves de seus lábios brilhantes. Seus olhos pintados revelam um olhar doce com um toque sensual. Essa mistura explosiva faz com que meu coração se agite no meu peito.A brisa joga seus cabelos sobres os ombros, e os cachos negros liberam u
Eu estou na All in. Uma boate elitizada. Estou à procura de sexo com alguma desconhecida. As ofertas não são escassas. Enquanto eu deslizo uísque pela garganta observo as mulheres sentadas num banco de couro vermelho ao meu redor, acomodadas numa grande mesa.Nessa noite estou tendo sérios problemas para me concentrar na loura de lábios enxertados, seios cirurgicamente aumentados, ou na morena-alta de corpo bem feito, ou na oriental seminua dando aquele olhar que significa “vai em frente”.Estou distraído, ocupado demais observando uma garota do outro lado do salão. Não estou a observando essa loira pelo fato de ela ser bonita, com seu vasto cabelo loiro caindo sobre os ombros e belos olhos verdes. Nem mesmo pelo vestido que marca seu corpo perfeito. A garota bebe sozinha no bar. Alguns rapazes surgem ao lado dela, mas não tem cacife para despertar sua atenção. O motivo de observá-la é que eu estou me sentindo enfadado, mesmo quando as garotas tentam chamar minha atenção, rindo, puxa
—Sim. São os boatos em torno de você.Eu dou uma risada.—Garota, eu tenho isso na vida real e já acho uma merda. Prefiro uma mulher que me desafie do que se submete. Allah! Por que, atualmente, todos parecem obcecados com esse tipo de coisa? O que é publicado nos tabloides é fofoca e fantasia. Especulações sensacionalistas e manchetes inventadas para vender mais que os outros jornais.Ela assente e ajeita o vestido.—Quando nos vemos novamente? —Ela pergunta.Eu coloco minha cueca.—Não nos vemos. Boa noite.Conduzo a garota pelo meu apartamento até a saída. Depois de trancar a porta faço o caminho de volta me sentindo oco, transtornado por isso.Onde está Khadija?A imagem dela pegando a rodoviária e partindo para longe aperta meu coração. A imagem tremulou e vacilou atrás das lágrimas dos meus olhos. É tanta dor no meu coração, que eu não sei o que fazer para aliviar isso. Eu tenho que encontrar Khadija, tentar reverter esse mal.Deito na cama e rolo, sem conseguir dormir.Eu amo d
Duas semanas depois... Khadija Já se passaram duas semanas desde que eu saí da mansão. Meu amigo Roger e sua namorada, que aparece em sua casa de vez em quando, têm me tirado da solidão. Meu enjoo matinal ainda está me afetando duramente todas as manhãs. O bom é que eu não tenho me preocupado com nada nesses dias. Nem em fazer as refeições, pois Kate, uma senhora que cuida da casa de Roger me chama todo os dias para fazer as refeições na casa dele. Helena, sua namorada, no começo não me viu com bons olhos. Mas depois que ele teve uma conversa com ela, me aceitou. Acredito que Roger tenha contado toda a minha situação. Não sei se ele contou em detalhes para ela. Talvez sim, pois às vezes ela me olhava com pesar. Sim, eu era digna de pena. Roger se mostrou um amigo maravilhoso. Sempre depois do jantar conversamos um pouco até eu me despedir e me recolher com aquela minha reserva habitual. Não quero abusar, sei que ele trabalhou o dia inteiro. Eu sempre me sinto atrapalhando de alg
Sinto a culpa me rasgar por dentro ao lembrar do que fiz, do modo que a tratei e ainda pior quando propus que nos víssemos apenas para supri minha necessidade sexual por ela. Apesar de saber que é verdade, eu o olho com raiva. — Só ela tem esse poder de decisão. Ela que decide se ela quer rejeitar o que tenho a lhe dizer. Eu preciso falar com ela. —Ela não quer falar com você. Aliás, ela não quer ver tua cara. Por um momento, tenho dificuldade de entender o que está acontecendo, enquanto as últimas palavras de Smith são processadas por meu cérebro. Passei a mão pelos cabelos, nervoso. —Então você sabe onde ela está? —Eu questiono, ofegante. Uma raiva crescente se forma no meu coração. Eu o olho como um homem das cavernas em resgate a sua fêmea. —Sim. Esqueça Khadija. Ela não é as putas que vive saindo. — Ele diz, entredentes. Eu me irrito quando vejo que o controle da situação escapou das minhas mãos. Allah, não me castigue dessa forma! —Khara!—Rosno. —Eu sei! Ele ri do meu d