Hospital Psiquiátrico Santa Quitéria, Black River – Maine.
O enfermeiro levou o café da manhã ao paciente e lhe entregou um envelope. A carta não havia sido endereçada para o hospital e, sim para a casa dele, foi o que combinaram antes dele partir, que ela enviaria as cartas para a casa dele e sua irmã lhe entregaria pessoalmente quando fosse vê-lo nos finais de semana, mas sua irmã não fora visitá-lo nenhuma vez, preferindo colocar a carta em outro envelope e enviar a ele.
Seus pulsos foram enfaixados pela segunda vez porque ele tentara romper os pontos com a caneta que usaria para responder a carta. Desde então, ele estava proibido de responder as cartas e seu psiquiatra ameaçara proibir a entrega das mesmas se ele não apresentasse alguma melhora.
Neelam despertou na manhã seguinte e se assustou ao perceber que estava na cama de Merlyn. Ela deixou escapar um palavrão quando o viu saindo do banheiro só de toalha.— O que houve? — Ela se levantou, apressada da cama, olhando para seu corpo. Ainda estava vestida e isso a tranquilizou.— Nada demais. — Merlyn respondeu, caminhando até seu closet. — Você despertou com medo do escuro e veio se deitar na minha cama. Eu quisir para o sofá, mas você insistiu que eu ficasse, então, eu fiquei, mas não aconteceu nada. Juro.— Por que eu não me lembro de nada? — Neelam inquiriu, desconfiada. — Colocou alguma coisa na minha bebida?&mda
Geralmente as manhãs passavam rápido para Neelam, mas aquela foi de longe, a manhã mais longa de sua vida. Durante a aula de geografia, Willow notou que ela estava usando o sobretudo de Merlyn e, embora, não tenha feito nenhuma pergunta, a forma como sorriu, deixou Neelam constrangida porque ela teve certeza que Willow pensou o pior dela. Na aula de química, quando Neelam teve que fazer par com Duke por ordem da professora, Duke também reconheceu aquele sobretudo e encarou Neelam, chateado. Ela sabia que não devia nenhuma explicação a ele, mas se sentiu mal por não lhe dar qualquer satisfação.— Christina rasgou minha blusa. — Neelam disse a Duke em um sussurro.— Sei… — Duke riu, incrédulo.— É
Neelam foi para seu quarto e encontrou um envelope em sua cama. Era uma carta de Kendall. Ela sorriu e rasgou o envelope, ansiosa. Pegou a folha e a desdobrou, lendo o que ele escrevera para ela: "Neelam, sinceramente, eu lamento por tudo. Espero que possa superar isso. Estou bem, com muita saudade, mas bem. Desculpe se quase não te escrevo ou se não te ligo, as regras do internato são muito rígidas. Não vejo a hora de voltar para a casa. Penso em você o tempo todo. Você é a única amiga que tenho, a única em quem realmente posso confiar. Espero poder contar com sua amizade quando voltar".Neelam guardou a carta em uma caixinha junto às outras em seu closet, tirou o sobretudo que estava usando e foi para o banheiro.&
Arthur voltou para a empresa e ligou para a mãe, informando-a sobre o que estava acontecendo com Merlyn. A opinião de Karin não era diferente da de Arthur, por isso, ela pediu que ele localizasse os pais de Neelam e os convencesse a mantê-la afastada de Merlyn. Arthur usou todos os seus recursos para localizar a estudante, onde ela morava e quem eram os seus pais. Arthur não gostou do que descobriu e se lembrou das palavras do irmão: “ela é como eu”.— Parece que sim. — Arthur pensou em voz alta, preocupado.Arthur foi até o hospital onde Mikaela Ferraz trabalhava e a abordou quando ela deixava o hospital.— Mikaela Ferraz? Sou Arthur Arcangeli, irmão de Merlyn Arcangeli, o namorado da sua filha. Precisamos conversar. Entre? Eu te dou uma carona.Mikaela pareceu surpresa em ouvir que a filha ti
Mikaela ligou para Arthur Arcangeli, o informando que Neelam e Merlyn haviam fugido e que se ele não os encontrasse, ela chamaria a polícia. Arthur implorou para que ela não envolvesse a polícia e lhe garantiu que os encontraria.Karin e Stefano retornaram a Glaretown assim que ficaram sabendo por Arthur que Merlyn fugiu. Eles procuraram Mikaela, e Karin fez o possível para acalmar Mikaela a fim de evitar um escândalo. † † †Merlyn olhou para Neelam que dormia encolhida no banco de trás e
Neelam foi para o quarto, chorando. Merlyn se conteve para não segui-la. Ela precisava de um tempo para decidir se queria ficar com ele ou voltar para a casa. Ele torcia para que ela não escolhesse voltar porque depois daquela fuga, sem sombra de dúvida, Mikaela a levaria para outra cidade, e Stefano não facilitaria para ele. Seu pai já havia ameaçado interná-lo. Merlyn estava com medo de ir para o hospício, mas, estava com mais medo de ficar afastado de Neelam porque ele a amava.Neelam estava com medo. Merlyn sentia isso. Ela não era tão forte ou ousada quanto desejava ser, mas se ela estava tão insegura agora, a culpa era dele, e ele precisava assumir uma postura dominante para passar a sensação que sabia o que estava fazendo, ainda que não soubesse.Neelam não de
Merlyn voltou ao apartamento, mas não encontrou Neelam. Se lembrou dos anarquistas que viu no mercado e supôs que eles estivessem com ela.vSem perder tempo, ligou para a sua casa. Sua mãe lhe atendeu.— Onde ela está? Se a machucar, eu juro que...— Ela está bem. Não se preocupe, querido. — Karin disse — Achou mesmo que podia fugir de nós?— Eu tinha que tentar alguma coisa. A mãe dela a levaria para longe. — Merlyn disse.Karin riu.— Oh, e você acha que ela fará o que quando encontrar a filha? Você não tem noção dos problemas em que me envolvi por SUA causa! Eu deveria internar você.— Estou voltando para casa. — Merlyn desligou o telefone.&
Neelam não queria voltar ao colégio porque achava que não teria forças para encarar Merlyn depois que ele terminou com ela, mas a sua mãe insistiu para que ela fosse e prometeu transferi-la para outro colégio em breve.O prédio parecia mais sombrio que o habitual e isso só fez com que a garota sentisse menos vontade de ir adiante. Ela ficou parada, desejando que Elaina aparecesse de repente e lhe dissesse para fugir para a praça e ficar por lá até o fim das aulas, mas Elaina não apareceu. Certamente, ainda estava com raiva dela.— Eu posso te pagar um sorvete?Neelam se virou depressa e não reconheceu o garoto que falou com ela.Ele era muito atraente e tinha um sorriso que iluminava tudo ao seu redor. Não combinava com ela, que estava tão quebrada e sentia vontade de sair dali, correndo e chor