Neelam e Gianina se encontraram na entrada do refeitório, mas não entraram no mesmo, preferindo ir para um café que havia ali perto porque ambas concordaram que o assunto o qual falariam, era delicado demais para ser tratado na universidade, onde alguém poderia ouvir e facilmente associá-las aos crimes cometidos por Merlyn e Killian. O Café Paris era tranquilo aquela hora, então, elas poderiam pedir uma mesa em um canto afastado e conversar tranquilamente.
— O que está cursando? — Neelam perguntou para quebrar o gelo.— Enfermagem. — Gianina respondeu.— Eu também. É meu último ano. — Neelam mordeu um pedaço de seu misto quente.— E por que voltou para a terra dos pesadelos? — Gianina perguntou, antes de dar uma garfada em sua porção de comida.— Assuntos inacabados. — Neelam respondeu.— Eu não queria voltar a pôr os meus pés aqui, mas essa é a única universidade que me aceitou. — Falou Gianina.— Bem, pelo menos, você não carrega um passado como o meu. — NeelaNeelam permaneceu estática ao se dar conta de que estava diante de Killian. Muitas coisas passaram por sua cabeça naquele momento... Seu último encontro com Killian: Ele sorriu, e disse-lhe "está tudo bem, meu amor, eu te perdoo". Mas será que ele realmente a perdoara por tê-lo entregue à polícia? Por que ela acreditara que ele se mudaria da cidade depois de ter seu nome envolvido em um escândalo, quando nada o intimidava ou envergonhava?— Não precisa mais sentir medo. Eu estou aqui, agora. Vou cuidar de você. — Killian disse tocando a face dela.Neelam assentiu, movendo a cabeça e quis se afastar dele, mas ele a manteve bem onde queria.— Você não deveria andar sozinha tão tarde. Nunca se sabe quando um louco pode aparecer, não é mesmo? — Ele disse, sorrindo, irritado.— Eu não tenho medo de você. &m
Savannah Hannud pediu um café expresso no Café Paris e se sentou, checando seus e-mails pelo seu laptop. Como a maioria era publicidade de sites que recolheram seu endereço eletrônico apenas para tentar persuadi-la a comprar algo, ela deletou as mensagens sem se dar ao trabalho de lê-las. Restaram apenas duas mensagens, uma enviada por sua mãe, e outra por uma tal Amitiel. Curiosa, Savannah abriu a mensagem da desconhecida, e se espantou com o que leu:"Você tem certeza que Merlyn está morto? Foi ao enterro dele? Oh, desculpe? É mesmo, ele foi cremado quase imediatamente ao ser dado como morto. Estranho, não? Vou te contar um segredo, Merlyn VIVE ".Logo abaixo da mensagem, havia um link que Savannah hesitou em clicar, temendo contaminar seu laptop com um vírus, mas a curiosidade acabou sendo maior e ela clicou nele, sendo redirecionada para um site na deep web, cujo título era "Domínio Anarquista".— Ah, droga! — Savannah pegou uma caneta e um bloco de notas e anotou a URL
Gianina estranhou quando chegou ao seu quarto e encontrou a porta entreaberta e a luz apagada. Logo, pensou na Anarquia, e levou algum tempo até reunir coragem e agarrar a maçaneta e empurrar a porta. Tateou em busca do interruptor, mas quando o apertou, a luz não acendeu. Gianina usou uma pequena lanterna que sempre trazia na bolsa para dissipar a escuridão.— Mas... O que? — Disse, nervosa.Todo o quarto estava revirado. Gianina correu até seu baú e viu que o cadeado fora arrombado. Abriu a tampa e encontrou seus pertences revirados. Sua caixa de música em formato de carrossel ainda estava ali, seus palhaços e arlequins, também. Somente uma coisa faltava: O diário de Merlyn.— Não. Não. Não. — Gianina balançou a cabeça, desesperada, e procurou pelo quarto, na esperança de encontrá-lo jogado em algum canto. Quando não o encontrou, se sentou em sua cama e ligou para a sua casa. Sua mãe atendeu. — Oi? Mãe? Onde está a Enma? Eu quero falar com ela, por favor?Connie disse
Kendall levou Neelam até um restaurante simples, mas agradável, com uma boa vista para o lago. Eles deram uma olhada no cardápio e fizeram seus pedidos.— E então, o que sentiu ao rever Duke? — Kendall perguntou, se esforçando para não parecer tão interessado quanto parecia.— Quer saber se gosto dele? — Neelam encarou Kendall e ele confirmou, balançando a cabeça. — Sim, gosto dele. Mentiria se dissesse que não. Ele sempre foi o meu amigo.Kendall tocou suavemente a mão dela e disse-lhe:— Sim. Eu só queria ter certeza, antes de me arriscar a tentar qualquer coisa.— Entendo. — Neelam disse.Os dois jantaram e conversaram sobre a universidade e seus planos para depois que se formassem. Nenhum dos dois falou de qualquer coisa referente ao seu passado porque havia muitas coisas que ambos gostariam de esquecer.Kendall mantivera contato com Neelam todo esse tempo e nunca deixara ela ignorá-lo, chegando a invadir o quarto de Juno quando ela esteva
Savannah contou a Neelam que suspeitava que Denise fosse uma anarquista e que talvez, estivesse trabalhando para Merlyn. Neelam não conseguiu aceitar que Merlyn pudesse estar vivo, mas não duvidou que houvesse alguém por trás daquela história de Savannah. Não sabia, no entanto, se essa pessoa pertencia a Anarquia, nem se a mesma era real.— Me desculpe, Savannah? Mas seria impossível que Merlyn estivesse vivo, então, ele não tem nada a ver com isso. — Neelam disse.— Por quê? Supostamente ele foi cremado, mas eu nunca vi o corpo antes da cremação. Você viu? — Savannah disse.— Karin nunca me deixaria chegar perto do corpo dele porque ela me culpa pelo que houve. Acha que ele sempre foi frágil emocionalmente e que eu o induzi a matar o próprio irmão. — Neelam disse.— Sim. Eu li a matéria onde ela te acusava de ter manipulado o filho Borderline dela. — Savannah revirou os olhos. — Mas pense comigo? Por mais doido que pareça, se Karin fosse uma anarquista, por que não tent
A porta da sala se abriu abruptamente ao ser arrombada e por ela passaram quatro pessoas que usavam um uniforme preto e tinham seus rostos pintados como caveiras. Seus uniformes eram semelhantes aos dos agentes da SWAT, mas em vez do dito nome, o título que os identificava era Chaos (ou Caos), uma base inferior, geralmente, integrada por membros anarquistas mais jovens. Duas mulheres e dois homens estavam nessa missão especial. Seguiram os gritos até o quarto.Killian se levantou tão logo ouviu a porta se abrindo e pegou o revólver na primeira gaveta de seu criado-mudo. Neelam se escondeu embaixo da cama, sem saber o que esperar.Killian aguardou, ansioso para que alguém passasse pela porta, pois, ele atiraria até a última bala no infeliz. Torceu para que fosse Kendall. Ninguém passou pela porta, mas um objeto cilíndrico foi atirado e liberou um gás forte, que fez Killian cair, inconsciente. Os agentes do Caos vieram e após vasculharem rapidamente o quarto, enc
Neelam abriu os olhos com dificuldade e viu alguém conhecido sentado em uma poltrona diante dela. Ela tentou se sentar, mas desistiu da ideia quando se deu conta de que estava tonta.—Fique deitada. É melhor. — Ele disse.—Dru... O que faz aqui? — Neelam perguntou.—Eu sou um anarquista. — Anderson respondeu. — Mas nem a Juno e nem ninguém deve saber disso. Entendeu?—Por que eu estou aqui? Foi o Merlyn que pediu para você me trazer aqui? Onde ele está? — Neelam disse.Anderson balançou a cabeça e disse:—Merlyn está morto.—Não. Me disseram o contrário. — Neelam disse.—Então, mentiram para você. Sinto muito. — Anderson disse.—Impossível. — Neelam disse.—Se Merlyn estivesse vivo, eu saberia, com certeza. — Anderson disse e esperou que Ne
Neelam demorou a pegar no sono e quando finalmente adormeceu, sonhou que estava no apartamento de Killian e que ele a violava e depois zombava dela. Neelam despertou, sobressaltada e chorou baixinho. Então, levantou-se, ligou o abajur e foi até o closet. Trocou sua camisola por um vestido e uma jaqueta. Calçou um sapato, pegou sua bolsa e saiu do quarto, indo dar uma volta pelo campus. Ela não fumava há muito tempo, mas a primeira coisa que fez quando voltou para aquela cidade foi comprar uma carteira de cigarros, como se ela soubesse que cedo ou tarde, precisaria fumar para se acalmar. Agora, ela estava em seu terceiro cigarro, parada embaixo de uma árvore, quando ouviu risos. Se virou e viu algumas mulheres voltando de uma festa, parecendo embriagadas. Do outro lado, tinha outra mulher parada, ela estava de cabeça baixa, mas Neelam a reconheceu ainda assim.— Não é possível... — Neelam dei