Ao estacionar em Long Wharf, o coração de Alex b**e em um ritmo descompassado. Cada passo pelo calçadão em direção ao píer é uma marcha para o desconhecido, amplificando a tensão que envolve a cena. À frente, dois homens impassíveis sinalizam a iminência de um confronto. Mais adiante, próximo às majestosas embarcações, um homem está ao lado de Nicole e uma mulher segura com firmeza as mãozinhas inocentes de seus filhos.A raiva fermenta dentro de Alex, enquanto ele avança, os gritos angustiantes de seus filhos se tornando um eco doloroso. Ronald, a personificação da fúria, avança sem piedade. Sem tempo para palavras, dois socos brutais atingem o rosto de Alex, projetando-o ao solo. Em uma explosão de fúria, Ronald desfere uma torrente de chutes violentos, como se cada golpe fosse uma vingança acumulada ao longo do tempo.— Papai, não, por favor! — Clama Nicole, correndo até eles. — Não o machuque! — Implora, ajoelhando-se ao lado de Alex.— Senhor, por favor, poupe meus filhos. — Implo
Em questão de minutos, a equipe liderada por Jackson toma o controle absoluto do ambiente, com sirenes ensurdecedoras cortando o ar do cenário caótico. Homens correm freneticamente pelo píer, em uma corrida contra o tempo para salvar todos os envolvidos. Alex emerge da água com os filhos, que tossiam e soluçavam após ingerirem água salgada. Suas mãos tremem ao rasgar as roupas molhadas dos gêmeos, enquanto Bryan e Saulo correm na direção deles.— Vocês vão ficar bem, eu prometo. — Afirma, a voz embargada pelo desespero, enquanto ele abraça os filhos, seus soluços misturando-se aos choros das crianças. Bryan e Saulo, compartilhando da angústia, retiram os próprios paletós e envolvem os gêmeos, cobrindo-os para proporcionar calor.— Cuidem deles, por favor. — O apelo de Alex corta o ar, seus olhos varrendo o cenário em busca de Rebecca.— Pode ir, Alex, cuidaremos deles. — A firmeza na voz de Bryan, segurando Olga nos braços e de Saulo, fazendo o mesmo com Nicolas, transmite segurança em
Ao fixar os olhos na entrada, Alex se afasta abruptamente de Maria, avançando na direção da porta. Num acesso de fúria, desfere um soco no policial, derrubando-o. Se abaixa e apanha a arma.— Não se aproxime, fique no chão, senão eu te mato. — Ordena, a arma apontada para o policial. Em seguida, Alex volta o olhar para Nicole, que foi atingida no ombro. Sem pensar, ele a empurra com força contra a parede, mantendo-a imobilizada. — Vou te matar, Nicole, eu já deveria ter feito. — Afirma, seu olhar escurecido pela raiva.— Meu amor, eu p...— Eu não sou o teu amor. — Afirma, interrompendo-a com uma frieza cortante. — Odeio você. — Vocifera, pressionando o cano da arma contra o pescoço dela, enquanto com a outra mão pressiona a ferida em seu ombro.— Aiiiii. — Grita, desesperada ao sentir Alex enfiar o dedo em seu ferimento, uma tortura cruel.— Alex, para com isso. — Suplica Ryan, tentando se aproximar, seus olhos cheios de angústia diante da cena brutal.— Não se aproxime, Ryan, nenhum
Aqueles poucos segundos de dor se esticam como uma eternidade diante dos olhos de todos os presentes. O que ecoa no ambiente são os choros profundos dos amigos e familiares, a agonia dos julgamentos equivocados os mantém presos, empurrando-os para um precipício de sofrimento onde o perdão parece inalcançável.— Traga-me um laringoscópio, um tubo endotraqueal e um ventilador mecânico! — Grita Richard desesperado, quebrando o silêncio pesado do ambiente. — Ele tem sinal, ele tem sinal, eu ouvi os batimentos! — Afirma gritando com uma enfermeira, injetando um lampejo de esperança para todos.A enfermeira, com agilidade, corre e entrega todos os itens solicitados para Richard, que, com as mãos trêmulas, inicia o procedimento em Alex. Outro médico, percebendo o nervosismo dele, o afasta e ali, no chão da recepção, inicia o processo de intubação em Alex. Ao terminar o procedimento, eles colocam Alex numa maca e correm em direção às salas de emergência. Richard é proibido de os acompanhar dev
Rebecca permanece por horas a fio, embalando seus bebês nos braços, compartilhando histórias carinhosas sobre Alex e garantindo-lhes que tudo ficará bem. Preocupados, seus amigos finalmente a convencem a permitir que as crianças descansem sob os cuidados de Ana. Susan se acomoda ao lado de Rebecca, envolvendo-a em um abraço apertado.— Eu o teria perdoado antes se soubesse que enfrentaríamos mais desafios. Tudo foi culpa minha. Eu não o ouvi, provoquei aquela mulher e veja no que deu! — Exclama, lágrimas escorrendo. — Alex e eu nos reconciliamos no dia em que fui ao grupo Wealth Technologies e desde então vivemos essa vida dupla. Se eu tivesse partido antes, como ele tantas vezes implorou, nada disso estaria acontecendo. Agora, o amor da minha vida está adormecido, talvez em um sono eterno. — Murmura, carregando o peso do arrependimento. — Sou uma pessoa horrível, meus filhos não merecem uma mãe como eu, especialmente quando Alex é infinitamente melhor do que eu. Alex passou anos sozin
Rebecca permanece imersa em seus pensamentos ao longo do dia, lutando contra a tristeza que se apossou de seu coração, enquanto se esforça para manter a esperança de que tudo se resolverá da melhor forma possível. Na manhã seguinte, ao despertar, é surpreendida pela presença de todos os seus amigos no quarto, um sorriso iluminando seu rosto, especialmente ao relembrar-se do sonho reconfortante que teve.— Bom dia, princesa. — Cumprimenta Susan, depositando um beijo gentil em sua testa, resultando em um sorriso grato de Rebecca.— Richard, quais são as últimas notícias sobre Alex? — Indaga, ansiosa, buscando informações sobre o estado de seu amado.— Infelizmente, o quadro dele ainda não apresentou melhoras. — Responde Richard, com uma leve expressão de desânimo.— Mas ele vai ficar bem, eu sinto isso. Tive um sonho com ele e tenho certeza de que Alex não vai me deixar. Ele voltará para mim, nós compartilhamos um amor forte demais para se dissipar assim. — Afirma, um sorriso iluminando
À medida que os dias avançam, o coração de Rebecca permanece despedaçado. Agarrando-se à esperança de uma resolução, ela encontra refúgio nos raros momentos de serenidade com seus filhos no quarto hospitalar, seus momentos de paz em meio à tormenta diária. Após um mês desde o fatídico acontecimento que os submergiu em uma onda de sofrimento, Rebecca é liberada para voltar para casa. Mesmo com Alex ainda na unidade de terapia intensiva, é concedida a ela permissão para permanecer ao seu lado.Ao adentrar o quarto e deparar-se com o homem que sempre irradiou força, agora envolto em fragilidade, ligado a uma complexa rede de aparelhos, as lágrimas fluem e ela se aproxima lentamente da cama. Sentando-se na poltrona ao lado, ela segura com ternura a mão dele, repousa a cabeça em seu peito, capturando as delicadas batidas do coração que, embora debilitado, ainda pulsa com a promessa de vida. Com a mão livre, acariciava suavemente o rosto adormecido do homem que tanto ama.— Meu amor, posso s
Após o confronto, Rebecca tentou reverter a decisão da justiça, mas foi derrotada em todas as instâncias. Seu coração afundou na amargura e a tristeza a envolveu como uma sombra. O ódio tornou-se seu sórdido companheiro, levando-a a restringir severamente o contato dos gêmeos com a família de Alex. Ela sabia que não deveria envolver as crianças nesse assunto, mas queria que Ana e os outros sentissem o sofrimento que ela estava sentindo. Nesse período sombrio, Rebecca dedicou-se integralmente a Alex, valorizando cada minuto ao lado dele. As palavras de Ana ecoavam incessantemente em sua mente, principalmente quando via os filhos apenas durante as visitas orquestradas por Maria.À medida que os dias avançavam, seu coração parecia despedaçar-se um pouco mais a cada momento. Em janeiro, no dia do aniversário de Alex, ela está no quarto com os filhos. Mesmo que Alex não responda, eles entoam um emocionado, “parabéns”, enquanto lágrimas escorrem nos olhos de Rebecca.— Mamãe, o papai não vai