P.V. Layla Barrett– Por quê? – Daniel engoliu em seco.Ele piscou algumas vezes e é nítido que a minha resposta mexeu com ele. Daniel não faz ideia do quanto está sendo difícil para mim, mas preciso afastá-lo. Por que ele confessou que me ama justo agora? Está acontecendo uma grande luta dentro de mim com as minhas emoções. Daniel me ama. Eu não sabia que precisava ouvir isso até agora. E agora meu coração se aperta ainda mais ao ver que terei que me afastar dele. Terei que me afastar do homem que eu amo.Cada dia fica mais fácil dizer e pensar sobre o que sinto por ele.Eu ouvi passos na porta e fiquei preocupada em falar alto demais e chamar atenção. Não posso deixar meus pais descobrirem que estou falando com Daniel. Me ajeitei na cama, mas a tipoia no meu braço me incomoda muito. Queria arrancá-la e jogá-la longe.– Daniel… a gente precisa nos afastar por um meu tempo. – fecha meus olhos por alguns segundos sentindo as lágrimas voltarem. – Por favor, não me faça perguntas das qu
– O que você está fazendo aqui? – Me levantei muito rápido e me contrai devido à dor em meu braço. Percebi o pequeno movimento que Daniel fez em minha direção, mas foi tão rápido que pode ter sido coisa da minha cabeça. Se ele tinha alguma intenção em vir até mim, desistiu. Não existe uma distância muito grande entre nós dois e o meu quarto parecia estar pequeno com a presença dele aqui. Daniel não deveria estar aqui. – Seus pais foram me procurar. – Daniel foi direto ao assunto. A expressão do rosto dele não mudou, mas sua voz grave e controlada mostrava o quanto ele estava segurando para dizer algo a mais. Fechei meus olhos por alguns segundos e neguei com a cabeça. – Me diz que eles não foram fazer o que estou pensando. – Sussurrei as palavras com tanta dor. – Eu deveria ter imaginado. – Daniel solta um sorriso fraco dos lábios e dá alguns passos aleatórios pelo quarto, passando uma das suas mãos pelo queixo antes de voltar a colocá-la no bolso da frente de sua calça. – Eles es
P.V. Daniel HartO processo foi lento e silencioso. Eu não poderia negar que era agoniante, mas teremos tempo para conversar sobre nós. Tem muita coisa além de arrumar suas coisas para acontecer ainda e mesmo que eu quisesse conversar sobre a gente, sei que não é o momento. Fiquei surpreso quando os pais dela me procuraram.Em um primeiro momento acreditei que tivesse acontecido alguma coisa com Layla, mas eles não fizeram cena e foram direto ao assunto. Pouco me importei com que eles falavam, desde que eu pudesse ver a mulher na minha frente. Layla dobrava as roupas enquanto eu pegava o resto de suas coisas pelo quatro, ocupando outras malas.– Você não precisa fazer isso. – Ela diz mais uma vez. &ndas
P.V. Layla BarrettNão me agradava à ideia de sair do meu quarto e encarar meus pais. Eu havia decidido e não iria recuar, mas naquele momento eu desejaria que meus pais estivesse em uma de suas viagens e que eu pudesse ir embora discretamente. Daniel estava levando duas das minhas malas e voltaria mais tarde com seu motorista para pegar o resto.Mas é preciso seguir em frente.Conforme desci as escadas vi meus pais na sala, eles pareciam apreensivos e agoniados. Quando nos viu, o sorriso brotou no rosto de Fernando e Cecília, mas foi Cecília que foi a primeira a notar a mala que Daniel carregava. Seu rosto foi tomado por confusão.– Por que essas malas, querida? – Ela perguntou.Fernando nos olhou confuso, sem entender a situação. Eu estava vestida de forma adequada, Daniel não reclamou quando coloquei meu moletom. Estava frio no lado de fora e o moletom foi a primeira peça que peguei, sem me importar com o clima. Tudo o que eu queria era ir embora logo.– Estou indo embora. Obrigada
Dou meia volta olhando no grande espelho em dúvida, se eu usaria esse vestido para o jantar ou não. Gosto dele e o caimento está muito bom. Meu cabelo solto em ondas está um pouco menor do que estou acostumada, um palmo apenas, mas para mim faz toda a diferença. Joguei o cabelo para um lado e depois joguei para o outro.– Layla, você planeja ficar quanto tempo aí? – Daniel entrou no quarto e eu continuei me olhando no espelho.– Não sei se essa roupa…– Está perfeita! Agora vamos.Me virei para ele. Aquele formigamento nos dedos e os pensamentos involuntários dizendo que não dará certo estão voltando com força total. Eu não deveria ficar desse jeito, mas como fugir de todos esses sentimentos que me atropelam como se fosse um carro em alta velocidade?– E se a gente disser que estou me sentindo mal e aconteceu um imprevisto…– Layla, meus pais estão nos esperando. – Daniel suspirou e negou com a cabeça, se rendendo a mim quando continuei parada olhando para ele. – Vai dar tudo certo, n
— Estou seriamente considerando ter um peixinho. — Arrumei o quadro no alto da parede.Me afastei para ter uma visão melhor do quadro.— Apolo comeu hoje? — Daniel perguntou tirando alguns pratos de dentro da caixa.Esse quadro está torto. Subir em cima da cadeira novamente para arrumá-lo. Apolo dormia tranquilamente na varanda, o clima estava muito agradável e parecia que o meu lindo cachorro estava aproveitando.— Sim, assim quando acordou. — Move para direita. — Almoçou e já jantou também.Me afastei novamente.— Você almoçou hoje?Parei de prestar atenção no quadro e me virei para Daniel. Coloquei a mão no queixo e ergui uma sobrancelha. Não almocei hoje e estou me lembrando disso agora.— Hum, não.— Bem, sabemos que seu peixinho será muito bem cuidado. — Daniel começou a pegar alguns copos colocando em cima do balcão. — Agora me diz: Se você morrer de fome, quem vai cuidar dos seus bichinhos.— Daniel…— Que horas mesmo você foi almoçar ontem? — Ele parou o que estava fazendo e
Sentei embaixo de uma árvore no campus, aproveitando a manhã tranquila para desenhar um pouco. As peças não ficaram tão perfeitas quanto antes, parecia que haviam perdido o jeito ou deve ser porque, ao mesmo tempo, em que trabalho, fico pensando se não esqueci de fechar a porta da geladeira. Minha manhã foi um pouco corrida, antes de vir para a faculdade deixei Apolo no veterinário e deixei as minhas roupas na lavanderia, porque minha máquina ainda não chegou.A casa estava muito bem imobiliária com o essencial. Meus avós me deram o apartamento tudo completo, mas houve uma coisa aqui e outra coisa ali sobre alguém da faculdade está precisando. Então vendi. Por um preço baixo no mercado, mas vendi. Daniel parou de insistir em comprar as coisas para mim na segunda semana que comecei a morar sozinha. Estava sendo motivo de estresse desnecessário para nós dois. Finalmente tirei meu gesso e cheguei a fazer fisioterapia por um tempo, até que abandonei as aulas. Daniel não apoiou essa minha
Por que teimei com Daniel e disse que não precisava que seu motorista fosse me buscar? Precisava sim! Querer se mostrar independente e forte está sendo difícil demais. Saudades de algumas regalias da vida de rica. Paguei o taxista e saí do carro. Não que seja uma riquenha mimada, eu não sou, mas nasci tendo uma boa vida e agora saindo daquela casa que vivi toda minha vida… Acho que é isso que me causa panico. Venho exagerando em algumas recusas do Daniel, a cada dia que passa me vejo terminando a faculdade e um novo medo sendo desbloqueado. Assumi meu relacionamento. Às vezes me acho fútil demais em algumas coisas e acabo comparando nossa idade, as experiências de vida. Estou me sabotando. Imagino tanto as outras pessoas fazendo ou me criticando por está com Daniel que agora me vejo fazendo comigo mesma. Matilde me abraçou assim que me viu e eu faço mesmo, nossa relação melhorou depois do acontecido nessa casa. – Olhe para você. – Diz se afastando. – Como está seu ombro? – Matilde