A cirurgia começou, e como esperado, tudo correu sem maiores complicações. Mariana, como enfermeira circulante, estava atenta a cada movimento, entregando instrumentos aos cirurgiões e anotando cada passo. O paciente estava sob controle, e o ambiente era calmo.Após o término da cirurgia, Gabriel deu um aceno de aprovação para Mariana, que retribuiu com um sorriso discreto. O paciente foi transferido para o pós-operatório, onde Mariana iria monitorá-lo de perto.Mariana ficou de pé ao lado do paciente, atenta ao som constante do monitor cardíaco. O ambiente estava calmo, mas a tensão estava sempre presente. Após a cirurgia, tudo parecia correr bem. O paciente ainda estava sob os efeitos da anestesia, e seus sinais vitais estavam estáveis.Ela conferiu os registros, administrando a medicação necessária, e por um momento, relaxou. Está tudo sob controle, pensou.Mariana foi até o banheiro, e logo depois que voltou, o som do monitor começou a mudar. Os batimentos cardíacos do paciente ac
Mariana saiu da sala de Gabriel sentindo o peso das palavras dele ainda ecoando em sua mente. A pressão da situação, misturada com a frustração de ser questionada, formava um nó em sua garganta. Caminhando pelo corredor do hospital, ela tentava segurar as lágrimas, mas a tensão era demais. Ela sabia que havia seguido todos os protocolos corretamente, mas a acusação implícita de Gabriel a machucava mais do que ela queria admitir. Ao chegar ao vestiário, ela se apoiou contra o armário de aço frio, tentando recuperar o controle sobre suas emoções. Sua mente girava, repetindo cada detalhe do que havia acontecido no pós-operatório. Cada passo dado, cada medicação administrada. Nada parecia fora do lugar. E, mesmo assim, algo havia dado errado. Depois de alguns minutos, Mariana respirou fundo, enxugou os olhos discretamente e se encaminhou de volta ao posto de enfermagem. Ela sabia que não podia deixar essa situação interferir em seu trabalho, mas o conflito com Gabriel a deixava inseg
Mariana se olhou no espelho uma última vez antes de sair. Ela havia escolhido uma roupa que a fazia se sentir poderosa, algo que combinava com a vibe da noite que Anitta havia prometido. Pegou o táxi e seguiu em direção à boate onde havia combinado de encontrar Anitta. A noite prometia diversão e distração, algo que Mariana sabia que estava precisando depois dos últimos dias.Ao chegar à boate, o som alto da música e as luzes coloridas a envolveram. Ela avistou Anitta perto do bar, já com uma bebida na mão e um sorriso largo no rosto. Anitta acenou animada, e Mariana foi ao encontro dela.— Finalmente! — disse Anitta, entregando uma bebida para Mariana. — Vamos fazer essa uma noite memorável. Mariana sorriu, aceitando a bebida. — Acho que estou precisando disso mesmo.As duas começaram a beber e, em pouco tempo, já estavam na pista de dança, movendo-se ao som da música. A energia da boate era contagiante, e Mariana se permitiu relaxar, deixando a tensão dos últimos dias para trás e
Mariana acordou com a luz do sol filtrando pela janela do quarto de hóspedes. Ela piscou lentamente, ainda sentindo o corpo um pouco pesado pela noite anterior. Olhou ao redor, lembrando-se de onde estava, e respirou fundo, permitindo-se um momento de tranquilidade antes de sair da cama.Ela vestiu a roupa que usou na festa e deu uma rápida olhada no espelho, ajeitando os cabelos com os dedos. Decidiu ir ver como Anitta estava, então saiu do quarto e caminhou silenciosamente pelo corredor até o quarto dela. Ao abrir a porta, viu Anitta dormindo profundamente, os cabelos espalhados no travesseiro. Mariana sorriu de leve e fechou a porta, deixando-a descansar.Quando voltou para o corredor, deu de cara com Matheus, que estava saindo da cozinha com duas xícaras de café nas mãos.— Bom dia — disse ele, com um sorriso suave. — Dormiu bem?— Bom dia. Dormi, sim. Obrigada pela hospitalidade de ontem — respondeu Mariana, esboçando um sorriso tímido.— Quer tomar um café da manhã comigo? Anitt
Mariana descansou o dia todo. Quando acordou, o céu já estava escurecendo. Ela preparou algo rápido para comer e começou a se arrumar para voltar à casa de Matheus.Seu celular vibrou na mesa, e ao olhar, viu que era uma mensagem de Gabriel:Gabriel: "Mariana, você vai trabalhar hoje? Queria te ver antes."Ela leu a mensagem e resolveu não responder.Mariana estava quase pronta para sair quando ouviu a campainha tocar. Ao abrir a porta, encontrou Gabriel, com um semblante levemente preocupado e curioso.— Você não respondeu minha mensagem — disse ele, direto, observando-a.— Desculpa, estava ocupada me arrumando — respondeu ela, desviando o olhar.Gabriel cruzou os braços e inclinou a cabeça, analisando-a. — Você está indo pra casa do Matheus?— Sim — respondeu Mariana, enquanto pegava a bolsa e se preparava para sair.Gabriel a observou por alguns segundos em silêncio, como se estivesse pensando em algo. — Quer que eu te leve até lá?— Não precisa — disse Mariana rapidamente, tentand
Mariana chegou ao hospital como de costume, já habituada à rotina intensa dos plantões. A recepção estava movimentada, enfermeiros passavam de um lado para o outro, e as vozes dos pacientes enchiam o ambiente. Ela vestiu o jaleco e seguiu para a sala de prontuário, onde as equipes se reuniam para a troca de turno. Ao se aproximar, percebeu que algumas das enfermeiras cochichavam entre si, mas logo silenciaram ao notá-la entrando. O silêncio repentino a deixou desconfortável, mas Mariana escolheu ignorar. — Bom dia! — disse ela, forçando um sorriso. Uma das enfermeiras, Letícia, respondeu de forma mecânica, passando rapidamente os relatórios do plantão da noite. — Hoje quem vai assumir o plantão é o Dr. Lucas. O Dr. Alencar teve uma emergência fora daqui — informou Letícia, sem olhar diretamente para Mariana. Mariana sentiu um leve frio na barriga ao ouvir o nome de Lucas. Ela suspirou, tentando manter a compostura. — Tudo bem, obrigada, Letícia — respondeu ela, pegando os
A cirurgia havia corria bem. O clima tenso da sala de cirurgia se dissipava à medida que o procedimento avançava sem maiores complicações. Quando a cirurgia terminou, Gabriel deu os últimos comandos, entregando o caso para o pós-operatório. Ele lançou um olhar rápido para Mariana, mas logo seguiu para fora da sala, conversando com os demais médicos.Mariana, por sua vez, organizou o restante dos materiais e preparou o pós-operatório, mantendo sua concentração apesar do peso emocional que começava a surgir. Após garantir que tudo estava em ordem, ela finalmente se preparou para tirar um momento de descanso.Enquanto caminhava pelos corredores quase desertos do hospital, sentiu uma mão firme segurando seu braço. Ela se virou rapidamente e encontrou Gabriel, com uma expressão indecifrável no rosto.— Vem comigo — disse ele, com a voz baixa, mas determinada.— Gabriel, alguém pode ver... — ela começou, tentando se soltar, mas ele segurou sua mão com firmeza, sem machucá-la, apenas mostra
Após o bip de emergência interromper o momento entre Gabriel e Mariana, os dois correram para dentro do hospital, deixando para trás a tensão que havia se formado no carro.Gabriel foi diretamente para a emergência, onde o paciente aguardava uma avaliação urgente. Na sala de cirurgia, a equipe já estava organizada sob a liderança do enfermeiro-chefe. Mariana sabia que seu papel seria de suporte, ajudando a agilizar o que fosse necessário para o procedimento.Assim que Gabriel avaliou o paciente, ele confirmou a necessidade de uma intervenção imediata. A equipe estava pronta, e Gabriel foi designado como o cirurgião principal.Mariana entrou na sala de cirurgia logo depois, vendo que tudo já estava em ordem. Ela se juntou ao enfermeiro responsável, revisando os instrumentos e garantindo que tudo estivesse preparado.— Preciso que a sala esteja pronta em cinco minutos — disse Gabriel, enquanto se preparava.— Tudo sob controle — respondeu o enfermeiro-chefe, enquanto Mariana verificava