P.V. Layla BarrettFaz exatamente 24 horas desde que saí da casa do Daniel e fui para o hospital. Sair dessa cama é apenas para ir ao banheiro. Não me sinto perfeitamente bem ainda e de vez em outra tudo que aconteceu repassa na minha mente me deixando atordoada. Mas a minha paz está longe de chegar. Evitei os meus pais o máximo que eu podia e o pouco que a gente conversa, eu incentivei falando que não deve ir atrás do Daniel agora, inventei desculpas e mais desculpas. Dizendo que eu precisava de me fazer de difícil e a vítima de tudo. Até o momento eles acreditam em mim e confiam, já que eu tenho passado bastante tempo com Daniel e sei o que estou fazendo.Sim, eu sei.Não quero que os meus pais me usem para dar o golpe do baú.Pensar nisso me faz sentir tão mal.Tenho que fingir que realmente quero estar com Daniel pelo dinheiro e com isso vai ajudar minha família sair da falência que eles mesmo se colocaram. Os empregados foram reduzidos, a ponto da minha mãe ter de cozinhar. Cecí
Bruce guardou o celular novamente, e seu olhar sério e questionador era um aviso claro de que ele não sairia dali até eu dizer o porquê. A tensão no ar era palpável, e eu sabia que precisava agir com cuidado para não piorar a situação. Não quero que o Bruce pense o pior de mim, o pouco que ele sabe é o que Daniel diz a ele.A minha cabeça está a mil. Uma hora eu estou correndo atrás do Daniel tentando salvar meu relacionamento provavelmente e na outra estou levando um tiro. Não, tem a pior parte. Meus pais querem que eu fique com Daniel por causa do dinheiro. Aquele carinho todo diz que acordei e tomei meu quarto não é mais tão frequente. Parece que fingindo aceitar o que eles querem, eu tirei um peso das costas deles.– Eu sei que o relacionamento de vocês é no sigilo, mas vamos combinar que os seus pais não são bobos e deve imaginar que existe alguma coisa entre vocês. – Bruce cruzou seus braços novamente. – Tem algo acontecendo e eu não sei o que é. Então diga.Fechei os olhos por
P.V. Daniel Hart– Como assim ela estava diferente, Bruce? Eu preciso de detalhes e não ouvir: ela parecia estar bem diferente. – Minha irritação estava em um nível extremo. – Você me mandou uma foto e eu pedi um vídeo!Bruce revirou os olhos. Ele estava sentado em minha poltrona, descansando os braços no encosto, parecendo bastante relaxado e confortável. Mas ninguém nesta casa está realmente relaxado, pelo menos não por dentro. O Sr. Cameron decidiu cancelar nossa parceria e agora se recusa a pagar a quebra de contrato. Eu poderia ter perdoado a dívida se isso significasse me manter longe desta família.Mas o problema não para por aí. Ele está me culpando pela morte de sua filha, dando a entender que eu de alguma forma causei as atitudes que Sophia tomou. É frustrante e injusto. Agora o que deveria ser resolvido em um menor tempo, a polícia está abrindo uma investigação.Antes do ocorrido estavam ao meu lado quando queria afastar Sophia, ou só concordaram para não perder o contrato.
P.V. Layla Barrett– Por quê? – Daniel engoliu em seco.Ele piscou algumas vezes e é nítido que a minha resposta mexeu com ele. Daniel não faz ideia do quanto está sendo difícil para mim, mas preciso afastá-lo. Por que ele confessou que me ama justo agora? Está acontecendo uma grande luta dentro de mim com as minhas emoções. Daniel me ama. Eu não sabia que precisava ouvir isso até agora. E agora meu coração se aperta ainda mais ao ver que terei que me afastar dele. Terei que me afastar do homem que eu amo.Cada dia fica mais fácil dizer e pensar sobre o que sinto por ele.Eu ouvi passos na porta e fiquei preocupada em falar alto demais e chamar atenção. Não posso deixar meus pais descobrirem que estou falando com Daniel. Me ajeitei na cama, mas a tipoia no meu braço me incomoda muito. Queria arrancá-la e jogá-la longe.– Daniel… a gente precisa nos afastar por um meu tempo. – fecha meus olhos por alguns segundos sentindo as lágrimas voltarem. – Por favor, não me faça perguntas das qu
– O que você está fazendo aqui? – Me levantei muito rápido e me contrai devido à dor em meu braço. Percebi o pequeno movimento que Daniel fez em minha direção, mas foi tão rápido que pode ter sido coisa da minha cabeça. Se ele tinha alguma intenção em vir até mim, desistiu. Não existe uma distância muito grande entre nós dois e o meu quarto parecia estar pequeno com a presença dele aqui. Daniel não deveria estar aqui. – Seus pais foram me procurar. – Daniel foi direto ao assunto. A expressão do rosto dele não mudou, mas sua voz grave e controlada mostrava o quanto ele estava segurando para dizer algo a mais. Fechei meus olhos por alguns segundos e neguei com a cabeça. – Me diz que eles não foram fazer o que estou pensando. – Sussurrei as palavras com tanta dor. – Eu deveria ter imaginado. – Daniel solta um sorriso fraco dos lábios e dá alguns passos aleatórios pelo quarto, passando uma das suas mãos pelo queixo antes de voltar a colocá-la no bolso da frente de sua calça. – Eles es
P.V. Daniel HartO processo foi lento e silencioso. Eu não poderia negar que era agoniante, mas teremos tempo para conversar sobre nós. Tem muita coisa além de arrumar suas coisas para acontecer ainda e mesmo que eu quisesse conversar sobre a gente, sei que não é o momento. Fiquei surpreso quando os pais dela me procuraram.Em um primeiro momento acreditei que tivesse acontecido alguma coisa com Layla, mas eles não fizeram cena e foram direto ao assunto. Pouco me importei com que eles falavam, desde que eu pudesse ver a mulher na minha frente. Layla dobrava as roupas enquanto eu pegava o resto de suas coisas pelo quatro, ocupando outras malas.– Você não precisa fazer isso. – Ela diz mais uma vez. &ndas
P.V. Layla BarrettNão me agradava à ideia de sair do meu quarto e encarar meus pais. Eu havia decidido e não iria recuar, mas naquele momento eu desejaria que meus pais estivesse em uma de suas viagens e que eu pudesse ir embora discretamente. Daniel estava levando duas das minhas malas e voltaria mais tarde com seu motorista para pegar o resto.Mas é preciso seguir em frente.Conforme desci as escadas vi meus pais na sala, eles pareciam apreensivos e agoniados. Quando nos viu, o sorriso brotou no rosto de Fernando e Cecília, mas foi Cecília que foi a primeira a notar a mala que Daniel carregava. Seu rosto foi tomado por confusão.– Por que essas malas, querida? – Ela perguntou.Fernando nos olhou confuso, sem entender a situação. Eu estava vestida de forma adequada, Daniel não reclamou quando coloquei meu moletom. Estava frio no lado de fora e o moletom foi a primeira peça que peguei, sem me importar com o clima. Tudo o que eu queria era ir embora logo.– Estou indo embora. Obrigada
Dou meia volta olhando no grande espelho em dúvida, se eu usaria esse vestido para o jantar ou não. Gosto dele e o caimento está muito bom. Meu cabelo solto em ondas está um pouco menor do que estou acostumada, um palmo apenas, mas para mim faz toda a diferença. Joguei o cabelo para um lado e depois joguei para o outro.– Layla, você planeja ficar quanto tempo aí? – Daniel entrou no quarto e eu continuei me olhando no espelho.– Não sei se essa roupa…– Está perfeita! Agora vamos.Me virei para ele. Aquele formigamento nos dedos e os pensamentos involuntários dizendo que não dará certo estão voltando com força total. Eu não deveria ficar desse jeito, mas como fugir de todos esses sentimentos que me atropelam como se fosse um carro em alta velocidade?– E se a gente disser que estou me sentindo mal e aconteceu um imprevisto…– Layla, meus pais estão nos esperando. – Daniel suspirou e negou com a cabeça, se rendendo a mim quando continuei parada olhando para ele. – Vai dar tudo certo, n