Ponto de vista de Damian — Então, a surpresa que você convidou para esta noite foi Scarlett Fuller? Oliver me lança aquele sorriso de sempre, cheio de confiança: — Você disse que queria conhecê-la enquanto investigava se ela é a verdadeira Alice, não? Então, convidei ambas. E nenhuma das duas apareceu. Esperei até tarde da noite, e Oliver finalmente começou a ficar nervoso. Aproveitando o momento para descansar, fechei os olhos, evitando ver a expressão culpada dele. — Isso é estranho... — Oliver murmura para si mesmo, mas o suficiente para eu ouvir. — Eu tinha tanta certeza de que pelo menos Scarlett Fuller apareceria... Não consigo evitar soltar uma risada, e Oliver me dá um tapa no ombro, com as orelhas vermelhas. — O quê?! — Eu rio dele. — Você as encontrou pessoalmente umas duas vezes, não é? O que te faz ter tanta certeza de que... — Eu vi os olhos dela! — Oliver me interrompe com um olhar sério. — Eu reconheço um olhar puro, é como... como alguém que ma
Ponto de Vista de Damian Franzi a testa ao ver aquela cena, confuso também. Eu dei a ela 10.000 dólares naquela última briga. Não ousei dar mais, pois poderia levantar suspeitas. Então, quando ela não voltou para o clube de luta clandestino, eu pensei que o dinheiro fosse suficiente para resolver qualquer problema que ela estivesse enfrentando. Então, por que ela está fazendo outro bico? E em um lugar como aquele?! — Você não está forçando demais o trabalho dos seus funcionários, está? — Oliver diz com tom sarcástico. — Eu sabia que havia um lado obscuro naquela garota! Não quero me gabar, mas... eu te avisei tanto! Estalo a língua em direção a ele, e ele levanta ambas as mãos, mas revira os olhos ao mesmo tempo. Oliver não gosta de Lilith por algum motivo. Ele vive chamando ela de minha "mascote", porque a vê como uma interesseira. Bem, ele vê todas as mulheres ao meu redor dessa forma, e na maioria das vezes, eu concordo com ele. Mas ele está errado sobre Lilith. Ela t
Ponto de Vista da Scarlett Eu pedi para o Sebastian ir à festa comigo. Bem, eu falei para ele sobre isso, e ele foi junto, contrariando minha sugestão. — Desde quando você tem interesse em bares de disco? — Sebastian tenta esconder sua impaciência. Esforço em vão. Ele prefere lugares tranquilos. — Ninguém nem te convidou. — Reviro os olhos, procurando Oliver. — Eu quero estar com VOCÊ. — Ele resmunga, me seguindo de perto enquanto tenta evitar fazer contato com qualquer pessoa, com uma expressão irritada no rosto. — Poderia ter sido em casa. — Não poderia, porque eu não estava planejando voltar para casa com você. — Me viro para ele, de alguma forma, no meio da multidão. — Eu te disse que tem uma chance, sob a condição de que você não coloque a Ava Fuller acima de mim. Não vou voltar para ser sua esposa submissa, nunca mais! — Eu sei, eu sei! — Ele ergue as duas mãos, sorrindo com submissão. — Desculpa. Você ao menos pode voltar para dormir, não? Eu não estarei lá.
Ponto de Vista de Scarlett Minha única saída está bloqueada por Oliver Scott. O que eu faço? Por que ele parece ter um problema comigo? Eu mal o conheço. É por causa da Ava? Se for, isso significa que ele realmente se importaria com a irmã dele? Mas ele queria matá-la! Além disso, nem posso provar que EU sou a irmã dele, mesmo que queira! — Ei, está tudo bem. — Oliver Scott diz de repente. — Ele está aqui por uma garota que o enganou, e é por isso que veio até a minha mesa. Se não gostar, eu peço para ele sair. — Tsc. — Damian Vanderbilt estala a língua, lançando um olhar de reprovação para o amigo. — Sério? Eu tento segurar as lágrimas que quase caem. Sério? Ele estaria do meu lado? — Eu quero ir embora. — Digo baixinho para Oliver Scott, olhando nos olhos dele, meu coração batendo forte no peito. Oliver me observa por vários segundos sem muita expressão, mas então ele se levanta e dá passagem. — Eu não sabia que valentões se assustam tão facilmente. — Damian Vand
POV da ScarlettMeus ciclos menstruais nunca foram regulares, mas, ainda assim, eu deveria ter percebido.Náusea, cansaço, mudança no paladar... Você acharia que seria óbvio, mas você só percebe, depois, quantos sinais ignorou.Assim como eu venho ignorando os sinais gritando para mim de que o homem com quem eu estava casada nunca me amaria de volta, por mais que eu tentasse.Eu vim para a consulta de saúde pensando: "Qual é a pior coisa que pode acontecer? Se fosse câncer, eu conseguiria lidar."Mas com isso eu não conseguiria lidar.Um bebê.A melhor coisa chegando no pior momento.Não sei quando sentirei aquele amor materno poderoso que sempre ouvi falar, mas tenho certeza da reação DELE. Ele vai odiar o bebê.É melhor que seja apenas um câncer. Pelo menos isso faria um de nós feliz.Sentada no lobby movimentado do andar da maternidade, sozinha, tento absorver a notícia. Meus esforços são em vão. De repente, meus olhos se enchem de lágrimas, enciumada pelos casais felizes e amorosos
POV da ScarlettSentada no táxi a caminho de outro hospital – o hospital onde ELA está, para vê-lo. Eu me sinto mal. Enjoo de carro, enjoo matinal, ou apenas... enjoo dessa viagem.Essa é a viagem que mais odeio, e é uma viagem que venho fazendo há dez anos: ela está sempre no hospital, e ele está sempre perto dela, mesmo antes do nosso casamento.Isso é o que acontece quando o homem de quem você gosta ama sua irmã que tem a doença de von Willebrand, combinada com o tipo sanguíneo RH-, nada menos.Sim, a doença em que a pessoa não pode se curar de sangramentos, com o tipo sanguíneo que apenas 0,3% das pessoas possuem.Até mesmo um pequeno corte no dedo pode ser letal para ela. Por isso, ela é o tesouro mimado de toda a família, a intocável, o milagre que consegue tudo o que quer só por existir.Eu? Até a minha existência é ignorada.Meus pais só têm Ava em seus olhos. Meu irmão me odeia como se eu tivesse roubado a minha saúde de Ava.Não, eu apenas roubei o homem dela.Mas eles já me
POV da Scarlett— O transplante de medula óssea foi há três meses, boba.A risada de Sebastian segue o pedido dela até o corredor vazio.Coloco minha mão na maçaneta da porta, mas não consigo encontrar forças para girá-la. Já vi o quanto eles são carinhosos um com o outro, tantas vezes, por tanto tempo.Como se fosse uma tortura, eu simplesmente fico ali parada, ouvindo.— Hoje é só um check-up de rotina, e o resultado tem sido bom todas as outras vezes, não é? — Sebastian conforta.Eu podia ver o sorriso carinhoso dele na minha cabeça enquanto ele acalma o amor de sua vida, sua mão poderosa acariciando a cabeça dela como se ela fosse a flor mais delicada do mundo.Esse calor e esse amor são algo que eu só experimentei uma vez dele e, naquela única vez, eu pensei que tinha tocado o sol. Por aquele único momento de luz que vi na minha vida sombria, eu me joguei em direção ao sol, apostando com tudo o que tinha.E, assim como o sol, ele me queimou.Não importa o quanto eu o amasse, não
POV da ScarlettApago o cigarro na lixeira quando a porta dela se abre.Sebastian franze a testa para mim, permanecendo na porta, a meio corredor de distância de mim. Ele me odeia fumando. Ele me encararia, me repreenderia ou, como agora, ficaria longe, com nojo estampado no rosto.É um hábito nojento, mas uma mulher precisa de ALGO para liberar a dor no peito ou ela vai explodir. Mas, pensando bem, se sua delicada Ava pudesse ter esse hábito, ele com certeza se juntaria a ela.— Então?Ele coloca uma mão no bolso, me encarando enquanto finalmente se aproxima. Ele faz isso quando está impaciente. Como, o tempo todo comigo.Olho para o rosto dele, bonito e dominante, igualzinho ao dia em que ele me encontrou naquela floresta. Mas, naquela época, aqueles olhos eram claros como cristal, com brilhos como a Via Láctea. Agora, são pura escuridão de ódio.Ele estala os dedos para chamar minha atenção.— Desculpe...Eu desvio os olhos para o chão, puxando os papéis do divórcio. Ele estica a mã