Capítulo 47
Marília sentiu o rosto gelado:

— O que você está fazendo aqui?

Anselmo apagou o cigarro entre os dedos, deu largos passos em sua direção, lançou um olhar para o homem atrás dela e agarrou sua mão, questionando-a com raiva:

— Você dormiu com ele?

Os olhos de Anselmo estavam vermelhos de fúria, a raiva queimando neles, como se fosse consumi-la por inteiro.

Marília o encarou daquele jeito, como se fosse a errada, como se tivesse traído ele. A acusação implícita a fez rir de indignação:

— O que isso tem a ver com você? Me solta agora!

Ela tentou puxar a mão, mas Anselmo a apertou ainda mais, segurando com tanta força que parecia querer quebrar seus ossos.

— Marília, durante todo o tempo que estivemos juntos, eu nunca tive coragem de te tocar, e você... Como pôde ser tão fácil? Você foi morar com esse cara? Como pode deixar outro homem te tocar?!

— Anselmo, me solta! Você está me machucando!

Renato interveio rapidamente:

— Senhor, vamos conversar com calma, não precisa
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