Gianina estranhou quando chegou ao seu quarto e encontrou a porta entreaberta e a luz apagada. Logo, pensou na Anarquia, e levou algum tempo até reunir coragem e agarrar a maçaneta e empurrar a porta. Tateou em busca do interruptor, mas quando o apertou, a luz não acendeu. Gianina usou uma pequena lanterna que sempre trazia na bolsa para dissipar a escuridão.
— Mas... O que? — Disse, nervosa.Todo o quarto estava revirado. Gianina correu até seu baú e viu que o cadeado fora arrombado. Abriu a tampa e encontrou seus pertences revirados. Sua caixa de música em formato de carrossel ainda estava ali, seus palhaços e arlequins, também. Somente uma coisa faltava: O diário de Merlyn.— Não. Não. Não. — Gianina balançou a cabeça, desesperada, e procurou pelo quarto, na esperança de encontrá-lo jogado em algum canto. Quando não o encontrou, se sentou em sua cama e ligou para a sua casa. Sua mãe atendeu. — Oi? Mãe? Onde está a Enma? Eu quero falar com ela, por favor?Connie disseKendall levou Neelam até um restaurante simples, mas agradável, com uma boa vista para o lago. Eles deram uma olhada no cardápio e fizeram seus pedidos.— E então, o que sentiu ao rever Duke? — Kendall perguntou, se esforçando para não parecer tão interessado quanto parecia.— Quer saber se gosto dele? — Neelam encarou Kendall e ele confirmou, balançando a cabeça. — Sim, gosto dele. Mentiria se dissesse que não. Ele sempre foi o meu amigo.Kendall tocou suavemente a mão dela e disse-lhe:— Sim. Eu só queria ter certeza, antes de me arriscar a tentar qualquer coisa.— Entendo. — Neelam disse.Os dois jantaram e conversaram sobre a universidade e seus planos para depois que se formassem. Nenhum dos dois falou de qualquer coisa referente ao seu passado porque havia muitas coisas que ambos gostariam de esquecer.Kendall mantivera contato com Neelam todo esse tempo e nunca deixara ela ignorá-lo, chegando a invadir o quarto de Juno quando ela esteva
Savannah contou a Neelam que suspeitava que Denise fosse uma anarquista e que talvez, estivesse trabalhando para Merlyn. Neelam não conseguiu aceitar que Merlyn pudesse estar vivo, mas não duvidou que houvesse alguém por trás daquela história de Savannah. Não sabia, no entanto, se essa pessoa pertencia a Anarquia, nem se a mesma era real.— Me desculpe, Savannah? Mas seria impossível que Merlyn estivesse vivo, então, ele não tem nada a ver com isso. — Neelam disse.— Por quê? Supostamente ele foi cremado, mas eu nunca vi o corpo antes da cremação. Você viu? — Savannah disse.— Karin nunca me deixaria chegar perto do corpo dele porque ela me culpa pelo que houve. Acha que ele sempre foi frágil emocionalmente e que eu o induzi a matar o próprio irmão. — Neelam disse.— Sim. Eu li a matéria onde ela te acusava de ter manipulado o filho Borderline dela. — Savannah revirou os olhos. — Mas pense comigo? Por mais doido que pareça, se Karin fosse uma anarquista, por que não tent
A porta da sala se abriu abruptamente ao ser arrombada e por ela passaram quatro pessoas que usavam um uniforme preto e tinham seus rostos pintados como caveiras. Seus uniformes eram semelhantes aos dos agentes da SWAT, mas em vez do dito nome, o título que os identificava era Chaos (ou Caos), uma base inferior, geralmente, integrada por membros anarquistas mais jovens. Duas mulheres e dois homens estavam nessa missão especial. Seguiram os gritos até o quarto.Killian se levantou tão logo ouviu a porta se abrindo e pegou o revólver na primeira gaveta de seu criado-mudo. Neelam se escondeu embaixo da cama, sem saber o que esperar.Killian aguardou, ansioso para que alguém passasse pela porta, pois, ele atiraria até a última bala no infeliz. Torceu para que fosse Kendall. Ninguém passou pela porta, mas um objeto cilíndrico foi atirado e liberou um gás forte, que fez Killian cair, inconsciente. Os agentes do Caos vieram e após vasculharem rapidamente o quarto, enc
Neelam abriu os olhos com dificuldade e viu alguém conhecido sentado em uma poltrona diante dela. Ela tentou se sentar, mas desistiu da ideia quando se deu conta de que estava tonta.—Fique deitada. É melhor. — Ele disse.—Dru... O que faz aqui? — Neelam perguntou.—Eu sou um anarquista. — Anderson respondeu. — Mas nem a Juno e nem ninguém deve saber disso. Entendeu?—Por que eu estou aqui? Foi o Merlyn que pediu para você me trazer aqui? Onde ele está? — Neelam disse.Anderson balançou a cabeça e disse:—Merlyn está morto.—Não. Me disseram o contrário. — Neelam disse.—Então, mentiram para você. Sinto muito. — Anderson disse.—Impossível. — Neelam disse.—Se Merlyn estivesse vivo, eu saberia, com certeza. — Anderson disse e esperou que Ne
Neelam demorou a pegar no sono e quando finalmente adormeceu, sonhou que estava no apartamento de Killian e que ele a violava e depois zombava dela. Neelam despertou, sobressaltada e chorou baixinho. Então, levantou-se, ligou o abajur e foi até o closet. Trocou sua camisola por um vestido e uma jaqueta. Calçou um sapato, pegou sua bolsa e saiu do quarto, indo dar uma volta pelo campus. Ela não fumava há muito tempo, mas a primeira coisa que fez quando voltou para aquela cidade foi comprar uma carteira de cigarros, como se ela soubesse que cedo ou tarde, precisaria fumar para se acalmar. Agora, ela estava em seu terceiro cigarro, parada embaixo de uma árvore, quando ouviu risos. Se virou e viu algumas mulheres voltando de uma festa, parecendo embriagadas. Do outro lado, tinha outra mulher parada, ela estava de cabeça baixa, mas Neelam a reconheceu ainda assim.— Não é possível... — Neelam dei
Neelam não se sentia muito disposta a continuar naquela festa. Na verdade, ela nem teria vindo se Anderson não tivesse marcado de encontrá-la ali. Ela estava exausta e morrendo de sono. Tudo o que mais queria era ir embora e se jogar na cama. Pensando nisso, e com a sensação de dever cumprido, afinal, ela já havia entregado o diário de Merlyn a Anderson, ela se virou e caminhou rumo à porta.—Neelam? Ei, aonde você vai? — Perguntou Kendall se aproximando dela.Neelam se virou e suspirou. Havia se esquecido dele. Droga.—Foi uma péssima ideia eu ter vindo. Eu quase não dormi noite passada, por isso, estou exausta. Sinto muito, mas eu tenho de ir. — Ela colocou a mão na testa por um instante enquanto evitava encará-lo.—Pelo menos, beba um pouco comigo? Só para não parecer que eu levei um fora. —Kendall riu nervoso enquanto ofe
As duas primeiras semanas que Neelam passou na casa Bellatrix foram tranquilas. Ambar tinha uma alegria contagiante e só de estar perto dela, Neelam conseguia relaxar e esquecer de seus problemas. Alex, por outro lado, era doce e prestativa. As outras garotas também pareciam legais, embora Neelam interagisse minimamente com elas. Ela fazia de conta que o quarto era um apartamento que dividia com duas colegas, as demais garotas eram apenas suas vizinhas barulhentas que adoravam falar pelos cotovelos e rir alto. Neelam ainda estava com medo de Killian, por isso, estava evitando sair da fraternidade sem necessidade, e quando saía, era sempre acompanhada pelas colegas. No intervalo entre as aulas, Neelam se sentou em um banco enqu
Quando Alex alcançou Neelam, entrou na frente dela para ter sua atenção. Neelam não conseguiu encará-la, as lágrimas vertendo sem que tivesse algum controle sobre as mesmas. Ela só queria voltar para a casa Bellatrix, pegar suas coisas e ir embora.—Espere? Não vai fazer nenhuma besteira.—Besteira eu fiz quando me transferi para cá. Não basta eu viver com medo. Agora, todos sentirão pena de mim, também. — Neelam disse, balançando a cabeça.—Eu imagino que seja difícil, mas você não pode se importar com o que falam de você, ou vai enlouquecer. — Alex disse.Neelam riu.—Só que eu já sou louca! Não reparou que tomo remédios?—Tá. Você tem problemas. E daí? Vai deixar isso te definir? Você não tem de se envergonhar por nada. O que q