— Você não precisa se meter na minha vida, eu sei o que estou fazendo! — Se você soubesse o que está fazendo, será que sua mãe estaria te ligando agora? Leandro, eu e seu pai só temos você como filho. Se você não casar e tiver filhos, a família Santos... — Eu tenho namorada! Leandro não sabia como havia soltado essa frase, e, quando percebeu o erro, já era tarde. Sua mãe já havia escutado. Larissa ficou chocada: — O que você acabou de dizer? Você tem namorada? Quem é essa menina? Eu não sabia disso. — Ela logo se recuperou. — Mas não faz sentido, se você tem namorada, por que aceitou ir com a mamãe conhecer a família Pereira? Leandro, vou te dizer, eu não sou tão fácil de enganar... — Eu estou na fase de cortejo. Larissa olhou desconfiada: — Sério? Ela não acreditava muito nas palavras do filho, mas, pelo jeito de Leandro, ele não parecia o tipo de pessoa que mentiria sobre algo assim. — Daqui a um tempo, eu vou levá-la para casa. — Tá bom, então, por enquanto, nã
Marília planejava voltar para o apartamento e pegar um lenço de seda. Pediu para Leandro deixá-la na porta do condomínio, para que ele pudesse ir direto para o trabalho sem esperar por ela, já que ela tinha um horário de trabalho mais flexível e poderia pegar um táxi sozinha. Leandro, no entanto, a acompanhou até o prédio e só depois de vê-la entrar saiu com o carro.Marília subia as escadas com um sorriso no rosto, mas sua boa disposição durou até que, ao sair do elevador, viu alguém parado no corredor. Ela parou imediatamente, e o sorriso desapareceu de seu rosto num piscar de olhos.Anselmo já havia jogado mais de dez bitucas de cigarro no chão. Quando ouviu os passos, se virou e, ao ver quem estava chegando, seu rosto, naturalmente sombrio, se tornou ainda mais aterrorizante. Ele jogou o cigarro que tinha na mão e caminhou rapidamente até ela.Marília, instintivamente, tentou se virar para fugir, mas Anselmo foi mais rápido e segurou seu braço com força, como se quisesse esmag
Marília virou a cabeça ao vê-lo, um tanto surpresa:— Você não vai trabalhar?— Hoje estou de folga, fui eu quem ligou para a polícia.Marília ficou parada por um momento, e logo disse:— Obrigada.Renato olhou para o pescoço dela.— Por que você não está investigando isso?Marília sabia das habilidades de Anselmo. Mesmo que o caso fosse registrado, ele não ficaria muito tempo na delegacia, e ela não queria preocupar seus pais. Afinal, Anselmo era filho deles.Marília não deu essa explicação a Renato, apenas perguntou:— A dor nas suas costas melhorou?— Eu usei o remédio que você deixou na minha porta, já está bem melhor.Marília acenou com a cabeça.— Eu ainda tenho que trabalhar, então não posso ficar conversando mais.— Se cuida....A garganta de Marília estava dolorida. Ela pegou um lenço de seda e o amarrou no pescoço, cobrindo a marca, e então pegou um táxi para a loja.No caminho, ela recebeu uma ligação de Anselmo.— Quem é ele?Marília mordeu os lábios e não respondeu.O hom
De repente, o ambiente no reservado ficou silencioso. Esperança estava na porta, sem entrar imediatamente. Logo, alguém comentou: — Leandro foi ontem também, dizem que ele foi para um encontro arranjado. Não deve ter nada a ver com a Marília! — Leandro jamais olharia para a Marília! — Ela nem conseguiu se casar com a família Pereira, imagine com a família Santos! — A Marília até é bonita, mas dizem que Leandro não gosta de mulheres assim. Ele provavelmente não se interessa por ela! As risadas zombeteiras ecoaram pela sala. — Oi, cunhada, por que está aí parada na porta e não entra? De repente, uma voz soou atrás de Esperança. Ela se assustou e imediatamente soltou a maçaneta da porta, se virando para ver Vinícius, loiro e de postura irreverente, parado atrás dela. O reconheceu como um dos amigos de Anselmo. Ela mexeu os lábios: — Vim procurar o Anselmo. — Procurar o Anselmo, é? — Vinícius prolongou as palavras e, sem esperar resposta, foi até a porta, deu uma ol
— Eu vim procurar você. — Eu não tenho nada a falar com você! — Nada a falar? — Esperança mastigou essas palavras, levantou a mão e tirou os óculos de sol do rosto, soltando uma leve risada. — Marília, você realmente não tem nada para me dizer? Marília respondeu com frieza: — Se você não vai comprar nada, não nos atrapalhe com nosso negócio! — Eu soube que seu namorado é médico! Esperança de repente mudou o rumo da conversa. Marília ficou surpresa. Esperança olhou para o rosto bonito e delicado à sua frente, se lembrando de quando ela mesma havia pedido para Marília entregar uma carta de amor a Leandro, e como Marília costumava desabafar sobre as falhas de Leandro, além de chamá-lo de "tio". Esperança sentia inveja de Marília, mas também tinha ciúme dela. Não era por causa de sua boa família, mas porque ela podia ir até Leandro a qualquer hora, em qualquer lugar. Enquanto ela, Esperança, mal conseguia ter um vislumbre dele. "Um homem tão brilhante e bem-sucedido
Esperança teve uma mudança drástica na expressão facial, mas logo se acalmou e disse, com sarcasmo:— Marília, se você realmente tem tanta habilidade assim, o Círculo já deveria saber disso há muito tempo.Marília se serviu de um copo de água, deu um gole e, lentamente, respondeu:— Se você não acredita que eu tenha essa habilidade, hoje não teria vindo aqui me procurar. Além disso... — Ela olhou para o ódio e a inveja nos olhos de Esperança, ergueu as sobrancelhas e, com um sorriso no rosto, continuou. — Você deve saber que o Leandro sempre foi de evitar esse tipo de evento.A calma no rosto de Esperança desapareceu, e toda a raiva acumulada explodiu de uma vez:— Marília, ele é o homem que eu gosto! Como você pode ficar com ele?— O Anselmo era meu namorado antes, e você também não o tirou de mim?— Então, você está fazendo isso para se vingar de mim?Ao ver o fogo de raiva queimando nos olhos de Esperança, Marília sentiu uma satisfação inédita. Algo que havia ficado preso em seu pei
Leandro não respondeu e chamou a enfermeira para pedir que alguém saísse.Esperança, naturalmente, não queria sair. Se não pudesse ter Leandro, ela não deixaria Marília tê-lo!— Leandro, Mimi não gosta de você. Ela está com você para se vingar de mim. Você não deveria cair nessa!Esperança pegou o celular e, diante do homem, reproduziu a gravação.A enfermeira também ouviu e ficou um pouco constrangida. Ao ver os pacientes lá fora, que estavam ansiosos, ela saiu para ajudar e fechou a porta atrás de si.No consultório, Esperança observava o rosto do homem. Percebeu que, ao terminar de ouvir, ele não reagiu de forma alguma. Seus olhos negros estavam profundos e frios, e não era possível perceber nenhum sinal de raiva ou frustração por ter sido enganado.— Você ouviu, não é? Ela sabia que eu gostava de você e só ficou com você por causa disso. O homem de quem ela sempre gostou é o Anselmo...— Terminou? — Esperança nem teve tempo de começar a responder, pois Leandro a interrompeu. — Eu t
Provavelmente, os dois haviam se dado bem durante esse tempo juntos.Marília já havia esquecido que Leandro ainda mantinha o semblante fechado e antipático.Ela olhou para o homem à sua frente, perdida e confusa, sem entender por que ele estava de repente tão irritado!— Leve as coisas e não volte mais aqui!Marília não era boba. Com a reação dele, logo percebeu que a ofensa provavelmente vinha dela.Mas ela não tinha feito nada para irritá-lo na noite anterior. Ele até a tinha acompanhado até em casa.Hoje, ela havia ido diretamente para o refeitório e não subira para incomodá-lo. Talvez fosse porque ela estava sempre no hospital e alguém a tivesse visto, criando uma má impressão dele?Marília sabia que a profissão de médico era frequentemente alvo de reclamações. Ela observou a tensão no rosto dele e, embora estivesse incomodada, guardou seus sentimentos e disse suavemente:— Tá bom, não volto mais aqui!Deixou o copo térmico sobre a mesa e saiu.Leandro a observou enquanto ela desap