☆Leyla Drummond☆
Uma tontura me acomete e eu cambaleio, seus braços me circulam aproximando meu corpo ao dele. Ele, agora tão próximo, mantém seus olhos fixos em mim.
-Responde, Leyla.-Seu hálito cheirando a café me faz querer aproximar nossas bocas.-Eu só preciso ouvir a resposta.
A atendente da farmácia nos atrapalha e eu sinto falta dos seus braços quando o mesmo me solta e paga todos os meus testes. Ele segura minha mão e sai quase que me arrastando farmácia à fora.
-Leyla...-Ele solta a sacola com os testes e segura no meu rosto com as duas mãos.-Eu vou morrer se você não falar alguma coisa.
Minha garganta está tão seca que eu sinto que se eu falar alguma coisa as minhas pregas vocais serão rompidas. Eu encaro seu desespero e minha reação é chorar. Eu deixo que as lágrimas e minha situação atual fale por mim. O nervosismo de uma mãe de primeira viagem.
Pego
♤Álvaro Salvatore♤Aquela ida à farmácia foi a melhor coisa que fiz na minha vida. Agora, dentro do meu quarto, encaro o teto totalmente absorto.Eu vou ser pai.Layla me perdoou.Eu não tenho ideia de como tocar minha vida a partir de agora, mas tenho absoluta certeza que minha mulher e meu filho não sairão nunca mais do meu lado.Alguém bate à porta me retirando dos meus pensamentos mais felizes. Eu nem consigo esconder minha voz de empolgação e alegria quando autorizo a entrada de quem quer que bateu.-Vim ver se está tudo bem...-Minha mãe senta à beira da cama.-Você parece muito feliz.-Mais surpresas estão chegando, mãe.-Acaricio seu rosto.-Podemos fazer um jantar quinta-feira? O John estará aqui e eu gostaria de apresentar alguém.-Namorada?-Empolgada, ela ri de forma engraçada.-Talvez.-Levanto da cama indo
☆Leyla Drummond☆Eu estava tão leve e sorridente. Não tinha ideia de que me sentiria assim quando tudo isso se resolvesse.Depois que minha mãe descobriu e me acolheu, foi o momento de contar ao meu pai. Naquele mesmo dia, quando ele voltou feliz por ter vendido sua vitrola velha, ele descobriu por mim que iria ser avô.Ele me ouviu, ficou em silêncio por no mínimo quatro minutos e depois foi para o seu quarto. Minha mãe me tranquilizou dizendo que iria conversar com ele. Eu chorei, mas procurei ficar bem.No outro dia ele conversou comigo normalmente. Me deu algumas broncas, mas me disse que estava feliz. A reação dele não foi das melhores quando contei que o pai do bebê era filho do patrão dele. Ele me falou dos medos de ser perseguido no trabalho e que queria conversar com Álvaro em um jantar na nossa casa.Meu pai não ficou chateado, mas expôs seus medos e
Bônus 》Jhonatas Salvatore《Aguardei Álvaro tirar a namorada da mesa e logo ele retornou. Não entendi todo esse espanto e mistério. Se o nosso pai teve outra família fora do casamento eu apenas não quero mais falar com ele. Faço questão de tirar minha mãe dessa casa e morar com ela em outro lugar. Humilhada minha mãe não fica.-Estou esperando vocês falarem.-Falo aflito.-Filho, não tem nada de outra família.-Meu pai começa.-Eu não faria isso com sua mãe. Não se preocupe. Peço apenas que me escute.Assinto voltando a sentar. Na verdade agora todos estamos sentados. Mas o clima ainda me assusta. Parecem que vão dizer que alguém está enterrado no nosso porão.E calmamente, meu pai começa a narrar tudo e de início eu não entendi o porquê ele começou a falar de mim. Mas o deixei continuar.E para meu espanto essa conversa foi ficando mais esquisita. Começou falando d
♤Álvaro Salvatore♤Algum tempo se passou e muita coisa mudou. Meu irmão saiu de casa e foi viver com Lavínia e seu filho. Apesar da forte decepção com nosso pai, ele está radiante. Está sendo um pai totalmente atencioso e amoroso com o Àdryan.Ingrid engatou em um relacionamento com o Vinicius. Eu já não aguentava mais de enrolação. Na verdade ninguém mais da família aguentava.Meu pai continua tentando contato com o Jhon, mas ele não o perdoa. Foi muito difícil para nossa mãe conseguir convencer Jhon e Lavínia a permitir que ele veja o Àdryan. Jacques amarga o que fez, mas aceita todas as repreensões de cabeça baixa. Vai demorar um tempo para todos digerirmos, afinal.Eu voltei a trabalhar na empresa e inclusive hoje largo mais cedo. Minha quase esposa, porque nos casaremos muito em breve, está no final da gestação. Fico com medo dela precisar de mim ou de alguma coisa mais complicada.
☆Leyla Drummond☆O que é sublime para você?Alguns definem como algo que transcende o humano, que não é ordinário, comum, mundano.Que expressa um grau elevado de excelência ou de distinção, extraordinário.Nem todas essas definições conseguem expressar o que eu sinto agora ao olhar para a minha filha.Ela é sublime.Eu? Eu sou tão insignificante que essa definição já não me cabe. Será que Indrya me chamou assim por também me ver com esse mesmo olhar?Olhar de uma mãe para uma filha. O olhar mais sublime que existe. Um olhar genuíno.Ayla é a concretização da paz que eu precisava. Dar paz à Khrona na vida passada tirou a minha paz.E sabe o quê mais?Eu não poderia estar mais feliz e grata por tudo. Arriscaria dizer que eu passaria tudo de novo só pra olhar para essas bochechas, alisar esse rostinho
EpílogoAlgum tempo depois...Ayla estava com dois anos e três meses, corria sapeca pela casa enquanto Leyla estudava pelo computador. Se não fosse a babá nem sei o que seria da pobre mamãe estudante.Assim que acabou a aula, Leyla fecha o computador e sente-se um pouco enjoada. Vai até a cozinha, toma um copo enorme de suco e vai atrás da sua filha pimentinha.Os dias ultimamente eram assim; Leyla se dividia entre estudar e ser mãe. Álvaro sentia orgulho do quão esforçada Leyla era.Na hora do almoço, Leyla dispensa a babá e dá a comidinha de Ayla. Era um dos seus momentos prediletos. Só que o barulho do carro de Álvaro entrando na garagem faz a menina sair correndo para a porta principal.E lá estava Álvaro entrando e sendo recebido aos gritinhos por sua filha. Leyla caia na risada toda vez que isso acontecia porque seu marido era obr
Khrona, 1701.O país de Khrona nem sempre foi essa calmaria toda. Na batalha de cem anos atrás, conhecida como Guerra das Espécies, muito sangue foi derramado. Todos queriam poder; ninguém cederia ou aceitaria um diálogo.Mas aquilo teve um fim. Ou achavam que teve.Kézia Rostoff, a bruxa conhecida como Olhos Videntes, teve uma visão sobre uma salvadora. Uma mulher que deveria herdar poderes dos principais seres sobrenaturais e restaurar o equilíbrio para a sobrevivência harmônica de todas as espécies.Só acreditaram no que a bruxa viu porque ela era conhecida e respeitada. Uns diziam que suas visões eram divinas; outros, maldições.No mesmo dia, as espécies assinaram um selamento de paz em nome da salvadora que viria com uma marcação no corpo avisando assim que era encarregada de manter a paz.Anos se passaram... Para ser mais exata, um século.Uma sens
Khrona, 1716.Layla, com seus 15 anos recém completos, ganhou autorização dos pais para ir até o centro com seu irmãozinho Adrien, de apenas 7 anos. Estavam precisando de novas verduras pois a seca que castigou aquele lugar secou e destruiu todas que Diara tinha plantado.-Adrien, você não pode sair de perto de mim. Tudo bem?-Tudo bem, Lay. Eu vou ficar com você.Adrien nasceu inteiramente com a parte vampírica do pai. Até o momento não tinha manifestado nada em relação a bruxaria que possivelmente teria herdado da mãe.Layla começou a comprar as verduras que necessitava, mas sempre ficava de olho em Adrien. A garota sabia que tinha poderes, mas só funcionavam com uma ativação que era desconhecida para ela. Então, aparentava e cheirava como humana. Já Adrien era vampiro e parecia como tal. Os olhos eram bem azuis e a pele um tanto pálida.Caminhando tranquilamente, alg